UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL E SAÚDE PÚBLICA DEJAN RODRIGUES NONATO Coinfecção pelo Papilomavírus humano e Chlamydia trachomatis em adolescentes e jovens em Goiás. Goiânia 2016 ii ii DEJAN RODRIGUES NONATO Coinfecção pelo Papilomavirus humano e Chlamydia trachomatis em adolescentes e jovens em Goiás. Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás para obtenção do Título de Doutor em Medicina Tropical e Saúde Pública. Orientadora: Professora Dra. Silvia Helena Rabelo dos Santos Co-orientadora: Professora Dra. Rosane Ribeiro Figueiredo Alves Goiânia 2016 iv iv AGRADECIMENTOS Aos meus pais – João Rodrigues da Silva e Derci Nonato Rodrigues - que mesmo sem serem letrados, na década de 60, no interior de Goiás, região de escassos recursos e estimulante da letargia, romperam a tradição, garimparam oportunidades, e me permitiu trilhar na busca do conhecimento. Conhecimento que constituiu em uma ferramenta para uma trajetória de superação e melhora das baixas condições sócio econômicas. Ao Nephtali Rodrigues Canedo que no início de nossos estudos deu suporte financeiro, mesmo na escassez, para que a família tivesse condições de fazer a caminhada rumo a capital, e ao Ivon Rodrigues Canedo, o intelectual, filósofo e poeta que foi o professor de todos os membros da pobre família de Uruaçu que optaram por fazer curso superior. À minha esposa Ângela M. Lima Rodrigues, filhos Diogo L. Rodrigues R3 de psiquiatria, Gabriel L. Rodrigues R3 de Ortopedia, por me incentivarem neste desafio. Por me apoiarem todos os momentos que interpretei como pressão mas com emoção. Quero deixar registrado minha admiração, carinho e amor. Sentimentos extensivos aos irmãos, neta e todos os outros parentes e futuras noras. À Profa. Dra. Silvia Helena Rabelo dos Santos que tem uma maneira especial de professora e orientadora, consegue exigir produção sem agredir, se é habilidade nata ou aprendida, não sei, mas que é inspiradora eu sei. Assim vou submergir dessa experiência com satisfação o que nem sempre é a sensação dos que encerram uma pós- graduação. À Profa. Dra. Rosane Ribeiro dos Santos, que conseguiu me transmitir conhecimentos de forma direta e objetiva, a quem desejo merecer a amizade, além de sermos colegas de departamentos. À Profa. Dra. Megmar A. S. Carneiro que participou da minha qualificação e de uma maneira simples e gentil acrescentou-me conhecimento com considerações técnicas científicas de valor inestimável. Três destaques des pessoas que foram importantes na minha trajetória: Lindolfo Canedo Machado meu protetor no período de estudos secundarista, Argeu Clóvis de Castro meu chefe da Residência no HGG, Professor Nilzio Antonio que me iniciou na pós-graduação. À Faculdade de Medicina onde formei, ao IPTSP e ao Departamento de Ginecologia e Obstetrícia em especial às lideranças, professores Waldemar Naves do v Amaral, Rui Gilberto Ferreira, Washington Rios, Rosane Ribeiro F. Alves, José Miguel de Deus, que estimulam os projetos científicos e a submissão à pós-graduação. À Goiânia, cidade acolhedora, pelas instituições e pelas pessoas, (não rejeita os retirantes que aqui chegam), me permitiu concluir curso superior. Espero que exercer medicina e docência superior em Goiânia possa ter devolvido um pouco do muito que me foi dado. Aos estudantes da Faculdade de Medicina da UFG que foram meus incentivadores virtuais, pois como professor me sentia na obrigação de dedicar tempo de minha vida a pesquisa e publicação, que considero inerente a quem deseja ter o título de professor de faculdade. Aos colegas que me auxiliaram nas análises moleculares, e ou nas revisões dos manuscritos, à Dra Kelly Deyse Segati, à Dra Andrea Alves Ribeiro, à Dra Keila Patrícia Almeida, muito especialmente ao Dr. Walmirton Bezerra D’Alessandro e à colega farmacêutica Jordana Maria Azevedo Martins. E a Deus por tudo que me permitiu ser e ter, e principalmente a felicidade de ser brasileiro. vi SUMÁRIO TABELAS, FIGURAS E ANEXOS................................................................... ix SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS.................................................... xii RESUMO............................................................................................................. xvii ABSTRACT......................................................................................................... xviii 1. INTRODUÇÃO/ REVISÃO DA LITERATURA....................................... 