; $ TER ETA. Pard due d padinacio do ardguivo ficasse correta, indice e demais informacêes foram colocaddas ao final do arduivo. Confira o sumdrio na pagina 681 de PARTE UM O mundo antigo: da fundacio do Ocidente A 500 d.C. A Acr6pole de Atenas. Robert Harding Picture Library POLITICA E SOCIEDADE PENSAMENTO E CULTURA Ascensio da civilizagao sumeriana Fscrita cuneiforme na Suméria; 3000 a.C. (c. 3200). hier6glitos no Egiro. Ascensao da civilizacao min6ica (c. 2600) Ascensao da civilizacao micénica Épico de Grgamesb (c. 1900) 2000 a.C. Cédigo de Hamurabi (c. 1790) (c. 2000) Amendfis IV e o movimento pelo Hamurabi, da Babilênia, constréi monoteismo no Fgito (1369-1353) um império (1792-1750) Moisése o Éxodo (década de 1200) Criag3o de um reino israelica Hiada e Odisséia de Homero (década 1000 a.C. unificado, sob o governo de Davi de 700) Fra da profecia cldssica: florescimento (1000-961) do pensamento ético hebreu A Idade das Trevas na Grécla (750-430) (c. 1100-800) A civilizacio helênica (c. 800-323) Conguista persa do Oriente Préximo (550-525) Formacao da Republica romana (509) Guerras Persas (499-479) Lei das Doze T4buas (450) SOOa.C. Ascensao da filosofia grega: jOnicos, Guerra do Peloponeso (431-404) Conguista das cidades-estados pitagéricos, Parmênides (décadas de gregas por Filipe da Macedênia (338) 500 e 400) Conguistas de Alexandre, o Grande O drama grego: Fsguilo, Séfocles, (336-323) Euripides, Aristéfanes (década de Idade helenistica (323-30) 400) Conauista de Cartago e dos reinos Filésofos gregos: Sécrates, helenisticos pelos romanos (264-146) Plarao, Aristéreles (décadas de 400 e 300) Filosoftas helenisticas: epicurismo e estoicIismo Violência politica e guerras civis em Filésofos romanos durante a JOOa.C. Roma (88-31) Republica: Lucrécio, Cicero (século D3) Assassinato de Julio César (44) Ascensio e expansio do Ordvio intitula-se Augusto e torna-se o cristianismo: Jesus (m. 29 d.C.); primeiro imperador de Roma (27) atividade missiondria de Paulo Pax romana: apogeu do Império (c. 34-64) Romano (27 a.C.-180 d.C.) Evangelho de Marcos (c. 66-70) Historiadores, poetas e filésofos romanos durante a pax romanz. Livio, T4cico, Virgilio, Hordcio, Ovidio, Juvenal, Séneca, Marco Aurdlio 200 d.C. Anarguia militar em Roma (235-285) Os pais da Igreja: Jerênimo, Os godos derrotam os romanos Ambrésio, Agostinho (décadas de em Adrianopla (378) 300 e 400) Fim do Império Romano do Ocidente (476) s CAPITULO 1 O Oriente Préximo antigo: as primeiras civilizagoes A civilizacao nao foi um acontecimento inevitdvel, mas sim um ato da criatividade humana. As primeiras civilizag6es surgiram h4 cerca de cin- co mil anos, nos vales dos rios da Mesopotimia e do Egito. Ali, os seres humanos estabeleceram cidades e estados, inventaram a escrita, desen- volveram religiëes organizadas e construiram grandes edificios e monu- mentos — tudo o gue caracteriza a vida civilizada. A ascensio do homem 3 civilizacao foi longa e penosa. Cerca de 99% da histéria humana se de- senrolou antes do surgimento da civilizag#o, ao longo das extensas eras pré-historicas. Pré-histéria O periodo chamado de paleolitico, ou Idade da Pedra Lascada, comegou com as primeiras criaturas semelhantes ao homem, gue habitaram a Africa oriental hê cerca de 3 milhêes de anos, e terminou hé 10 000 anos, guando o homem desco- briu os métodos da agricultura. Nossos ancestrais paleoliticos viviam como caGa- dores e coletores de alimentos. Como nio sabiam cultivar a terra, nunca estabe- leciam aldeamentos permanentes. Ouando sua provisao