SUMÁRIO Agradecimentos Prefácio da Autora Introdução PARTE 1 A ESTRUTURA DA HISTÓRIA Juntando as Ideias A Estrutura em Três Atos: Por Que e Como Utilizá-la O Segundo Ato: Como Mantê-lo em Movimento Como Criar Cenas Criando um Roteiro Coeso PARTE 2 O DESENVOLVIMENTO DA IDEIA Transformando seu Roteiro em Algo Vendável A Criação do Mito PARTE 3 A CONSTRUÇÃO DOS PERSONAGENS Da motivação ao Objetivo: Encontrando a Espinha Dorsal do Personagem Procurando o Conflito Criando Personagens Bem Dinensionados A Função dos Personagens PARTE 4 ESTUDO DE CASO A Caminho do Oscar: Um estudo de Caso - A Reescrita do Roteiro Epílogo Linda Seger Voltar ao Sumário AGRADECIMENTOS Meus agradecimentos Ao Dr. Leonard Felder, pelo título, e por editar a segunda edição deste livro; À Cynthia Vartan, por editar a primeira edição deste livro; À Dara Marks por sua franca interação com o material, encorajamento e apoio constante; Aos revisores da segunda edição — Sharon Cobb, Carolyn Miller e Treva Silverman e aos revisores da primeira edição — Mary Beth Gaik, Mark Gerson e Lindsay Smith. Agradeço a vocês por suas idéias, contribuições e por toda ajuda; À Cathleen Loeser e a Chris Vogler, pela ajuda com o capítulo 6; A Bill Kelley e David Bombyk, pelas informações e pelos dois memoráveis jantares, quando trocamos idéias, sobre o filme A Testemunha. À Pamela e a Earl Wallace, que me forneceram as informações adicionais para essa segunda edição; À Columbia Pictures e a Larry Gelbart, Don McGuire e Murray Schisgal, por permitirem as citações do roteiro de Tootsie; À Horizon Films, pela permissão de uso das citações extraídas do roteiro de Uma Aventura na África; À Universal/MCA e a Peter Benchley, pela permissão de uso das citações extraídas do roteiro de Tubarão; à Universal e à Ambling Entertaine-ment, a Bob Gale e Robert Zemeckis pela permissão de uso das citações extraídas do roteiro do filme De volta para o Futuros À Paramount Pictures, pela permissão de uso das citações extraídas do roteiro do filme A Testemunha; A George Lucas e à Lucas Film Ttd, pela permissão de uso das citações extraídas do roteiro do filme Os caçadores da Arca Perdida. E, como sempre, ao meu marido, Peter Le Var, por sua constante afeição, por seu amor e por todas aquelas maravilhosas mensagens nas costas, que me ajudaram a continuar a escrever. 4 Voltar ao Sumário PREFÁCIO DA AUTORA Quando escrevi a primeira edição de Como Aprimorar um Bom Roteiro, já existiam inúmeros livros sobre redação de roteiros no mercado. Porém, notei que nenhum deles discutia o importante processo que explica como reescrever um roteiro. Assim, decidi voltar o foco do meu livro para esse processo. Entretanto, tão logo comecei a receber comentários de leitores sobre o livro, descobri, para minha surpresa, que estava sendo muito usado não só por roteiristas que queriam aprender a escrever um roteiro, mas também por roteiristas mais experientes, ganhadores de Oscars, que encontravam problemas com o processo de reescrita. A primeira edição, contudo, não fornecia todas as informações necessárias para quem quisesse criar um roteiro, desde o primeiro rascunho até o roteiro final, utilizado durante as filmagens. Faltava o primeiro passo do processo de escrita: juntar as idéias. Outro assunto muitos não havia sido abordado era a criação das cenas. Assim, decidi que já era tempo de fazer uma nova edição. Uma vez que a primeira sem dúvida alguma, estava sendo bastante útil para muitos roteiristas, queria torná-la o mais completa possível, sem mexer naquilo que já estava bom. A segunda edição é essencialmente igual a primeira. A diferença está no acréscimo de dois capítulos novos, de alguns exemplos de filmes mais atuais e de informações adicionais nos capítulos existentes. Nesta edição o leitor encontrará uma discussão mais ampla sobre o tema, a sequência de créditos, a cena central e a montagem. Mantive os exemplos principais pois se baseiam em três filmes que desafiam a passagem do tempo: Uma aventura na África, A Testemunha e Tootsie. Na primeira edição não tive permissão para fazer citações do filme A Testemunha. Nessa edição a Paramount Studios gentilmente me concedeu permissão para fazer uso do roteiro, o que permitiu que eu pudesse desenvolver ainda mais os conceitos mostrados na primeira edição. Agradeço a todos os leitores que elogiaram a primeira edição, e espero que continuem a apreciar e aprender Como Aprimorar um Bom Roteiro. 