1 MAISA SALES GAMA TOBIAS ALBERTO CARLOS DE MELO LIMA (Organizadores) 2 3 Belém Unama 2012 URBANIZAÇÃO & MEIO AMBIENTE c 2012, UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA Reitora Ana Célia Bahia Silva Pró - Reitor de Ensino Evaristo Clementino Rezende dos Santos Pró - Reitora de Pesquisa, Pós- Graduação e Extensão Núbia Maria de Vasconcelos Maciel Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano - PPDMU Maisa Sales Gama Tobias - Coordenadora Comissão Editorial desta edição Alberto Carlos de Melo Lima Ivanéia Corrêa da Silva Maisa Sales Gama Tobias Maria Miranda Rioma Sarges Rebelo Criação de capa Aurélio Tanoue de Almeida Roberto Bibas Fialho Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica Elailson Santos Fotos: Helder Leite Revisão Mirna Lúcia Araújo de Moraes Normalização 4 5 Maria Miranda Produção Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano Distribuição /Assinaturas/ Intercâmbio Editora UNAMA - EDUNAMA Av. Alcindo Cacela,287 CEP 66.060-902 Belém- Pará Telefone (91) 40093145 Fax: (91) 4009319 http://www.unama.br [email protected] Campus Alcindo Cacela Campus BR Campus Senador Lemos Campus Quintino Av. Alcindo Cacela, 287 Rod. BR-316, Km 3 Av. Senador Lemos, 2809 Trav. Quintino Bocaiúva, 1808 Agradecemos a todos os pesquisa- 66060-902 - Belém-Pará 67113-901 - Ananindeua-Pará 66120-901 - Belém-Pará 66035-190 - Belém-Pará Fone: 91 - 4009-3000 Fone: 91 - 4009-9200 Fone: 91- 4009-7100 Fone: 91 - 4009-3344 dores que contribuíram com seus Fax: 91 - 3225-3909 Fax: 91 - 4009-9300 Fax: 91 - 4009-7153 Fax: 91 - 4009-3349 artigos para elaboração desta coletâ- T629u Tobias, Maisa Sales Gama nea, assim como ao Comitê Editorial Urbanização & meio ambiente / Maisa Sales Gama Tobias e Alberto Carlos de Melo Lima e a Editora UNAMA da Universidade (Orgs.). – Belém: Unama, 2012. da Amazônia pelo trabalho realizado. 349 p. ISBN 978-85-7691-138 Maisa Sales Gama Tobias 1.Urbanização. 2. Impactos ambientais - Amazônia. 3. Desenvolvimento humano. 4. Aces- Coordenadora do Mestrado em sibilidade. I. Lima, Carlos Alberto de Melo. II. Título. Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano CDD 307.76 S UMáRIO APLICAÇÃO DO DESENHO UNIVERSAL EM VIAS PÚBLICAS: o caso da Avenida Duque de Caxias, em Belém-Pa 11 NUNES, M. C. R. G.; TOBIAS, M. S. G. MODELO DE ACESSIBILIDADE EM AMBIENTE SIG COMO SUPORTE À TOMADA DE DECISÃO EM INVESTIMENTOS EM INFRAESTRUTURAS URBANAS: o caso de Santarém-PA 25 TOBIAS, M. S. G.; RAMOS, R. A. R.; RODRIGUES, D. S. FORMAS DE SEGREGAÇÃO SOCIOESPACIAL EM ÁREAS DO ENTORNO DOS GRANDES EMPREENDIMENTOS NA AMAZÔNIA 41 NOGUEIRA, I.C.G.; VASCONCELLOS, A. M. A. MUDANÇA NO COMPORTAMENTO HUMANO: um caminho para redução dos impactos ambientais urbanos 59 AQUIME, M. L. P.; PAIXÃO, C. J. AS UNIDADES INTEGRADAS PRÓ-PAZ (UIPPS) NA CIDADE DE BELÉM-PA E A PREVENÇÃO DA CRIMINALIDADE URBANA: 6 contribuições da segurança pública para a qualidade de vida 7 dos moradores das “áreas vermelhas” 73 CORRÊA, R. S.S. EFEITO DOS IMPACTOS DO MEIO URBANO NA QUALIDADE DA ÁGUA DE CANAIS NATURAIS: o caso do canal São Joaquim 95 CARVALHO, J. R. F.; LIMA, A. C. M.; COUTINHO NETO, B.; FERNANDES, L. L. CIDADES INTERMEDIÁRIAS NA AMAZÔNIA:uma breve caracterização 119 TOURINHO, H. L. Z.; CORRÊA, A. J. L. ESSE RIO É MINHA AVENIDA:transformações socioespaciais, elitização e exclusão em Belém-PA 141 COSTA, M. C. L.; LOBO, M. A. A. POLÍTICAS PÚBLICAS DE REGULARIZAÇÃO URBANÍSTICA E FUNDIÁRIA DA OCUPAÇÃO URBANA EM BELÉM: um estudo de caso no Residencial Parque União 167 CARDOSO, A.S.C.S.; CARDOSO, G. D. AMAZÔNIA, PARA ALÉM DA DISCUSSÃO ENTRE CAMPO E CIDADE: o Município de Tapauá/AM em foco 185 SOUZA, C. L.; RAVENA, N.; RAVENA-CAÑETE, V. P REFáCIO HIERARQUIA URBANA E DESENVOLVIMENTO HUMANO EM MUNICÍPIOS PARAENSES NO PERÍODO DE 1990 A 2010 205 