Description:Estamos fartos até ao tédio de ouvir dizer que o homem é bom, que o homem é mau. O homem não é bom nem mau de seu natural: é aquilo que o fazem ser; é o que realmente deve ser neste mundo, segundo a organização deste mundo, organização viciosa, aleijada, falsa, pecaminosa, quer o defeito começasse no paraíso terreal, quer nos multiplicados infernos que as idades se foram inventando através das civilizações.O leitor tem o juízo necessário para se não dar à canseira de interpretar essas linhas assim com assomos de dogmáticas. Este romance peca por acaso em divagações filosóficas, e nisso está cifrado o mérito não vulgar de um livro que sustenta o carácter singelo e lhano desde a primeira página, para que aos mais míopes se não esconda a luz debaixo do alqueire.