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Che Guevara - Uma Biografia PDF

886 Pages·2012·12.115 MB·Portuguese
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FOLHA de Rosto Jon Lee Anderson EDIÇÃO REVISTA E ATUALIZADA Tradução M. H. C. Côrtes CRÉDITOS Copyright © 1997 by Jon Lee Anderson Copyright do texto revisto © 2010 by Jon Lee Anderson Todos os direitos desta edição reservados à Editora Objetiva Ltda. Rua Cosme Velho, 103 Rio de Janeiro – RJ – Cep: 22241-090 Tel.: (21) 2199-7824 – Fax: (21) 2199-7825 www.objetiva.com.br Título original Che Guevara – A Revolutionary Life Capa Victor Burton Imagem de capa Elliott Erwitt/Magnum Photos/Latinstock Revisão Raquel Correa Rita Godoy Lilia Zanetti Tamara Sender Ana Kronemberger Coordenação de e-book Marcelo Xavier Conversão para e-book Freitas Bastos CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ A561c Anderson, Jon Lee Che Guevara [recurso eletrônico]: uma biografia / Jon Lee Anderson; tradução M. H. C. Côrtes. – Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. recurso digital Tradução de: Che Guevara: a revolutionary life Formato: ePub Requisitos do sistema: Adobe Digital Editions Modo de acesso: World Wide Web 907p.: retratos ISBN 978-85-390-0339-6 (recurso eletrônico) 1. Guevara, Ernesto, 1928-1967. 2. Guerrilheiros – América Latina – Biografia. 3. Livros eletrônicos. I. Título. 12-1500 CDD: 920.932242 CDU: 929:323.22 DEDICATÓRIA Para Erica e em memória de minha mãe, Barbara Joy Anderson, 1928-1994 Ernesto “Che” Guevara, 1960. Introdução à edição revista Meu interesse por Che Guevara começou no final da década de 1980, enquanto pesquisava um livro sobre guerrilhas modernas. Havia quase uma geração que o pôster do retrato de Che tirado por Alberto Korda — de boina preta e broche de estrela — enfeitava diversas paredes de dormitórios de faculdade. Essa época chegou a um desfecho inesperado, com o fim do movimento de protesto estudantil quando a Guerra do Vietnã terminou. Mas nos sertões insurgentes da Birmânia, de El Salvador, do Saara Ocidental e do Afeganistão, Che resistiu no papel de modelo, e quase como um símbolo místico de veneração. Ele inspirou novas gerações de guerreiros e sonhadores pelos princípios revolucionários que representava: coragem, abnegação, honestidade e devoção à causa. Havia poucos livros sobre Che ainda sendo impressos. A maioria tinha vinte anos e era formada por hagiografias oficiais cubanas ou demonizações igualmente cansativas, escritas por inimigos ideológicos. A vida de Che tinha mesmo de ser escrita porque muito dela ainda estava encoberta por sigilo, inclusive as circunstâncias misteriosas de suas horas finais na Bolívia, em 1967. Até o paradeiro de seu corpo era desconhecido. Quem foi esse homem que abriu mão de tudo que estimava para lutar e morrer em um campo de batalha estrangeiro? Aos 36 anos deixou para trás esposa e cinco filhos, um cargo ministerial e uma posição de comandante para iniciar novas revoluções. E em primeiro lugar, o que impeliu um intelectual argentino bem- nascido, com um diploma de médico, a tentar mudar o mundo? Desvendando os mistérios da história de vida de Che, seria possível elucidar alguns dos mais fascinantes episódios da Guerra Fria e pôr em um foco mais nítido um de seus personagens centrais. Parecia-me que as respostas à maioria das perguntas sobre Che permaneciam em Cuba e, em 1992, fui para Havana, onde estive com sua viúva, Aleida March. Contei- lhe sobre meu plano de escrever uma biografia de seu falecido marido e lhe pedi cooperação e assistência. Ela acabou concordando. Poucos meses depois, me mudei para Havana com minha esposa e três filhos pequenos para uma estadia que se esticou por quase três anos. Era um momento desolador para os cubanos. A União Soviética de repente deixara de existir, pondo um abrupto fim aos generosos subsídios financeiros que sustentaram o país nas últimas três décadas. Mas mesmo com a economia do país desintegrando, Fidel Castro mantinha a bandeira socialista obstinadamente erguida e invocava o exemplo de Che, exigindo coragem revolucionária e sacrifícios dos compatriotas. O maior desafio para mim foi romper a atmosfera beatífica que cercava a memória de Che. Ele foi praticamente o padroeiro de Cuba, e as lembranças das pessoas que o tinham conhecido foram, com frequência, covardemente elogiosas, ou, de maneira despudorada, politicamente deterministas. Foi só quando passei vários meses perambulando pela Argentina na companhia de amigos de infância de Che, do jovem Che Guevara, que o homem começou a emergir como uma figura real. Finalmente, de volta a Havana, me foi dado o acesso privilegiado a alguns de seus diários, até então inéditos, que ajudaram a explicar a transformação do menino no lendário Che. Certa manhã, em novembro de 1995, quando estava na Bolívia para entrevistar todo mundo que eu achasse ter alguma coisa a ver com os esforços da guerrilha de Che, fui a Santa Cruz para encontrar Mario Vargas Salinas, um general aposentado em seus 50 e poucos anos. Como um jovem oficial do Exército em 1967, Vargas Salinas tornou-se famoso por liderar a emboscada no rio Masicuri, que eliminou a segunda coluna de Che. Tania, sua companheira alemã, e outros oito guerrilheiros foram mortos. O massacre no Masicuri marcou o início do fim para Che. Pouco mais de um mês depois, em 8 de outubro de 1967, encurralado em um vale por um grande número de tropas do Exército, Che foi ferido e levado preso. No dia seguinte, sob ordens do alto-comando militar boliviano e na presença de um agente da CIA, foi morto a tiros. Após o anúncio da morte de Che em batalha, o Exército mostrou seu corpo para o povo por um dia, na cidade vizinha, chamada Vallegrande. As fotografias do cadáver mostravam-no sem camisa, crivado de balas. Estava deitado de costas com a cabeça escorada e os olhos abertos. A semelhança com as imagens de Cristo morto era evidente para todos. Nesta noite, o corpo de Che e de vários camaradas desapareceram. Seus inimigos pretendiam negar-lhe um local de enterro, onde admiradores poderiam prestar homenagens. Mais tarde, um oficial do Exército disse vagamente que o corpo de Che fora jogado de um avião dentro da selva. Outro oficial afirmou que o cadáver fora incinerado. Mario Vargas Salinas acabou revelando-se um homem excepcionalmente amável e sincero. Acabamos passando mais de três horas conversando em seu jardim murado, em Santa Cruz, e descobri que ele estava disposto a discutir assuntos controversos. A certa altura, reconheceu que seus soldados executaram um dos combatentes feridos de Che. Sua franqueza levou-me a perguntar sobre o corpo, embora não esperasse realmente uma resposta honesta. Fiquei chocado quando respondeu que queria limpar o passado. Ele disse que depois que Che foi morto, as mãos foram amputadas. As impressões digitais foram tiradas para preservar a prova

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