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cidades de areia construção da identidade e imaginário colonial no sul de angola PDF

405 Pages·2015·26.95 MB·Portuguese
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Welwitchia mirabilis, Exemplar de tronco central seco do Museu Botânico da Universidade de Coimbra Joana Patrícia Damasceno Marques de Oliveira CIDADES DE AREIA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE E IMAGINÁRIO COLONIAL NO SUL DE ANGOLA Tese de Doutoramento em Estudos Contemporâneos, orientada pelo Professor Doutor Álvaro Francisco Rodrigues Garrido, coorientada pelo Professor Doutor Ángel Rodriguez Gallardo e apresentada ao Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra. Maio de 2017 Joana Patrícia Damasceno Marques de Oliveira Cidades de Areia CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE E IMAGINÁRIO COLONIAL NO SUL DE ANGOLA Tese de Doutoramento em Estudos Contemporâneos, orientada pelo Professor Doutor Álvaro Francisco Rodrigues Garrido e coorientada pelo Professor Doutor Ángel Rodriguez Gallardo e apresentada ao Instituto de Investigação Interdisciplinar da Universidade de Coimbra. Maio 2017. 1 2 Dedicatória Ontem éramos crianças e brincávamos ao sabor do vento e da esperança que nos passaste de uma vida equilibrada e feliz! Foste um pai sempre presente: amigo, mestre, professor, médico... Qualquer lágrima que visses no meu rosto era para ti uma enorme aflição, porque nunca gostaste de me ver chorar.... e arranjavas sempre a solução para o meu mal! Passaste-nos o testemunho dos teus valores e das tuas paixões e continuaremos o legado, mas nunca conseguiremos alcançar nem um terço da tua sabedoria! Deixaste um vazio na nossa vida, mas conseguiremos reerguer-nos por ti que nos ensinaste que havia um povo quase mítico de pastores nos Montes Hermínios que se tornaram marinheiros corajosos como no primeiro verso dos Lusíadas, que tantas vezes nos cantavas: As armas e os barões assinalados que da ocidental praia lusitana Por mares nunca de antes navegados passaram ainda além da Taprobana Em perigos e guerras esforçados, mais do que permitia a força humana E entre gente remota edificaram, novo reino que tanto sublimaram! Sem ti, nunca teria passado a Taprobana! Obrigada Pai! In Memoriam Adriano Sales Matias, que entretanto partiu, mas deixou a sua memória! 3 4 Agradecimentos Esta investigação começou em dois mil e onze, mas sempre esteve dentro de mim. Nunca fui a Angola, mas sempre tive esse fascínio pelo exótico, pelo diferente, pela terra vermelha sobre a qual amigos da família falavam, pela luz e pelo pôr-do- sol. Sem esquecer o filme África Minha, que já vi inúmeras de vezes e choro sempre no fim... Também viajamos em pensamento e, por isso, já fui muitas vezes a África. Terminado este trabalho, resta-me agradecer a colaboração, a ajuda e o apoio de algumas pessoas. Começo pela minha família que muito ajudaram a ultrapassar dificuldades e me passam a sua energia positiva. Devo também o meu reconhecimento ao Professor Doutor Álvaro Garrido, meu orientador, que me deu alento e força para continuar, apostando na minha ideia pouco ortodoxa de tese. Ao meu coorientador Ángel Gallardo, pelas oportunas sugestões. Aos Professores Doutores António Pedro Pita, Luís Reis Torgal, que carismaticamente, lecionou o primeiro seminário da primeira edição do doutoramento em Estudos Contemporâneos. Outros nomes de professores/ Mestres de sempre, incomparáveis e insubstituíveis, Professor Fernando Catroga, Dr. José Augusto Monteiro e Professora Manuela Ribeiro, cujas lições e amizade não esqueço. À Professora Fátima Neves, pelo seu apoio e ânimo no decorrer deste percurso. A todos os Mossâmedenses e Porto Alexandrinos e outros angolanos, com quem contactei e com quem muito aprendi, agradeço vivamente a sua amizade e a partilha de memórias. Tenho de salientar o casal simpatia Adriano e Ludovina Sales Matias, que me introduziram neste universo familiar e maravilhoso que persistem em manter! À Elizete Delgado e ao meu tio Fernando Rui, mecânico das Forças Armadas, que andou por Angola e pela Índia portuguesa nos anos sessenta por toda a informação que disponibilizaram, assim como documentos do espólio familiar, partilha também realizada pela família Caetano! É a todos que devo esta recolha e estas memórias! 