JORNAL DOS CEGOS HEYJKTA DE TIF'LOLOJL\ UIPUESS.\ ,\ C[ST.\ DO EST.\DO PrcmPd 1 ..-111 1 n:e:!Jll1:t da rral3 na ExpcsiçJo Ind1.Hrill do Po!lJ em 1E9 /. • cem o Grande D1plcm1 dJ ll,nrJ, n1 Fxpcs1ç<:n dJ Imrrensi, ListoJ 1898. e com a madalhl de houze nl E1rce1çao Urner3ll de Pari~. em 1930 Fundador e director- BRANCO RODRÍGUEZ \'OLl]IE \'lll- 490l (OITAVO ANO) - -+- - 1N QCÉ Lll'"íü CEGOS RXlSTENTES EM PORTUGAL EM 1903 RED:\Ct:~\•) 1-lOCIO- LIS H OA • 8.0 ANO 1903 VOL. VIII REVISTA DE TIFLOLOJIA REDACÇÃO DlRECTOR E Fl.iNDADOR PREÇO DO VOLUME RODRÍGUEZ Rocio - Lisboa BRA~CO 500 réis INQUÉRITO :"ODRE Of\ C:EGOS EXISTENTES EM POHTUGAL E)I 1903 AU· hoje ainda :-;e não tinha feito neste país uma cstatísti<'a de regos. Para proc·C'dcr a êsse trabalho cliriji uma circular a cada um dos 290 administradores dos <'Oncelhos elo <'Ontin<'nte e ilhas adja<·entcs, a(·ompa nhacla dP tantas listas quantas as freguesias ele que S<' compõe C'acla C'On <·elho, quC' se elevam ao nÚmC'rO de 8:85~. Xessa circular !';Olicitci aos srs. administradores ele eoncC'lho o favor ele enviarem aos respC'rti vos párocos as referidas listas, a fim dr f>leR ns prc>Pnchcrem indicando o número de cegos de maior idade, indijentes e não indijentes, do secso masculino e do secso feminino existent<'s nas snas frt> gu<'sias, quantos os menores ele 21 anos, indijentes e não indijentes, c·om a espee'i-fieação dos seesos,-e dP me <levolverem, depois ele prPen<·hiclas, rssas listas, que reC'ebi, assinadas pelos p:irocos. Por rsta forma ronsegni apurar qnr no ano ele 1 fl(l:1 <'xistiam em Por tugal: Cegos indijentes elo sorRo masculino . . . . ..... . 2:223 Cegos indijentes do SC'CSO feminino ...... . ... . Cegos não inclijentes elo scc:-10 masculino . . .... l:-H8 Üf'g'OR niio inc1ij0ntes elo secso fominino . . .•... 1:274 -- - Total. ..... 7 :281 ' lI JOR~AL DOS CEGOS Dêstes cegos são menores de 21 anos: Cegos indUentes elo seci:;o masculino . . . . . . . . . 335 Cegos indijentcs elo secso feminino.. . . . . . . . . . 2R5 Cegos não inelijentcs do sccso masculino. . . . . . V34 Cego:-; não inclijentcs do sec·so frminino. . . . . . . 141 Total. ... .. 8ni"'> * * * Estes números, porc~m, pecam por defeito, porqur, sP nas freguesias r ela proví1wia fácil aos pAroeos saber <prnntos ecgos 1wlas <'xistern, nos ecntros populoso~, cspe<'ialmente em Lisboa e no Pôrto, ó impossível aos rPspeetivo" priores das freguesias conliecerem os cegos que ndas habitam. Para obter o número ele cegos de Li:sboa e do Pôrto não me cliriji aos administradores elos bairros, mas diriji-me dircctam<'11te aos p<trocos. Al guns clêlcs não se dignaram responder e um houve, o da frcgne~ia ele Santa Isabel, ele Lisboa, <1ue me <'Omnnicon não ter tempo para se O('llpar de in qnfritos desta ordem. l)e forma que dos cegos indicados <'XiS(l'lltCS nestas 0 m'IUW1'0 ('01110 duas <'idades cstêí longe de corresponder <i ''erdad<', pois s<) o número de morndas, que possuo, de cegos indijentcs ele Lisboa <· snprrior ao número total que os J>êÍro<'OS acusam nas listas que me enviaram. Al<·m disso é cornpletam011te desconheeido o número ele C'egos não in d ijcntes que existem cm Lishoa e no