VINAGRE, M. V. A.; VINAGRE, M.S.L. A ENTRE O PLANO E PRÁTICA: projeto urbanístico de Palmas 223 Amazônia é uma região imensa na sua extensão e diversida- SILVA, L. O. R. de e lidar com a diversidade regional e local é talvez o maior desafio do planejamento do desenvolvimento regional sus- INVESTIGAÇÕES DE CENÁRIOS GEOAMBIENTAIS PARA tentável: a especificidade da cultura, modo de vida, identi- IMPLANTAÇÃO DE CEMITÉRIOS EM AMBIENTE URBANO 239 dade, as territorialidades próprias e as características peculiares dos BELLO, L. A. L.; DE CAMPOS, T. M. P. ecossistemas nas sub-regiões determinam a necessidade da aborda- AGRICULTURA URBANA: Análise da experiência desenvolvida gem do desenvolvimento sustentável no nível das localidades. na comunidade do Curuçambá 259 Sob este aspecto, a cidade ocupa um lugar central no planeja- LEITE, G. M.; LOPES, M. L. B mento e o novo urbano supõe uma sociedade consciente e ambiental- mente envolvida na escolha dos caminhos a trilhar para um desenvol- O TRABALHO INFORMAL NA ORLA FLUVIAL DE BELÉM: um estudo do perfil socioeconômico dos trabalhadores vimento equilibrado, determinado pela economia, fundada no manejo ambulantes na praia do Outeiro 281 florestal múltiplo e na bioindústria, pela cultura e identidade florestais, SOUZA, C. A. S.; CORREA, R. R.; RIBEIRO, P.S. S. pelo reflorestamento do seu ambiente, pela preservação, não polui- ção/despoluição, das suas bacias hidrográficas, pela recuperação das USOS E FUNÇÕES NOS PARQUES PÚBLICOS URBANOS: matas ciliares e a revitalização dos rios e igarapés. uma reflexão 301 RABELO, P. F. R. Portanto, muito há de se estudar sobre o assunto e todas as 8 9 iniciativas são louváveis em busca de respostas ao problemas regionais POLÍTICAS DE PLANEJAMENTO E GESTÃO EM METRÓPOLES AMAZÔNICAS: vivenciados. No bojo das contribuições, tenho a honra de apresentar a estudos sobre a Região Metropolitana de Belém 317 Coletânea Urbanização & Meio Ambiente, que congrega diversas con- VELOSO, T. tribuições acadêmicas de pesquisadores envolvidos com a temática, REDE URBANA AMAZÔNICA: PEQUENOS CENTROS, principalmente, voltados para as pesquisas sobre os aspectos da ur- GRANDES COMPLEXIDADES: uma análise a partir de Cametá-PA 331 banização em cidades amazônicas. A obra aborda estudos acadêmicos PADINHA, MarceloRibeiro* envolvendo recursos hídricos, evolução urbana, transporte, impactos PADINHA, M.R.; OLIVEIRA, J.M.G.C. ambientais, políticas públicas, gestão ambiental e outros. Trata-se de enorme esforço de reflexão pautado em trabalhos de dissertação e em projetos de pesquisas desenvolvidos sobre a região. Assim, o leitor que aprecia o tema tem mais um suporte biblio- gráfico para os seus trabalhos e de pauta para as suas discussões no ambiente profissional e acadêmico. Profª Drª Maisa Sales Gama Tobias Coord. do Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano - UNAMA CC OO APLICAÇÃO DO DESENHO LL UNIVERSAL EM VIAS PÚBLICAS: EE o caso da Avenida Duque de Caxias, em Belém-PA TT ÂÂ NUNES, M. C. R. G.* NN TOBIAS, M. S. G.** EE AA RESUMO E ste artigo apresenta um estudo realizado para dissertação do mestrado defendida em 2009, cujo um trabalho acadêmico pro- curou estabelecer um modelo de avaliação da aplicação do de- senho universal em vias públicas na percepção dos técnicos e usuários quanto à eficácia do projeto em seus propósitos de garantia de cidadania e acessibilidade. O modelo de avaliação é o MAADU - Método de Avaliação da Aplicação do Desenho Universal - aplicado em situações 10 sob três dimensões de análise: a análise técnica do projeto da via pú- 11 blica; a análise dos usuários quanto a forma como os usuários utilizam e percebem o espaço da via pública e a análise dos grupos vulneráveis feita para avaliar o exercício da cidadania e a mobilidade das pessoas com necessidades