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C:\Job\ABL\REVISTA BRASILEIRA 46\REVISTA BRASILEIRA PDF

350 Pages·2015·11.34 MB·Portuguese
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Revista Brasileira Fase VII Janeiro-Fevereiro-Março 2006 AnoXII No 46 Esta a glória que fica, eleva, honra e consola. Machado de Assis ACADEMIA BRASILEIRA REVISTA BRASILEIRA DE LETRAS 2006 Diretoria Diretor Presidente:Marcos Vinicios Vilaça João deScantimburgo Secretário-Geral:Cícero Sandroni Primeira-Secretária:Ana Maria Machado Conselho editorial Segundo-Secretário:José Murilo de Carvalho MiguelReale, CarlosNejar, DiretorTesoureiro:Antonio Carlos Secchin ArnaldoNiskier Membros efetivos Produção editorial e Revisão AffonsoArinos de Mello Franco, NairDametto Alberto da Costa e Silva, Alberto VenancioFilho,Alfredo Bosi, Assistente editorial Ana Maria Machado, Antonio Carlos Monique Cordeiro Figueiredo Mendes Secchin, AntonioOlinto, Ariano Suassuna, ArnaldoNiskier, Projeto gráfico CandidoMendes de Almeida, Carlos HeitorCony, CarlosNejar, VictorBurton Cícero Sandroni, EduardoPortella, EvanildoCavalcanteBechara, Evaristo Editoração eletrônica de Moraes Filho,Pe. Fernando Bastos EstúdioCastellani de Ávila,Helio Jaguaribe, IvanJunqueira, IvoPitanguy, João deScantimburgo, ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS João Ubaldo Ribeiro, José Murilo de Av. PresidenteWilson, 203 – 4oandar Carvalho, JoséSarney,LêdoIvo,Lygia Rio de Janeiro – RJ – CEP20030-021 FagundesTelles, Marco Maciel, Marcos Telefones: Geral: (0xx21) 3974-2500 ViniciosVilaça, MiguelReale,Moacyr Setor de Publicações: (0xx21) 3974-2525 Scliar, MuriloMelo Filho,NélidaPiñon, Fax: (0xx21) 2220.6695 Nelson Pereira dos Santos,Paulo Coelho, E-mail: [email protected] SábatoMagaldi,SergioPauloRouanet, site:http://www.academia.org.br Tarcísio Padilha, ZéliaGattai. As colaborações são solicitadas. Sumário Editorial JOÃO DESCANTIMBURGO Sobre a Revista. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .5 CULTO DA IMORTALIDADE Os Jornalistas Acadêmicos LAURASANDRONI Athayde, jornalista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .7 VILLAS-BÔASCORRÊA Jornalista Carlos Castello Branco, o Castellinho. . . . . . . .19 MARCOSVINICIOSVILAÇA Barbosa Lima Sobrinho, o Dr. Barbosa . . . . . . . . . .28 MURILOMELOFILHO Francisco de Assis Chateaubriand, Chatô. . . . . . . . . . . . .36 50 Anos sem Roquette-Pinto ALBERTOVENANCIOFILHO Roquette-Pinto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .49 ALBERTO DACOSTA ESILVA Influência deRondônia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .87 CLÁUDIOBOJUNGA Roquette-Pinto e Rondon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .93 PROSA Cinqüentenário da Morte de José Ortega Y Gasset EDUARDOPORTELLA Permanência de Ortega y Gasset. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99 SERGIOPAULOROUANET Ortega y Gasset e a Escola de Frankfurt . . . . . . . . .107 TARCÍSIOPADILHA HispanidadeeuniversalismonafilosofiadeOrtegayGasset. . . .115 HELIOJAGUARIBE Ortega y Gasset: vida e obra. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .125 Centenário do Nascimento de Jean-Paul Sartre EDUARDOPORTELLA A cura pela liberdade em Jean-Paul Sartre. . . . . . . . . . . .157 SERGIOPAULOROUANET Sartre e os intelectuais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .165 LEANDROKONDER Sartre e os comunistas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .173 CARLOSNELSONCOUTINHO Sartre: filosofia e política. