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brs sertaneja, cultivar precoce de arroz de terras altas PDF

226 Pages·2017·8.99 MB·Portuguese
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MODIFICAÇÕES FISIOLÓGICAS E MOLECULARES EM PLANTAS DE ARROZ (Oryza sativa L.) ALTAMENTE INFESTADAS POR ÁCAROS FITÓFAGOS Schizotetranychus oryzae ROSSI DE SIMONS (ACARI: TETRANYCHIDAE) Édina A. R. Blasi1; Giseli Buffon2; Markus Berger3; Mathieu Lavallée-Adam4; John R. Yates III4; Joséli Schwambach5; Mara C. B. Lopes6; Lucélia Santi7; Walter O. Beys da Silva7; Raul A. Sperotto7. Palavras-chave: histoquímica in situ, MudPIT, proteínas expressas. INTRODUÇÃO O Brasil é o nono maior produtor mundial de arroz (Oryza sativa L.), um dos cereais mais consumidos no mundo (FAO, 2016). A produção nacional em 2016 foi de aproximadamente 11 milhões de toneladas, sendo que o Rio Grande do Sul (RS) se destaca neste cenário, sendo responsável por mais de 71% desta produção (IBGE, 2017). Com relação às perdas nas lavouras, estima-se que cerca de 25% ocorra devido ao ataque de fitófagos em geral (Oerke, 2006). Uma das principais razões para as perdas na produtividade do arroz é a infestação de ácaros fitófagos (Blasi et al., 2014; Buffon et al., 2015), que podem danificar as plantas de arroz durante todo o desenvolvimento, dependendo da espécie de ácaro e do nível de infestação. Uma prova disto é que o ácaro filófago Schizotetranychus oryzae Rossi de Simons entrou no ano de 2016 para a lista de pragas do arroz da Embrapa (EMBRAPA, 2016). Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi elucidar as modificações fisiológicas e moleculares envolvidas na resposta de plantas de arroz a altos níveis de infestação de S. oryzae. MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi realizado na safra 2012/2013. As plantas de arroz da cultivar IRGA 424 foram mantidas em casa de vegetação. Plantas controle foram colocadas isoladas para evitar a infestação de S. oryzae. Para todas as análises foram coletadas folhas de plantas controle (control) e de plantas altamente infestadas ou com infestação tardia (LI, late-infested), as quais continham aproximadamente 180 ácaros por folha. Para observar os danos fisiológicos causados pelos ácaros nas folhas de arroz, realizamos técnicas histoquímicas in situ, onde para verificar a formação de espécies reativas de oxigênio (O- e HO), fragmentos de folhas foram corados com nitro blue 2 2 2 tetrazolium (NBT) e diaminobenzidine (DAB), respectivamente, conforme descrito por Shi et al. (2010). Para detectar perda de integridade da membrana plasmática ou morte celular, as folhas foram coradas com o reagente Evans blue, de acordo com Romero-Puertas et al. (2004). Realizamos ainda a quantificação dos níveis de clorofila total, a qual foi extraída com acetona 85%, seguindo o método de Ross (1974). Para as análises de proteômica, amostras de folhas controle e altamente infestadas foram submetidas à extração de proteínas através do kit Total Plant Protein Extraction, Sigma. A quantificação das mesmas foi feita pelo método BCA (Thermo Scientific, Rockford, IL). A análise de MudPIT (Multidimensional Protein Identification Technology) foi 1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Centro Universitário UNIVATES, [email protected] 2 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Centro Universitário UNIVATES. 3 Dr. Biologia Celular e Molecular (UFRGS), Centro de Pesquisa Experimental, Hospital de Clínicas de Porto Alegre. 4 Drs. Department de of Chemical Physiology, The Scripps Research Institute, USA. 5 Dra. Biologia Celular e Molecular (UFRGS), Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Universidade de Caxias do Sul. 6 Ma. Fitotecnia (UFRGS), Instituto Rio-Grandense do Arroz (IRGA). 