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Callister - Engenharia e Ciência dos Materiais PDF

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MATERIALS SCIENCE AND ENGINEERING An Introduction William D. Callister, Jr. - John Wiley & Sons,Inc., New York,NY,1991. 1. INTRODUÇÃO 1.1 - PERSPECTIVA HISTÓRICA 1.2 - CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS A disciplina de ciência dos materiais envolve investigação das correlações que existem entre as estruturas e propriedades de materiais. Em contraste, engenharia de materiais é, com base nestas correlações estrutura-propriedade, o projeto ou a engenharia da estrutura de um material para produzir um predeterminado conjunto de propriedades. Através de todo este texto nós damos atenção às correlações entre propriedades dos materiais e elementos estruturais. "Estrutura" é neste ponto um termo nebuloso que merece alguma explicação. Brevemente, a estrutura de um material usualmente relaciona-se ao arranjo de seus componentes internos. Estrutura subatômica envolve elétrons dentro dos átomos individuais e interações com o seu núcleo. Num nível atômico, estrutura abrange a organização dos átomos ou moléculas entre si. O próximo reino estrutural maior, que contém grandes grupos de átomos que estão normalmente aglomerados entre si, é denominado "microscópico", significando aquilo que é submetido à observação direta usando algum tipo de microscópio. Finalmente, os elementos estruturais que podem ser visto com ôlho nu são denominados "macroscópicos". A noção de "propriedade" merece elaboração. Enquanto usado em serviço, todos os materiais são expostos a estímulos externos que evocam algum tipo de resposta. Por exemplo, uma amostra submetida a forças irá experimentar deformação, ou uma superfície de metal polido refletirá luz. Propriedade é um traço (característica) de um material em termos do tipo e magnitude de resposta a um específico estímulo imposto. Geralmente, definições de propriedades são feitas independente da forma e tamanho do material. Virtualmente todas as importantes propriedades de materiais sólidos podem ser grupadas em 6 diferentes categorias: (a) mecânica; (b) elétrica; (c) térmica; (d) magnética; (e) ótica, e (f) deteriorativa. Para cada uma existe um tipo característico de estímulo capaz de provocar diferentes respostas. Propriedades mecânicas relacionam deformação a uma carga ou força aplicada; exemplos incluem módulo elástico e resistência mecânica. Para propriedades elétricas, tais como condutividade elétrica e constante dielétrica, o estímulo é um campo elétrico. O comportamento térmico de sólidos pode ser representado em termos de capacidade calorífica e condutividade térmica. Propriedades magnéticas demonstram a resposta de um material à aplicação de um campo magnético. Para propriedades óticas, o estímulo é eletromagnético ou radiação de luz, índice de refração e refletividade são representativas propriedades óticas. Finalmente, características deteriorativas indicam a reatividade química de materiais. Os capítulos que se seguem discutem propriedades que caem dentro de cada uma destas 6 classificações. Por que nós estudamos materiais? Muitos dos cientistas aplicados ou engenheiros, sejam eles mecânicos, civis, químicos, ou elétricos, estarão uma vez ou outra expostos a um problema de projeto envolvendo materiais. Exemplos poderíam incluir uma engrenagem de transmissão, a superestrutura para um prédio, um componente para refinaria de óleo, ou um "chip" de microprocessador. Naturalmente, cientistas de materiais e engenheiros são especialistas que estão totalmente envolvidos na investigação e projeto de materiais. Muitas vezes, um problema de materiais é um de seleção do material certo dentre muitos milhares que são disponíveis. Existem vários critérios nos quais a decisão final é normalmente baseada. Antes de mais nada, as condições em serviço devem ser caracterizadas, de vez que estas ditarão as propriedades requeridas do material. Somente em ocasiões raras um material possuirá uma combinação máxima ou ideal de propriedades. Assim pode ser necessário