especiais e mobilidade reduzida sobre a acessibilida- de na via pública. A avaliação permitiu, dentre outras coisas, observar a real necessidade de implantação do desenho universal em vias públi- cas, em projetos urbanísticos e, ainda, a importância de informar aos cidadãos sobre a utilização do espaço público, em especial, aos grupos vulneráveis. Os resultados proporcionaram subsídios para futuros proje- tos e construções com programas de necessidades equivalentes, consti- tuindo-se em suas recomendações um suporte técnico aos profissionais envolvidos na elaboração de projetos que atendam a essa demanda. Palavras-chave: Acessibilidade. Desenho universal. Vias públicas. * NUNES, Márcia Cristina Ribeiro Gonçalves Faculdade de Arquitetura, Universidade da Amazô- nia, Av. Alcindo Cacela 287, e-mail: [email protected]. ** TOBIAS, Maisa Sales Gama, Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano, Univer- sidade da Amazônia, Av. Alcindo Cacela 287, e-mail: [email protected]. ABSTRACT te. Trata-se de incluir, no processo de planejamento contratação e exe- cução de uma obra, uma nova visão que assegure o acesso universal This paper presents a study for master’s thesis defended in ao espaço público. 2009, which academic work which sought to establish a model for Quando se fala de cidades brasileiras é possível reconhecer evaluating the implementation of universal design in public roads on que há municípios com menos de vinte anos de emancipação política, the perception of technicians and users about the effectiveness of the porém, quase sempre com uma estrutura física muito antiga. Para que project on their purposes of ensuring citizenship through accessibility. no futuro se possa reconhecer a acessibilidade dos espaços urbanos The evaluation model is EMAUD - Evaluation Method of Application deve-se de imediato implantar um procedimento político-administra- of Universal Design - applied on situations under three dimensions of tivo impedindo o surgimento de novos ambientes inacessíveis e a de- analysis: the technical analysis of the road project; the analysis of the finição de uma estratégia que promova as adaptações necessárias aos users how to use and perceive the space of the street and, the analysis espaços existentes, de forma gradativa. Esta nova maneira de ver a ci- of vulnerable groups performed to evaluate the practice of citizenship dade, promovendo as adequações físicas voltadas à acessibilidade no and the mobility of persons with special needs and reduced mobility for deslocamento urbano deve contemplar um conceito primordial para accessibility on public roads. The evaluation permitted, among other a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência ou com things, to observe the real need for the implementation of universal dificuldades de locomoção: o conceito do Desenho Universal. design in public roads in urbanistics projects, and also the importance A proposta do Desenho Universal foi de atender um número of informing to the citizens about the use of public spaces in particular maior de pessoas, ao buscar produzir uma edificação, um espaço ou um for vulnerable groups. The results provide insights for future projects objeto que atenda a todas as pessoas, inclusive aquelas que possuem and constructions or programs with similar needs, making recommen- alguma limitação da mobilidade, sem serem necessárias adaptações es- dations into technical support to professionals involved in developing peciais. Essa parcela da população que sofre com a exclusão social cau- 12 13 projects that meet this demand. sada, principalmente, pela dificuldade de locomoção e movimentação pela cidade, são pessoas denominadas de Pessoas com Restrição de Mo- Keywords: Accessibility. Universal design. Public roads. bilidade - grupo de indivíduos