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Cadernos nagô. A antropologia reversa do Alapini Paulo Braz Ifamuide PDF

176 Pages·2015·2.22 MB·Portuguese
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Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas Departamento de Antropologia Cadernos nagô. A antropologia reversa do Alapini Paulo Braz Ifamuide. Olavo de Souza Pinto Filho São Paulo - SP 2015 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL Cadernos nagô. A antropologia reversa do Alapini Paulo Braz Ifamuide. (versão corrigida) Olavo de Souza Pinto Filho Orientador: Vagner Gonçalves da Silva v.1 São Paulo 2015 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL Cadernos nagô. A antropologia reversa do Alapini Paulo Braz Ifamuide. (versão corrigida) Olavo de Souza Pinto Filho Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo, como pré-requisito para obtenção do título de Mestre em Ciência Social (Antropologia Social) Orientador: Prof. Dr. Vagner Gonçalves da Silva. v.1 São Paulo 2015 SOUZA PINTO, Olavo Filho. Cadernos nagô. A antropologia reversa do Alapini Paulo Braz Ifamuide. Dissertação apresentada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo como pré-requisito para obtenção do título de Mestre em Ciência Social (Antropologia Social) Aprovado em: Banca Examinadora Profª Drª Rachel Rua Batista Profª Drª Dominique Tilkin Gallois PPGAS/USP Prof Dr Vagner Gonçalves da Silva PPGAS/USP Agradecimentos O agradecimento talvez seja a melhor parte da escrita de uma dissertação. Sem apoio e afeto de tantas pessoas este trabalho não seria possível. Esta dissertação deve a muitas pessoas em três cidades diferentes, começo por Recife: Meu profundo agradecimento, primeiramente aos meus anfitriões em Recife. Pai Paulo por ter a generosidade de compartilhar comigo tantas horas de seu dia, seu profundo conhecimento sobre o mundo e o universo nagô em particular, e sobre a vida em geral. Um dos teóricos mais criativos e geniais que já conheci em minha vida. Não teria palavras para expressar minha gratidão e afeto, a benção Baba. Mãe Lú, o carinho diário, seu afeto e atenção são coisas que nunca esquecerei. Por ser minha mãe em Recife, pela generosidade do tamanho do oceano, a Iemanjá mais linda que existe, esta pesquisa só foi possível por sua vontade e dedicação. Minha vida foi outra a partir do nosso encontro, a intensidade de minha gratidão é expressa pelo amor que sinto, a benção minha mãe. A Bino, Paulinho, Marcio e Junior Boto, pela amizade e fraternidade, na companhia de vocês não só aprendi como me diverti muito, a benção meus irmãos. Barbara você merece um agradecimento especial, se não fosse sua autorização junto a Pai Paulo, esta pesquisa não teria acontecido. Que possamos compartilhar muitos caminhos ao longo de nossas vidas profissionais, porque na pessoal já estamos unidos. Estendo a seus filhos, Thauany, Thalysson e Thalita o amor e carinho que sinto, a benção minha irmã. A meu irmão Alexandre L’Omi L’Odo, jovem mestre da vida pernambucana, meus irmãos e parceiros Pedro, Layla, Robson, Thandra, Janaina, Dão, Berg, Marrom, Inaldo, Ivandelcio e tantos outros com quem convivi e tive o imenso prazer de compartilhar da vida nesses meses, meu agradecimento e afeto. Agradeço ainda a Arnaud Halloy, esta dissertação deve muito aos seus trabalhos. À Clarisse Kubrusly, pela amizade que levarei comigo para sempre. Você foi fundamental nesses meses, pelas conversas, pelo aprendizado, pelo afeto e pelas angústias em campo compartilhadas, muito obrigado. Em Recife, devo ainda a gratidão das amizades feitas para a vida: A Fabinho, Claudia, Breno, Claudinho, Briza, à família Amoras, À dona Tete, Patrícia, Laura, Ana, Elias, Vitória, Sandra. Minha gratidão. i Em Brasília, cidade que abriu caminhos para uma outra vida, agradeço aos amigos: Danilo, Paique, Fernanda (pela revisão atenta, que melhorou muito minha escrita), Ranna, Gui, Mari, Lety e Fabi, Ceariba, Farage, Greg, Saulo, Dani, Zé do Boné, Chico, Maira (que é cosmopolense