perder uma característica para ter uma outra. O exemplo clássico envolve resistência mecânica e dutilidade; normalmente, um material tendo uma alta resistênca mecânica terá apenas uma limitada dutilidade. Em tais casos, um compromisso razoável entre duas ou mais propriedades pode ser necessária. Uma segunda consideração de seleção é qualquer deterioração de propriedades de materiais que pode ocorrer durante operação em serviço. Por exemplo, significativas reduções em resistência mecânica podem resultar da exposição a temperaturas elevadas ou ambientes corrosivos. Finalmente, provavelmente a consideração soprepujante é aquela da economia: O que o produto acabado custará? Pode-se encontrar um material que tenha um conjunto ideal de propriedades mas seja proibitivamente caro. Aqui de novo, algum compromisso é inevitável. O custo de uma peça acabada inclui também qualquer despesa incorrida durante a fabricação para produzir a desejada forma. Quanto maior for a familiaridade de um engenheiro ou cientista com as várias características e correlações estrutura-propriedade, bem como técnicas de processamento de materiais, tanto mais proficiente e confiável ele ou ela será para fazer escolhas judiciosas de materiais baseadas nestes critérios. 1.3 - CLASSIFICAÇÃODE MATERIAIS Materiais sólidos têm sido convenientemente agrupados em 3 classificações básicas: (a) metais; (b) cerâmicas, e (c) polímeros Este esquema é baseado principalmente na constituição química e estrutura atômica, e muitos materiais caem num distinto grupamento ou num outro, embora existam alguns intermediários.Em adição, existem 2 outros grupos de importantes materiais de engenharia: (d) compósitos, e (e) semicondutores. Compósitos consistem de combinações de 2 ou mais diferentes materiais, enquanto que semicondutores são utilizados por causa de suas desusuais características elétricas. Uma breve explanação dos tipos de materiais e características representativas é oferecida no texto. Capítulos subsequentes exploram em algum detalhe os vários elementos estruturais e propriedades para cada um. (a) METAIS Materiais metálicos são normalmente combinações de elementos metálicos. Eles têm grande número de elétrons não localizados, isto é, estes elétrons não estão amarrados a particulares átomos. Muitas propriedades de metais são diretamente atribuíveis a estes elétrons.Metais são extremamente bons condutores de eletricidade e de calor e não são transparentes à luz visível: a superfície de um metal polido tem aparência lustrosa. Além disso, metais são bastante fortes, ainda deformáveis, que respondem pelo seu extensivo uso em aplicações estruturais. (b) CERÂMICAS Cerâmicas são compostos entre elementos metálicos e não-metálicos: eles são muito frequentemente óxidos, nitretos e carbetos. A larga faixa de mateiais que caem dentro desta classificação inclui cerâmicas que são compostas de minerais de argilas, cimento e vidro. Estes materiais são tipicamente isolantes à passagemde eletricidade e de calor, e sãomais resistentes a altas temperaturas e ambientes rudes do que metais e polímeros. Com relação ao comportamento mecânico, cerâmicas são duras mas muito frágeis. (c) POLÍMEROS Polímeros incluem os materiais familiares plástico e borracha. Muitos deles são compostos orgânicos que são quimicamente baseados em carbono, hidrogênio, e outros elementos não metálicos; além disto, êles têm muito grandes estruturas moleculares. Estes materiais têm tipicamente baixas densidades e podem ser extremamente flexíveis. (d) COMPÓSITOS Têm sido engenheirados um número de materiais compósitos que consitem mais doque um tipo de material. Fiberglass é um exemplo familiar, no qual fibras de vidro são embutidas dentro de um material polimérico. Um compósito é projetado para exibir uma combinação das melhores características de cada um dos materiais componentes. "Fiberglass" adquire resistência mecânica das fibras de vidro e flexibilidade do polímero. Muitos dos recentes desenvolvimentos de material têm envolvido materiaiscompósitos. (e) SEMICONDUTORES Semicondutores têm propriedades elétricas que são intermediárias entre os condutores elétricos e os isolantes. Além disso, as características elétricas destes materiais são extremamente sensíveis à presença de diminutas concentrações de átomos impurezas, cujas concentrações podem ser controladas ao longo de muito pequenas regiões espaciais. Os semicondutores tornou possível o advento do circuito integrado que revolucionou totalmente a eletrônica e as indústrias de computadores (sem mencionar as nossas vidas) ao longo das 2 décadas passadas. 