5 No que se refere a instituições, devo também uma palavra de agradecimento, amizade e são convívio às excecionais funcionárias do Ceis20, Marlene Taveira e Ângela Lopes. Aos amigos de longa data, desde sempre e de sempre, que são um forte apoio, e, nomeadamente, no dia a dia, e essenciais na nossa vida. Agradeço a paciência das amigas e mestras do português Isabel Caetano e Fátima Ferreira, cujo auxílio foi precioso pelas suas leituras e comentários sempre construtivos. Vai ainda uma palavra de gratidão para o designer Alexandre Relvão e Marta Antunes na conceção gráfica e no tratamento de imagens. Por fim, à Catarina Gomes e Luís Araújo, que me ajudaram na construção do inquérito on-line e nos gráficos daí resultantes. A todos os colaboradores e amigos do Colégio Bissaya Barreto, com quem convivo diariamente, agradeço a amizade e camaradagem. Ao Doutor Jorge Felício um agradecimento especial por me ter autorizado e incentivado a progredir na minha formação académica. Agradeço ainda a colaboração da conservadora da Reserva Etnográfica do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, Carla Coimbra, as informações e disponibilidade que prestou. 6 Resumo A distribuição dos territórios africanos após a Conferência de Berlim criou uma nova realidade que dependeu de vários fatores: a dimensão, os recursos, a política interna, o momento e a oportunidade. Os portugueses tiveram de se adaptar a esta nova realidade, moldando as práticas de administração do território e iniciando a construção de um mundo novo. O presente trabalho divide-se na construção, fragmentação e permanência de um tempo e lugar, não só de uma ideia que envolveu os portugueses d’aquém e d’além mar, mas na própria ideia de humanidade que se foi modificando, ao longo dos séculos. O presente estudo pretende reconstituir a memória desse lugar, do universo colonial, que se foi metamorfoseando e adaptando a regimes políticos, ciclos económicos, mentalidades e culturas. Um anel de tempo que teve o seu início e o seu fim. Dentro da História, esta, em particular, retrata um microcosmos recriado por marinheiros, pescadores e agricultores no sul de Angola, nomeadamente, no litoral inóspito e desabitado, sintetizando a história de duas comunidades marítimas do sul de Angola: Mossâmedes e Porto Alexandre. A primeira parte do trabalho é dedicada à construção de uma ideia de Império com início na segunda metade do século XIX e que continua no século XX. A segunda parte deste estudo resume a interpretação dos diversos significados deste mundo, do processo de descolonização e do afastamento, da perda e da dor. É um trabalho que envolve e reclama conhecimentos da História, da Antropologia, das Ciências da Educação, da Geografia, da Economia, um mundo de conhecimentos que foi difícil de desembaraçar de modo a alcançar a resposta às perguntas fundamentais: Qual o motivo de partida destas comunidades para lugares com características tão inóspitas e difíceis de suportar? Quais os processos de colonização? Qual a persistência destas memórias na identidade destes povos? Que identidades foram, entretanto, reconstruídas? 7 Abstract The distribution of African territories after the Berlin Conference created a new reality that depended on several factors: size, resources, internal politics, timing and opportunity. The Portuguese had to adapt to this new reality, shaping the practices of administration of the territory and beginning the construction of a new world. The present work is divided in the construction, fragmentation and permanence of a time and place, not only of an idea that involved the Portuguese from below and from beyond the sea, but in the very idea of humanity that has been modifying, throughout the Centuries. The present study intends to reconstitute the memory of this place, of the colonial universe, that has been metamorphosing and adapting to political regimes, economic cycles, mentalities and cultures. A ring of time that had its beginning and its end. Within history, this in particular depicts a microcosm re-created by sailors, fishermen and farmers in southern Angola, namely on the inhospitable and uninhabited coast, summarizing the history of two maritime communities in southern Angola: Mossâmedes and Porto Alexandre. The first part of the work is dedicated to the construction of an idea of Empire beginning in the second half of the 19th century and continuing in the 20th century. The second part of this study summarizes the interpretation of the various meanings of this world, the process of decolonization and remoteness, loss and pain. It is a work that involves and demands knowledge of History, Anthropology, Educational Sciences, Geography and Economics, a world of knowledge that has been difficult to unravel in order to reach the answer to the fundamental questions: What is the starting point of these Communities to places with such inhospitable and difficult features? What are the colonization processes? What is the persistence of these memories in the identity of these peoples? What identities have, however, been rebuilt? 8 Índice 9

Description:
entrevistas semiestruturadas e o esboço de uma biografia coletiva. Assim numa zona árida, visto que o deserto do Namibe é gémeo do Kalahari.
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