constituídos pelos idosos, pelas crianças, pelas gestantes, pelos obesos, pelos convalescentes cirúrgicos, entre ou- tros e que, neste trabalho, serão citadas pela sigla PRM. Estão inseridas, 1 INTRODUÇÃO também, dentro deste grupo as Pessoas com Necessidades Especiais citadas no trabalho através da sigla PNE - pessoas usuárias de cadeiras As cidades constituem-se no palco das contradições econômi- de rodas, com muletas, com deficiências visuais e auditivas de diversos cas, sociais e políticas e o sistema viário é um espaço em permanente níveis ou com deficiências mentais (SEHAB, 2003). disputa entre diferentes atores, que se apresentam como pedestres No Brasil, as iniciativas são pontuais: há cidades com edifica- condutores e usuários de automóveis, caminhões, ônibus, motos e ções mais acessíveis devido a leis rígidas como é o caso de São Paulo; bicicletas. A mobilidade é, sem dúvida, o elemento balizador do de- outras com o urbano mais acessível, como a cidade do Rio de Janeiro senvolvimento urbano. Proporcionar uma adequada mobilidade para com intervenções do projeto “Rio Cidade” que, por isso, foi sede em todas as classes sociais constitui uma ação essencial no processo de dezembro de 2004 do “21º Congresso Internacional do Desenho Uni- desenvolvimento econômico e social das cidades (ANTP, 2003). versal”, e, ainda a cidade de Curitiba considerada como a possuidora Para as pessoas com restrições físicas ter acessibilidade não se do sistema de transporte mais adequado (CAMBIAGHI, 2007). resume à possibilidade de entrar em um determinado local ou veículo, Dessa forma, foi o interesse em aprofundar conhecimentos em mas na capacidade de se deslocar pela cidade, através da utilização relação à acessibilidade das pessoas e, em especial, das pessoas com dos vários modos possíveis de transporte, organizados em uma rede necessidades especiais que inspirou esta pesquisa, a fim de verificar de serviços e por todos os espaços públicos, de maneira independen- a constatação da acessibilidade inadequada e a falta de preocupação com o desenho universal nos espaços públicos de circulação de Belém, A ótica de avaliação foi multidisciplinar e envolveu: (i) a visão definindo o tema desta pesquisa. A pesquisa pretendeu responder em técnica de profissionais que atuam no projeto e construção dos espa- que medida os projetos de vias públicas permitem a efetiva acessibi- ços urbanos e que, também, estudam o comportamento da sociedade; lidade das pessoas, e em especial, às pessoas com restrição de mo- (ii) a visão dos usuários importando o público em geral e, em particu- bilidade e, consequentemente, o exercício de cidadania das pessoas lar, os grupos vulneráveis. A Figura 1 apresenta as fases de elaboração seguindo os preceitos do desenho universal. O objetivo geral foi de do MAADU. verificar a aplicação do desenho universal num estudo de caso, bem O Modelo de Avaliação da Aplicação do Desenho Universal - como, a percepção do grupo vulnerável quanto à eficácia do projeto MAADU foi pautado sob três dimensões de análise: em seus propósitos de garantia de cidadania e acessibilidade. a) Análise Técnica: refere-se a uma avaliação técnica pela ótica de um 2 O MODELO arquiteto e profissionais de áreas afins, da via pública, verifican- do a aplicação do desenho universal no espaço de circulação, bem Esse modelo é uma proposta de avaliação da aplicação do de- como a situação dos mobiliários urbanos nos projetos que busca- senho universal em vias públicas, e se pode considerar que seja, tam- ram incorporar elementos de acessibilidade no ambiente de trân- bém, um instrumento para avaliar a aplicação da legislação vigente à sito como um todo. Avaliação técnica dos trechos da calçada, com acessibilidade nas cidades, em busca de transformar o dia-a-dia dos a observação