já), Herikinha, JM, Mariana (pela revisão e tradução do francês), Goiaba, Nando, Zóio, Ester, Ju, Aline, Aline Dandara, Rafa, Rafa Pai, Rods, Pedro, Tiagão, Emily (pelo trabalho cuidadoso com as fotos) e tantos outros, valeu demais. Na UnB, aos professores José Jorge de Carvalho, sem o qual não teria trilhado esse caminho, Antonadia Borges, e aos colegas do Gesta, à professora Rita Segato e ainda a Guilherme Sá e, em especial, à Marcela Coelho Stockler, muito obrigado. Em São Paulo: à minha família da Vila Ema, à minha amiga Jaque, pelo suporte e amizade, tornando fácil aquilo que seria insustentável sem teu apoio. Na USP, agradeço: Especialmente meu orientador Vagner Gonçalves da Silva, pelo apoio, incentivo e disposição, por termos compartilhado uma luta por uma Universidade menos racista. À professora Dominique Gallois, pela admiração e estimulo intelectual, tive o prazer de ser seu aluno e contar com suas preciosas considerações na qualificação. Muito obrigado. À Julia Sauma, que gentilmente aceitou compor a banca de qualificação, e pude contar com sua generosidade intelectual ao longo da escrita da dissertação. Muito obrigado. À Rachel que gentilmente aceitou nos últimos minutos compor a banca de mestrado e contribuiu imensamente na avaliação deste trabalho. A CAPES, por ter financiado meu mestrado. Agradeço igualmente ao PPGAS, ao corpo de funcionários pela atenção e apoio. Aos professores do PPGAS/USP, em especial, à Beatriz Perrone Moisés e à Fernanda Peixota Areas, e aos colegas do Cerne, o meu muito obrigado. Meus amigos e amigas mais do que especiais da minha turma de mestrado, considerada por seus participantes a melhor de todas as que já pisaram nesses corredores uspianos. Compartilhei da alegria, irreverência e amizade de vocês: Helena, Alvaro, Bruno, Augusto, Yara, Camila, Renan, Antonio, Vitão, Lais, Isa, Ana, Jorge, Leticia, Luiza, Maria Isabel, Cibele e Alice. Muito obrigado. Minha estadia na USP não teria sido a mesma sem a presença e a amizade de vocês três: Patrícia, Michele e minha aburé Yumesita. Muito obrigado. ii A meu Baba Toloji e à comunidade Ogun lakaye Osinmole, pelo axé que me levaram por esses caminhos ao longo desses anos. À minha família: Meu pai Marcio, sem seu amor e suporte eu não teria trilhado esse caminho. Minha mãe Rosângela, pelo amor e incentivo desde os primeiros anos e por ter sido sempre meu maior exemplo. Minha irmã Angélica e meu irmão João, pelo amor incondicional. E meus sobrinhos Dudu e Rafinha. Essa dissertação deve muito a meu grande amigo e parceiro Lucas Marques, pela leitura, sugestões e, acima de tudo, amizade, pequeno Exu. E por fim, como não poderia deixar de ser, à minha namorada e companheira, nos rumos que trilhamos, pelo período em campo dividido, pela dedicação, paciência e amor, essa dissertação é para você, Noshua Amoras. iii Resumo Esta dissertação tem como tema central a composição dos versos de Ifá escritos pelo Alapini Paulo Braz Ifamuiyde. Ifá é um sistema oracular de origem iorubana, que é baseado no manejo de dezesseis caroços de dendê, para obter uma combinação entre um conjunto de 256 signos gráficos denominados odus (destinos), cada odu contém uma quantidade de versos ou recados que compõem seus significados. Minha incursão etnográfica atenta-se sobre os modos como Pai Paulo convencionaliza sua experiência com Ifá a partir da escrita em seus cadernos dos “recados de Ifá”, a fim de ressaltar particularidades e diferenças significativas entre essa prática oracular e outras práticas conhecidas no nagô. A dissertação busca fornecer uma descrição detalhada das variações e inovações rituais do jogo de Ifá, bem como as interações do dia a dia dos seus praticantes. Para tanto, tem como escopo mapear as relações estabelecidas pelo jogo entre diferentes domínios rituais do candomblé, centrados nos vereditos de Ifá – que são dele indissociáveis, como feitura de santo, culto aos ancestrais, oferendas, sacrifícios –, suscitando questões em diálogo, com temas já consagrados pela etnologia afro-brasileira, como