Pôrto. Nesta rstatlsti('a também não vai induido o número ele 148 ('egos que 0stão internados cm asilos de Lisboa, três dos quais são destinados a cegos. Pocle ainda assim, por ela, fazer-se uma idéa ela enorme população de • cegos que existe em Portugal. * * Apesar de incompleto este inquérito, porque para <'Ompleto devia S<'l' indicar as idades dos cegos, a época em que crgaram e as <'ansas da ce g-neira, o qne me era impossiYel conhecer. visto ê::.te inquérito ser frito por min lia i n i<·iati ,.a P sem n menor au::;sílio elo GO Yêrno, <'n·io <[li<' scrY id para mostrai' quanto t~ indisprns<Ívd e lll:j<·nte qn<· S<' 1wns1• n11 sit11a(·ão d1•sf::t JORKAL DOS CEGOS III relati,·amente grande quantidade de indivíduos, que por si sós não podem adquirir nem educação, nem instrução, nem meios de ganharem a vida, 0 fJlH' 0stão condenados fts trevas perpétuas do espírito -e á mC'ndiriclad<' único rrrnrso da sua lristr rondiç-ão ! Essas f'rianças regas, que' term tanto mais clirPito a serem instruídas 011 do que as crianças com vista, podiam, de inúteis que são, tornarem-sr úteis a si próprias, ás snas famílias e á sociedade, se os governos pensassem em educcí-las, como fazem os governos ele todas as na-;ões cultas! Dar-me-hei, porém, por satisfeito, se com este trabalho, feito a expensas minhas, conseguir qne os governos dêstc país sr interessem pelos crgos, mandando estudar a cansa ela cegueira em Portugal-e muito especial mente se conseguir cp1c df>em providencias para que se ponham cm prática os meiós de remediar êsse mal e se cuide da assisten<'ia imediata aos mí seros cegos que abundam n0ste país. ;31 de clcz0mbro de 190:3. Inquerito sobre os cegos qu.e existem em Portugal no anno de 1903 _ Cegos Cegos __i_nd,i.g.e.n.t_es_ _ __nit_o .i.n.d. igcutcs º1. º=Y, ,e,, <~I>J :: <t>o Uoneclho~ }'rcg-ucsia:; w::;'g'o<X":·?:>:' (:§o<oX/ê>) -:ooY2~n. 1I';"":=="oEc :::''-': nd t noewnoe;r ..->(co ..·s.o-:<s:=:.::>.1 1.oos''oeX:":/>:·1:' (§go::eX/::) -(oeXJ:2.\:2- .(l.'"s""o:O :":::-'''': a ldln-Oe(nooYl /-'.o )C.·~:-s=o;:S::: ·"''~~õ"""<<e-"O">>:'' s=<""a.-<Co.N:~..>'.>'.. "?2"'õ"o""C"O"">.' ' r[oudsca ................... 1 2 3 S .•J oão Baptista .... ......... 1 1 :! S. Vicente ................... 3 1 1 1 5 Aldeia do Mato ...... ....... . 1 l - Alvega. ..................... 2 2 AJ,mntc;. .... ) Pego ........................ 1 1 2 [ Martmchel .................. 1 1 Rocio ....................... 1 1 1 2 - :-). Miguel de Rio Torto ....... 2 2 :-)ou to ................... .... 1 1 - 2 - 'l'ra111agal ................... 1 1 1 2 l 1' Agueda .......... ....... .... - 4 1 2 2 7 'Agadão ..................... 2 ::! Aguada de Baixo ............ o - Aguada de Cima . ............ 2 2 ~· - - Barrô ....................... 2 1 3 - - o lJellazaima ...... ............ Castanheira do Vouga ........ - - o L<:spiuhel .................... - - - 1 1 Fermentellos ................ 2 1 1 1 4 ~\gucda . . . . . . . Lamas ...................... 1 - 1 1 3 \Macieira. de Alcoha. ..... ..... 2 1 3 ~[acinhata elo Vouga. ......... ] 1 1 ± 1 1 8 Ois da Ribeira. .............. 1 1 Prestimo ......... ...... ..... 1 3 4 Recordães ...... .... .... ..... 