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Capital: Essência e aparência PDF

169 Pages·2011·4.267 MB·Portuguese
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Reinaldo A. Carcanholo (org.) CAPITAL: ESSÊNCIA E APARÊNCIA VOLUME I Ia edição Expressão Popular Copyright © Editora Expressão Popular Ltda. Revisão Ana Cristina Teixeira e Maria Elaine Andreoti Capa, projeto gráfico e diagramação Krits Estúdio Impressão Cromosete Dados internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) C244 Capital: essência e aparência / Reinaldo A. Carcanholo (org.).-1 ,ed.—São Paulo : Expressão Popular, 2011. 176 p. indexado em GeoDados - http://www.geodados.uem.br. ISBN 978-85-7743-177-9 1. Economia. I. Carcanholo, Reinaldo A., org. li. Título. CDD 335.4 Bibliotecária: Eiiane M. S. Jovanovich CRB 9/1250 1a edição: julho de 2011 Edição atualizada de acordo com a nova regra ortográfica. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização da editora. Editora Expressão Popular Ltda. Rua Abolição, 201 I Bela Vista I 01319-010 I São Paulo - SP Tel (11) 3105 9500 I 3522 7516 I Fax (11) 3112 0941 [email protected] I www.expressaopopular.com.br SUMÁRIO 7 Apresentação 13 Introdução Reinaldo A. Carcanholo parte i - M ercadoria, valor e fetichism o Reinaldo A. Carcanholo Tl Preliminares 29 Capítulo 1 - Mercadoria: Valor de uso e Valor de troca 45 Capítulo 2 - A Expressão do Valor ou as Formas do Valor 69 Capítulo 3 - Complementos sobre a mercadoria e o valor 85 Capítulo 4 - Sobre o fetichismo parte ii - C apital e m ais-valia 101 Capítulo 5 -0 dinheiro: natureza e funções Paulo Nakatani Helder Gomes 123 Capítulo 6 - Sobre o capital e a mais-valia Reinaldo A. Carcanholo Maurício Sabadini 147 Capítulo 7 -0 trabalho em Marx Sérgio A. M. Prieb Reinaldo A. Carcanholo 163 Bibliografia geral 169 Sobre os autores APRESENTAÇÃO O pensamento de Marx, e em particular sua obra maestra, O capital, está mais vigente que nunca. Ao contrario do que, até alguns anos atrás, muitos dos seus adversários poderiam pensar, sua importancia para o século 21 talvez chegue a ser maior do que no século que passou. A grande crise estrutural do capitalismo que se manifestou na primeira década do novo milênio, e que por sua intensi­ dade surpreende a todos, talvez seja a prova de que essa afirmação é adequada. A verdade é que a teoria de Marx terá vigência pelo menos enquanto existir o capitalismo, as classes sociais, a exploração do homem pelo homem, a escassez, o consumismo, o individualismo, a forma social que viola a natureza humana e faz das pessoas seres fundamentalmente alienados e infelizes. E, se alguém quiser deduzir dessas palavras que nossa perspectiva é de que Marx seria um humanis­ ta, a dedução é correta: seu pensamento é profunda e radicalmente humanista. Humanista e revolucionário! E justamente pela vigência e atualidade do pensamento de Marx que faze­ mos o esforço de preparar este livro e que a Editora Expressão Popular decide publicá-lo. Ele constará de dois volumes, dos quais este é o primeiro. Em con­ junto com este lançamento, a editora realiza, simultaneamente, o esforço da pu­ blicação de uma nova edição d’O capital de Marx em português. Este livro, Capital: essência e aparência, não é para ser lido; na verdade é para ser estudado, pois pretende auxiliar os leitores a entenderem essa obra funda­ mental de Marx, qual seja, O capital. Mas, atenção, não pretendemos oferecer um manual. Ao contrário. Insistamos em um aspecto: os manuais procuram simplificar as questões, tornando-as aparentemente mais compreensíveis. Mas, na verdade, deformam e escamoteiam as dificuldades e negam aos seus leitores a profundidade que elas possam apresentar. Aqui, de maneira inversa, não se trata disso. As questões são apresentadas, na medida do possível e do necessário, com todas as suas comple­ xidades, porém utilizando-se de uma redação a mais didática possível. Tampouco este é um livro para iniciados e, como dissemos, não é um sim­ ples e rasteiro manual sobre economia política marxista. Trata-se de uma cole­ tânea de textos cujo objetivo é fazer com que seus leitores passem a ter algum domínio sobre os aspectos fundamentais dessa temática, mas, muito mais impor­ tante que isso, que passem a ter interesse e disposição