19 1.1. A COINFECÇÃO E OS AGENTES INFECCIOSOS....................... 19 1.2. EPIDEMIOLOGIA DA INFECÇÃO PELO HPV............................. 20 1.3. HPV: ESTRUTURA VIRAL, PATOGENIA E CARCINOGÊNESE.................................................................................... 33 1.4. EPIDEMIOLOGIA DA INFECÇÃO PELA CT................................... 45 1.5.CT:ESTRUTURA BACTERIANA, PATOGENIA E CARCINOGÊNESE.................................................................................... 51 1.6. COINFECÇÃO HPV E CT, EPIDEMIOLOGIA E IMPORTÂNCIA......................................................................................... 58 1.7. ALTERAÇÕES CITOLÓGICAS......................................................... 64 1.8. DIAGNÓSTICO DO HPV PELO ESTUDO DE DNA....................... 70 1.9- DIAGNOSTICO DAS INFECÇÕES PELA CT POR DNA................. 80 1.10. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DO HPV................. 86 1.11. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DA CT.................... 92 2. JUSTIFICATIVA............................................................................................. 99 3. OBJETIVOS..................................................................................................... 100 3.1. OBJETIVO GERAL............................................................................ 100 3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................... 100 4. METODOLOGIA............................................................................................. 101 4.1. NATUREZA, LOCAL DO ESTUDO E POPULAÇÃO....................... 101 4.2. DESENHO DO ESTUDO E TAMANHO AMOSTRAL.................... 101 4.3. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO.............................................................. 102 4.4. CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO............................................................. 102 4.5. RECRUTAMENTO E ENTREVISTA................................................ 102 4.6. COLETA DAS AMOSTRAS.............................................................. 103 vii 4.6.1. COLETA DE MATERIAL....................................................... 103 4.6.2. Realização de exame citológico................................................ 104 4.6.3. Extração do DNA de HPV......................................................... 104 4.6.4. Teste molecular para a detecção do HPV................................. 105 4.7. Diagnóstico molecular de CT.............................................................. 107 4.7.1. Coleta da amostra..................................................................... 107 4.7.2. Extração de DNA...................................................................... 107 4.7.3. Amplificação do DNA alvo da CT........................................... 108 4.8. VARIÁVEIS....................................................................................... 108 4.8.1. VARIÁVEL DEPENDENTE................................................... 108 4.8.2. VARIÁVEIS INDEPENDENTES............................................ 108 4.9.ASPECTOS ÉTICOS........................................................................... 110 4.10. ANÁLISES ESTATÍSTICAS........................................................... 110 5. RESULTADOS.............................................................................................. 112 5.1. Manuscrito 1- Prevalência e fatores associados à coinfecção pelo Papilomavírus humano e Chlamydia trachomatis em adolescentes e 113 mulheres jovens.......................................................................................... 5.2. Manuscrito 2- Revisão Sistemática: Prevalência da coinfecção entre HPV e Chlamydia trachomatis em mulheres com e sem lesão citológica e 139 histológica do colo uterino..................................................................... 6. DISCUSSÃO.................................................................................................. 159 7. CONCLUSÕES.............................................................................................. 164 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................... 165 9. ANEXOS......................................................................................................... 