1.4 - NECESSIDADES DE MATERIAIS MODERNOS A despeito do tremendo progresso que tem sido feito no entendimento e desenvolvimento de materiais dentro dos poucos anos passados, remanescem desafios tecnológicos requerindo materiais mesmo mais sofisticados e especializados. Algum comentário é apropriado nesta consideração para completar a perspectiva de materiais. Energia é um interesse corrente. Existe uma reconhecida necessidade para encontrar novas e econômicas fontes de energia e, em adição, usar as fontes atuais mais eficientemente. Materiais desempenharão sem dúvida um papel significativo nestes desenvolvimentos. Por exemplo, a conversão direta de energia solar em energia elétrica tem sido demonstrada. Células solares empregam materiais bastante complexos e caros. Para assegurar uma tecnologia viável, materiais que são altamente eficientes neste processo de conversão ainda menos custosos devem ser desenvolvidos. Energia nuclear mantém alguma promessa, mas as soluções para muitos problemas que remanecem irá necessariamente envolver materiais, desde combustíveis até estruturas de recipientes para instalações para guarda de resíduos radioativos. Além disto, qualidade ambiental depende da nossa capacidade para controlar a poluição do ar e da água. Técnicas de controle da poluição empregam vários materiais. Em adição, os métodos de processamento e refino de materiais têm que ser melhorados de maneira que eles produzam menor degradação ambiental, isto é, menor poluição e menos despojo da paisagem a partir da mineração de matérias primas. Significativas quantidades de energia são envolvidas no transporte. Redução de peso dos veículos transportadores (automóveis, aeronaves, trens, etc.), bem como o aumento das temperaturas de operação dos motores, melhorarão eficiência de combustível. Novos materiais estruturais de alta resistência e baixa densidade remanescem para serem desenvolvidos, bem como materiais que têm maiores capacidades de temperatura, para uso em componentes de motores. Muitos materiais que nós usamos são derivados de recursos que não são renováveis, isto é, não capazes de serem regenerados. Estes incluem polímeros, para os quais a matéria prima principal é o óleo, e alguns metais. Estes recursos não renováveis estão se tornando gradualmente esgotados, o que implica na necessidade descobrir reservas adicionais ou o desenvolvimento de novos materiais tendo propriedades comparáveis e impacto ambiental menos adverso. Esta última alternativa é um grande desafio para os cientistas de materiais e engenheiros de materiais. MATERIAIS SCIENCE AND ENGINEERING: An Introduction - William D. Callister, Jr., Second Edition, John Wiley & Sons, Inc., New York,NY,1991. 2. ESTRUTURA ATÔMICA E LIGAÇÃO INTERATÔMICA 2.1 - INTRODUÇÃO Algumas das importantes propriedades de materiais sólidos depende dos arranjos geométricos dos átomos, e também das interações que existem entre os átomos ou moléculas constituintes. Este Capítulo, por meio de preparação para subsequentes discussões, considera vários conceitos fundamentais e importantes, isto é: (a) estrutura, (b) configurações eletrônicas em átomos e na tabela periódica, e (c) os vários tipos de ligações interatômicas primárias e secundárias que mantém juntos os átomos que compõem um sólido. Estes tópicos são revistos brevemente, sob a suposiçào de que um pouco do material é familiar ao leitor. ESTRUTURA ATÔMICA 2.2 - CONCEITOS FUNDAMENTAIS Cada átomo consiste de um núcleo muito pequeno composto de prótons e neutrons, que são circundados por elétrons em movimento. Tanto elétrons quanto prótons são eletricamente