5 Voltar ao Sumário INTRODUÇÃO Não basta somente uma boa idéia para a criação de um grande roteiro. Também de nada adianta apenas colocar essa idéia no papel. Na redação de roteiros, mais do que em qualquer outra forma de redação, o que faz com que um bom roteiro se torne excelente não é só o modo como ele é escrito, mas também como é reescrito. Os princípios que regem o processo de redação de roteiros são basicamente os mesmos empregados no processo de reescrita. Se você estiver escrevendo seu primeiro roteiro, este livro irá ajudá-lo a desenvolver sua habilidade de criar histórias dramáticas e interessantes. Se já for um escritor experiente, este livro irá ajudá-lo a articular aquelas habilidades que você intuitivamente já utiliza. E se você, por acaso, estiver sentindo uma enorme dificuldade em avançar no processo de reescrita de algum roteiro, sem saber ao certo que rumo deve tomar, este livro irá ajudá-lo a analisar e superar esse obstáculo, resolvendo os eventuais problemas existentes e fazendo com que você retome o caminho certo. Este livro irá conduzi-lo ao longo de todo o processo, desde o momento em que surge a primeira centelha de uma idéia, até o final do processo de reescrita de um roteiro. Quando você começa a escrever, precisa saber como organizar suas idéias, como criar uma história interessante, como criar personagens bem dimensionados, que tenham apelo e mereçam sua atenção por umas duas horas. Mas, acima de tudo, você precisa saber como reescrever seu roteiro quando estiver terminado — pois, se você escrever um roteiro, pode ter certeza que precisará reescrevê-lo. Faz parte da natureza do negócio. A não ser que você seja um escritor que só escreve para si mesmo, e depois guarda seus roteiros no fundo da gaveta, você se pegará revisando e reescrevendo seus roteiros por inúmeras vezes. A primeira vez, você vai reescrevê-lo para deixar o primeiro esboço “redondinho”. Então, seus amigos lhe darão algumas sugestões e você vai reescrevê-lo de novo, para deixá-lo um pouco melhor. Seu agente certamente vai lhe dar algumas sugestões também, visando aumentar o apelo comercial do roteiro, e você, mais uma vez, vai reescrevê-lo para incorporar essas ideias. O produtor e o patrocinador vão pedir que você o reescreva, pois também querem ver sua participação refletida no roteiro. E ainda tem os atores, que lhe trarão outro tipo de ideias, dizendo o que “funciona bem para eles”, e por isso também vão pedir que você altere “uma coisinha aqui e outra acolá”. Ora, tudo isso é maravilhoso, desde que você saiba o que reescrever, e tenha certeza de que cada vez que fizer isso estará melhorando seu roteiro. Porém, infelizmente, é rarissimo ver isto acontecer. Na verdade, muitos se sentem como aquele cara que resolveu ser um roteirista porque já estava cansado de ver tanta coisa ruim na televisão e no cinema. “Com certeza posso fazer bem melhor que isso!”, pensou ele. Certo dia, depois de submeter seu roteiro a um produtor, e de vê-lo ser 6 Voltar ao Sumário recusado, ele protestou: “Mas este roteiro é muito melhor do que tudo que já vi!”