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .183 250 Anos da publicação deJúbilos da América ARNOWEHLING OsJúbilos da Américae o seu contexto histórico. . . . . . . . . . . . . .191 NIREUCAVALCANTI AcidadedoRiodeJaneiroaotempodeJúbilos da América . . .201 NELSONSALDANHA O conceito de nação e a imagem do Brasil. . . . . . . . . . . . . .213 RICARDODAUNT Apontamentos sobre o nascimento do Orpheu . . . . . . . . . . . .225 FREDERICOGOMES IndíciosparaumaleituradeDionisoCrucificado,dePerJohns. . . .249 PAULOROBERTOPEREIRA Do bom selvagem ao bárbaro canibal . . . . . . . . . . . .259 FÁBIOLUCAS Os olivais do crepúsculo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .275 PAULOCELSOPEREIRA EntrevistacomJoãoUbaldoRibeiro:“Nãosouumetc.”. . .279 MARCUSACCIOLLY Da fonte à foz do dilúvio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .285 JOSÉALTINOMACHADO Stella (conto) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .289 MARCUS DENORONHA DACOSTA EvocaçãodopoetaPedroHomemdeMello. . .295 FABIO DESOUSACOUTINHO Juristas na Academia Brasileira de Letras. . . . . . . .301 POESIA CARLOSNEJAR Esplendor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .321 A. B. MENDESCADAXA Poemas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .323 BENEDICTOFERRI DEBARROS Um romance em Marienbad. . . . . . . . . . . . . . .329 GUARDADOS DA MEMÓRIA CONSTÂNCIOALVES Rio Branco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .341 Editorial Sobre a revista João de Scantimburgo É confortador e estimulante o aplauso que temos recebido pelaedição,comrigorosaperiodicidade,daRevistaBrasileira. Lembramos que a Academia Brasileira foi fundada na sala de reda- çãodarevista,noséculoXIX,maisprecisamentenodia20dejulho de1897,datadasessãoinauguraltendocomopresidenteMachado de Assis, o maior escritor do Brasil e já famoso como nume tutelar da literatura brasileira; era diretor da RevistaBrasileira o crítico, alta- menterespeitadonaépoca,JoséVeríssimo,queparticipoudetodas as reuniões preparatórias da criação da Academia. NomomentoatualaRevistaBrasileiraestácumprindooseuprograma inicial,queéodedifundirasváriasformasdeletras,sobretudonoscen- trosdeensinoedecultura,procurandofomentarointeressedosuniver- sitários,docenteseestudantes,paraostemasliteráriosemdebate. Prosseguimos com a publicação de conferências, palestras e depoimentos feitos em várias datas comemorativas, levando dessa forma a um público mais amplo os textos dos participantes de mesas-redondas realizadas na Academia, sejam eles acadêmicos ou conferencistas convidados. 5 João de Scantimburgo Damo-nosporbem-sucedidos,poisacadatrêsmeseslançamosemcircula- çãoovolumecontendocolaboraçõesdeoportunovalor,paraoconhecimento dos problemas nacionais, focalizados nas colaborações, sempre solicitadas, dosautoresregistradosnosumário,quesãolidoseestudadosporleitoresde todo o Brasil e de Portugal. O saudoso presidente Austregésilo de Athayde durante sua longa perma- nência na presidência da Academia Brasileira de Letras fez planos para edi- tá-la, mas recuou, sempre, forçado por problemas internos. Finalmente, na gestãodeJosuéMontello,em1994-95,aRevistavoltouacircular,segundoo plano aqui sumariamente exposto. Desde o primeiro número de sua aparição a revista cumpriu o propósito dosfundadoresdaAcademiaBrasileiradeLetras,àqualaRevistaproporciona a concretização literária de sua existência. Este o dever que nós cumprimos com a certeza de estarmos servindo à inteligência brasileira. Austregésilo de Athayde(1898-1993). Foto: Arquivo da ABL 6 Os jornalistas acadêmicos (cid:1) Athayde, jornalista Mesa-redonda