carregados, a magnitude da carga sendo 1,60 x 10-19C, que é negativa em sinal para elétrons e positiva para prótons; neutrons são eletricamente neutros. As massas destas partículas subatômicas são infinitesimalmente pequenas; prótons e neutrons têm aproximadamente a mesma massa, 1,67 x 10-27kg, que é significativamente maior do que aquela de um elétron, 9,11 x 10-31 kg. Cada elemento químico é caracterizado pelo número de prótons no núcleo, ou o número atômico (Z). Para um átomo eletricamente neutro ou completo, o número atômico também é igual ao número de elétrons. Este número atômico varia em unidades inteiras desde 1 para o hidrogênio até 94 para o plutônio, o de número atômico mais alto dentre os elementos que ocorrem na natureza (naturalmente). A massa atômica (A) de um átomo específico pode ser expressa como a soma das massas dos prótons e dos neutrons. Embora onúmero de prótons é o mesmo para todos os átomos de um dado elemento, o número de neutrons (N) pode ser variável. Assim, átomos de alguns elementos têm 2 ou mais diferentes massas atômicas, sendo eles denominados isótopos. O peso atômico corresponde à média pesada das massas atômicas de isótopos que ocorrem naturalmente. A unidade de massa atômica (u.m.a., ou amu em inglês) pode ser usada para cálculos de peso atômico. Foi estabelecida uma escala na qual 1 u.m.a. é definida como 1/12 da massa atômica do isótopo mais comum do carbono, carbono 12 (isto é, 12C) (A = 12,00000). Dentro deste esquema, as massas de prótons e neutrons são ligeiramente maiores do que a unidade, e A (cid:150) Z + N (2.1) O peso atômico de um elementoou peso molecular de um composto podeser especificado com base em u.m.a. por átomo (ou molécula) ou em massa por mol de material. Num mol de uma substância existem 6,023 x 1023 (número de Avogadro) átomos ou moléculas. Estes dois esquemas de peso atômico estão relacionados entre si através da seguinte equação: 1 u.m.a./átomo (ou molécula) = 1 g/mol Por exemplo, o peso atômico do ferro é 55,85 u.m.a./átomo, ou55,85g/mol. Algumas vezes o uso de u.m.a. por átomo ou molécula é conveniente; em outras ocasiões g (ou kg)/mol é preferido; este último é usado neste livro. 2.3 - ELÉTRONS EM ÁTOMOS Modelo Atômico de Bohr Durante a última parte do século dezenove verificou-se que muitos fenômenos envolvendo elétrons em sólidos poderíam ser explicados em termos de mecânica clássica. O que aconteceu foi o estabelecimento de um conjunto de princípios e leis que governam sistemas de entidades atômicas e subatômicas, que ficaram conhecidos como mecânica quântica. Um entendimento do comportamento de elétrons em átomos e sólidos cristalinos necessariamente envolve a discussão de conceitos de mecânica quântica. Entretanto, uma exploração detalhada destes princípios está além do escopo deste livro, e apenas um tratamento muito superficial e simplificado é dado. Um dos primeiros frutos da mecânica quântica foi o simplificado modelo atômico de Bohr, no qual elétrons são supostos revolver ao redor do núcleo do átomo em orbitais discretos, e a posição de qualquer particular elétron é mais ou menos bem definida em termos de seu orbital. Este modelo do átomo está representado na Figura 2.1. Figura 2.1 - Representação esquemática do átomo de Bohr. Um outro importante princípio de mecânica quântica estipula que as energias de elétrons são quantizadas; isto é, elétrons são permitidos ter apenas valores específicos de energia. Um elétron pode mudar de energia, mas ao fazer isto efetua um salto quântico quer a um outro permitido nível de energia mais alto (com absorção de energia) ou a um nível de energia mais baixo (com emissão de energia). Às vezes é conveniente pensar que estes níveis permitidos de energias de elétrons como estando associado com níveis de energia ou estados de energia. Estes estados não variam continuamente com energia, isto é, estados adjacentes são separados por energias finitas. Por exemplo, permitidos estados para o átomo de hidrogênio de Bohr estão representados na Figura 2.2a. Estas energias são tomadas como sendo negativas, enquanto que a referência zero é o