7 Drs. Biologia Celular e Molecular (UFRGS), Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, Centro Universitário UNIVATES. realizada conforme Beys da Silva et al. (2014), e a proteínas foram identificadas com base no banco de dados do NCBI, Reference Sequence Database (RefSeq). Para validar os dados gerados pela proteômica, realizamos PCR em Tempo Real (RT- qPCR) e ensaios enzimáticos. O RNA total das amostras de folhas de arroz foi extraído utilizando o kit NucleoSpin RNA Plant (Macherey-Nagel) e a síntese da primeira fita de cDNA foi realizada com o Kit SMART PCR cDNA Synthesis. Os níveis de expressão dos genes de interesse foram avaliados em relação ao gene controle Ubiquitina 5 (OsUBQ5) (JAIN et al., 2006) e os dados foram analisados através do método 2-ΔCT modificado (LIVAK; SCHMITTGEN, 2001; SCHMITTGEN; LIVAK, 2008). Os ensaios enzimáticos foram realizados com kits específicos para cada enzima, de acordo com as instruções do fabricante. As leituras foram feitas em microplacas no aparelho Spectramax (Molecular Devices, USA). A análise estatística foi realizada através do teste t de Student (p ≤ 0,05, 0,01 e 0,001) utilizando o software SPSS 21.0 para Windows (SPSS Inc., EUA). RESULTADOS E DISCUSSÃO Nossos dados mostraram que as folhas altamente infestadas pelo ácaro (Figura 1) apresentam altos níveis de espécies reativas de oxigênio (O- e HO) e também de morte 2 2 2 celular, o que é indicativo de estresse oxidativo bem estabelecido, como mostrado nas Figuras 2 e 3. Figura 1. Características visuais de folhas de arroz controle (control) e altamente infestadas (LI, late- infested) com o ácaro S. oryzae. Figura 2. Coloração histoquímica de O2− (a) e H2O2 (b) por nitro blue tetrazolium (NBT) e diaminobenzidine (DAB) em folhas de arroz controle e altamente infestadas. Figura 3. Perda da integridade da membrana plasmática em folhas de arroz controle e altamente infestadas, detectada por coloração histoquímica utilizando o reagente Evans Blue. As folhas de arrroz altamente infestadas também mostraram redução na quantidade de clorofila, indicando um processo de senescência bem estabelecido, o que foi confirmado pela alta expressão do gene OsSGR (marcador de senescência) (Figura 4). Figura 4. Concentração total de clorofila (a) e expressão do gene OsSGR (b) em folhas de arroz controle e altamente infestadas (p≤0,05). A análise por MudPIT levou à identificação de 184 proteínas diferencialmente expressas, sendo 83 exclusivas e 11 mais expressas nas folhas controle, além de 89 exclusivas e 1 mais expressa nas folhas altamente infestadas (com aproximadamente 180 ácaros por folha). Os dados de proteômica foram validados através de PCR em Tempo Real (RT-qPCR) e ensaios enzimáticos (dados não mostrados). CONCLUSÃO Este é o primeiro trabalho avaliando a resposta de plantas de arroz à alta infestação de ácaros fitófagos Schizotetranychus oryzae utilizando uma abordagem proteômica. Os processos mostrados e a identificação de proteínas diferencialmente expressas são úteis para revelar os mecanismos moleculares envolvidos na resposta do arroz a altos níveis de infestação de ácaros. Além disso, produzem um conjunto de alvos potenciais interessantes para futuros estudos com o objetivo de promover a resistência aos ácaros fitófagos nas plantas de arroz, ou, pelo menos, para evitar o aumento da população destes ácaros. AGRADECIMENTOS Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Centro Universitário UNIVATES. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEYS DA SILVA, W. O. et al. Secretome of the biocontrol agent Metarhizium anisopliae induced by the cuticle of the cotton pest Dysdercus peruvianus reveals new insights into infection. Journal of Proteome Research, 2014. BLASI, E. A. R. et al. Alterations in rice, corn and wheat plants infested by phytophagous mite. International Journal of Acarology, 2014. BUFFON, G. et al. Physiological and Molecular Alterations Promoted by Schizotetranychus oryzae Mite Infestation in Rice Leaves. Journal of Proteome Research, 2015. EMBRAPA, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fuye4xq602wyiv801 66sqf4qsy51i.html>. Acesso em: 04 mai. 2017. FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. Disponível em: <http://www.fao.org/fileadmin/templates/est/COMM_MARKETS_MONITORING/Rice/Imag es/RMM/RMM_APR16.pdf>. Acesso em: 03 mai. 2017. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/defaulttab.shtm>. Acesso em: 05 mai. 2017. JAIN, M.; TYAGI, A. K.; KHURANA, J. P. Molecular characterization and differential expression of cytokinin-responsive type-A response regulators in rice (Oryza sativa). BMC Plant Biology, 2006. LIVAK, K. J.; SCHMITTGEN, T. D. Analysis of relative gene expression data using real-time quantitative PCR and the 2(-Delta Delta C(T)) method. Methods, 2001. OERKE, E. C. Crop losses to pests. The Journal of Agricultural Science, 2006. ROMERO-PUERTAS, M .C. et al. Cadmium-induced subcellular accumulation of O2 - and HO in pea leaves. Plant, Cell and Environment, 2004. 2 2 ROSS, C. W. Plant Physiology Laboratory Manual. Wadsworth Publishing Company, 1974. SCHMITTGEN, T. D.; LIVAK, K. J. Analyzing real-time PCR data by the comparative CT method. Nature Protocols, 2008. SHI, J. et. al. Spermine pretreatment confers dehydration tolerance of citrus in vitro plants via modulation of antioxidative capacity and stomatal response. Tree Physiology, 2010. RESPOSTA DE CULTIVARES DE ARROZ PLANTADOS NO RIO GRANDE DO SUL À INFESTAÇÃO DO ÁCARO Schizotetranychus oryzae (ACARI: TETRANYCHYDAE) Giseli Buffon1; Édina Aparecida dos Reis Blasi2; Roberta Maria Marquetto³; Thainá Inês Lamb4; Rodrigo Gastmann5; Angie Geraldine Sierra6; Mara Cristina Barbosa Lopes7; Joséli Schwambach8; Felipe Klein Ricachenevsky9; Raul Antonio Sperotto10 Palavras-chave: fatores bióticos, parâmetros agronômicos, resistência. INTRODUÇÃO O arroz é a base da alimentação para 50% da população mundial. Dessa forma, junto com o milho e o trigo, é considerado um dos cultivos mais importantes (FAO, 2015). No cenário mundial, o Brasil é o maior produtor de arroz fora do continente asiático, e o Rio Grande do Sul (RS) é o maior produtor nacional, sendo responsável por aproximadamente 70% do arroz cultivado no país (CONAB, 2016). Entretanto, o arroz poderia ter um rendimento ainda maior, uma vez que sofre influência de diferentes estresses bióticos. As estimativas de perdas causadas por pragas são em torno de 25%, em nível mundial (OERKE, 2006). Uma das perdas mais significativas na produção de arroz é causada pela infestação de ácaros fitófagos, o que pode ser prejudicial durante todo o desenvolvimento da planta de arroz, dependendo da espécie e do número de ácaros (FERLA et al., 2013). Até o presente momento, não é possível estimar o dano econômico causado pela infestação desse ácaro nas lavouras. Conforme observações de campo, alguns cultivares de arroz do Rio Grande do Sul apresentam maior capacidade de resistência, devido ao menor número de ácaros encontrados e menor dano foliar. Além disso, sabe-se que cultivares de arroz podem apresentar níveis de resistência diferentes perante um estresse. Com base nessas observações, iremos avaliar os níveis de infestação do ácaro em sete diferentes cultivares de arroz: IRGA423, IRGA424, IRGA426, Atalanta, Puitá, Taim e IRGA410. A metodologia foi composta por ensaios de avaliação de parâmetros agronômicos, como o nível de dano nas folhas, tamanho das plantas, número de afilhos, número de grãos por planta, percentual de sementes cheias, tamanho do grão e peso de 1000 grãos. Nossos resultados devem contribuir para uma melhor compreensão da resistência dos cultivares perante a infestação de S. oryzae, e poderá ser útil para futuros programas de melhoramento genético da cultura de arroz, visando a resistência à infestação do ácaro fitófago Schizotetranychus oryzae. 1 Doutoranda e bolsista PROSUP/CAPES PPGBiotec, Mestre em Biotecnologia, Centro Universitário UNIVATES, Av. Avelino Talini, 171 - Universitário, Lajeado - RS, 95900-000 ([email protected]). 2 Mestranda em Biotecnologia, Graduada em Ciências Biológicas, Centro Universitário UNIVATES. 