realizada na Sala Laura Constância Austregésilo de Athayde José de Alencar, Sandroni em 30de novembro de UmdosmomentosdesuavidadoqualmeuPaimaisseorgulhava 2004, com a foiaqueleemque,terminadosostrabalhosdaTerceiraComissãoda participação da IIIAssembléiaGeraldaONUreunidadesdesetembrode1948no escritora Laura Sandroni, PalaisdeChaillot,emParis,pararedigiraDeclaraçãoUniversaldos jornalista DireitosHumanos,surpreendeu-secomaindicaçãodaSra.Roose- Villas-Bôas velt,delegadadosEstadosUnidos,aprovadaporunanimidade,para Corrêa, acadêmicos que,nodia10dedezembro,fosseooradorqueencaminhariaotex- Marcos Vinicios to para votação no plenário da Assembléia. Vilaça e Murilo Melo Filho. –Fizaindicação,disse-lheadelegadaamericana,emhomenagem à tenacidade com que o senhor defendeu os princípios essenciais deste documento. Aonarrar,orgulhoso,ofatoparaminhaMãe,recebeudela,além de palavras de alegria e entusiasmo, um conselho prático: – Escreva o discurso. Falando de improviso sua tendência é ser prolixo. Escreva e decore o texto. 7 Laura Sandroni Nosinstantesqueantecederamasessão,Athaydereuniu-secomoEmbai- xadorCharlesMalik,delegadodoLíbanoepresidentedaTerceiraComissão, o Professor René Cassin, delegado da França e presidente do Conselho de Estado,eumdosgrandesjuristasfranceses,ecomaSra.Roosevelt,todossa- tisfeitos e alegres com o bom término dos trabalhos. Em artigo posterior, o jornalistacomentou:“Ostrêsalimentavam,comoeutambém,esperançasnas transformaçõesqueseiriamoperarnomundoapartirdaqueledia.Estávamos como os Apóstolos, quando se dispersaram para ir pregar a toda a gente.” Mas,alémdotrabalhoqueseestendiadiariamentedesdeamanhãatéofim datarde,Athaydenãoseesquecianuncadequeantesdetudoeraumjornalis- ta. Quantas noites, lembro-me bem, dormi, no pequeno apartamento da proustianaRuedeLaPerouse,37,embaladapelamúsicadamáquinadeescre- verportátil,dedilhadacomamorededicaçãoporminhaMãeacompanhando osolodavozdemeuPaiaditarentrevistascomdiferentespersonalidadesque enriqueciam a vida intelectual parisiense do pós-guerra. AlémdealgunscompanheirosdelegadosàIIIAssembléiaGeraldaONU, comoosjácitadosRenéCassineaSra.Roosevelt,eleentrevistouLéonBlum, líder socialista francês, Eve Curie, filha de Marie Curie, o ministro Robert Schuman, o Cardeal Suhard, arcebispo de Paris, e tantos mais. AlémdasentrevistasAthaydeescreviadiariamenteumcomentáriointerna- cional, os artigos para o Diário da Noite e uma crônica semanal, mais literária, para a revistaOCruzeiro. Esseladofundamentalemsuapersonalidade,odeanalistapolítico,fezcom que logo no dia seguinte à aprovação da Declaração escrevesse em seu artigo assinado: “Muitos perguntam que importância terá essa nova Declaração de DireitosHumanos,seoutrasjáforamfeitassemalterarasortedosindivíduos quecontinuamasofreropressãoeaservítimasdeinjustiças,apesardosprincí- pios que deveriam protegê-los.” Enessalinhadepensamentocontinuoupormaisquarentaecincoanos,até odiadesuamorte,em1993,abatalharcomsuapena,paraqueoenunciado do documento fosse posto em prática em todas as nações da Terra. 