1 1 Scgaclães .................... - 1 2 - Travassô ...... ........ ..... . 1 1 'frofa .............. ......... 1 1 2 1 5 \ Vallongo ........... ......... 2 2 1 1 o" 6 1 Aguiar ela llci- t~guia~· da Beira ... . . ........ 1 2 3 o n Carapito .................... ' · · · · · · · · · · Cortiçada ......... .......... o 1 10 8:! J ORXAL uo:-; UEGO:::> Cegos indigentes ___..._ lllenores Cuucclhus -.-~ ..o!:: 21 adnen os 1~;: r ~ ~ 1:: o o .K, "K' vi UJ ------- - - - - - - ·- Tra11spo1'le •.•••. 10 82 .......... - - o Coruche .......... Dorncllas ................... - 1 1 - - o Eirado ........... .. ... ...... .l!"'orninhos ................... - 1 1 - Aguiar da Boi- Gradiz. ..................... 2 2 ra .......... Pcna-Vcrtle ................. 1 1 Pinh<'iro ......... .... ....... - l 1 1 - 1 3 - - o Scquciros ................... Souto de Aguiar ............ . - - - l - o Valverde .................... - - 1 1 1A landroal. .................. 3 - 1 1 - 1 - 2 5 - - - Capcllins .................. .. t ,J lll'Olll('U ha .................. - - 1 1 1 1 Alandroal .... . Rosa.rio .................... . - - o - - o ~. Bral'. dos Matos ............ Nossa. 'c11hora da Conceição .. 1 - 1 'fcrC'ua .................. .... 1 1 1 - 1 - 2 1'A lbergaria-a-Velha .......... - 4 - 1 - -1 Alquerubim ... ........ .. .... :3 1 1 4 9 .\ngi•ja ..................... 1 - 2 2 5 . \lhcq~aria-a- Branca ......... ............ 2 1 2 6 11 V e Ilia. . ..... Prossos ..................... - - 1 - 1 Ribeira d!\ l!'rag11as ......... . - - - l 1 S. João <le 8oure .... ......... - 1 - 1 2 Valle Maior ................. 1 2 1 - 1 1 2 G 1 . \-\l~ufcirn ......... ......... . 2 2 1 1 ,} .\lbufe1ra ...... Guia ....................... 2 2 ,1 ! Padcrlll' ......... ...... ..... 1 - l 2 1 Santa .\laria do Castello ...... 2 1 v·~ - S. 'fhiag-o ......... .... ...... 2 •} ~lontcyil. .......... ......... -- -- oo Alcaccr do Sal Pairr1a ...................... Hanta Huzana ................ - - () - - o S. Mn.rtinho ......... ...... .. S. Ho111ão do s~tdo ............ - 1 - 1 - 1 2 - 20 1 lf>~ .. JOHXAL D<>l::) CEGO ' " C<'gO~ Crgos .. ___i_nd_i.g.c.M-n-et-<m-'S>- r-c-s. _n_ão, ,in_dM.ig_ceun_otcr·_s< 's (".ot~.)o .".::e.::. ""oe~.·(. C)uuoolhos Frei:ucsias :.o:.;:. ·.=o:: -21- ad1<-r' no-s :.o:;: ·=o;: -21- adn-(n' o-s ".;,s ".",l '."O.'. ((o,!e/.))i '-F=Y.o=....! o.eYo.. .:.e:g"::.: 11 t .o~i.l ·.~E=-~ (f"EoC~Y.I!.) .t·.Yo§;i:,l. -.o~n..: ::="oE<"::.:>' áx-í ~·º-ã2a E'='SOoO::- o~='.eOUs.,J. :8'-õ"O:;:; - - - - - - - Tra11~p1Jrle ...... • •• 111 ••• . -.. .- . . 20 15o8 8iti111os .................... . Torrão. ..................... ,.- 1 () .\.li-accr do Sal - - Nossa 'e111iora do 1\fonte ...... () Nossa l"coliora dos Heis ...... o 1 'Alcoba<;a. ................... 2 1 2 ] (i \ Alfa.c;,·ão ............. .. .... 2 1 ;; Al.1ubarrota ................. o ., Alpcdriz .................... 2 1 2 " Bencdita .................... () C.:clla ........................ 1 - 1 1 2 Alcoba\·a ...... rCóvsm .·.a. ............. ... ...... - 1 1 - ,~.,. Jc Alcob•1•'- ...... .... 2 l 1 ~laiorga .................. .. o l'ataias ..................... 