3, 4, 5 Bolsista de Iniciação Científica, Centro Universitário UNIVATES. 6 Graduada em Ciências Biológicas, estagiária voluntária, Centro Universitário UNIVATES. 7 Engenheira Agrônoma e pesquisadora do Instituto Rio Grandense de Arroz. 8 Professora PPGBiotec, Doutora em Biologia Celular e Molecular, Universidade de Caxias do Sul. 9 Professor PPG em Agrobiologia, Doutor em Biologia Celular e Molecular, Universidade Federal de Santa Maria. 10 Professor PPGBiotec, Doutor em Biologia Celular e Molecular, Centro Universitário UNIVATES. MATERIAIS E MÉTODOS Sementes de arroz dos sete cultivares testados foram esterilizadas superficialmente e germinadas por quatro dias em uma incubadora BOD (28ºC) em placas de Petri contendo papel umedecido com água destilada. Após a germinação, as plântulas foram transferidas para vermiculita, sendo mantidas por 14 dias em incubadora e depois transferidas para baldes de plástico contendo solo e água, em condição ambiente de casa de vegetação, com umidade controlada de 70%. Um balde de plástico contendo plantas de arroz altamente infestadas por S. oryzae foi gentilmente cedida pelo Instituto Rio-Grandense do Arroz (IRGA, Cachoeirinha do Sul, RS) e foram usadas para infestar as plantas de arroz testadas. Foram infestadas dez plantas de cada cultivar por aproximação a um balde de arroz altamente infestado no centro, quando a planta estava nos primeiros estágios vegetativos V10-13. Foi analisado o nível de dano causado na planta de arroz durante um período de três meses, até a planta atingir a última fase do desenvolvimento reprodutivo (R9), onde a planta apresenta a maturidade completa da panícula. Foi caracterizado como possível resistente o cultivar que mostrou um melhor desempenho nos parâmetros agronômicos analisados durante a infestação, sendo comparado com o controle (plantas não infestadas). Foram analisados os seguintes parâmetros agronômicos: nível de dano nas folhas (conforme escala visual), tamanho das plantas, número de afilhos, número de grãos por planta, percentual de sementes cheias, tamanho do grão e peso de 1000 grãos. RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos parâmetros agronômicos analisados, verificamos que o nível de dano foliar se manteve constante nos cultivares durante os períodos da infestação, e todos os cultivares testados alcançaram altos níveis de infestação e, consequentemente, de dano foliar, conforme Figura 1. Figura 1. Cinética de infestação do ácaro Schizotetranychus oryzae em sete cultivares do RS. Quando analisamos a altura da planta e o número de afilhos, conforme Figura 2, verificamos que os cultivares Puitá, Taim e IRGA423 apresentaram diferentes respostas à infestação, sendo selecionados para posteriores análises de sementes. Figura 2. Avaliação da altura (cm) e número de afilhos das plantas dos sete cultivares testados, durante a fase vegetativa (V10-13) e reprodutiva (R9). Figura 3. Avaliação do número de sementes cheias e vazias, peso e tamanho das sementes dos cultivares IRGA423, INTA Puita CL e Taim. Conforme visto nas Figuras 2 e 3, as plantas do cultivar Puitá apresentaram variações em todos os parâmetros avaliados, sendo que as plantas infestadas apresentaram menor altura, redução no número de afilhos, no peso de 1.000 grãos, na porcentagem de grãos cheios, e no número total de sementes, causando uma diminuição de 61,4% na produtividade do grão. As plantas infestadas do cultivar Taim apresentaram uma redução na porcentagem de sementes cheias, contrastando com o peso de 1.000 grãos, que foi maior na infestação, causando uma diminuição de 41,2% na produtividade do grão. As plantas infestadas do cultivar IRGA423 apresentaram um aumento no peso de 1.000 grãos, e uma diminuição no número de afilhos, porém a produtividade do grão quase se manteve, diminuindo 12,8% durante a infestação. Devido a menor perda na produtividade do grão, sugere-se que o cultivar IRGA423 possa possuir uma maior resistência ao ácaro. Outros tipos de resistência e tolerância já foram