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Capítulos de História Colonial (1500-1800) PDF

219 Pages·1998·2.38 MB·Portuguese
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C APÍTULOS DE H ISTÓRIA C OLONIAL J. Capistrano de Abreu BIBLIOTECA BÁSICA BRASILEIRA Sem título-1 1 23/11/2000, 16:47 Os Bandeirantes Cândido Portinari, óleo sobre tela, 1,67 x 1,67 m. (Acervo do Banco Central) Sem título-2 1 23/11/2000, 16:49 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . C APÍTULOS H DE ISTÓRIA C OLONIAL . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Biblioteca Básica Brasileira C APÍTULOS H DE ISTÓRIA C OLONIAL (1500-1800) J. CAPISTRANO DE ABREU BIBLIOTECA BÁSICA BRASILEIRA O Conselho Editorial do Senado Federal, criado pela Mesa Diretora em 31 de janeiro de 1997 -- composto pelo Senador Lúcio Alcântara, presidente, Joaquim Campelo Marques, vice-presidente, e Carlos Henrique Cardim, Carlyle Coutinho Madruga e Raimundo Pontes Cunha Neto, como membros -- buscará editar, sempre, obras de valor histórico e cultural e de importância relevante para a compreensão da história política, econômica e social do Brasil e reflexão sobre os destinos do país. BIBLIOTECA BÁSICA BRASILEIRA A Querela do Estatismo, de Antonio Paim Minha Formação, de Joaquim Nabuco A Política Externa do Império, de J. Pandiá Calógeras O Brasil Social, de Sílvio Romero Os Sertões, de Euclides da Cunha Capítulos de História Colonial, de Capistrano de Abreu Instituições Políticas Brasileiras, de Oliveira Viana A Cultura Brasileira, de Fernando Azevedo A Organização Nacional, de Alberto Torres Projeto gráfico: Achilles Milan Neto © Senado Federal, 1998 Congresso Nacional Praça dos Três Poderes s/nº CEP 70168-970 Brasília -- DF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Abreu, Capistrano de. 1853-1924. Capítulos de história colonial : 1500-1800 / J. Capistrano de Abreu. -- Brasília : Conselho Editorial do Senado Federal, 1998. 226 p. -- (Biblioteca básica brasileira) 1. Brasil, história, período colonial (1500-1822). I. Título. II. Série. CDD 981.012 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . SUMÁRIO Nota editorial pág. 9 I. Antecedentes indígenas pág. 13 II. Fatores exóticos pág. 25 III. Os descobridores pág. 31 IV. Primeiros conflitos pág. 41 V. Capitanias hereditárias pág. 47 VI. Capitanias da Coroa pág. 55 VII. Franceses e espanhóis pág. 65 VIII. Guerras flamengas pág. 83 IX. O sertão pág. 107 X. Formação dos limites pág. 183 XI. Três séculos depois pág. 199 Anotações de João Capistrano de Abreu, John Casper Branner e Philipe von Luetzelburg pág. 223 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Nota editorial C apistrano de Abreu nasceu a 23 de outubro de 1853, no mu- nicípio de Maranguape, na então província do Ceará. Cursou o primário no interior e humanidades na Capital. Em fins da década de sessenta estudou preparatórios no Recife, para ingresso na Faculdade de Direito, mas desistiu desse projeto e regressou a Fortaleza. Ali teria oportunidade de participar do movimento que empolgava parte da intelectualidade cearense, a exemplo do que ocorria, na mesma época, em diversas capitais, movimento a que Sílvio Romero denominou de "surto de idéias novas". Tratava-se de aproximar-nos do posi- tivismo, do darwinismo e de outras correntes que facultassem a crítica ao espiri- tualismo dominante no país. Em 1875, Capistrano transfere-se para o Rio de Janeiro. Ajudado por personalidades da colônia cearense na Corte _ a exemplo de José de Alencar, que aliás faleceria logo adiante, em dezembro de 1877 _ tornou-se colaborador na imprensa, onde logo revelou os seus dotes de escritor. Considera- se que seu interesse pela História do Brasil seria revelado no necrológio de Varn- hagen, que escreveu para o Jornal do Comércio. Francisco Adolfo de Varn- hagen, Visconde de Porto Seguro (1816/1878) já então era considerado o fun- dador da historiografia nacional. Nesses primeiros tempos de Rio de Janeiro, Capistrano foi professor de português e francês no famoso Colégio Aquino e trabalhou na 10 Capítulos de História Colonial Livraria Garnier, atividades que o aproximaram em definitivo da elite intelec- tual. Em 1878, fez concurso para a Biblioteca Nacional. Aprovado em primeiro lugar seria nomeado a 9 de agosto daquele ano. A circunstância iria permitir aflorasse plenamente sua verdadeira vocação. Participa ativamente da elaboração do Catálogo da Exposição de História do Brasil, de 1881, ainda hoje peça fundamental de nossa bib- liografia historiográfica. Em 1883, Capistrano presta concurso para professor de história no Colégio Pedro II. O tema era "o descobrimento do Brasil e seu de- senvolvimento no século XVI". Acerca do texto que então elaborou, para atender à exigência, escreveria José Veríssimo, após destacar que o ponto era igual para os diversos candidatos: "Li todas essas teses. Com exceção da do Sr. Capistrano de Abreu, eram bons resumos do que estava em Varnhagen e em outras obras vulgares, sem nenhuma novidade, nem de investigação nem de pensamento. Ao contrário