. “Com certeza”, respondeu o produtor, “Qualquer um pode escrever coisa melhor que os roteiros que você tem visto. O segredo não é só escrever, mas escrever de um modo tão brilhante que, mesmo depois que toda a equipe arruinar seu roteiro, tentando reescrevê-lo, ele ainda assim mereça ser produzido.” Esta é a mais pura verdade. Muitos roteiros vão piorando, e não melhorando, a cada vez que são reescritos. Quanto mais se afastam do original, mais confusos se tornam. Parece que que começam a perder sua mágica. Lá pela quinta vez em que é reescrito, o ritmo se perde, e alguns elementos começam a não fazer mais sentido. Depois de umas 10 tentativas de reescrevê-lo, a história ficará totalmente diferente, e ninguém mais vai se interessar me fazer o filme. A solução parece bem simples: “Ora, não reescreva!”. Infelizmente, você não tem essa opção. A maior parte dos roteiros, mesmo o que contam com toda a magia e criatividade que se possa colocar no primeiro esboço, não ficam bons logo de cara. Alguns são redundantes, outros são muito longos e fica impossível transformá-los num bom filme, que possa ser comercializado. Às vezes, falta alguma coisa na criação de determinada passagem – desenvolver mais algum, completar uma linha de diálogo do personagem, finalizar um enredo secundário. Alguns roteiristas tem no primeiro esboço apenas a semente de uma ideia que só vai nascer e desabrochar se o escritor mergulhar mais fundo na história. Sem passar pelo processo de ser reescrito, todas essas questões permanecem sem solução. Portanto, qual seria a resposta para essa questão? Ou melhor, será que existe mesmo uma resposta? Ora, a solução não é assim tão dificil quanto parece: basta reescrever apenas o que não ficou bom e deixar o resto como estava. O difícil é se limitar a fazer isto, pois temos que resistir a tentação de ficar trabalhando o texto cada vez mais, num processo que parece não ter fim. Significa também não se deixar levar por alguma ideia nova e diferente, que pode até ser muito boa, mas não resolve o problema que estamos tentando solucionar. Em outras palavras, resume-se em mofificar apenas aquilo que não ficou bom, em vez de ficar mexendo no roteiro todo. Isto significa que devemos nos ater à ideia criativa original do roteirista, que por sinal já é “muito boa, obrigado”. As sugestões devem apenas ajudar a manter o roteiro em sua “trilha original”, e não permitir que se desvie dela. Mas como fazer isso? Este livro foi escrito justamente para tratar desse assunto. Seu intuito é definir o que significa “manter-se na trilha” e determinar quais são as diretrizes que se deve seguir, para fazer com que um bom roteiro fique ainda melhor. Foi concebido para ensinar como se fazer para escrever e reescrever um roteiro com eficiência e rapidez, sem perder ao longo desse processo a magia da criação, desde o primeiro esboço até o roteiro final, que será usado na filmagem. O foco do meu trabalho como consultora de roteiros tem sido, quase que exclusivamente, trazer roteiros para a trilha certa, resolvendo os problemas, mas preservando sua criatividade original. Tenho trabalhado dessa forma com centenas de roteiros de filmes para cinema e televisão, desde miniséries, novelas, filmes de terror, aventura, sitcoms e comédias de modo geral, dramas e até filmes de fantasia. O desafio é sempre o mesmo: como fazer com que o próximo esboço do roteiro 7 Voltar ao Sumário fique bom. O processo também é o mesmo, não importa com quem eu esteja trabalhando: roteiristas, produtores, diretores ou executivos da indústria de entretenimento. Juntos, analisamos quais são as dificuldades, definimos os conceitos a serem trabalhados, e procuramos soluções para que o esboço fique bom. Já trabalhei com inúmeras pessoas dentre as mais criativas e bem sucedidas nesse ramo, e percebi que problemas na hora de escrever e reescrever roteiros podem acontecer com todo mundo, mesmo com os mais experientes. Geralmente, as dificuldades surgem porque os problemas não foram devidamente detectados ou analisados, antes de começar a reescrever o roteiro. Em decorrência disso, muitas vezes o diretor vem e manda reescrever o segundo ato, por exemplo. Mesmo assim ele continua insatisfeito, e conclui então que o problema é com o personagem principal. Daí, novas alterações são feitas