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Cidades e estudos organizacionais: um debate necessário PDF

434 Pages·2019·1.834 MB·Portuguese
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Luiz Alex Silva Saraiva Alessandro Gomes Enoque (Organizadores) CIDADES E ESTUDOS ORGANIZACIONAIS: UM DEBATE NECESSÁRIO Ituiutaba 2019 © Luiz Alex Silva Saraiva, Alessandro Gomes Enoque, 2019. Editor da obra: Anderson Pereira Portuguez. Capa: Imagem: "Janelas abertas VI", de José Roberto Ferreira Guerra. Colagem (2015). Acervo do autor; Arte: Anderson Pereira Portuguez. Diagramação: Anderson Ferreira de Azevedo Filho. Editora Barlavento CNPJ: 19614993000110. Prefixo editorial: 68066 / Braço editorial da Sociedade Cultural e Religiosa Ilè Asé Babá Olorigbin. Rua das Orquídeas, 399, Residencial Cidade Jardim, CEP 38.307-854, Ituiutaba, MG. [email protected] Conselho Editorial da E-books Barlavento – Grupo Geografia: Dra. Mical de Melo Marcelino (Editora-chefe) Pareceristas: Prof. Dr. Anderson Pereira Portuguez Prof. Dr. Ricardo Lanzarini Prof. Dr. Rosselvet José Santos Prof. Dr. Antonio de Oliveira Júnior Profa. Cláudia Neu Prof. Dr. Giovanni F. Seabra Prof. Dr. Jean Carlos Vieira Santos Cidades e estudos organizacionais: um debate necessário. Luiz Alex Silva Saraiva/ Alessandro Gomes Enoque (org). Ituiutaba: Barlavento, 2019, 433 p. ISBN: 978-85-68066-96-6 1. Cidades. 2. Estudos organizacionais. 3. Urbano. 4. Interdisciplinar I. SARAIVA, Luiz Alex Silva. II. ENOQUE , Alessandro Gomes. Todos os direitos desta edição reservados aos autores, organizadores e editores. É expressamente proibida a reprodução desta obra para qualquer fim e por qualquer meio sem a devida autorização da E-Books Barlavento. Fica permitida a livre distribuição da publicação, bem como sua utilização como fonte de pesquisa, desde que respeitadas as normas da ABNT para citações e referências. SUMÁRIO Prefácio – As Cidades nos Estudos Organizacionais como Resistência e Reação Sócio-Espaciais Ana Paula Baltazar 05 Capítulo 1 – Os Estudos Organizacionais e as Cidades Luiz Alex Silva Saraiva 21 Capítulo 2 – Para além de Organização-Cidade: OrganiCidade Mônica de Aguiar Mac-Allister da Silva 75 Capítulo 3 – Multiterritorialidades e relações de poder nas cidades Patrícia Bernardo e Elisa Yoshie Ichikawa 105 Capítulo 4 – Sobre favelas enquanto campos de poder e a (des)organização do espaço social Vanessa Brulon e Alketa Peci 135 Capítulo 5 – De mercado novo a mercado das borboletas, as metamorfoses de um edifício “fora do lugar” na região central de Belo Horizonte Oscar Palma Lima, Alexsandra Nascimento Silva e Alexandre de Pádua Carrieri 179 Capítulo 6 – A trama “bem-sucedida” de um projeto de bairro numa “cidade sem favelas” Nayara Emi Shimada e Elisa Yoshie Ichikawa 243 Capítulo 7 – Empreendedorismo local: contribuições a partir de estudos de dinâmicas de reconversão de funções econômicas de cidades Anderson de Souza Sant’Anna, Reed Elliot Nelson, Fátima Bayma de Oliveira e Daniela Diniz Martins 285 Capítulo 8 – A cidade e o círculo privilegiado da cultura Wescley Silva Xavier 343 Capítulo 9 – Henri Lefebvre – marxista e humanista: traços de sua apropriação no planejamento urbano e nos estudos organizacionais Maria Ceci Misoczky, Clarice Misoczky de Oliveira e Rafael Kruter Flores 381 Sobre os Autores 429 PREFÁCIO As Cidades nos Estudos Organizacionais como Resistência e Reação Sócio-Espaciais Ana Paula Baltazar1 No início de 2019 o governo Federal brasileiro extinguiu seu Ministério das Cidades, uma das mais importantes conquistas populares do período republicano. Isso aponta para o desmonte das políticas públicas sócio-espaciais, aquelas que consideram sociedade e espaço como interdependentes. Tende a ser interrompido o entendimento que vinha sendo construído de que o espaço é fundamental para conhecer e produzir a sociedade vice-versa. A cidade, pivô dessa construção socioespacial, é simbolicamente retirada da pauta do governo. Isso não acontece por acaso. 1 Ph.D. in Architecture and Virtual Environments (University College London). Professora Associada da Escola de Arquitetura e Design da Universidade Federal de Minas Gerais. Cabe aqui ressaltar uma cadeia de iniciativas para democratização do acesso às cidades, principalmente participação popular nas tomadas de decisão, começando em 1963 com o Seminário de Habitação e Reforma Urbana. Tal evento, conhecido como Seminário de Quitandinha, contou com a participação de profissionais, técnicos do Estado e membros da sociedade civil, colocando no centro do debate o questionamento da propriedade privada e a necessidade de participação pública continuada nos processos de tomada de decisão sobre as cidades. Em 1964 essa discussão é suspensa com a ditadura militar, mas é retomada com a redemocratização do país, que culmina com a Constituição Brasileira de 1988, o Estatuto da Cidade em 2001 (que regula o capítulo da Política Urbana da Constituição) e a criação do Ministério das Cidades em 2003. Contudo, todas essas iniciativas acontecem no contexto do Estado moderno, priorizando a proteção dos capitais em detrimento dos direitos sociais. Houve grande discussão popular no momento da elaboração da Constituição de 1988. Foi apresentada uma demanda para reforma urbana sistematizada na Proposta popular de emenda ao projeto de constituição 1987–1988, que foi apenas parcialmente contemplada no documento final. Ficou de fora a parte