observados nesse cultivar, como resistência a brusone e tolerância a excesso de ferro no solo (IRGA, 2017). CONCLUSÂO Com esses dados podemos sugerir que o cultivar IRGA423 possui uma maior resistência à infestação do ácaro S. oryzae, pois as plantas infestadas não apresentaram perdas no seu desenvolvimento e na produção do grão, ao contrário do cultivar Puitá, que apresentou vários parâmetros de desenvolvimento e produção do grão afetados pela infestação do ácaro. Assim, mais estudos devem ser feitos com esses possíveis cultivares candidatos a serem resistentes ou suscetíveis à infestação do ácaro, como análises moleculares e fisiológicas. AGRADECIMENTOS Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Centro Universitário UNIVATES pelo apoio financeiro e concessão da bolsa, e Instituto Rio- Grandense do Arroz (IRGA) pelo apoio à pesquisa e fornecimento de material. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Acompanhamento da safra brasileira de grãos. Disponível em: <http://www.conab.gov.br >. Acesso em: 04 de setembro de 2016. FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. Disponível em: <http://www.rlc.fao.org//>. Acesso em 27 de outubro de 2015. FERLA, N.J.; ROCHA, M. S.; FREITAS, T. F. S. . Fluctuation of Mite Fauna Associated to Rice Culture (Oryza sativa L.: Poales, Poaceae) in Two Regions in the State of Rio Grande do Sul, Brazil. Journal of Agricultural Science and Technology, v. 3, p. 525-533, 2013. IRGA, Irga mostra novidades na Vitrine Tecnológica. Disponível em:< http://www3.irga.rs.gov.br/index.php?principal=1&secao=1&id=1167>. Acesso em: 11 de . maior de 2017 OERKE, E.-C. Crop losses to pests. The Journal of Agricultural Science, v. 144, n. 01, p. 31-43, 2006. AVALIAÇÃO DA RESPOSTA DE ESPÉCIES SELVAGENS E CULTIVARES DE ARROZ INFESTADOS COM O ÁCARO Schizotetranychus oryzae Roberta Maria Marquetto¹; Giseli Buffon²; Édina Aparecida dos Reis Blasi³; Thainá Inês Lamb4; Rodrigo Gastmann5; Angie Geraldine Sierra6; Mara Cristina Barbosa Lopes7; Joséli Schwambach8; Felipe Klein Ricachenevsky9; Raul Antonio Sperotto10 Palavras-chave: fatores bióticos, parâmetros agronômicos, resistência. INTRODUÇÃO O arroz é uma das culturas mais importantes para a nutrição humana, representando a base da alimentação para 50% da população mundial (FAO, 2017). Em âmbito global, o Brasil é o maior produtor de arroz fora do continente asiático, e o Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional (CONAB, 2017). No entanto, fatores como estresses bióticos acabam resultando na perda de rendimento da produção. As estimativas de perdas causadas por pragas são em torno de 25%, em nível mundial (OERKE, 2006). Entre elas está o ácaro fitófago Schizotetranychus oryzae, responsável por causar diversos danos e lesões às plantas de arroz (FERLA et al., 2013). Conforme observações à campo, cultivares de arroz do Rio Grande do Sul não apresentam capacidade de resistência a infestação do ácaro, devido ao dano foliar apresentado. Além disso, sabe-se que espécies selvagens de arroz apresentam, naturalmente, uma maior resistência a estresses (abióticos e bióticos) quando comparadas às espécies domesticadas (CHAUDHARY, 2013). A domesticação da espécie de arroz cultivada (Oryza sativa L.) tem estreitado a diversidade genética da espécie e diminuído assim a resistência a estresses, levando a uma ampla susceptibilidade (CHAUDHARY, 2013). Com base nessas observações, avaliamos os níveis de infestação do ácaro em duas espécies de arroz selvagens (Oryza barthii e Oryza glaberrima), uma espécie de arroz vermelho (Oryza sativa f. spontanea) e em dois cultivares da espécie de arroz cultivada (Oryza sativa): Nipponbare e IRGA424. Esses dados devem colaborar para um melhor entendimento de como espécies de arroz selvagens e cultivares de Oryza sativa respondem frente à invasão do ácaro. Essas informações podem ser úteis para possíveis programas de melhoramento da cultura de arroz, aumentando a variabilidade genética das espécies cultivadas, visando a resistência à 1 Bolsista de Iniciação Científica, Centro Universitário UNIVATES, Av. Avelino Talini, 171 - Universitário, Lajeado - RS, 95900-000 ([email protected]). 