transformação ritual, dom e iniciação, e transmissão de conhecimento e reversibilidade. Palavras-chave: Ifá. Nagô. Diferenciação. Criatividade. Antropologia reversa. Abstract This paper dissertation as its subject the Ifá verses’ composition written by Alipini Paulo Braz Ifamuiyde. Ifá is an oracular system of iorubana origin, which is based in the handling of sixteen caroços de dendês, to obtain a combination of 256 graphic signs called odus (destinies), each one containing a quantity of verses or messages that compose theirs significates. My ethnographic incursion attempts to the modes how Pai Paulo conventionalizes his experience with Ifá from the written in his “Recados de Ifá” notebook, in order to highlight particular and meaningful differences between this oracular practical and others practical known in nago. This work attempts to offer a detailed description of the ritual variations and innovations of the Ifa jogo, as such the interactions of the everyday life of its practitioners. For this purpose, the objective is mapping how relations established by the jogo between the different ritual domains of iv candomblé, centered in the Ifá’s verdicts – which are inseparable from it, as such the saint feitura, ancestral cults, offerings, sacrifices -, raising questions in dialogue to themes already consagrated in afro-brazilian ethnology, as such ritual transformation, gift and initiation, and knowledge transmission and reversibility. Keywords: Ifá. Nagô. Differentiation. Creativity. Reverse Anthropology. Grafias e Convenções Ao contrário de recentes trabalhos da etnologia afro-brasileira, os quais têm adotado o uso de convenções ortográficas do idioma iorubá na grafia de palavras enunciadas pelas comunidades de terreiro, como, por exemplo, òrìsà para orixás, Èsù para Exu, entre outras. Neste trabalho, opto por transcrevê-las conforme as convenções ortográficas do português, em especial, para aquelas que já se encontram amplamente disseminadas em nosso vocabulário, como, por exemplo, Oxum, Iemanjá, Xangô. Essa opção metodológica visa demonstrar que o uso das convenções ortográficas do ioruba pelos praticantes para assinalar nomes e expressões “africanos”- longe de ser uniforme-; evidencia uma multiplicidade dos usos que essa grafia vem adquirindo no contexto afro-brasileiro. Se tomarmos como base para as transcrições de tais expressões apenas as normas de tal convenção, fatalmente teríamos que ler tais usos como erros ou equívocos nas composições empreendidas pelos praticantes do candomblé. Ao invés de “corrigir”, por exemplo, uma palavra escrita como Òsun, Òòósun, ou Òósum, por Òsun, para se referir ao orixá Oxum, pretendo manter a transcrição nativa como tal, explicitando as recodificações empreendidas no uso da grafia pelos praticantes, recusando uma correção uniformatizadora. Os termos “nativos” serão igualmente grifados em itálico, buscando evitar uma dupla naturalização de seu uso, ou seja, demonstrando que palavras como tempo, religião, herança, natureza, intuição, entre outras, possuem sentidos bem diferentes dos que adotamos para elas. Assim, minha intenção é destacar que apesar de “ser”, em certo sentido, a “mesma” palavra, seus significados podem não ser os mesmos que, convencionalmente, mobilizamos para interpretá-las. As citações nativas serão grafadas em itálico ou com dupla aspas e itálico quando for uma exemplificação minha de seus conceitos. As citações antropológicas serão em aspas duplas quando aparecerem no interior dos parágrafos, ou seguindo as v normas da ABNT. Os termos de parentesco empregados também serão grafados pela letra maiúscula, por exemplo: Pai Paulo, Mãe Lú, Tia Zere, Tia Inês. Do mesmo modo que os pronomes de tratamento: Seu Malaquias, Dona Josefa e assim por diante. vi

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Dissertação apresentada à Faculdade de Filosofia, Letras e. Ciências Humanas . Like, 'Let's see; where was I yesterday so I can get on with today?'.
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