de alimentos comegava a escassear, abandonavam as Cavernas ou os abrigos feitos de ramos e buscavam novos locais para se instalarem. O desenvolvimento social humano foi condicionado por essa experiëncia de 3 ' milhêes de anos de caga e coleta de alimentos. Para sobreviver, grupos de familias i formavam bandos de cerca de 30 pessoas, nos guais os membros aprendiam a pla- | nejar, organizar, cooperar, confiar e partilhar. Os cagadores ajudavam-se mutua- mente na localizagio e abate da caga, j4 gue os esforgos cooperativos resultavam mais eficientes gue as ac6es individuais. Dividindo entre si a caca, e levando um pouco da carne de volta ao campo, para o resto do grupo, eles fortaleciam o elo social. Assim também agiam as mulheres, encarregadas da coleta de castanhas, se- '. mentese frutas para o grupo. Os bandos gue n4o cooperavam na caga e na cole- Ta ou distribuigdo de al imentos tinham poucas chances de sobreviver. as Embora o progresso humano tenha sido muito lento durante os longos sécu- ' aleolftico, algumas realizagêes desse perfodo influfram profundamente O mundo anHgo mm — N m ME — O- E EER— EER RE ER me RR ma me EE R— Cronologia 1.1 * O Oriente Préximo 3200 a.C." Surgimento da civilizagao na Suméria. 2900 Unificacio do Alto e do Baixo Egito. 2686-2181 Antigo Império: consolidam-se as formas essencials da | civilizagao egipcia. 2180 Oueda do império dcade. 1792-1750 Hamurabi da Babilênia subjuga Akkad e Suméria e | cria um cédigo de leis. 1570 Os egipcios expulsam os hicsos e iniclam a Construgao | de seu império. 1369-1353 Reinado de Amendfis IV: movimento pelo monoteismo. 1200 Oueda do império hitita. | 612 Oueda do império assirio. 604-562 Reinado de Nabucodonosor: apogeu do império caldeu. 550-525 a.L. As conguistas persas formam um império mundial. * A maioria das datas é aproximada. no futuro. Os povos do paleolitico desenvolveram a linguagem falada e aprende- ram a fabricar € usar instrumentos feitos de osso, madeira e pedra. Com essas fer- ramentas simples, eles arrancavam rafzes, descascavam troncos de drvore, prepa- ravam armadilhas, matavam e esfolavam os animais, faziam roupas e teciam re- des de pesca. Também descobriram como controlar o fogo, gue lhes proporcio- nava calor e protecio e permitia due cozinhassem a Carne. Tal como a fabricagao de ferramentas e o controle do fogo, a linguagem foi uma grande realizagao humana. Ela permitiu ao homem partilhar conhecimento, experiëncia e senrimentos com seus semelhantes. Assim, a linguagem foi o fator decisivo no desenvolvimento da cultura e sua transmiss&o de uma geracao a outra. Muito provavelmente, nossos ancestrais paleoliticos desenvolveram cren€as mitico-religiosas para explicar os mistérios da natureza, do nascimento, da enfer- midade e da morte. Acreditavam gue poderes dorados de vida operavam dentro ealém do mundo gue conheciam, e por isso buscavam estabelecer relac6es amis- tosas com eles. Para os povos primitivos, os elementos — o sol, a chuva, o vento, Oo trovio e o relimpago —- eram espiritos, podiam sentir e agir com uma finalida- de. Para apazigu4-los, faziam-lhes oferendas. Aos poucos surgiram os xamis, curandeiros e feiticeiros, gue através de rituais, transes € cantos pareciam Capazes Givilizacio ocidental 6 - s Pd om N - 7 af EN Pintura em caverna paleolitica, Lascaux, Franga. Realizadas como parte de ricos mdgico-religiosos de caca, essas pinturas primitivas revelam considerdvel habilidade artistica. Secretaria de Turismo da Franca de se comunicar com essas forcas. Foram os povos do paleolftico