para a leitura direta de O capital, obra-prima indispensável de Marx. Depois da sua leitura e do seu estudo, espera-se que se sintam mais do que capazes para enfrentar os textos originais 7 desse autor; que se sintam estimulados a isso. A leitura direta e a adequada com­ preensão de Marx, e particularmente d ’O capital, ao contrário do que se possa pensar, não é factível exclusivamente para intelectuais; é mais do que possível e recomendável para todos aqueles que se disponham, com um pequeno esforço, a entender com profundidade a sociedade capitalista em que vivemos e que te­ nham como esperança uma sociedade superior, a verdadeira sociedade socialista sem adjetivos. Este livro destina-se a pessoas que tenham uma formação mínima compa­ rável aos primeiros anos do ensino médio, que tenham ou não estudos formais desse nível. Espera alcançar especialmente os mais diversos tipos de militantes sociais que tenham interesse na temática da Economia Política: dirigentes sin­ dicais, ativistas de movimentos sociais, religiosos críticos, militantes estudantis, ativistas políticos. Pretende servir também para estudantes do ensino superior que queiram se iniciar ou se aprofundar neste tema. Este livro e seus dois volumes Este é o primeiro dos dois volumes que compõem o livro, constituído de ensaios de autores que apresentam uma perspectiva similar sobre o capitalismo e sobre a obra de Marx; e, nesse aspecto, embora escrito por diversas mãos, não se encontrarão divergências de interpretação entre textos aqui reunidos. Uma ou outra repetição poderá ser encontrada, mas divergências não existem. Este primeiro volume está dividido em duas partes, sendo que a segunda foi escrita especialmente para esta coletânea. A primeira parte, de nossa autoria, está destinada à exposição sobre a mercadoria, o valor de troca e o valor, em um ensaio escrito há muito tempo. Trata-se de uma espécie de guia de leitura do primeiro capítulo d’0 capital. A segunda parte, para a qual contribuem vários autores, discute uma variedade de temas: a natureza e as funções do dinheiro, a mais-valia e suas formas e, finalmente, o trabalho produtivo e — um assunto correlato —, a discussão sobre a centralidade do trabalho. Em ambas partes, os temas discutidos apa­ recem no Livro I d’0 capital ou estão a ele diretamente relacionados. Neste sentido, cabe ressaltar que todas as citações, neste volume, do Livro I d’0 ca­ pital seguem a edição portuguesa deste livro publicada pela Edições Avante!, em uma cuidadosa tradução de uma equipe coordenada pelo Prof. Doutor José Barata-Moura. No segundo volume serão discutidos temas como o conceito de capital in­ dustrial, a essência e a aparência no capitalismo, a relação entre valor e preço de mercado, a tendência decrescente da taxa de lucro, capital comercial, capital a juros, capital financeiro, fictício e parasitário, lucros fictícios e renda da terra, grande parte incluída por Marx no Livro III d’0 capital. Sobre a primeira parte deste volume Nesta primeira parte apresentamos os conceitos de mercadoria, valor de tro­ ca, valor e também outros a eles relacionados. A extensão deste ensaio se justifica pela relativa dificuldade dessa parte d’O capitai, pelo fato de que ali se concentra implicitamente o central do método marxista; mas, principalmente, porque se criou a falsa ideia de que sua leitura, no original, seria praticamente impossível para “o comum dos mortais”. Por razões de ordem didática, decidimos manter a redação das “Preliminares” e dos seus dois primeiros capítulos dividida por parágrafos ou pouco mais que isso, numerados sequencialmente, tal como se apresentava na primeira edição do ensaio. A origem da primeira parte - um nosso ensaio denominado “A dialética da mercadoria” - é bastante antiga, embora tenha sofrido ajustes e uma significativa ampliação com os anexos que foram agregados mais ou menos recentemente.1 Sua primeira versão foi escrita em espanhol há muitos anos e, desde então, tem sido usada intensamente em atividades didáticas. Seu texto teve como ponto de partida nossos esquemas de aulas ministradas em Manágua para aqueles que chegaram a ser, logo em seguida, os professores de economia marxista na Universidad Nacional Autónoma de Nicarágua, pouco depois da vitória da revolução