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Citações e Pensamentos de Padre António Vieira PDF

404 Pages·2016·1.01 MB·Portuguese
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Ficha Técnica Título: Citações e Pensamentos de Padre António Vieira Autor: Paulo Neves da Silva Design de capa: Maria Manuel Lacerda/Oficina do Livro, Lda. Revisão: Ayala Monteiro ISBN: 9789895555888 CASA DAS LETRAS uma marca da Oficina do Livro — Sociedade Editorial, Lda. uma empresa do grupo LeYa Rua Cidade de Córdova, n.º 2 2610-038 Alfragide – Portugal Tel. (+351) 21 427 22 00 Fax. (+351) 21 427 22 01 © Paulo Neves da Silva Todos os direitos reservados de acordo com a legislação em vigor E-mail: [email protected] www.casadasletras.pt www.oficinadolivro.leya.com www.leya.pt INTRODUÇÃO António Vieira (1608-1697) foi um dos maiores pensadores portugueses de todos os tempos. Homem de grande visão e sabedoria, desde cedo se evidenciou nos seus sermões pela clareza e eloquência do seu discurso, dissecando todas as fragilidades do ser humano e as vias pelas quais todo o homem pode chegar a uma vida sábia e plena. Grande defensor da universalidade, e crítico frontal da discriminação feita a outros povos, foi perseguido e preso pela Inquisição, contra a qual lutou, conseguindo ser ilibado e simultaneamente inibindo essa mesma Inquisição de operar em Portugal por vários anos, a mando do Papa. Deixou uma vasta obra escrita. Além dos 200 sermões que escreveu, tem um espólio de mais de 750 cartas e muitos outros tipos de documentos com pareceres e afins (do qual se destaca o texto As Sete Propriedades da Alma), fruto também da intensa actividade diplomática que teve durante vários períodos da sua vida. Deixou ainda alguns escritos proféticos polémicos, tais como Chave dos Profetas e História do Futuro. A sua biografia pode ser resumida nas seguintes partes: O padre António Vieira nasceu em 1608, na freguesia da Sé, em Lisboa. O pai emigrou para o Brasil a fim de exercer o cargo de escrivão da Relação, em Salvador da Baía, quando Vieira tinha um ano. Com a mãe aprendeu a ler e escrever. Aos sete anos o pai mandou vir a família para viver no Brasil, e, aos 15, Vieira ingressou no Colégio dos Jesuítas, formando-se noviço em 1625, tendo estudado, além de teologia, lógica, física, metafísica, matemática e economia. Leccionou humanidades e retórica em Olinda e, em 1635, foi ordenado sacerdote, na Baía, tendo proferido os seus primeiros sermões dois anos antes. Em 1638, é nomeado professor de teologia no Colégio do Salvador. Em 1641, com 33 anos, Vieira veio a Portugal integrado numa comissão de apoio ao novo rei D. João IV. Nessa altura, Portugal tinha vários conflitos, com Espanha, Holanda, França e Inglaterra. Em 1642, Vieira prega os seus primeiros sermões na Capela Real, num dos quais apela à colaboração de todos os portugueses no esforço de guerra. Em 1643, apresenta um documento a D. João IV sobre o «miserável estado do reino e a necessidade que tinha de admitir os judeus mercadores», sugerindo ainda a criação de uma companhia de comércio e o cultivo de drogas e especiarias da Índia no Brasil. Em virtude de todas estas iniciativas e seduzido pela eloquência e visão de Vieira, D. João IV destaca-o para missões relevantes de interesse da Corte, sendo igualmente nomeado pregador régio. Em 1646, com 39 anos, inicia a sua actividade diplomática, com missões na Holanda e na França, regressando em 1648. Envolvido em algumas polémicas pela liberalidade das suas iniciativas, tais como (i) a redacção de um documento de proposta de entrega de Pernambuco aos holandeses, (ii) a aquisição de uma fragata com mantimentos e munições com a comparticipação de judeus, (iii) a proposta de reunião de todos os cristãos- novos (judeus) espalhados na Europa a fim de os proteger da Inquisição, começa a sofrer pressões para que abandone a Companhia de Jesus e a ser alvo das primeiras denúncias na Inquisição, tendo recebido sempre a protecção do rei. Em 1649, é criada a Companhia Geral do Comércio do Brasil, consumação das suas iniciativas. Nesse mesmo ano, Vieira começa a redacção de um dos seus polémicos textos proféticos, o já citado A História do Futuro. Em 1650, vai a Roma num conjunto de novas iniciativas diplomáticas de Estado. Depois de voltar, e fruto das polémicas causadas pelas suas propostas relativamente aos judeus, retornou ao Brasil em 1652, como superior dos missionários jesuítas do Maranhão e Pará. Em 1653, com 45 anos, e após ter passado o Natal em Cabo Verde durante a sua viagem desde Portugal, Vieira abraça no Brasil uma nova causa, a defesa dos índios e das suas condições de vida, tendo pregado o seu primeiro grande sermão contra a escravatura, o «Sermão das Tentações». Vieira viaja até Lisboa em 1654 para obter do rei novas normas do estatuto dos índios, pregando, antes de partir, o «Sermão de Santo António aos Peixes». Após um naufrágio ao largo dos Açores, Vieira vê-se forçado a regressar a Lisboa, pregando ainda o «Sermão da Sexagésima» antes de voltar, desta vez com sucesso, para o Brasil, em 1655, investido de plenos poderes para a organização dos aldeamentos dos índios. No período de 1655 a 1661, o poder e a influência do padre António Vieira foram-se deteriorando, devido ao ódio