também gue deram inicio & prdrica de sepultar os mortos — as vezes com oferendas, o gue su- gere uma crenga na vida apés a morte. Fntre treze e doze mil anos atr4s, esses povos buscaram o escuro e o silencioso interior das cavernas — gue eles provavelmente consideravam santudrios—€, 8 luz de tochas, pintaram nas paredes figuras de animais gue revelam notdvel habilida- de e perspicdcia. Ao desenhar um animal com uma lanca no flanco, é provdvel Jue os artstas pré-histéricos acreditassem gue isso lhes traria sucesso na cacada; a0 desenhar uma manada de animais, provavelmente acreditavam gue assim a Caga serla abundante. H4 cerca de dez mil anos, teve inicio no Oriente Préximo a ldade da Pedra Polida, ou periodo neolitico. Nessa época, o homem descobriu como culrivar a terra, domesticou animais, estabeleceu aldeamentos, poliu ferra- mentas de pedra, fez cerAmica e aprendeu a tecer. To importantes foram essas realizac6es gue sio chamadas de Revolucio Neolftica. A agricultura e a domesticac&o de animais revolucjonaram a vida., Enguanto os cagadores e coletores do paleolftico eram torgados a urilizar gualguer recurso due a natureza colocasse A sua disposig&o, os agricultores do neolftico transfor- “Mara Oo melo em gue viviam de modo a atender a suas necessidades. Em vez de 3 procura de graos, rafzes e frutos, as mulherese criangas culti- O mundo antigo vavam plantag6es perto de suas casas; €m veZ de percorrer longas distancias no encalco de animais, os homens podiam abater os carneiros ou cabras domestica- dos ali mesmo. A agricultura deu origem a um novo Upo de comunidade, ao favorecer o surgimento de povoag6es permanentes — uma veZz du€ OS agricultores tinham de viver préximos dos campos gue culcdivavam € podiam agora armazenar alimentos para o futuro. As aldeias alteraram os padrêes de vida do homem do neolitico. O excedente de comida permitiu gue algumas pessoas dedicassem parte de seu tempo ao apri- moramento de suas habilidades como fabricantes de cesto ou ferramentas. A ne- cessidade de matérias-primas e as criag6es de artesaos habilidosos fomenrtaram as rocas, muitas vezes através de longas distancias, e estimularam a formacao de povoamentos de comércio. Comega enrao a emergir a nogao de propriedade pri- vada. Os cacadores haviam acumulado poucos bens, ja gue os pertences repre- sentavam um fardo guando tinham de se deslocar de um lugar a outro. J4 os al- deëes adguiriram propriedades e estavam determinados a protegé-las, tanto dos demais guanto dos forasteiros gue porventura atacassem a aldeia. Os bandos de cacadores eram igualitdrios; em geral, nenhum membro do grupo rinha mais bens ou poder gue outro. Nas aldeias agricolas, surge uma elite governante gue possu! rigueza e controla o poder. Os povos neoliticos fizeram grandes avangos na tecnologia. Modelando e cozi- nhando o barro, construiram recipientes de cerAmica para cozinhar e armazenar alimentos e dgua. A inveng3o da roda do ceramista possibilitou a produgo mas rêpida e precisa de tigelas e pratos. Amolando a pedra na rocha, obtiveram ferra- mentas afiadas para diversos fins. A descoberta da roda e da vela melhorou o trans- porte € promoveu o comércio; o desenvolvimento do arado e a atrelagem dos bois facilitaram aos agricultores o trabalho de arar a terra. O perfodo neolitico marca também o inicio do uso dos merais. O cobre, gue era facilmente transformado em instrumentos € armas, foi o primeiro metal a ser utilizado. As ferramentas e armas fabricadas com ele duravam mais tempo do gue as feitas de pedra e