2 1 3 o S. Marti11lio tlo Pol't.o. . . . .... - 'J'11rqtu•I. .................... 1 1 Vcstiaria. ................... 1 - 1 1 2 - Yimciro . .................... 1 l Alcochete ..... 1A lcochcte .... ........... .... 1 2 :~ Samouco .................... 1 - - 1 2 1 1 Alcoutim ........ ............ 5 ,) - (~iões ....................... t 1 Alcout i111 ...... ~larti1n r .. ougo ............... {j - G Pcreiro. ..................... 1 2 .;,) Vaqueiros ................... 1 2 " 1 1 Altll'ia Gallega \ ~lclcia GaJlcga do Ribatl'jo ... - 1 - tj. 2 l 2 3 !) l lo H'l bat<,J·o "·ISCa:u ni·1h 1a 1o. .s ·u · ·r a· n· < · l· c ·s . · .· .· .· .· .· .· .· .· .· .· .· ·. 1 - 1 1 1 1~ 1 1- \ 'anto Estc\'a1u .............. · 2 1 3 ~~:<>sa Srnhora da Assnnção.... 2 1 1 - 1 1 5 Ale 1l H1 u c 1· • · • • • iAl ludaen~aa .~ ·a ·l l· ·~ g· ·a · ·d ·a · ~· r· c· r·c ·e ·a ·H · a· .· .· -1 1 22 1 -1 -1 l 3;) Aldeia Gavmha. .......... .. 1 2 ~ I Cabana::; de 'forres ............ 1 1 1 :.:1 2:38 1 1 ' 4 JORNAL DO~ CEU<> S Crgos ----Ut-'g'-OS- -- - iucllgcntc~ n:10 indigenll'S ____,. Mcnorc~ ~l<'nores g g do g o d<• lJ011cclhos ã ·.2- -:! -l 1-11-111.05. -;-:: :: _:!.1. .a.l.l.ll_O_ij e ~ ~ e.~ ~~ ~ ,J o.~ E .:; : 1 1 ~ ~ ~~ ~-;: ~ ~ ~g ~·= ~ 1 ~ lll=~ u: .t.. dJ <n z.=~ , u;.~.. - - --- 'l'l'ansporlc .••••• 3L 238 1 Cadafacs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 2 3 Car11ota......... . . . . . . . . . . . . 1 1 1 1 3 )lcca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1 2 Olhal vo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 - 1 3 Alc111<pwr ...•. o Otta ...................... . 1 - o Palhacaua................... - 1 - Vt'ntosa..................... 1 1 2 Villa V crdc dos Fraucos.. . . . . . 1 1 l 2 1, Alfandega da Fé. . . . . . . . . . . . . 1 1 Agro bom. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 - l (~er~j:~cs.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . - ] o EttClSllL .................... . o l!,crradosa. . ..... .......... . Gcbcli111 .................... . u Gouvt•ia.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 1 3 Parada .................... . . u Po1nba.l... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . - • - o o ::;al<lonha ................... . Alfandega da Sambadc ................... . o Fé ....... .. . Santa Justa ..... ............ - , - u o Sc11<lim da Ribeira.... . .... . Senclim ela Serra. . . . . . . . . . . . . 2 4 G SocinuL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . - 1 1 Vallc Pcrciro ........... .... . () o Vnllcs .... .... ..... ...... . . Valvcrde ................... . () Villar ('hão.......... ... ..... 1 1 o Villarclhos ................. . Villarcs.............. ...... 1 1 ~ ... ,, Alt.J.º·: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 1 1 1 1 .\.1nt('ll'O .•.•..•..... . . ... . ... - 1 1 1 :2 Carlão...................... - 1 l 1 1 o" o Casal de Loivos.............. 1 2 - Alijó ....... .. . Castêdo..................... - - 1 1 Cottas....................... - - - 2 2 Faxaios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . - 2 11= J:>cgari1 1 lios. . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 - 1 1
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