dessas, e do que são aqui por via de regra as teses de concurso, onde os estudos próprios e a originalidade brilham geralmente pela ausência, a do Sr. Abreu se distinguia por aquelas duas raras qualidades, e se não revelava um lente _ um sujeito capaz de ler em aula, de cor ou não, a matéria a ensinar _ mostrava claramente um professor capaz de fazer ele mesmo a sua ciência e de transmitir aos seus discípulos o gosto e a capacidade de a fazerem. E esta é uma das poucas justificativas do ensino oficial em países onde os estudos desinteressados pouquíssimas possibilidades têm de ser recom- pensados, servir menos ao aprendizado de rapazes estudando por obrigação matérias que desestimam e que apenas memorizam, do que à formação de mes- tres, cujo ensino, ultrapassando as paredes dos colégios ou faculdades, instrua cá fora a nação e lhe aproveite à cultura." O artigo de José Veríssimo foi escrito quando da publicação de Capítulos de História Colonial, em 1907, mas atesta o reconhecimento que Capistrano granjeara na Corte, à época do concurso. Em 1883, quando nomeado professor do Pedro II (em julho) ainda não completara os 30 anos. Exerceu o magistério ao longo de 16 anos. Em 1899, numa das muitas e im- provisadas reformas do ensino do início da República, cometeu-se a enormidade de extinguir o ensino de História do Brasil. Nota Editorial 11 Além de dedicar-se à divulgação de valiosos documentos para a historiografia nacional, Capistrano incumbiu-se de preparar a terceira edição da História Geral do Brasil, de Varnhagen, tarefa que concluiu em 1906, sem que a publicação se ultimasse devido ao incêndio que devorou a gráfica que se incumbia da impressão. Salvou-se, entretanto, o seu trabalho que, comple- tado por Rodolfo Garcia, veio à luz em 1927. Em sua vasta bibliografia sobressaem os estudos que dedicou aos três primeiros séculos, tanto os Capítulos de História Colonial como Caminhos Antigos e Povoamento do Brasil. Faleceu no Rio de Janeiro a 13 de agosto de 1927, aos 74 anos de idade. Tratando-se de uma obra considerada fundamental pela unanimidade da crítica, o Senado Federal decidiu reeditar Capítulos de História Colonial, na Coleção Biblioteca Básica Brasileira. O livro transporta-nos para a realidade daqueles tempos, con- sistindo num relato vivo e de leitura agradável, permitindo avaliar a magnitude do empreendimento representado pela ocupação do território naqueles primeiros séculos. Veja-se este primor de explicação quanto ao papel da pecuária: "Os engenhos de açúcar, as roças de fumo e mantimentos cabiam dentro de uma área traçada pelo custo de transporte dos produtos. Além de certo raio vegetava-se indefinidamente, a prosperidade real nunca bafejaria o proprietário. Com a economia naturista, o equívoco podia pro- longar-se por muito tempo, mas por fim patenteava-se que só próximo do mar ou no pequeno trecho dos rios navegáveis graças à ausência de corredei- ras e saltos, a labuta agrícola encontrava remuneração satisfatória. Queixam-se os primeiros cronistas de andarem os contemporâneos arran- hando as areias das costas como caranguejos, em vez de atirarem-se ao in- terior. Fazê-lo seria fácil em São Paulo, onde a caçada humana e desu- mana atraía e ocupava a atividade geral, na Amazônia toda cortada de rios caudalosos e desimpedidos, com preciosos produtos vegetais, extraídos sem cultura. Nas outras zonas interiores o problema pedia solução diversa. "A solução foi o gado vacum." 12 Capítulos de História Colonial Os atores presentes à epopéia são personagens de carne e osso, sem maiores idealizações mas evidenciando a grandiosidade do esforço. A maneira como os aqui nascidos acabaram autovalorizando-se e reagindo ao desprezo dos metropolitanos assim é apresentada: "Os triunfos colhidos em guerras contra os estrangeiros, as proezas dos bandeirantes dentro e fora do país, a abundância de gados animando a imensidade dos sertões, as copiosas somas remetidas para o governo da metrópole, as numerosas fortunas, o acréscimo de população, influíram consideravelmente sobre a psicologia dos colonos. Os descobertos auríferos vieram completar a obra. Não queriam, não podiam mais se reputar inferiores aos nascidos no além-mar, os humildes e en- vergonhados mazombos dos começos do século XVII. Por seus serviços, por suas riquezas, pelas magnificências da terra natal, contavam-se entre os maiores beneméritos da coroa portuguesa." Também o processo de diferenciação, na maneira de ser, entre os habitantes das principais regiões do país, acha-se apresentado de forma ex- emplar. E, no capítulo final (três séculos depois), procede a uma síntese que nos revela o estado da nação nos fins do século XVIII, o terceiro da colonização. Saber avaliar com equilíbrio o legado das gerações precedentes é condição essen- cial para mantermos atualizado o projeto nacional. Por isto mesmo, nunca é demais destacar a contribuição de Capistrano para o entendimento do caminho percorrido nos três primeiros séculos. Brasília, outubro de 1998.

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