elétron não ligado ou o elétron livre. Naturalmente, o elétron livre associado com o átomo de hidrogênio preencherá apenas um destes estados. Figura 2.2 - (a) Os 3 primeiros estados de energia de elétron para o átomo de hidrogênio de Bohr. (b) Estados de energia de elétron para as 3 primeiras cascas do átomo de hidrogênio mecânico- ondulatório. (Adaptado a partir de W.G. Moffatt, G.W.Pearsall,and J. Wullf, The Structure and Properties of Materials, Vol.I, Structure, p. 10, Copyright , 1964 por John Wiley & Sons, New York, Reimpresso por permissão de John Wiley & Sons, Inc.). Assim o modelo de Bohr representa uma primeira tentativa para descrever elétronsem átomos, em termos tanto da posição (orbitais dos elétrons) quanto da energia (níveis de energia quantizados). Modelo Atômico Mecânico-Ondulatório Verificou-se eventualmente que o modelo atômico de Bohr tinha algumas limitações significativas por causa de sua incapacidade de explicar vários fenômenos envolvendo elétrons. A resolução destas deficiências foi encontrada com o desenvolvimento do que se tornou conhecido como a mecânica ondulatória (uma subdivisão da mecânica quântica), e um mais adequado modelo do átomo. No modelo mecânico-ondulatório, considera-se que um elétron exibe características tanto de onda quanto de partícula, e o movimento de um elétron é descrito por matemática que governa o movimento de onda. Uma importante consequência da mecânica de onda é que elétrons não são mais tratados como partículas se movendo em orbitais discretos; em vez disto, considera-se posição como decorrente da probabilidade deum elétron estar em várias localidades ao redor do núcleo. Em outras palavras, posição é descrita por uma distribuição de probabilidade ou nuvem de elétron. A Figura 2.3 compara entre si os modelos de Bohr e de mecânica-ondulatória para o átomo de hidrogênio. Ambos estes modelos são usados ao longo de todo o curso neste livro; a escolha depende de qual dos 2 modelos torna a explicação mais simples. Figura 2.3 - Comparação dos modelos atômicos de (a) Bohr e (b) mecânico-ondulatório em termos de distribuição de elétron. (Adaptado de Z.D. Jastrzebski, The Nature and Properties of Engineering Materials , 3a. Edição, p.4 , Copyright 1987 por JohnWiley & Sons, New York, Reimpresso por permissão de John Wiley & Sons,Inc.). Números Quânticos Usando a mecânica ondulatória, todo elétron num átomo é caracterizado por4 parâmetro, denominados números quânticos. O tamanho, forma e orientação espacial da densidade de probabilidade de um elétron são especificados por 3 números quânticos. Além disto, os níveis de energia de Bohr se separa em subcamadas de elétrons, e números quânticos ditam o número de estados dentro de cada subcamada. Camadas são especificiadas por um número quântico principal n, que pode tomar valores inteiros começando com a unidade; algumas vezes estas camadas são designadas pelas letras K, L, M, N, O, e assim por diante, que correspondem, respectivamente, a n = 1, 2, 3, 4, 5, ....., como indicado na Tabela 2.1. Dever-se-ía também notar que este número quântico, e somente êle, está também associado com o modelo de Bohr. Tabela 2.1 - O número de Estados de Elétrons Disponíveis em Algumas das Camadas e Subcamadas de Elétrons. O segundo número quântico, l, significa subcamada, que é denotada por uma letra minúscula - um s, p, d, ou f. Em adição , o número de camadas para os vários valores de n estão representados na Tabela 2.1. O número de estados de energia para cada subcamada é determinado pelo número quântico, m . Para uma subcamada s existe um único estado de energia, enquanto que l para subcamadas p, d, e f, existem 3, 5 e 7 estados, respectivamente (Tabela 2.1). Na ausência de um campo magnético externo, os estados dentro de cada subcamada são idênticos. Entretanto, quando um campo magnético é aplicado estes estados de subcamadas se dividem, cada estado assumindo uma energia ligeiramente diferente. Associado a cada elétron se encontra um momento de spin, que deve estar orientado ou para cima ou para baixo. Relacionado a este momento de spin encontra-se o quarto