crescente dos colonos portugueses face à sua protecção dos índios, e com a morte do seu principal protector, D. João IV, em 1656. Em 1661, os colonos, juntamente com os superiores de outras ordens religiosas, conseguiram que os jesuítas fossem presos e expulsos para Portugal. Em 1662, com 54 anos, de novo em Portugal, o padre António Vieira cai de uma vez por todas nas malhas da Inquisição, que lhe instaura um processo por delito de heresia. Em 1663, é desterrado para Coimbra, onde fica em prisão domiciliária e, em 1665, é encarcerado por ordem do Tribunal do Santo Ofício, até final do processo. Em 1667, foi condenado a internamento e proibição de pregar. Nesse mesmo ano, um golpe de Estado afasta D. Afonso VI, entregando a regência a D. Pedro, seu irmão. Em 1668, Vieira é libertado mediante decreto do Santo Ofício, que concede o perdão das suas penas. Em 1669, com 61 anos, Vieira parte para Roma a fim de tentar que o libertassem de algumas das limitações que lhe foram impostas. Encontrou o Papa às portas da morte, mas deslumbrou tudo e todos com os seus discursos e sermões. Tendo reunido em Roma apoios poderosos, renovou a sua luta contra a Inquisição, conseguindo libertar-se para sempre da sua alçada e logrando ainda que esta ficasse suspensa de operar em Portugal por um período de sete anos, devido aos abusos de poder reportados por Vieira. Ficou em Roma até 1676 sob a protecção da rainha Cristina, da Suécia, que no final o convidou para seu confessor, proposta que Vieira recusou. Voltando a Lisboa, e tendo decidido afastar-se definitivamente dos negócios públicos, continua pacificamente a aumentar a sua já considerável colecção de sermões, tendo, em 1679, publicado o primeiro volume de Sermões em língua portuguesa. Em 1681, com 73 anos, pressionado também pela reinício da actividade da Inquisição, com proliferação de execuções, e tendo sido queimada uma imagem sua em Coimbra, decide voltar para o Brasil, retomando o seu trabalho de evangelização. Em 1682, é publicado em Lisboa o segundo volume dos seus Sermões, consolidando-se o objectivo de vir a publicar todos os seus sermões num acervo de 15 volumes, ao mesmo tempo que procede à conclusão da sua, também já citada, obra profética A Chave dos Profetas. Os seus escritos começaram a ser editados por toda a Europa, onde foram elogiados até pela Inquisição. Em 1688, foi nomeado visitador-geral de toda a província jesuítica do Brasil, cargo que exerceu durante três anos, apesar de não poder viajar. Em 1690, a venda das suas obras permite-lhe financiar a missão do padre João de Barros junto dos índios Carirís, na Baía. A partir de 1694, com 86 anos, inicia-se o declínio físico de Vieira, que deixa de conseguir escrever pelo seu próprio punho. Ainda assim logrou preparar para edição os seus últimos sermões, tendo publicado o 12.º volume em 1697. Ditou a sua última carta a 12 de Julho desse ano, falecendo no dia 18 desse mês, em Salvador da Baía. A imensa obra escrita de Vieira está recheada de centenas de excertos temáticos, integrados nos seus sermões e outros documentos. Numa selecção pautada pela intemporalidade e actualidade desses textos, nasce este novo volume da colecção «Citações e Pensamentos», que funciona, por um lado, como uma autêntica bíblia da sabedoria, com conselhos práticos e advertências lúcidas para todas as dimensões da vida, e, por outro, como um guia de referência rápida do pensamento de António Vieira, numa compilação única e original dos mais de 30 volumes analisados, que reúnem a totalidade da sua obra. Visionário como poucos, a principal virtude de Vieira consistiu em olhar para o homem como um único ser, sem discriminações, e, a partir deste, identificar e dissecar todas as suas características, com uma escrita argumentativa apelativa e sedutora, embriagando o leitor numa melodia de serenidade que lhe permite levantar os olhos do mundo e vê-lo sem parcialidade nem cegueira, mal de que todos os homens menos avisados sofrem. Citações ACÇÃO Não consiste a destreza do cavaleiro só em saber correr, senão em saber parar. As Sete Propriedades da Alma As acções de cada um são a sua essência. Sermões (6) As acções generosas, e não os pais ilustres, são as que fazem fidalgos. Sermões (6) As coisas não começam do princípio, como se cuida, senão do fim. O fim porque as empreendemos, começamos e prosseguimos, esse é o seu primeiro princípio, por isso, ainda que sejam indiferentes, o fim, segundo é bom ou mau, as faz boas ou más. Sermões (94) O Sol pode fazer dias longos: dias grandes só os fazem e podem fazer as acções. Sermões (147) ACIDENTE Os acidentes melhor se podem julgar onde se vêem e apalpam que instruírem-se de longe, só por informações e conjecturas. Documentos (8) AFEIÇÃO Não se deve nunca favorecer por empenho, que é mais enriquecer ao sujeito que premiar ao benemérito, porque pela razão natural, como a experiência mostra, a nenhum se há-de fazer homem por afeição, mas há-de-se empregar a afeição a quem nas acções se mostra homem. As Sete Propriedades da Alma AFIRMAÇÃO O luzir nas auroras da idade é ter propriedade de Sol, e brilhar na declinação dos anos é tão comum realce que não pede já atenção aos olhos. As Sete Propriedades da Alma

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