dos elementos construtivos, segundo as normas da usuários em momentos simples e rotineiros, com segurança e autono- ABNT (NBR 9050/2004). mia. Para um correto entendimento na aplicação do desenho universal e sua utilização nos projetos arquitetônicos e urbanísticos, atentou-se b) Análise dos Usuários em Geral: buscou-se apreender a forma como para os sete princípios básicos do Desenho Universal: os usuários, moradores da avenida utilizam e percebem o espaço da 14 15 via pública, a partir da avaliação do espaço de circulação de pedes- i. Equiparação nas possibilidades de uso: o desenho universal não é tres e da localização dos mobiliários urbanos. A avaliação da per- elaborado para grupos específicos de pessoas – e sim para todos. cepção dos usuários será feita segundo Ferreira e Sanches (1998) ii. Flexibilidade no uso: o desenho universal atende a uma ampla para as calçadas e travessias, com a respectiva definição do nível de gama de indivíduos, preferências e habilidades. serviço. No caso da avaliação da localização dos equipamentos ur- iii. Uso simples e intuitivo: o desenho universal tem o objetivo de tor- banos será adotado o método de De Angelis (2000) que utiliza uma nar o uso facilmente compreendido, independentemente da expe- avaliação qualitativa da existência ou não do equipamento e do seu riência do usuário, do nível de formação, conhecimento de idioma estado de conservação, atribuindo-se notas e conceitos. ou de sua capacidade de concentração. iv. Informação perceptível: o desenho universal tem como objetivo c) Análise dos Grupos Vulneráveis: avaliou-se, a partir da aplicação de comunicar eficazmente ao usuário as informações necessárias, entrevistas com grupos focais, o exercício da cidadania e a mobili- independentemente das condições ambientais ou da capacidade dade das pessoas com necessidades especiais e mobilidade redu- sensorial deste. zida, residentes na avenida, sobre a acessibilidade na via pública. v. Tolerância ao erro: o desenho universal tem o objetivo de minimi- O referencial teórico desta análise foi o mesmo da análise anterior. zar os riscos e as consequências de ações acidentais. vi. Mínimo de esforço físico: o desenho universal prevê a utilização de forma eficiente e confortável, com um mínimo de esforço. vii. Dimensionamento e espaço para acesso e uso: o desenho universal tem como objetivo oferecer espaços e dimensões apropriadas ao uso, independentemente do tamanho ou da mobilidade do usuário. Figura 1: Modelo de Avaliação da Aplicação do Assim, partiu-se para o estudo de caso, buscando-se as respos- Desenho Universal – MAADU tas para as questões essenciais do trabalho, relacionadas à realização de projetos inadequados que contribuem para a exclusão social e des- perdício de recursos públicos, uma vez que o público-alvo pouco se MAADU beneficia dos projetos implantados e, ainda, pelo fato de que a popu- lação desconhece os seus direitos e até mesmo o significado da funcio- nalidade dos equipamentos, não os utilizando adequadamente. DIMENSÕES DE ANÁLISE 3 ESTUDO DE CASO Para efeito de estudo prático do tema foi escolhido como estu- ANÁLISE DOS ANÁLISE TÉCNICA USUÁRIOS ANÁLISE DOS GRUPVOUSLNERÁVEIS do de caso a Av. Duque de Caxias no município de Belém do Pará, onde através de um projeto de reurbanização realizado pela Prefeitura de Belém do Pará, no Brasil, prevaleceria como objeto principal a priorida- de ao pedestre, com a sinalização de faixas de travessia, denominadas VISTORIATÉCNICA PESQUISADEOPINIÃO QUESTIONÁRIO DEAVAL. DOMOBILIÁRIO QUESTIONÁRIO DEAVAL. DO ESPAÇODE CIRCULAÇÃO ROTEIROS DEDEBATE dcmdieedo sa“sefdtmarãaixop aase .anc Nirhdtiaaac nFdudiãlgaoouç ”ruã a-mo u2 d mpteea scmptoae-r lsv reieima da cpo looorm rcctaoa olmni zsta iecsça tãneloçoma dedaasa vc sAoi ávear. mirDoaeu mpnqrptuinoaec