© Copyright, 2014, Mugnaini Jr., Ayrton Todos os direitos reservados. Editora Claridade Ltda. Rua Engo Sampaio Coelho, 111 CEP 04261-080 – São Paulo – SP Fone/fax: (11) 2215-6252 E-mail: [email protected] Site: www.claridade.com.br Coordenação: Marco Haurélio Revisão: equipe da editora Capa: Valquiria Santos Editoração eletrônica: Eduardo Seiji Seki Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua CRB-8/7057 Mugnaini Junior, Ayrton Breve história do rock brasileiro / Ayrton Mugnaini Junior. – São Paulo : Editora Claridade, 2014. (Saber de tudo) Bibliografia ISBN: 978-85-8032-013-8 1. Rock – Brasil – História 2. Música I. Título 14-0133 CDD 781.6609 Índices para catálogo sistemático: 1. Rock – História Em conformidade com a nova ortografia. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida sem a autorização expressa da Editora Claridade. Sei o que digo Fiz muito samba Mas agora me quedo no silêncio Ou canto antigos rocks Rocks rocks Palavra estranha Quer dizer pedras? pedras? Quer dizer muito mais Só eu sei Jorge Mautner, 1964 Agradecimentos A pessoas jornalistas, radialistas, produtoras e pesquisadoras, nem todas especializadas em rock brasileiro ou mesmo em rock, mas todas colaborando para dar uma visão ampla e geral do rock brasileiro: Carlos Alberto Lopes “Sossego”; Albert Pavão; Kid Vinil; Leopoldo Rey; Washington Moraes; Tony Campello; J. Ramos Tinhorão; Assis Ângelo; Verônica Tamaoki; Juliana Resende; Magaly Prado; Cida Santos; Lia Nuzzi; Fabian Chacur; Celso Pucci (in memoriam); Antonio Celso Barbieri; André “Pomba” Cagni; Tiago Santana; Eduardo Reis; Zuza Homem de Mello; Marcelo Fróes; René Ferri, Amarilis Gibeli; Enio Vuono; Fernando Naporano; Marcelo Orozco e outros; Edianez Parente; Fernando Rosa; Ricardo Alexandre; Leandro Petersen; Thais Matarazzo; Fábio Siqueira; Franco de Rosa; Márcio de Paula; Sylvio Passos; Lívia Lopes Garcia; Flávio Thimoteo Mariano Pereira; Ernando Vieira; Edison Della Monica; Régis Tadeu; Felipe Zangrandi; Bento Araújo e o pessoal do Poeira Zine. A pessoas companheiras de rock e música em geral: Valdir Angeli; Bogô; Raphael Villardi; Sueli Chagas; Suzy Sallum; Vicente Scopacasa; Fabian Chacur; Claudio Foá, Thelma Chan; Cris Gambale; Sergio Gambale; Luiz Octavio; Eddy Teddy (in memoriam); Drago; Tereza Miguel; Roberto Kirsinger; Tato Fischer; Airton Siqueira; Rosa Freitag; Mário Baraçal de Faria; Kim Kehl; Demetrio Hossne Jr.; Vera Mendes; Carmen Flores; Nei Carvalho; Gai Sang; Trinkão; Zé Brasil & Apokalypsis; Stela Campos; Reylo Marques; Aline Feltrin; Laert Sarrumor e seu Língua de Trapo; as pessoas companheiras do Clube Caiubi de Compositores e do grupo TONQ; e um cutucão em cada uma das pessoas amigas em grupos de discussão sobre música (inclusive rock brasileiro) no Orkut e Facebook. A diversas instituições: Biblioteca Mário de Andrade; Associação Cultural Dynamite; Museu da Imagem e do Som de São Paulo; emissoras Gazeta, Brasil 2000, 97, USP e Alvorada (Lins); lojas Eric Discos, Ventania, Jovem Guarda, Baratos Afins, Record Runner, Bruno Discos; Golden Hits, Nuvem Nove, Jaca Discos, Tony Hits (nem todas, infelizmente, ainda ativas); publicações como Jornal da Tarde, Folha da Tarde, Cruzeiro do Sul (Sorocaba), Bizz e Dynamite. A pessoas próximas: Dilza Tricta Mugnaini; Cynthia & Luc Quoniam, Lélia Tonso Barbosa; além, naturalmente, do grande roqueiro que é meu filho Ivo Tonso Mugnaini. E, claro (com trocadilho e tudo), à Claridade, que mais uma vez cedeu o salão e escondeu o tapete para o rock rolar, oh yeah! Sumário Agradecimentos Introdução 1. Antecedentes: 1930-1954 2. Primórdios: 1955-1959 3. Anos 1960: o iê-iê-iê e o Tropicalismo Iê-iê-iê O Tropicalismo 4. A explosão do rock brasileiro nos anos 1970 5. Os anos 1980 e o BRock 6. O rock nos anos 1990; a geração MTV 7. O rock brasileiro no século 21; a geração da internet 8. Outras leituras, outras visões Revistas Jornais Páginas na Internet Livros Sobre o autor Introdução Do “banho de lua” ao “você não soube me amar”, do “quem é da nossa gang não tem medo” ao “a gente somos inútil”, do “maluco-beleza” ao “fácil, extremamente fácil”, de “eu quero buzinar meu calhambeque” a “ela roubou meu caminhão”, dá para notar que o rock brasileiro já é parte do inconsciente coletivo e do dia a dia brasileiros há décadas, e não como simples cópia do rock estrangeiro, tendo forma própria não só quando cantado em português, mas também ao assimilar influências de ritmos e gêneros brasileiros. Xenófobos e nacionalistas radicais nunca deixaram de protestar contra a presença do rock no Brasil, e sempre em vão. Para começar, protesto contra o rock é, no mínimo, uma incoerência. Afinal, nenhuma cultura é fechada, e o que nunca faltou foram gêneros e ritmos estrangeiros que foram bem recebidos no Brasil a ponto de se aclimatarem, se adaptarem e se tornarem até música brasileira. O rock não é uma criação artificial, e sim um resultado natural e espontâneo da evolução da música popular estadunidense. E, afinal de contas, se existem valsa brasileira, xote brasileiro, foxtrote brasileiro, guarânia brasileira, aclimatados o suficiente para serem reconhecidos e até elogiados como música brasileira, por que não rock brasileiro? Tem mais: “rock brasileiro” significa não apenas rock feito no Brasil, mas também rock abrasileirado. O Brasil nunca se limitou a apenas seguir fielmente modelos estrangeiros de rock, também o acolhendo como mais um elemento de formação da rica música brasileira, criando já desde os anos 1950 híbridos de rock e música brasileira, como o samba-rock, o xaxado-rock, o manguebeat e assim por diante. O próprio rock, por sinal, já é um híbrido, com forte influência não só de blues, country e outros gêneros estadunidenses, mas também de ritmos e estilos estrangeiros como a canção mexicana, o calipso centro-americano e o samba e o baião brasileiros. Fazer rock no Brasil, país com uma cultura própria muito forte, equivalia a fazer música em ginásios esportivos, estádios e outros locais impróprios onde a reverberação impera e o tamanho atrapalha a interação entre artista e plateia. Esse desafio foi vencido e o rock adquiriu uma forma própria no Brasil, assim como ocorreu na Inglaterra, França, Turquia, Rússia e outros locais onde foi acolhido. Se os xenófobos erram ao exagerar no ódio a toda influência estrangeira, por outro lado, os roqueiros mais fanáticos, cujo pensamento se resume a “rock forever e o resto never”, “odeio MPB” e quetais, também erram no exagero oposto. O rock é apenas um dos muitos gêneros praticados em todo o mundo, inclusive no Brasil, país de cultura e modo de pensar próprios, que – infelizmente para os roqueiros mais radicais – jamais será “o país do rock”, mesmo que este possa ter períodos de hegemonia nos meios de comunicação, como ocorreu, por exemplo, na segunda metade dos anos 1980. E se o rock é coisa de moleque que “sempre teve cara de bandido”, isso vale também nos próprios EUA, onde o rock, embora nascido nesse país, não é seu único gênero musical, bastando lembrar o folk, o country, o gospel, o jazz e o foxtrote. O rock brasileiro venceu tanto a direita, que o condenava como “lixo estrangeiro”, quanto a esquerda, que o via como “subproduto cultural do imperialismo ianque”. E já tem quase 60 anos de história, com vários de seus artistas – Cauby Peixoto, Roberto Carlos, os Mutantes, Sepultura, Azymuth, Cansei de Ser Sexy – tendo alcançado reconhecimento mundial. Neste livro vamos lembrar como surgiu o rock brasileiro, suas muitas vertentes, as influências que sofre e exerce desde o início oficial em 1955 até hoje, e também apontar e comentar precursores desde bem antes deste início oficial. Vale lembrar que este livro é um dos resultados do Arquivo do Rock Brasileiro, maior projeto multimeios já realizado sobre o assunto, lançado em 2007 e do qual este que vos escreve é o curador. Enfim, do rock and roll aos emos, da jovem guarda ao heavy metal, da new wave ao tecno, do rockabilly ao pop-rock, o rock brasileiro tem uma “breve história” de longa repercussão. Boa leitura! Como complemento recomendo Breve história do rock, desta mesma editora e deste mesmo autor.