8 LauraSandroni Athayde,jornalista Athayde, jornalista Ofatodetersidodurante35anospresidentedestaAcademia,reeleitoanual- menteporseuspares,eaelaterdedicadograndepartedeseutempoedeseu talento,nãoimpediuqueAthaydecontinuasseaexerceroseuofíciodejorna- listacomomesmoardorcomqueseiniciounaprofissãodepoisdeterchega- doaoRiodeJaneiro,abordodonavioPará,nodia16dejulhode1918àstrês datarde.Logo,àscinco,comoumsinaldesorte,avistouopoetaOlavoBilac naportadojornalOPaís,ondesaltaradobonde,acompanhadoporseuprimo Antônio Austregésilo filho, primogênito do médico e acadêmico de mesmo nome, irmão de sua mãe, que lhe proporcionara a viagem e lhe abrigaria em casa em seus primeiros tempos na capital federal. NomêsdesetembrodaqueleanooprofessorAustregésiloconvidou-opara jantarnamansãodeBotafogocomojornalistaeadvogadoAssisChateaubri- and,paraibanoqueconquistaraoRiodeJaneirocomseutalentodearticulista germanófilo,equeescreviaexatamenteocontráriodoqueBelarminopensava. Expansivo,ChateaubriandcomentavaseusartigospublicadosnoCorreioda Manhã,emdefesadaAlemanha.Belarminointerveio,dizendoqueoliadiaria- mente, mas não concordava com ele. Considerava a guerra terminada, os ale- mãesliquidadoseosaliadosimporiamascondiçõesdarendição.Chateaubri- andespantou-secomapetulânciadaquelemeninoimberbe,recém-chegadode Fortaleza, que ousava contraditá-lo. Ficouevidentenaquelanoitequeosdoistinhamidéiaseposiçõesdefinidas edivergentessobrereligião,economia,políticaeliteratura,masaconversacor- riasolta,animada,entrerisadasefrasesdeespírito,cadaumrespeitandoainte- ligênciadooutro.JánadespedidaChateaubriandchamou-opeloapelidocari- nhoso com que sempre o denominaria: – Caboclo, se vosmecê é tão bom atleta quanto polemista, venha remar comigo amanhã no Clube Guanabara. Daíemdianteencontravam-sepelamanhã,parapraticaresportesecon- versaroquefizeramdurantegrandepartedavidaquasetodososdias.Re- mavam juntos e certa vez selaram um pacto: – Caboclo, quando eu comprar um jornal, você vem trabalhar comigo. 9 Laura Sandroni ApartirdessediálogoAthaydecomeçouaprocurartrabalhonaimprensa. SeutioAntôniolevou-oàredaçãodeOPaís,masnadaconseguiuporlá.No dia 16 de dezembro, quando passeava pela Avenida, percebeu que no prédio emquefreqüentavaoscinemasOdeonePalaisficavaaredaçãodeATribuna, situada no segundo andar. Foi recebido por Gustavo Garnett, secretário do jornal, que leu o artigo que lhe foi apresentado e decretou: – Não está nada mal. Sairá amanhã. Assim,nodia18dedezembrode1918ATribuna,entãodirigidaporLin- dolfoCollor,futuroministrodoTrabalhodeGetúlioVargas,publicavaopri- meiroartigodeumcertoB.AustregésilodeAthayde,aoqualseseguiramvá- rios outros. No começo de 1919 a colaboração tornou-se diária. As aulas de latim e português que ministrava desde sua chegada continuaram a comple- mentarseuapertadoorçamento.Easconversasnoscafés,regadasaumcopo deleite,eramsempreumestímuloàinteligênciaeumtreinodesuavocaçãode polemista.LimaBarretofoiumdeseusmaisconstantesinterlocutoresnasme- sasdoCaféSãoPaulo.ÀsaídacaminhavamjuntosatéoLargodeSãoFrancis- co,ondeAthaydeodeixavaesedirigiaàpensãoparajantarantesdeentrarnos escritórios da United Press, onde traduzia telegramas até às duas da manhã. OjornalistaRaulBrandão,seucompanheironessetrabalho,viviainsistin- doparaqueeleabandonasseATribuna,umjornalcompequenatiragem,efosse colaborar no Correio da Manhã, um dos mais importantes órgãos da imprensa carioca, onde ele próprio era redator. – É simples, dizia ele, escreva um artigo e leve para o Edmundo pessoal- mente. EdmundoBittencourteraodonodojornalenelecolaboravamgrandesno- mesdaépoca,comoViriatoCorreia,JoséOiticica,CostaRego,LeãoVelosoe o próprio Chateaubriand. Athayde narra como se deu o encontro: “AspalavrasdeRaulBrandãoderam-meacoragemedirigi-meàredação do Correio da Manhã, no Largo da Carioca. Perguntei ao contínuo pelo Dr. 10

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No momento atual a Revista Brasileira está cumprindo o seu programa inicial 47. Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, Chatô
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