Tuxaua,chefemundurucuemtrajedefesta. Aquarela, 25x36cm,deHerculesFlorence.Santarém,agostode1828. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . B : A –X RASIL MAZONAS INGU MesaDiretora Biênio2001/2002 SenadorRamezTebet Presidente SenadorEdisonLobão SenadorAntonioCarlosValadares 1ºVice-Presidente 2ºVice-Presidente SenadorCarlosWilson SenadorAnteroPaesdeBarros 1ºSecretário 2ºSecretário SenadorRonaldoCunhaLima Senador MozarildoCavalcanti 3ºSecretário 4ºSecretário SuplentesdeSecretário SenadorAlbertoSilva SenadoraMariadoCarmoAlves Senadora MarlucePinto SenadorNiloTeixeiraCampos ConselhoEditorial SenadorLúcioAlcântara JoaquimCampeloMarques Presidente Vice-Presidente Conselheiros CarlosHenriqueCardim CarlyleCoutinhoMadruga RaimundoPontesCunhaNeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Coleção O Brasil Visto por Estrangeiros B : RASIL A –X MAZONAS INGU Príncipe Adalberto da Prússia Tradução de EduardodeLimaeCastro Brasília – 2002 O BRASIL VISTO POR ESTRANGEIROS OConselhoEditorialdoSenadoFederal,criadopelaMesaDiretoraem31dejaneirode1997, buscaráeditar,sempre,obrasdevalorhistóricoeculturaledeimportânciarelevanteparaa compreensãodahistóriapolítica,econômicaesocialdoBrasilereflexãosobreosdestinosdopaís. COLEÇÃOOBRASILVISTOPORESTRANGEIROS SuaMajestadeoPesidentedoBrasil–ErnestHambloch ORiodeJaneirocomoé(1824-1826),deC.Schlichthorst ViagemaoBrasil,deLuísAgassizeElizabethCaryAgassiz ReminiscênciasdeViagensePermanêncianoBrasil,deDanielP.Kidder ViagemdoRiodeJaneiroaMorroVelho,deRichardBurton Brasil:Amazonas–Xingu,doPríncipeAdalbertodaPrússia DezAnosnoBrasil,deCarlSeidler ViagemnaAméricaMeridional,deCh.-M.deLaCondamine Brasil:TerraeGente(1871),deOscarCanstatt ViagemaoBrasilnosanosde1815a1817,deMaximiliano,PríncipedeWied-Neuwied SegundaViagemaSãoPauloeQuadroHistóricodaProvínciadeSãoPaulo,deAugustedeSaint-Hilaire ViagemaoRioGrandedoSul,deAugustedeSain-Hilaire ViagemaoNortedoBrasil,deIvoD’Évreux ProjetoGráfico:AchillesMilanNeto SenadoFederal,2002 CongressoNacional PraçadosTrêsPoderess/nº– CEP70165-900–Brasília–DF [email protected] http://www.senado.gov.br/web/conselho/conselho.htm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Adalberto,PríncipedaPrússia,1811-1873. Brasil:Amazônia–Xingu/PríncipeAdalbertoda Prússia;traduçãodeEduardodeLimaeCastro.–Brasília: SenadoFederal,ConselhoEditorial,2002. 382p.:il.–(ColeçãooBrasilvistoporestrangeiros) 1.RioAmazonas.2.RioXingu.3.RioParaíbadoSul. 4. Viagem, Brasil. 5. Viagem, Rio de Janeiro (estado). I.Título.II.Série. CDD918.11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Sumário PREFÁCIO pág.11 RIODEJANEIRO pág.13 VIAGEMPARAASMARGENSDOPARAÍBADOSUL pág.103 AMAZONASEXINGU pág.175 ÍNDICEONOMÁSTICO pág.379 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Prefácio T odos os que receberem estas páginas de minha mão, devem estar lembrados de que eu há alguns anos empreendi uma viagem ao Brasil. O seu principal motivo foi uma grande viagem por mar que me levasse muito longe pelo mundo afora, porque esse, quase que desde infância, tinha sido um dos meus maiores desejos; minha viva fantasia, atraída pelas maravilhas tropicais, deu-lhe uma direção mais exata. Sua Majestade foi tão magnânimo que atendeu mui graciosamente aos meus desejos, permitindo-me acompanhar meu pai na sua viagem pela Itália, e depois empreender essa viagem ao Rio de Janeiro que será para mim uma grata recordação para toda a vida, e que, como tantas outras, me prende