pederneira, e podiam ser refundidas e consertadas, guan- do se guebravam. Com o tempo, descobriu-se como fazer o bronze, combinando o cobre e o estanho em proporcées adeguadas. O bronze era mais duro gue o co- bre, o gue permitia dar-se um gume mais aftado aos instrumentos. Durante o neolitico, o abastecimento de alimentos tornou-se mais regular, a vida da aldeia expandiu-se e a populaGio aumentou. As familias gue adauiriram rigueza passaram a ter uma posiao social mais elevada e assumiram a lideranga da aldeia. A religiëo tornou-se mais formal e estruturada; os espiritos narurais fo- ram convertidos em deuses, cada gual com poderes especificos sobre a natureza ou a vida humana. Foram construidos altares em sua honra, e realizaram-se ceri- mênias conduzidas por sacerdotes cujo poder e rigueza aumentavam com as ofe- rendas feitas pelo povo aos deuses. A sociedade neolitica tornava-se mais organi- zZada e complexa; estava no limiar da civilizagao. Civikizacio ocidental Ascensao 3 civilizagao Aguilo gue chamamos de civilizagdo surgiu h4 cerca de cinco mil anos, no Oriente Préximo (Mesoporêimia e Egito) e, em seguida, na Asia oriental (fndiae China). As primeiras civilizagées comecaram em cidades gue eram maiores, mais populosas e mais complexas em sua estrutura politica, econêmica e social do gue as aldeias neoliticas. Como as cidades dependiam dos habitantes das aldeias adja- centes para a sua alimentago, as técnicas agricolas devem ter-se desenvolvido o suficiente para produzir excedentes de alimentos. Esse aumento da producio proporcionou alimentos aos habitantes da cidade, gue se ocupavam de trabalhos no agricolas — eram mercadores, burocratas e sacerdotes. A invengao da escrita permitiu as primeiras civilizagées preservar, Organizar € ampliar o conhecimento, transmitindo-o As geracêes futuras. Permitiu também aos funcion4rios governamentais e aos sacerdotes realizar seu trabalho com maior eficiëncia. Além disso, as sociedades civilizadas tinham governos organizados, gue promulgavam leis e definiam os limites de seus Estados. Numa escala muito mais ampla do gue as comunidades neoliticas, os habitantes construiam edificios e monumentos, dedicavam-se ao comércio e 3 manufatura e usavam o trabalho especializado para diferentes projetos. A vida religiosa tornou-se mais organizada e complexa e surgiu uma classe sacerdotal poderosa e rica. Esses avancos — as ci- dades, a especializag&o do trabalho, a escrita, o governo organizado, a arguitetu- ra monumental e uma estrutura religiosa complexa — distinguem as primeiras ci- vilizac6es das culturas pré-histéricas. A religiao foi a forga central nessas civilizac6es. Ela oferecia explicacêes satisfa- tOrias para os fenêmenos da natureza, contribuia para reduzir o medo da morte e justificava as regras tradicionais da moral. A lei era considerada sagrada, um man- E damento dos deuses. A religiao unia as pessoas nas tarefas comuns necessdrias A A d s sobrevivência — por exemplo, a construcio e manutengio de obras de irrigacio e d i T OL o armazenamento de alimentos. A religiëo também promovia atividades criativas ER na arte, literatura e ciëncia. Além disso, o poder dos governantes, considerados E D ik como deuses ou agentes dos deuses, vinha da religiao. e M eka O aparecimento da civilizag3o foi um grande ato criativo e nio apenas o de- L E PR senvolvimento inevirdvel das sociedades agricolas. Muitas comunidades haviam E S e E e aprendido a cultivar a terra, mas poucas de ram o salto para a civiliza€io. Como n R E EW toi possivel aos sumérios e