número quântico, m , para o qual são possíveis 2 valores ( + 1/2 e -1/2), um para cada uma das s orientações de spin. Assim o modelo de Bohr foi refinado mais uma vez pela mecânica ondulatória, na qual a introdução de 3 novos números quânticos dá origem a subcamadas eletrônicas dentro de cada camada. Uma comparação entre estes dois modelos com base nisto é ilustrada nas Figuras 2.2a e 2.2b, para o átomo de hidrogênio. Um diagrama completo de nível de energia para as várias camadas e subcamadas usando o modelo de mecânica ondulatória é mostrado na Figura 2.4. Vale a pena notar várias características do diagrama. Primeiro, quanto menor for o número quântico principal, tanto menor o nível de energia; por exemplo, a energia de um estado 1s é menor do que aquela de um estado 2s, que por sua vez é menor do que aquela de um estado 3s. Segundo, dentro de cada camada a energia de uma subcamada cresce com o valor do número quântico l. Por exemplo, a energia de um estado 3d é maior do que aquela de um estado 3p, que é maior do que aquela de um estado 3s. Finalmente, pode haver superposição em energia de um estado numa camada com estados numa camada adjacente, que é especialmente verdadeiro de estados d e f; por exemplo, a energia de um estado 3d é maior do que aquela para um estado 4s. Figura 2.4 - Representação esquemática das energias relativas dos elétrons para as várias camadas e subcamadas (fonte: K.M.Ralls, T.H.Courtney, e J. Wulff, Introduction to Materials Science and Engineering, p. 22 Copyright 1976 by John Wiley & Sons,New York, Reprinted by permission of John Wiley & Sons). Configurações Eletrônicas A discussão precedentes tratou principalmente dos estados eletrônicos - valores de energia que são permitidos aos elétrons. Para determinar a maneira na qual estes estados são preenchidos com elétrons, nós usamos o princípio de exclusão de Pauli, um outro conceito mecânico-quântico. Este princípio estipula que cada estado eletrônico pode manter não mais do que 2 elétrons, que devem ter spins opostos. Assim, as subcamadas s, p, d e f podem acomodar cada uma, respectivamente, um total de 2, 6, 10 e 14 elétrons; Tabela 2.1 sumaria um número máximo de elétrons que podem ocupar cada uma das primeiras 4 camadas. Tabela 2.1 - O número de estados eletrônicos disponíveis em algumas das Camadas e Subcamadas Eletrônicas. Naturalmente, nem todos os estados possíveis num átomo são preenchidos com elétrons. Para muitos átomos, os elétrons preenchem os mais baixos possíveis estados de energia nas camadas e subcamadas eletrônicas, 2 elétrons (tendo spins opostos) por estado. A estrutura de energia para um átomo de sódio é representada esquematicamente na Figura 2.5. Quando todos os elétrons ocupam as energias mais baixas possíveis de acordo com as precedentes restrições, diz-se que um átomo está no estado do chão. Entretanto, transições de elétrons para estados de energia superiores são possíveis, como discutido nos Capítulos 19 e 22. A configuração eletrônica ou estrutura de um átomo representa a maneira na qual estes estados são ocupados. Na notação convencional o número de elétrons em cada subcamada é indicado por um superscrito após a designação camada-subcamada. Por exemplo, a configurações eletrônicas para hidrogênio, hélio e sódio são, respectivamente, 1s1, 1s2, e 1s22s22p63s1. Configurações eletrônicas para alguns dos elementos mais comuns estão listadas na Tabela 2.2; uma tabulação para todos os elementos está contido no Apêndice B. Figura 2.5 - Representação esquemática dos estados de energia preenchidos para um átomo de sódio. Tabela 2.2 - Uma Listagem das Configurações Eletrônicas para Alguns dos Elementos Comuns. Neste ponto, comentários referentes a estas configurações eletrônicas são necessárias. Primeira, os elétrons de valência são aqueles que ocupam a camada preenchida mais externa. Estes elétrons são extremamente importantes; como será visto, eles participam na ligação entre os átomos para formar agregados atômicos e moleculares. Além disto, muitas das propriedades físicas e químicas de sólidos estão baseadas nestes elétronsde valência. Em