DADOS DE ODINRIGHT Sobre a obra: A presente obra é disponibilizada pela equipe eLivros e seus diversos parceiros, com o objetivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêmicos, bem como o simples teste da qualidade da obra, com o fim exclusivo de compra futura. É expressamente proibida e totalmente repudíavel a venda, aluguel, ou quaisquer uso comercial do presente conteúdo. Sobre nós: O eLivros e seus parceiros disponibilizam conteúdo de dominio publico e propriedade intelectual de forma totalmente gratuita, por acreditar que o conhecimento e a educação devem ser acessíveis e livres a toda e qualquer pessoa. Você pode encontrar mais obras em nosso site: eLivros. Como posso contribuir? 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Crítica cinematográfica. 3. Livros eletrônicos. I. Simmer, Carolina. II. Título. 21-70353 CDD: 791.43 CDU: 791.32.072.3 Camila Donis Hartmann – Bibliotecária – CRB-7/6472 Texto revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Título original: Talking pictures: how to watch movies Copyright © 2017 by Ann Hornaday Copyright da tradução © 2021 by Editora Best Seller Ltda. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, no todo ou em parte, sem autorização prévia por escrito da editora, sejam quais forem os meios empregados. Direitos exclusivos de publicação em língua portuguesa para o Brasil adquiridos pela EDITORA BEST SELLER LTDA. Rua Argentina, 171, parte, São Cristóvão Rio de Janeiro, RJ – 20921-380 que se reserva a propriedade literária desta tradução Produzido no Brasil ISBN 978-65-5712-060-6 Seja um leitor preferencial Record Cadastre-se no site www.record.com.br e receba informações sobre nossos lançamentos e nossas promoções. Atendimento e venda direta ao leitor: [email protected] Para Dennis que me ajuda a ver o mundo de um jeito novo, todos os dias S UMÁRIO Introdução U Roteiro M D Atuação OIS T Design de produção RÊS Q Fotografia UATRO C Edição INCO S Som e música EIS S Direção ETE E Valeu a pena? PÍLOGO A Documentários e dramas baseados em histórias reais NEXO Agradecimentos Notas Bibliografia e leituras sugeridas Índice I NTRODUÇÃO N deparamos com algumas perguntas ÓS, CRÍTICOS DE CINEMA, NOS inevitáveis quando cambaleamos até o mundo ensolarado fora das salas de projeção escuras em que passamos tanto tempo. A primeira, quase sempre, é: “Crítico de cinema, nossa, como você arrumou esse emprego?” (O que ele quis dizer: “Como eu também posso ganhar dinheiro passando o dia inteiro assistindo a filmes?”) A resposta, no meu caso, é: por pura sorte. Não cresci como uma cinéfila de carteirinha. Eu preferia ler e fugir dos passatempos normais da minha família nos fins de semana, como jogos de tabuleiro, carteado e assistir a partidas de futebol americano das ligas de faculdade do Iowa na televisão, optando por mergulhar em A espiã e, na adolescência, em On the road: pé na estrada e Zen e a arte da manutenção de motocicletas. Eu ia ao cinema, claro: Fantasia, Mary Poppins e Oliver! na infância; O jovem Frankenstein e Banzé no oeste aos 14 anos (ainda me lembro do frisson de escutar Robert Redford falando palavrão quando eu e meus amigos fomos assistir a Butch Cassidy e ficamos facilmente horrorizados como os jovens que éramos). Uma das minhas experiências cinematográficas mais educativas foi mérito de uma babá querida, que me levou para assistir a Vitória amarga no Varsity Theatre, próximo da Universidade Drake, apenas pela teatralidade de Bette Davis roubando vorazmente a cena como uma festeira rica que sucumbe de forma elegante a um tumor cerebral. Mas eu não comia, dormia e respirava pensando em cinema, como tantas pessoas da minha idade que, mais tarde, se tornariam minhas colegas de profissão. Em vez disso, foi a carreira de escritora que me levou à de crítica: depois de me formar na Smith College com um diploma em administração pública, me mudei para Nova York em busca de um emprego como jornalista. Trabalhei na revista Ms. Magazine como pesquisadora e, por dois anos maravilhosos, como assistente administrativa de Gloria Steinem. Foi Gloria quem me incentivou a virar freelancer, porque ela acreditava que a liberdade e a variedade desse tipo de trabalho era muito gratificante e lhe ajudou a descobrir sua própria voz no início da carreira como escritora. Quando finalmente tive coragem de aceitar o conselho, uma bela revista nova-iorquina sobre cinema, chamada Premiere, tinha acabado de ser lançada. Comecei a escrever sobre cineastas para a seção Cameo — editada com extremo bom gosto pela poetisa April Bernard —, montando biografias curtas de personalidades como o documentarista Albert Maysles, a figurinista Ellen Mirojnick, a diretora de elenco Margery Simkin, entre outros. Dentro de poucos anos, comecei a escrever matérias sobre cinema para a seção de artes do The New York Times, para a qual entrevistei os documentaristas Joe Berlinger e Bruce Sinofsky, o cineasta experimental Jem Cohen, os diretores recém-descobertos Noah Baumbach e Ang Lee, e um ator, então pouco conhecido, chamado Stanley Tucci. Isso tudo foi para explicar que, tirando o ano que passei estudando produção e história do cinema na Universidade da Geórgia como bolsista da Pew National Arts Journalism Fellowship, aprendi sobre meu ofício trabalhando, e também por meio de visitas frequentes à locadora de vídeos mais próxima (lembra delas?). Quando fui convidada para ocupar o cargo de crítica de cinema do jornal Austin American- Statesman, em 1995, já tinha assistido a filmes suficientes — e aprendido o bastante sobre seus criadores — para ter a confiança de que seria capaz de avaliá-los de forma justa e bem-informada. Mais do que isso, meu passado como não especialista permitia que minha abordagem sobre os filmes fosse semelhante à dos meus leitores, que, mesmo na cultura norte-americana fanática por cinema, assistem em média a apenas cinco ou seis filmes fora de casa por ano.1 Mesmo assim, nunca vou me esquecer da experiência apavorante de sentar para escrever minha primeira crítica oficial — de Um sonho sem limites, dirigido por Gus Van Sant, uma sátira baseada em histórias reais sobre assassinato, autoilusão e fama pós-moderna, estrelando Nicole Kidman. Tinha adorado o filme, disso eu estava certa. A pergunta era: por quê? Na redação do Statesman, enquanto eu encarava o cursor que piscava insistentemente, minha mente parecia tão em branco quanto a tela do computador. Como é que eu poderia explicar para milhares de leitores — com faixas etárias, estilos de vida, gostos e temperamentos completamente diferentes — por que aquele filme era tão brilhante? Como poderia quantificar as maneiras como a atuação de Kidman era tão perspicaz e sensata, ou provar que Van Sant tinha interpretado a peça sarcasticamente engraçada de Buck Henry de forma habilidosa? Por sorte, recebi um conselho — antes de me mudar para Austin — que me ajudou a seguir em frente, uma recomendação que me serviu bem nos vinte anos seguintes. Em uma das minhas muitas festas de despedida, meu querido amigo e colega de profissão David Friedman me puxou para um canto para compartilhar uma dica que ele mesmo recebera anos antes, quando se tornara crítico televisivo no noticiário Philadelphia Daily News. “Antes de escrever qualquer crítica”, disse David, “faça três perguntas a si mesma: ‘O que o artista queria alcançar?’, ‘Ele foi bem- sucedido?’ e ‘Valeu a pena?’”. Mais tarde, descobri que David estava parafraseando Goethe, que tinha uma visão semelhante sobre como