Título original: Happy Relationships at Home, Work & Play Copyright © 2013 por Lucy Beresford Copyright da tradução © 2014 por GMT Editores Ltda. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização por escrito dos editores. tradução Simone Lemberg Reisner preparo de originais Magda Tebet revisão Guilherme Bernardo e José Tedin diagramação Ilustrarte Design e Produção Editorial capa Silvana Mattievich adaptação para ebook SBNigri Artes e Textos Ltda. CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ B43c Beresford, Lucy Como se libertar das relações tóxicas [recurso eletrônico] / Lucy Beresford [tradução de Simone Lemberg Reisner]; Rio de Janeiro: Sextante, 2014. recurso digital. Tradução de: Happy Relationships at Home, Work and Play Formato: ePub Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions Modo de acesso: World Wide Web ISBN 978-85-431- 0102-6 (recurso eletrônico) 1. Relações humanas. 2. Livros eletrônicos. I. Título. 14-11678 CDD: 158.2 CDU: 316.47 Todos os direitos reservados, no Brasil, por GMT Editores Ltda. Rua Voluntários da Pátria, 45 – Gr. 1.404 – Botafogo 22270-000 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 2538-4100 – Fax: (21) 2286-9244 E-mail: [email protected] www.sextante.com.br Para Jemima, Harvey, Martha e Anna Introdução Q uando você pensa em relacionamentos, o que lhe vem à mente? Seu coração se alegra ao descobrir como é bom estar com sua família a cada começo do dia, com os colegas com quem você tem prazer de trabalhar e com os amigos que você preza e que despertam o que há de melhor em você? Ou se atém aos ressentimentos, às rixas, às falhas na comunicação e à sensação de não ser compreendido? Pelo mundo todo, amigos discutem, colegas de trabalho se enfurecem devido a conflitos inconfessos e famílias seguem tropeçando em busca da melhor interação possível. Por que isso acontece? Na arte do relacionamento com outros indivíduos podemos afirmar que temos, literalmente, milhares de anos de prática. Afinal, somos criaturas extremamente relacionais. Desde o instante em que nascemos, confiamos no outro para sobreviver. Mais tarde, aprendemos sobre a vida observando e imitando os que nos cercam, tanto no que se refere às tarefas do dia a dia – comer, escovar os dentes, atravessar a rua – quanto no tocante ao comportamento e às estratégias. Nossa existência está ligada aos outros, sejam eles nossos pais, companheiros de trabalho ou amigos. Os relacionamentos são a trilha sonora de nossas vidas. Entretanto, é muito comum que esses mesmos relacionamentos nos proporcionem as maiores agonias. A vida é repleta de pressões e, como afirmou Jean-Paul Sartre, ser humano é ser ansioso. Estamos sempre preocupados com a saúde, o trabalho, o peso, as rugas. Quando prestamos atenção às conversas à nossa volta, é comum ouvir os comentários aflitivos das pessoas sobre os dilemas que atormentam algumas (ou várias) de suas relações. Se você está lendo este livro, é grande a chance de que já tenha ouvido conversas semelhantes, mesmo que apenas em sua mente. Minha experiência – no consultório e nas questões enviadas pelos leitores da revista – me diz que existe pelo menos um relacionamento em nossa vida que gostaríamos que nos trouxesse mais alegria ou que funcionasse com mais suavidade. Sabemos que as relações humanas são vitais para o nosso bem-estar. Se o pior nos acontecer, se perdermos tudo – o emprego, o dinheiro, a casa, até mesmo nossas preciosas fotografias ou cartas –, nossos relacionamentos e as lembranças que guardamos deles podem nos ajudar a recuperar a estabilidade, extraindo o que há de melhor em nós e proporcionando-nos a sensação de apoio incondicional de que necessitamos. Ansiamos pela paz que um bom relacionamento nos propicia. Então, como podemos favorecê-los em vez de dificultá-los? Os relacionamentos se complicam exatamente porque nós existimos em relação ao “Outro”. Nossa perspectiva de uma situação ou evento não é sempre igual à desse outro indivíduo. E a complicação extra é que existe ainda uma luta dentro de nós mesmos entre nosso consciente e nosso inconsciente. O primeiro deseja um parceiro; o segundo se lembra de feridas antigas e se apavora. Nosso consciente deseja ser um bom pai; mas o inconsciente tem inveja de nossos filhos ou de suas oportunidades ou tem medo de ser rejeitado por eles. Nosso consciente deseja um emprego seguro, com uma renda garantida; nosso inconsciente morre de medo de se sentir preso a um trabalho pouco interessante. Para complicar ainda mais a situação, o século XXI assistiu à chegada de algo que, a princípio, parecia um facilitador de bons relacionamentos: as mídias sociais. De certa maneira, Facebook, Twitter, e-mails, etc. exerceram influências positivas no modo como conduzimos nossas