que me parece mais importante, que propunha a “gestão democrática da cidade”, garantindo participação popular via audiência pública, conselhos municipais de urbanismo, conselhos comunitários e plebiscito ou referendo. Isso veio a ser retomado no “Decreto da participação”, promulgado em 23 de maio de 2014, que não por acaso foi derrubado pelos deputados federais em outubro do mesmo ano. 6 A cadeia de eventos que minam a possibilidade de tomada de decisão ou ação sócio-espacial direta culmina com a extinção do Ministério das Cidades em 2019, apontando claramente para a manutenção da propriedade privada e da participação popular apenas por meio da democracia representativa, visando garantir a proteção dos interesses dos capitais. O trabalho dos organizadores do presente livro, mais do que resistência, se insere como reação nesse contexto de desmonte socioespacial ou de tentativa de apagamento da importância das cidades. Com formação em Administração, Luiz Alex Silva Saraiva e Alessandro Gomes Enoque são docentes da UFMG e da UFU, respectivamente, e participam de coordenações de Núcleos de Estudos sobre Organizações, abordando já há muito tempo perspectivas interdisciplinares dos Estudos Organizacionais. Por um lado, Saraiva se dedica às perspectivas dos discursos, da diversidade e das diferenças, da economia criativa, da história e da memória e do simbolismo organizacional. Por outro lado, Enoque se dedica às Ciências Sociais e Políticas, com ênfase nas temáticas da religião, do trabalho e da diversidade, sintetizadas na invisibilidade laboral e social. No caso específico desse livro, a tangência dos Estudos Organizacionais com as cidades deixa aflorar as perspectivas já amplamente aprofundadas pelos organizadores. Assim, olhar para a vivência das cidades com a lente dos Estudos Organizacionais, a partir de perspectivas diversas, se mostra urgente ou, em outras palavras, é “um debate necessário”, como proposto no subtítulo do livro. 7 O livro começa com o capítulo de Luiz Alex Saraiva — Os Estudos Organizacionais e as Cidades — apresentando a pluralidade de áreas que somam para a interdisciplinaridade de perspectivas sobre as cidades, não se restringindo aos campos que convencionalmente lidam com a cidade. Apresenta uma compilação bastante rica de autores que abordam a cidade nas Artes, Linguística, Saúde, Ciências do Esporte, Políticas Públicas, Ciências Ambientais, Educação, Comunicação Social, Geografia, História, Ciências Sociais, Filosofia, Antropologia, Psicologia, Arquitetura e Urbanismo, Direito e Economia, como “Prismas interdisciplinares para uma aproximação da cidade”. Sob o subtítulo “As cidades e os Estudos Organizacionais: uma teia em contínua construção”, Saraiva explicita sua aproximação dos Estudos Organizacionais como ferramenta para problematizar a cidade para além dos aspectos materiais, abordando as experiências vividas. Ainda que reconheça a existência de uma quantidade expressiva e crescente de pesquisas e publicações sobre a cidade no campo dos Estudos Organizacionais, reforça a importância de sistematização da diversidade de olhares possíveis sobre a “cidade enquanto organização”, convidando pesquisadores a darem continuidade na construção desse percurso. Para isso sistematiza três caminhos promissores. O primeiro aborda a territorialidade por meio das disputas por espaço; o segundo aborda a cidade como lugar de sociabilidades, simbolismos e culturas, discutindo diferenças de sociabilidade; e o terceiro aborda desigualdade social e segregação, trazendo para o debate experiências de grupos marginalizados. Mais do que introduzir o livro, o texto de Saraiva propõe a ampliação da discussão sobre a cidade, pretendendo 8 também contribuir “para a ampliação do que se toma por organização e análise organizacional”. O livro continua com uma sequência de capítulos que, de formas distintas, respondem à provocação de Saraiva e Enoque para o debate sobre a cidade pelo viés dos Estudos Organizacionais. Inseridos nos possíveis percursos propostos por Saraiva no primeiro capítulo do livro (em alguns casos sobrepondo percursos), os textos provocam reflexões em diferentes escalas de análise. Em “Para além de Organização-Cidade: OrganiCidade”, capítulo 2 desse livro, Mônica de Aguiar Mac-Allister da Silva propõe esclarecer a relação que constrói entre organização e cidade. Para isso recorre à organicidade como método aberto de representação, vindo do Teatro-Laboratório proposto por Jersy Grotowsky. A representação é abordada a partir de três significados. O primeiro propõe o entendimento da representação como uma categoria evolutiva para a análise da cidade que abrange e complementa os aspectos morfológicos, populacionais, funcionais, culturais e políticos. O segundo significado é encontrado na semiótica de Charles Sanders Pierce, com os conceitos de signo, semiose e pragmatismo. Já o terceiro diz respeito à representação urbana retomando os conceitos de Pierce para análise da cidade como espaço social. Trabalha então a “Organização-Cidade como representação”. A autora nos oferece então a “OrganiCidade como representação de Organização- Cidade”, e conclui o texto, apontando que OrganiCidade toma a organização no sentido de organizing, “o que é ainda uma novidade no campo da administração”, indicando a necessidade de trabalhar não só o conceito de cidade como representação 9

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