adição, alguns átomos têm o que é denominado "configurações eletrônicas estáveis"; isto é, os estados dentro da camada eletrônica mais externa ou de valência estão completamente preenchidos. Normalmente isto corresponde à ocupação justamente dos estados s e p para a camada mais externa por um total de 8 elétrons, como num neônio, argônio e criptônio; uma exceção é o hélio, que contém apenas 2 elétrons 1s. Estes elementos (Ne, Ar, Kr, e He) são gases inertes ou nobres, que são virtualmente não reativos quimicamente. Alguns átomos dos elementos que têm camadas de valência não preenchidas assumem configurações eletrônicas estáveis por ganho ou perda de elétrons para formar íons carregados, ou pelo compartilhamento de elétrons com outros átomos. Esta é a base para algumas reações químicas, e também para ligação atômica em sólidos, como explicado na Seção 2.6. 2.4 - A TABELA PERIÓDICA Todos os elementosforam classificados de acordo com a configuração eletrônica na tabela periódica (Figura 2.6). Aqui, os elementos estão situados, com crescente número atômico, em 7 filas horizontais denominadas períodos. O arranjo é tal que todos os elementos que são dispostos numa dada coluna ou grupo têm similares estruturas de elétrons de valência, do mesmo modo que similares propriedades químicas e físicas. Estas propriedades mudam gradualmente e sistematicamente, movendo-se horizontalmente através cada período. Figura 2.6 - A tabela periódica dos elementos. Os números entre parêntesis são pesos atômicos dos isótopos mais estáveis ou comuns. Os elementos posicionados no Grupo 0, o grupo da extrema direita, são gases inertes, que têm camadas eletrônicas preenchidas e configurações eletrônicas estáveis. Os elementos dos Grupos VIIA e VIA têm 1 e 2 elétrons a menos , respectivamente, para terem estruturas estáveis. Os elementos do Grupo VIIA (F, Cl, Br, I e At) são às vezes denominados halogêneos. Os metais alcalinos e alcalino-terrosos (Li, Na, K, Be, Mg, Ca, etc.) são denominados como do Grupo IA e IIA, tendo, respectivamente, 1 e 2 elétrons a mais do que o necessário para estruturas estáveis. Os elementos dos 3 períodos longos, Grupos IIIB até IIB, são denominados metais de transição, que possuem estados eletrônicos partialmente preenchidos e em alguns casos 1 ou 2 elétrons na próxima camada de energia mais alta. Grupos IIIA, IVA e VA (B, Si, Ge, As, etc.) exibem características que são intermediárias entre as dos metais e as dos não-metais em virtude de suas estruturas de elétron de valência. Como pode ser notado a partir da tabela periódica, muitos elementos realmente se incluem na classificação de metal. Estes são algumas vezes denominados elementos eletropositivos, indicando que êles são capazes de ceder seus poucos elétrons de valência para se tornarem íons positivamente carregados. Além disso, os elementos situados à direita da tabela são eletronegativos; isto é, eles prontamente aceitam elétrons para formar íons negativamente carregados, ou às vezes êles compartilham elétrons com outros átomos. A Figura 2.7 exibe os valores de eletronegatividade que foram atribuídos aos vários elementos arranjados na tabela periódica. Como uma regra geral, a eletronegatividade aumenta ao se mover da esquerda para a direita e de base para o topo da tabela periódica. Figura 2.7 - Os valores de eletronegatividade para os elementos. (Re-impresso a partir de Linus Pauling, The Nature of Chemical Bond, 3a. edição. Copyright 1939 e 1940, Copyright da 3a. Edição, 1960, por Cornell University. Usado por permissão do publicante, Cornell University Press). LIGAÇÃO ATÔMICA EM SÓLIDOS 2.5 - FORÇAS DE LIGAÇÃO E ENERGIAS DE LIGAÇÃO Um entendimento de muitas propriedades físicas de materiais é previsto através do conhecimento das forças interatômicas que ligam os átomos entre si. Talvez os princípios de ligação atômica sejam melhor ilustrados pela consideração da interação entre dois átomos isolados à medida que êles são colocados em estreita proximidade um do outro a partir de uma distância infinita de separação entre

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