s di dapoeca telCr sdáasafxíev icageisodi,s. a qaduoees, 16 17 Figura 2: Localização da Avenida Duque de Caxias S O AI ARQUITET OFISSIONAFINS USUÁRIOS EM DEFDIECF. IICCDA.O VDSIEOSIURAALNTE R P GERAL RESULTADOS DA RESULTADOS DA OPINIÃO DOS OPINIÃO DOS GRUPOS RESULTADOS DA USUÁRIOS VULNERÁVEIS ANÁLISE TÉCNICA VERIFICAÇÃO DAAPLICAÇÃO DO DESENHO UNIVERSALPARAO ESTUDO DE CASO Os instrumentos de avaliação utilizados foram formulários uti- lizados para anotar as observações técnicas de projeto das vias (aná- lise técnica); questionários, quando as informações eram obtidas dos usuários e, ainda, por meio do roteiro de debates dos grupos focais, constituídos pelas pessoas com mobilidade reduzida como: os idosos, os deficientes visuais e os portadores de cadeira de rodas. Na contextualização da avenida em relação à malha viária, 4 RESULTADOS considera-se que a Avenida Duque de Caxias (Figura 3), com 2.500 m de extensão, desempenha, atualmente, a função hierárquica de via ar- De maneira geral, a impressão é de que o projeto é bastante terial, segundo o Plano Diretor de Belém (BELÉM, 1993), sendo um arrojado em termos de controle de tráfego, porém, há deficiências de corredor de comércio e de tráfego. A Av. Duque de Caxias é composta funcionalidade, como também, são visualizados problemas comporta- por quinze quadras dispostas de lados pares e ímpares separada por mentais de usuários ligados a compreensão dos elementos de projeto. um canteiro central. O início da Av. Duque de Caxias considerada neste Os resultados obtidos na análise técnica e da percepção dos usuários trabalho foi a partir do memorial da avenida localizado em frente ao em geral e grupos vulneráveis forneceram sinais de que muitas coisas Santuário de Fátima. A pesquisa de campo foi realizada nos seis quar- precisariam ser melhoradas, tanto no que diz respeito à obediência teirões, no perímetro entre a Travessa Curuzu e a Travessa Mariz e Bar- a legislação na execução do projeto de via pública e de parâmetros ros, por serem repetições de lotes de quadras que possuem a travessia quanto às normas de acessibilidade. Outra observação diz respeito à de pedestre fora do semáforo. falta de informações de utilização do espaço público, que necessitam ser repassadas aos cidadãos. Figura 3: Av. Duque de Caxias – Projeto “Nova Duque” De acordo com os resultados encontrados no roteiro de vis- toria da análise técnica e na pesquisa de opinião dos entrevistados, constatou-se que a norma da ABNT/NBR 9050/04 não é atendida ade- quadamente em diversos itens, dentre eles: • As calçadas possuem o tamanho necessário, porém, permanecem obstáculos na faixa de acesso às edificações e na faixa de serviço com 18 19 relação aos rebaixamentos de guias e desnível entre o término da rampa e o leito carroçável (Figura 4). • O material utilizado nas calçadas em relação ao cimentado e aos pi- sos táteis são inadequados (Figura 5). • Os pisos táteis estão aplicados exageradamente, pois, conforme o item 6 da NBR 9050/04, o piso tátil direcional não necessita ser usa- Fonte: Arquivo do autor do juntamente com o piso tátil de alerta, que deveria ser utilizado em caso de riscos de segurança ou mudança de rota. Diversas visitas in loco foram feitas, para obter detalhes do Figura 4: Obstáculos nas calçadas projeto viário, observar elementos de características técnicas, acom- panhar o trânsito e, principalmente, para selecionar os usuários para as entrevistas. Basicamente, a análise técnica foi realizada por um ar- quiteto, com base nos preceitos do Desenho Universal. As entrevistas com os usuários em geral e com os grupos vulneráveis ocorreu num período de dois meses, havendo duas reuniões com grupos focais de vulneráveis e sendo entrevistados cerca de cem pessoas.
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