visando resolver essa questão. Em seguida, mais modificações são introduzidas na tentativa de consertar o enredo secundário. Mas o enredo secundário, depois de reescrito, acaba tirando o roteiro principal dos trilhos, e daí começa tudo de novo. Como roteiro só funciona como um todo, é claro que as alterações feitas em uma parte afetam as demais. Meu trabalho como consultora é identificar e analisar esse tipo de problema, antes de começar a reescrever um roteiro, e trabalhar em conjunto com todos os envolvidos no processo de criação para que os problemas sejam de fato resolvidos. Descobri que o processo de reescrever roteiros não é algo indefinido, mágico, ou aleatório, que pode ou não funcionar. Existem elementos bem específicos que são indispensáveis para aprimorar um bom roteiro, elementos esses que podem e devem ser conscientemente analisados e melhorados. Naturalmente, como cada roteiro é único, os problemas que surgem são diferentes. Seria impossível escrever um livro com todos os passos para a criação de um roteiro perfeito. O processo de criação não segue um esquema rígido, e este livro não foi concebido para fornecer regras e formulas que possam ser seguidas mecanicamente. Entretanto, posso afirmar, pela minha experiência como consultora, que os tipos de problemas que surgem nos roteiros são recorrentes. São problemas de expressão, problemas com o momentum ou problemas com uma ideia específica que não foi suficientemente desenvolvida. São problemas que podem fazer a diferença entre vender um roteiro e receber mais uma carta de recusa, ou entre o sucesso comercial e o fracasso de bilheteria. Para compreender melhor como esses problemas foram resolvidos nos grandes roteiros vou tomar como exemplo alguns dos filmes mais primorosos e bem sucedidos. Muitos são os mesmos que serviram de exemplo na primeira edição desse livro, mas dessa vez me concentrei em alguns deles, como: A testemunha, Uma aventura na África e Tootsie. Esses são filmes que escapam à barreira do tempo, servem como ótima fonte de aprendizado, além de serem um bom entretenimento, pois podem ser assistidos várias vezes, sem cansar, só de estudá-los muito se aprende sobre a arte e o ofício de escrever roteiros. Eu me utilizo também de exemplos tirados dos filmes Tubarão, Guerra nas Estrelas e De volta para o futuro, que continuam a ser os melhores filmes para ajudar a compreender questões relacionadas a prognóstico dos problemas e desfechos. 8 Voltar ao Sumário Acrescentei, nesta edição, um exemplo extraído do filme Os caçadores da Arca Perdida, e fiz comentários sobre alguns filmes mais recentes, como Os imperdoáveis, A lista de Schlinder e O fugitivo. Além desses, faço menções menos detalhadas a filmes como E o vento levou, Atração fatal, O caça fantasmas e Por favor, matem minha mulher. Todos foram sucessos de bilheteria e conseguiram algum elogio da crítica. Além disso, particularmente os considero ótimos exemplos para quem quer aprender a fazer filmes. São filmes muito bem estruturados, com ideias bem trabalhadas e personagens bem dimensionados. Contudo, não são fórmulas: são filmes criativos, artísticos e bem elaborados. Para aqueles que não assistiram, recomendo que o façam. Você deve procurar se familiarizar com eles, pois, em cada capítulo vamos analisar algumas de suas características com alguma profundidade. Pode estar certo de que, além de descobrir porque foram tão bem sucedidos e como isso aconteceu, você também vai se divertir. Acredito piamente que, para criar um bom filme, que tenha alguma coisa a dizer e que seja de boa qualidade, duas coisas são necessárias: um roteiro bem escrito e que passe por um processo bem trabalhado na hora de ser reescrito. Com alguma criatividade e uma boa ideia é possível fazer um bom roteiro. Mas o objetivo desse livro, no entanto, vai além disto. Queremos mostrar como aprimorar um bom roteiro. Mãos à obra! 9 Voltar ao Sumário PARTE 1 A ESTRUTURA DA HISTÓRIA