egipcios, criadores das mais antigas civilizag6es, dar esse E N E salto? A maioria dos especialistas ressalra a relacZo entre a civilizac3o e os vales dos s s s rios. Os rios depositavam um lodo fértil nos campos adjacentes, proporcionavam Aguas para as plantag6es e serviam como estradas para o comércio. Mas os fatores geograticos apenas nio explicam adeguadamente o aparecimento da civilizagao. O gue nio se pode omitir éa contribuig&o humana — a capacidade de raciocinar ea atividade coo perativa. Mas antes gue tais rios pudessem ter gualguer utilida- ! ks F as ie PRE ie Ee FAEe RE? fe de KP riese IE er Fa . i F e Ed ie EE ae R. eg E af hos 3 Ere DR ReRa RE " produgdo de alimentos, os pêntanos em torno deles tiveram de ser drena- hy ' Ta See RA d n “E e s R aie E ST ay : ie di bed" drs T - j t is N &fol preciso construir digues, reservatêrios e canais. Para construir e manter ie Gd. LI hy EERS O mundo antigo obras de irriga€&o era necesséria a cooperagio de grande numero de pessoas, con- dicao necessêria 3 civilizagao. No processo de construir € manter redes de irrigagao, o homem aprendeu a formular e obedecer a regras € desenvolveu sua capacidade administrativa, mate- mdatica e de engenharia. A necessidade de manter registros estimulou a invengao da escrita. Essas respostas criativas aos desafios criados pela natureza levaram OS antigos habitantes da Suméria e do Egitoa dar o salto para a civilizagao, alrerando com isso o curso do destino humano. A civilizacao mesopotamica Mesopotêmia é uma palavra grega gue signitica “terra entre rios”. Foi ali, nos vales do Tigre e do Eufrates, gue teve inicio a primeira civiliza€ao. O primeiro povo a desenvolver uma civilizago urbana na Mesoporamia (atual Irague) foram os sumérios, ao colonizar os pantanais do Baixo Eufrares — due, somando-se ao Tigre, desdgua no golfo Pérsico. Pelo trabalho constante e pela imagina€io, os sumérios transformaram os pan- tanos em campos de cevada e peguenos bosgues de tamareiras. Por volta de 3000 A.C.. suas aldeias de cabanas desenvolveram-se gradualmente em doze cidades- Estado independentes, cada uma consistindo numa cidade e nas terras gue a Cr cundavam. As realizacêes dos sumérios s0 impressionantes: um sistema de escri- ta com stmbolos em tableres de argila (cuneiforme), para representar idéias; casas, paldcios e templos sofisticados, feitos de tijolos; ferramentas e armas de bronze; obras de irrigacio; comércio com outros povos; uma forma primiriva de dinhei- ro; instituicêes religiosas e politicas; escolas; literatura religiosa e secular: formas variadas de arte; cédigos de leis; drogas medicinais e um calenddrio lunar. A histéria da Mesopotimia é marcada por uma sucessio de conguistas. Ao norte da Suméria havia uma cidade semita* chamada Akkad. Por volta do ano 2350 a.C., os dcades, liderados por Sargio, o Grande, o rei guerreiro, conguista- ram as cidades sumérias. Sarg&o construiu o primeiro império do mundo, gue se estendia do golfo Pérsico ao Mediterrêneo. Os dcades adotaram as formas Cultu- rais sumerianas e as difundiram para além das fronteiras da Mesoporimia, com as uas conguistas. A religiao mesopotimica tornou-se uma mistura de elemen- tos dos dois povos. Nos séculos gue se seguiram, as cidades sumerianas foram anexadas a vdrios reinos e impérios. A lingua suméria, substituida por uma lingua semitica, tor- nou-se obscura, conhecida apenas dos sacerdotes, e os sumérios desapareceram gradualmente como um povo distinto. Mas suas realizagêes culturais perduraram. Acades, babilênios, elamitas € outros adotaram as formas de religido, arte, leis € * Os semitas incluem os dcades, hebreus, babilênios, fenicios, cananeus, asstrios e arameus. Os idio- mas hebraico e drabe sio linguas semiricas. * 10 Civilizacio ocidental literatura sumérias. O legado sumeriano serviu de base a uma civilizacao meso. potimica gue manteve um estilo peculiar durante trés mil anos. GEEET E I E M E T Religiëo: base da civiligacdo mesopotdmica RE R E L L I R A religido era o centro da vida mesopotAmica. Todas as atividades humanas — mm politica, militar, social, juridica, literdria, artistica — estavam geralmente subordi- nadas a um propésito predominantemente religioso. A religiëo era o guadro refe- rencial do homem da Mesopotêmia para a compreensio da natureza, da socieda- dee de si mesmo, e dominava e inspirava todas as outras expressêes culturais. As guerras entre as cidades, por exemplo, eram interpretadas como conflitos entre os deuses dessas cidades, e a vitéria dependia, em dltima instência, do favor divi- no, nao do esforgo humano. Os mitos — narrativas das atividades dos deuses — explicavam a origem das espécies humanas. Segundo os antigos mitos sumérios, os primeiros seres humanos brotaram da terra como plantas, ou foram moldados PER MR em argila pelo artesio divino e receberam um coracio da deusa Nammu, ou ee N d mad foram formados pelo sangue de dois deuses, sacrificados com esse propdsito. a las —em N” O homem da Mesopotêimia acreditava ter recebido a vida para executar na ike terra a vontade dos deuses no céu. Nenhuma decisio importante era tomada pelos reis ou pelos sacerdotes sem primeiro consultar os deuses. Para descobrir- lhes os desejos, os sacerdotes sacrificavam animais e depois examinavam suas en- tranhas, ou buscavam respostas nas estrelas ou nos sonhos. As cidades da Mesopotimia eram comunidades sagradas, dedicadas a servir a mestres divinos, e seus habitantes acreditavam gue, a paziguando os deuses, tra- rlam seguranga e prosperidade a suas cidades. Cada cidade pertencia a um deus, gue era o seu verdadeiro governante e o verdadeiro senhor das terras; construia- ! se, com fregiiëncia, um vasto complexo de templos para ele e sua familia, Supervisionado pelos sacerdotes, o templo era a parte fundamental da vida da cidade. Ao templo provavelmente cabia a propriedade da maioria das terras da cidade; os sacerdotes recolhiam aluguéis, administravam neg6cios e recebiam ; contribuigêes para as festas. A maioria dos habitantes da cidade trabalhava para , os sacerdotes do templo como meeiros, servos ou criados. Os camponeses, ansio- ' sos por agradar aos deuses gue zelavam pelos campos, entregavam parte de suas colheitas ao templo. Os sacerdotes coordenavam a atividade econêmica da cida- de, supervisionando a distribuicZo da terra e as obras de irrigacao e armazenando * alimentos para emergências. Os escribas do templo mantinham registros das des- pesas e receitas. Servindo como mordomos do deus da cidade e administrando- lhe os bens terrenos, os sacerdotes eram o esteio da vida civilizada. Os mesopotimios acreditavam gue os deuses controlavam o Universo € tudo o gue nele havia. A lua, o sol e as tempestades; a cidade, as obras de irrigacio, os ' CAMPOS — Hnham, cada um, o seu deus. O homem da Mesopotimia via deuses e EE demênios em tudo na natureza. Havia um deus no fogo, outro no rio; demênios EE, AA IBROS Provocavam as tempestades de areia, Causavam as doengas, punham em 0a da das mulheres em parto. Para se protegerem contra as forcas hostis, Os MR . EF Er SE ! N EA ME RE ed