2 Doutoranda e bolsista PROSUP/CAPES PPGBiotec, Mestre em Biotecnologia, Centro Universitário UNIVATES 3 Mestranda em Biotecnologia, Graduada em Ciências Biológicas, Centro Universitário UNIVATES. 4, 5 Bolsista de Iniciação Científica, Centro Universitário UNIVATES. 6 Graduada em Ciências Biológicas, estagiária voluntária, Centro Universitário UNIVATES. 7 Engenheira Agrônoma e pesquisadora do Instituto Rio Grandense de Arroz. 8 Professora PPGBiotec, Doutora em Biologia Celular e Molecular, Universidade de Caxias do Sul. 9 Professor PPG em Agrobiologia, Doutor em Biologia Celular e Molecular, Universidade Federal de Santa Maria. 10 Professor PPGBiotec, Doutor em Biologia Celular e Molecular, Centro Universitário UNIVATES. invasão do ácaro fitófago Schizotetranychus oryzae. MATERIAIS E MÉTODOS As sementes de arroz foram esterilizadas superficialmente e germinadas por quatro dias em uma incubadora BOD (28ºC) em placas de Petri contendo papel umedecido com água destilada. Após a germinação, as plântulas foram transferidas para vermiculita, sendo mantidas por 14 dias em incubadora e depois transferidas para baldes de plástico contendo solo e água, em condição ambiente de casa de vegetação, com umidade controlada de 70%. Um balde de plástico contendo plantas de arroz altamente infestadas por S. oryzae foi gentilmente cedida pelo Instituto Rio-Grandense do Arroz (IRGA, Cachoeirinha do Sul, RS) e foram usadas para infestar as plantas de arroz testadas. Foram infestadas dez plantas de cada cultivar/espécie por aproximação a um balde de arroz altamente infestado no centro. Após isso foi analisado o nível de dano causado na planta de arroz durante o período de três meses, até a planta atingir a última fase de seu desenvolvimento reprodutivo (R9), apresentando a maturidade completa da panícula. Foi caracterizado como possível resistente a espécie ou cultivar que mostrou um melhor desempenho nos parâmetros agronômicos analisados durante a infestação, sendo comparado com o controle (plantas não infestadas). A partir dos dados obtidos nessas avaliações serão selecionadas possíveis espécies ou cultivares de arroz resistentes e suscetíveis ao ácaro. Entre os parâmetros agronômicos analisados estão o tamanho das plantas, o número de afilhos e o nível de dano nas folhas (conforme escala visual) que foi baseado em uma classificação de quatro níveis de infestação: nível 1, área foliar sem danos; nível 2, 10% a 20% da área foliar danificada; nível 3, 40% a 50% da área foliar danificada; e nível 4, acima de 80% da área foliar danificada. RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos parâmetros agronômicos analisados referentes ao desenvolvimento da planta, conforme Figura 1, verificamos que a infestação do ácaro afetou a altura somente do cultivar IRGA424. O cultivar Nipponbare foi o único que aumentou o número de perfilhos durante a infestação. Verificamos também o nível de dano foliar das plantas de arroz testadas, conforme Figura 2. Somente o cultivar Nipponbare não atingiu o nível 4 de dano foliar (acima de 80% da área foliar danificada). Todas os demais cultivares/espécies atingiram um alto grau de dano, levando as plantas das espécies Oryza barthii e Oryza glaberrima à morte, antes da expansão da panícula. Assim, contradizendo a literatura, onde encontramos que espécies selvagens apresentam uma maior resistência a estresses bióticos quando comparadas às espécies domesticadas (CHAUDHARY, 2013), não encontramos nenhuma evidência de resistência ao ácaro S. oryzae nas espécies selvagens.

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variação experimental de 14,6%; 5,25%; e 3,67% para os caracteres quantitativos PG, AP e DF, respectivamente. Observou-se diferenças altamente
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