187 viii FIGURAS E ANEXOS Figura 1 – Prevalência mundial do HPV-DNA estratificada por idade em mulheres da 26 população geral. Adapatado de BOSCH et al., 2007.............................................. Figura 2 – Prevalência de tipos específicos de HPV e proporção relativa dos cinco tipos mais comuns entre as mulheres HPV positivas com citologia normal. Adaptada 27 de BOSCH et al., 2007............................................................................................ Figura 3 – Representação gráfica da associação entre diversos tipos de HPV e o risco estimado para câncer cervical. O maior risco para câncer cervical o HPV 16 é mostrado no topo do gráfico, e os valores inferiores do intervalo de confiança do HPV 6 e 11 sobrepondo ao valor 1, é interpretado como resultado sem significância estatísitica para aumento de chance de causar a doença. Dados da 31 pesquisa de Munoz et al., 2003 adaptado por BOSCH et al., 2007........................ Figura 4 - A figura ilustra como a duração de uma hipotética infecção pelo HPV 16 categorizada com base na análise da perspectiva (A) de infecção ou (B) de infecção e doença. Na evolução temporal são mostrados a incidência, a duração e o reaparecimento da infecção pelo HPV. Para ambas as perspectivas, a infecção inicia-se no ponto médio entre o teste de DNA negativo e o primeiro resultado de teste positivo do HPV 16. Adaptado de INSINGA et al. 2010. Figura 5 - Representação da organização do genoma de HPV16, é típico dos Alphapapillomavirus de alto risco (incluindo HPV 18), onde se vê uma região LCR e oito genes, na região ORF, que são necessárias para as diferentes fases do ciclo de vida do vírus. Estes genes codificam um maior número de produtos de genes como resultado de splicing de ARNm. Adaptado de DOORBAR et al. 2012. Figura 6 - Representação da evolução temporal e na camada tecidual da expressão de proteínas virais e o desenvolvimento até o queratinócito. Adaptada de STANLEY MA, 2012. Figura 7 – Representação da ruptura do genoma do HPV 16 e sua integração ao genoma da 39 célula infectada. Adaptado de Xu et al., 2013........................................................ Figura 8 – Representação da frequência de integração HPV em diferentes loci cromossômica. O sítio de integração foi determinado por ensaio de APOT em 48 casos positivos para HPV16, HPV18 ou ambos. O evento de integração foi mais comum em 1p e 3q. Cada barra representa diferente locus cromossômico. 40 Adaptado de DAS et al., 2012................................................................................ Figura 9 – Representação da ação da proteína E6 do HPV de alto risco que impede a inibição da proliferação celular dependente de p53 e a apoptose, resultando na indução da instabilidade genômica e no acúmulo de mutações celulares. A representação mostra ainda a ação multifatorial da proteína com diferentes vias possíveis de atuar na indução de lesão neoplásica. Adaptado de MOODY et al., 41 2010. ...................................................................................................................... Figura 10 – Representação do ciclo células em infecções por HPV de baixo risco e alguns casos de alto risco que guarda semelhança com desenvolvimento epitelial normal. (DOOBAR, et al., 42 2012)................................................................................. Figura 12 – Representação do comportamento da incidência da CT na população feminina 46 jovem, nos últimos 20 anos em países desenvolvidos (HOCKING et al., 2013)... Figura 13 – Figura com o resultado de efeito global da metanálise de estudos sobre a 49 prevalência da CT. LEWIS et al., 2012.................................................................. Figura 14 – Representação da distribuição da prevalência da CT de acordo com a idade em mulheres, resultado de estudo de revisão sistemática. Adaptado de ADAMS EJ, 50 et al. 2004................................................................................................................ Figura 15 – Representação esquemática das variantes da CT de acordo com o tropismo 51 tecidual. Adaptado de ABDELSAMED et al., 2013.............................................. Figura 16 – Representação de uma CT com os ácidos nucleicos e dos antígenos de 53 superfície, importantes no estudo para identificação, classificação e diagnóstico.
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