por uma eterna gratidão ao meu Rei e Senhor. De volta de uma viagem no vapor napolitano Palermo em volta da Sicília e até Malta, em que tive ocasião de galgar o Etna, em companhia de meu irmão Waldemar, separei-me em Nápoles de meu pai e de meu irmão e segui com meus dois acompanhantes e fiéis companheiros de viagem, o Capitão, agora Major do Estado-Maior, Conde Oriolla e o Segundo-Tenente, agora Primeiro no Regimento de Dragões da Guarda, Conde Bismark, a bordo do Franciso I para Gênova, para agradecer 12 PríncipeAdalbertodaPrússia pessoalmente a Sua Majestade o Rei da Sardenha o gracioso oferecimento, por mim com prazer aceito, de pôr a minha disposição uma de suas melhores fragatas para a viagem de ida e volta ao Brasil. A 22 de junho de 1842, levantou ferro a S. Miguel, de 60 canhões, comandada pelo Capitão d’Arcollière; rumou através do Golfo de Lyon à vista dos Alpes Marítimos e da Córsega, velejou passando longe de Monserrate e perto dos alcantilados penhascos de Formentera, passou o Cabo de Bata e entrou em Málaga, donde se fez uma excursão a Granada. Depois do que a fragata fez-se de vela para Gibraltar e Cadiz, daí seguiu para a Madeira passando pelas Desertas, tocou a seguir em Tenerife, mantendo-se então perto das ilhas das montanhas verdejantes que, aliás, devido às nuvens carregadas, não pudemos ver, e chegou nos primeiros dias de setembro de 1842 ao Rio. Do diário consta como pros- seguiu a viagem desde então. Muito embora no capítulo sobre o Rio de Janeiro se faça curta menção da história do Brasil, embora um esboço histórico-geográfico igualmente ligeiro sirva de introdução ao último capítulo, não procureis, caro leitor, nem pesquisas científicas ou doutas dissertações, nem descrições de perigosas aventuras, ou feitos famosos nestas páginas, que nada contêm senão o desataviado diário duma simples viagem de recreio muito longo, para nós alemães. Passai a vista pelo seu conteúdo, e me será muito agradável se encontrardes entre estes fragmentos um ou outro que não vos seja inteiramente despido de interesse. Real Castelo de Monbijou, 20 de outubro de 1847. W.ADALBERT PríncipedaPrússia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Rio de Janeiro 5desetembrode1842 O chapinhar do mar entrando por uma das portinholas do meu camarote arrancou-me ainda antes das cinco horas dos meus doces sonhos. Saltando para o piso oscilante do navio, deixei o beliche que balançava suavemente e corri para fechar a portinhola, para que este primeiro cumprimento molhado na já longa viagem não se pudesse repetir. Quando saí para o convés, tinham acabado de encurtar dois rizes da vela da gávea, reforçado a vela do joanete, e tomáramos novamente o velho rumo. Depois de já ontem, ou melhor, já na noite de 4 para 5, ter começado a soprar um vento lés-nordeste mais tarde nordeste, nor-nordeste mesmo, numa palavra, o vento reinante em volta do Cabo Frio em lugar da monção de sudeste – depois de no decorrer do dia anterior termos passado a linha sem declinação magnética, que como o primeiro meridiano magnético toca de passagem no Cabo Frio, que há três séculos Colombo, para sua grande surpresa, descobriu 100 léguas a oeste de Flores e que depois, por sua iniciativa, exerceu real influência no traçado da linha de limites das descobertas da Espanha e Portugal –, mudamos nosso rumo para nos afastarmos de terra, cuja proximidade agora pressentíamos com certeza, ainda antes da meia-noite, e fizemos