Description:Falar do simples de modo complexo;
Expressar o óbvio de um jeito inesperado;
Navegar pelo abstrato dentro de um barco de papel.
É assim que eu leio os textos do Cacio. E assim também que eu vejo o próprio Cacio. Um cara que
brinca com aquele dia que deu tudo errado e que abstrai o lado bonito até de um término de namoro. Um cara que chama o marido da ex-namorada pra escrever o prefácio do seu primeiro livro.
Entendeu?
Pois é. O Cacio é assim mesmo.
E, como se esse cúmulo paradoxal não bastasse, ele ainda consegue manifestar todo esse jeito
peculiar nos seus textos. Parece que, lendo cada uma dessas páginas, eu vejo o Cacio de maneira
tão nítida quanto a lente dos óculos dele pode perceber.
Mas, por isso mesmo, dar início a esse material é também um desao. Poderia me deter ao cotidiano. Talvez, citar algum sentimento pulsante. Ainda, quem sabe, parafrasear algum antigo sábio
chinês que – certa vez – sonhou que era uma borboleta.
Mas, anal, o que poderia eu falar que o Cacio não tenha descrito com tamanha sensibilidade e
beleza?
Não muito, acredito.
Portanto, eu apelo às raízes teatrais do Caciano. E, como introdutor que sou, me limito a dizer:
Honorável público!
Senhoras e senhoros!
Crianças de todos os credos, tamanhos e idades!
Recebam, com umacalorosa e demorada salva de palmas, o único; inigualável; o embelezador
das coisas simples; míope e nada bronzeado...