inter-relações. Entretanto, tudo isso também aumentou as complicações. Estamos perdendo nossa habilidade de nos relacionar. Ao nos escondermos atrás de uma conta em uma mídia social, deixamos escapar a oportunidade de ficar cara a cara com pessoas reais e perdemos a alegria do entendimento não verbal, da linguagem corporal e das expressões faciais. Como resultado, temos de fazer grande esforço para enfrentar situações nas quais esse tipo de interação é essencial. Este livro vai demonstrar que sabotamos nossos relacionamentos, involuntariamente, devido aos nossos próprios medos. Nossa criança interior é capaz de sequestrar nossas respostas emocionais a certas situações. Quando os relacionamentos nos atrapalham ou nos causam angústia, precisamos recuar um pouco para enxergar nosso papel nessa relação. Entender de onde vêm nossa dor, nosso medo e nossa carência é o primeiro passo para ajudar a enfraquecer o poder que esses sentimentos têm sobre nós. Quando conhecemos bem a nós mesmos, fica mais fácil estar num relacionamento e fazê-lo funcionar plenamente. E embora essa tarefa de autoconhecimento possa parecer assustadora, dedicar-se a ela pode ser bastante compensador. São questões que afetam todas as pessoas da mesma forma. Ninguém está imune. Como lidar com meu chefe, um homem tão assustador? Por que minha mãe fica horrorizada com minha mulher? Como fazer com que minhas enteadas gostem do meu filho? O que fazer em relação àquele amigo que exerce má influência sobre mim? Como minha esposa e eu podemos manter contato com nosso neto? O que fazer em relação à minha cunhada controladora? Como gostar mais de mim e aumentar minha autoestima? Decifrar as ideias e a psicologia por trás dessas e de outras questões pode trazer respostas às grandes perguntas da vida. É verdade que há pessoas que parecem ter mais habilidade para se relacionar. Mas, pela minha experiência, isso não se deve a sorte ou ao temperamento delas, mas ao fato de que elas implementam maneiras bem-sucedidas de interagir com os outros. Elas valorizam seus relacionamentos e investem seu tempo neles. Estão sempre procurando uma forma de fazê-los dar certo. Mas, acima de tudo, elas valorizam e respeitam a si mesmas. Têm conhecimento de quem são ou, pelo menos, de quem estão se esforçando para se tornar (de certa maneira, toda a nossa vida é apenas um longo processo de “nos tornarmos”). Neste livro, vou explorar os relacionamentos para mostrar que, ao nos conhecermos melhor, podemos começar a melhorar as relações interpessoais. Você vai descobrir que alguns relacionamentos podem, sem esforço algum, nos trazer enorme alegria, enquanto outros precisam ser trabalhados. Que há aqueles que já passaram do período de validade e que podemos nos permitir deixá-los para trás. Espero que, com a leitura dos exemplos e casos aqui descritos, mostrando a luta de outros indivíduos em suas interações com pais, irmãos, amantes, velhos amigos e colegas de trabalho, eu possa inspirá-lo a resolver os seus dilemas pessoais e a experimentar relacionamentos mais plenos para conquistar uma vida melhor. CAPÍTULO 1 Nós mesmos O relacionamento de cada um de nós com o próprio Eu é para sempre. Ele tem o potencial de ser a relação mais recompensadora que podemos experimentar e pode gerar sentimentos de completa realização e contentamento. Quaisquer que sejam as circunstâncias, o único indivíduo que vai acompanhá-lo para sempre, por todos os altos e baixos, por todas as alegrias e tristezas da vida, é Você. Apesar disso, um número enorme de pessoas deixa-se limitar por uma baixa autoestima, o que compromete tanto sua disposição quanto seu comportamento. Se viver é buscar constantemente uma vida autêntica, precisamos assumir a responsabilidade por nós mesmos e pelas opções que fazemos. Entretanto, para fazermos escolhas boas e saudáveis para a vida, precisamos nos amar e nos conhecer um pouco melhor. Mas, na verdade, é mais do que isso. Trata-se de desenvolver a habilidade de ficarmos satisfeitos com o que nos acontece, com nossa aparência, com nossos planos, nosso trabalho, nossos outros relacionamentos, nossa trajetória de vida. Tem a ver com aprender a amar a nós mesmos também nos momentos em que as coisas não saem conforme o planejado – quando cometemos erros ou nos sentimos magoados ou inadequados. Trata-se também de reconhecer que, como adultos, ninguém além de nós é responsável por nossas vidas e por nossos sentimentos; que, muitas vezes, procuramos alguém ou algo (álcool, comida, jogo, pornografia) para preencher o vazio de nossa existência, quando é dentro de nós, em nossas emoções, que encontraremos aquilo de que necessitamos. Somos agentes da nossa própria felicidade e da nossa capacidade de amar e ser
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