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Como o racismo criou o Brasil PDF

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Copyright © 2021 por Jessé José Freire de Souza Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem autorização por escrito dos editores. edição: Pascoal Soto preparo de originais: Rafaella Lemos revisão: Luis Américo Costa e Tereza da Rocha projeto gráfico, diagramação e capa: Natali Nabekura imagem de capa: Rapha Baggas foto do autor: © Claudia Araujo adaptação para e-book: Hondana CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ S715c Souza, Jessé, 1960- Como o racismo criou o Brasil [recurso eletrônico] / Jessé Souza. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Estação Brasil, 2021. recurso digital Formato: e-book Requisitos do sistema: conteúdo autoexecutável Modo de acesso: world wide web ISBN 978-65-5733-011-1 (recurso eletrônico) 1. Classes sociais - Brasil. 2. Negros - Condições sociais - Brasil. 3. Racismo - Brasil. 4. Discriminação social - Brasil. 5. Livros eletrônicos. I. Título. 21-71455 CDD: 305.896081 CDU: 316.347(81) Leandra Felix da Cruz Candido - Bibliotecária - CRB-7/6135 Todos os direitos reservados, no Brasil, por GMT Editores Ltda. Rua Voluntários da Pátria, 45 – Gr. 1.404 – Botafogo 22270-000 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 2538-4100 – Fax: (21) 2286-9244 E-mail: [email protected] www.sextante.com.br Sumário Prefácio O QUE É RACISMO, AFINAL? Parece emancipação, mas é só uma fraude neoliberal: sobre “lugar de fala”, “representatividade” e afins O sequestro da linguagem da emancipação Afinal, onde está a estrutura do “racismo estrutural”? A moralidade como fundamento da vida social e de todo racismo A SINGULARIDADE DA MORALIDADE NO OCIDENTE O judaísmo antigo O nascimento do cristianismo A revolução protestante A moralidade pós-religião A luta pelo reconhecimento social A semente hegeliana O reconhecimento social como motor das lutas políticas Entre moralidade e racismo O RACISMO MULTIDIMENSIONAL O racismo global Do racismo científico ao culturalismo que ainda tenta não ser racista Um novo racismo para um novo império: o racismo cultural As bases racistas da nova ciência mundial americana O racismo cultural dos povos colonizados A crítica ao culturalismo Por uma teoria crítica e não racista do mundo contemporâneo O amálgama entre racismo de classe e de raça: a criação do burguês, do trabalhador e do marginal O racismo racial no comando da sociedade brasileira A ideologia do branqueamento O contraponto antirracista e a revolução de Vargas A metamorfose do racismo em falso moralismo anticorrupção O aprendizado interrompido: Diretas Já, o impedimento de Collor e a construção do PT encampando o falso moralismo Bolsonaro e a explosão do racismo popular brasileiro Conclusão Notas Prefácio “As oito e meia da noite eu já estava na favela respirando o odor dos excrementos que mescla com o barro podre. Quando estou na cidade tenho a impressão que estou na sala de visita com seus lustres de cristais, seus tapetes de viludos, almofadas de sitim. E quando estou na favela tenho a impressão que sou um objeto fora de uso, digno de estar num quarto de despejo.”1 N este livro defendo a tese de que o racismo racial é o elemento central da sociedade brasileira moderna e o grande responsável pelo atraso moral, social e político do Brasil. No entanto, não é fácil demonstrar e verdadeiramente explicar como esse fenômeno acontece. Sempre haverá alguém que dirá: “Mas isso eu sempre soube!” Só que, na verdade, quem diz isso tem uma mera intuição, uma crença, a qual não consegue demonstrar. Isso ocorre porque o racismo racial muitas vezes – se não na maioria delas – assume outras formas para poder continuar existindo. Os que acham que essa convicção basta esquecem que o racismo racial pode ser exercido das mais variadas maneiras, disfarçado, por exemplo, de “moralismo anticorrupção” ou de “guerra contra o crime” – e serão a vida inteira feitos de tolos pelas máscaras que ele assume para continuar bem vivo fingindo que está morto. A história do Brasil moderno é a história dessas máscaras. Para superar a dimensão da mera “convicção”, afetiva e desinformada, é necessário reconstruir não somente o que o racismo destrói nas pessoas, mas também todas as múltiplas formas que ele assume. Sem isso, não compreenderemos como ele adota esses disfarces para continuar enganando as pessoas. Além disso, é fundamental explicar que, se o racismo racial pode assumir outras máscaras, então existem, obviamente, manifestações não raciais do racismo, que produzem o mesmo efeito destruidor e deletério nas pessoas. Por conta disso, temos que compreender o que é o racismo em sua dimensão mais genérica, o que ele destrói nas pessoas e, em seguida, aprender a identificá-lo em todas as suas roupagens. É esse trajeto que faremos neste livro. Minha ambição é verdadeiramente explicar o racismo, tanto o racial quanto o multidimensional. Isso significa reconstruir sua gênese histórica e demonstrar sua dinâmica e sua função social na manutenção da opressão e da humilhação de indivíduos e grupos sociais. Minha tese é a de que até hoje, tanto no Brasil quanto fora dele, as tentativas de explicar o racismo se reduziram, no entanto, a meramente comprovar que ele existe. Porém as estatísticas já fazem isso ao mostrar o tratamento desigual legado aos negros em todas as dimensões da vida e demonstrar a existência do privilégio branco. É preciso ir além da mera comprovação de que ele existe. É necessário compreender sua gênese histórica e seu papel nas relações sociais. É porque o racismo é um grande mistério que existe todo tipo de confusão em relação a ele, como a invenção de um “lugar de fala” autorizado e a pretensão de “representar” outros sem a devida procuração das vítimas, já convenientemente silenciadas. Neste livro enfrentaremos todos esses mitos e fantasmas. A única maneira de verdadeiramente explicar o racismo é

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