sandinista, em 1979. Os mesmos esquemas foram usados por esses professores em suas aulas. A direção sandinista, de então, havia decidido que se ensinasse economia marxista para os alunos de todos os cursos da universidade. Foi justamente a partir desses esquemas que decidimos escrever o texto ori­ ginal do ensaio em espanhol, em mais ou menos 1980. Em 1982, foi publicado como capítulo de um livro pela Editora Educa de Costa Rica.2 No prefácio dessa edição, Wim Dierckxsens afirmava: (...) A dialética da mercadoria (...) o autor apresenta como se fosse simplesmente um guia de leitura. E muito mais que isso, é uma interpretação dos elementos fun­ damentais da teoria marxista do valor.3 No Brasil, exceto alguma divulgação mimeografada de uma tradução que elaboramos, foi publicado em uma edição artesanal e de circulação limitada de 1993. Paulo Nakatani, na apresentação, referia-se dessa maneira a esse texto: (...) é um roteiro para o estudo do Capítulo I d ’O capital. Nesse sentido não dis­ pensa, de forma alguma, a leitura do original. Ambos devem ser lidos em paralelo. O primeiro capítulo, considerado dos mais difíceis da obra de Marx, é apresentado 1 Agradecemos a Mário Duayer e a Marcelo D. Carcanholo que tiveram a gentileza de ler e fazer suges­ tões para sua melhoria. 2 CARCANHOLO, R. Dialéctica de la mercancía y teoría del valor. San José: Educa.1982. 3 DIERCKXSENS, Wim. “Presentación”. In: CARCANHOLO, op. cit. (tradução nossa). 9 de forma clara nos seus desdobramentos lógicos. Parte da questão fundamental i Ciência Econômica, colocada pelos clássicos, sobre a natureza da riqueza na socii dade capitalista. Apresenta de forma metodologicamente correta a análise de Mai sobre a mercadoria e suas diversas faces, como contradições em movimento. Assin exclui, desde o início, a possibilidade de uma leitura positivista d’O capital. E continua suas considerações: A explicitação da forma mercadoria como essência e aparência permite distingui precisamente o valor do valor de troca e mostra que não é preocupação de Marx a ex plicação dos preços relativos. Além disso, permite demonstrar que a teoria do valor trabalho de Marx não é metafísica: é materialista dialética. A gênese da mercadori; expressa-se através da gênese da sua forma, o valor de troca. Essa forma não é estáti­ ca, mas a expressão dinâmica das contradições sociais através da forma mercadoria.4 No Brasil, desde 1983, temos utilizado o mencionado ensaio nas aulas da universidade e isso também foi feito por colegas de outras universidades de diver­ sos Estados do país: Paraíba, Acre, Rio Grande do Norte, Piauí, Alagoas, Bahia, Goiás, Maranhão, Espírito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul (Santa Maria e Ijuí), e não só em cursos de Economia. O texto também já foi utilizado em cur­ sos de formação de militantes de movimentos sociais (MST, Via Campesina, movimento estudantil etc.). No entanto, o presente texto sofreu algumas adaptações e foi revisado es­ pecialmente para esta publicação. Uma nova similar, em espanhol, foi recém- publicada pela Editora Félix Varela, de Havana. Uma das alterações para esta publicação foi o esforço de facilitar ao leitor as referências das citações d ’O capital em edições brasileiras. São duas as principais traduções correntes no Brasil até hoje: a realizada por Reginaldo Sant’anna, pu­ blicada primeiramente pela extina editora Difel e hoje pela editora Civilização Brasileira; e a tradução coordenada por Paul Singer publicada pela Nova Cultural e depois pela Abril Cultural. Esta última tradução encontra-se hoje esgotada. Ao longo da primeira parte deste volume utilizaremos o seguinte procedimento para indicar as traduções brasileiras dos trechos citados: a. Dentro dos parênteses, em seguida ao nome de Marx, aparecerá o núme­ ro da página correspondente à edição da Edições Avante! (Marx, p. ...) b. Logo a seguir, entre colchetes, aparecerá o correspondente à edição de 1998 da Civilização Brasileira [ ] c. Entre chaves, aparecerá o número da página das antigas edições da Coleção dos Economistas { } 4 Sua legítima reclamação, feita em seguida, sobre a ausência da discussão da temática do fetichismo, é atendida neste livro no seu capítulo 4. 10

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