Berlim no tempo de Hitler

229 Pages·1989·80.951 MB·Portuguese

by  Jean Marabini

BERLIM NO TEMPO
DE HITLER
JEAN MARABINI

es
Ee.
COMP ANHIA DAS LETRAS
Colecio “A vida cotidiana”
Paris no tempo do Rei Sol — Jacgues Wilhelm
A ltalia no tempo de Maguiavel — Paul Larivaille
A Republica de Weimar (1919-1933) — Lionel Richard
A Holanda no tempo de Rembrandt — Paul Zumthor
No tempo dos cavaleiros da Tdvola Redonda — Michel Pastoureau
O faroeste (1860-1890) — Claude Fohlen
O £gio no tempo de Ramsé: — Pierre Montet
A Russia durante a Revolugio de Outubro — Jean Marabini
Berlim no tempo de Hitler — Jean Marabini
A sair:
/ndios e jesuitas no Paraguai no tempo das Missées — Maxime Haubert
Os deuses gregos — Marcel Detienne e Giulia Sissa
Os bomens da Biblia — Jean Chourak;
Jean Marabini
Berlim
no tempo de Hitler
COMPANHIA Fe TETRAS / CfRCULODOLINRO
Dados de Catalogaco na Publicacao (CIP) Internacional
(Cimara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Marabini, Jean.

Berlimnotempode Hier / Jean Marabini ; traducëode
Marina Appenzeller. / — Sao Paulo: Companhia das
Letras : Circulo do Livro, 1989.
Inclut caderno de fotos. ISBN 85-7164-
1. Berlim (Alemanha) - Histéria - 1918-1945
2. Guerra Mundial, 1939-1945 - Berlim (Alemanha)
3. Huler, Adolf, 1869-1943 1. Titulo.
CDD - 943.155
- 923.13
89 - 2019 - 9405343155

jndices para catdlogo sistemdtico:
|. Alemanha : Chefes de estado : Biografra 293. 143
2. Berlim : Guerra Mundial, 1939-1945 940.5343153
3. Berlim : Histria, 1918-1945 943, 153
EDITORA SCHWARCZ LIDA.
Rua Tupi, 522
01233 So Paulo, SP
Fones: (011) 66-1667/825-5286
CIRCULO DO LIVRO SA.
(Ca1xa Postal 7413

01051 Sao Paulo, Brasil
Edic3o integral
Titulo do original: “La vie guotidienne 4 Berlin sous Hirler”
Copyright @ 1985 Librairie Hachette
Traduc&o: Marina Appenzeller
Preparag3o de originais: Mineo Takatama
Revisio de provas: Circulo do Livro
Capa: Ettore Botrini, sobre a ilustrag#o “Hitler salvador da patria”, (1934)
publicado em “Kladderadatsch” (Companhia das Letras);

Natanael Longo de Oliveira, sobre cartaz de propaganda alemio de 1939
(Circulo do Livro)
Licenga editorial por cortesia de Éditions Hachette
Composto, impresso e encadernado pelo Circulo do Livro S.A.
24681097531
91 93 94 92 90
SUMARIO

DREEF G@IOK skat ES SES sd AE ee ee
CAPITULOI
A bora das secbes de assalt0. .... sesss sEE ees se e
Comicio vermelho e “'cervejas de marco” — Numa

pensio familiar — Hitler joga com Oskar e Otto —
Tudo comeca com uma chantagem — Desemprega-
dos, ladrêes, jovens aventureiros — Regimentos fan-
tasmas nas ruas — 'Telefonistas sobrecarregadas —
Como um publicista fabrica um chanceler — Emo-
cêes em cena — As redacêes enlouguecem — Hava-
nas e “'tickers” — Muitos SA, alguns S$ — Einstein
no Spree — Atores, cabarés — Um taxi dadalsta aban-
dona Berlim — No Romanische Café — lo16, pul-
gas, efebos — Na embaixada dos sovietes — O
Reichstag arde — Na sinagoga — O tempo dos piro-
maniacos — O estado de graga dos nazistas — S$ con-
tra SA, um combate no inferno — Massacre em
Berlim.

CAPITULO I
A apoteaseldas Jogos OIMPIEOS. ss ees see Es EER REEN
Dois “anjos” passam a cavalo — Machismo no Kem-
pinsky — Oueremos a paz — Os negros contra OS
brancos — Uma cerveja, dez pfennige — Exposigoes,
congressos, festas — O “taratara” ou a marcha —
O “navio fantasma?” do “'tio” Hermann — A festa
do norte — Primeiro desfile da Reichswehr.
)
CAPITULO II
jYPA note de al ER Re EE EES EE EE EG
Um professor de historias em guadrinhos — Diplo-
matas, barbes, generais ameacados — Jornalistas na
Stammtisch — Apos o expurgo “umido”, o expur-
go ““seco” — “Um dia especial”” — Testemunhas no
prado dos zepelins —Construir a capital do univer-
so — A Berliner Rundfunk, Radio Berlim — Ser ju-
deu em Berlim — A noite de novembro — Homens
se embrenham no metr6 — Complê fracassado em
torno da chancelaria — Hitler salvo por Munigue
in extremis.
CAPITULO IV
(id partda delpoose ER GE ee.
Arranjos para os ricos — Morte de uma velha berli-
nense — Na Bernhardtstrasse — Na nova chance-
laria — Hitler festeja seus cingiienta anos — O ho-
mem ajaezado como um pavio — Dois aviées de-
xam Tempelhof — Hitler tem medo — Uma danga
macabra no cabaré — Farsas tragicas e ardis? — En-
guanto a cidade dorme... — Na Delbrueekstrasse
— Alto-falantes nas ruas desertas — Muito bem... E
agOra?...
CAPITULO V
OS tambores dateuevra. ed EE OE oe N KEEL
Margot de uniforme — O juramento a Hitler —
Resmunga-se contra o “porco” — O Estado S$ no
laborat6rio — Na UFA Dêhnhoffplatz — O pilo-
to eo grande ator — Tiguetes, sistema D, rufiëes
— A RFA ataca Berlim — Lavoura no centro da ci-
dade — Vestigios cavalheirescos apesar de Hitler —
Hitler na Opera — Lindbergh testemunha.
CAPITULO VI
1941: “Ultra” contra Wu AA OE EE
Nas “Abteilungen” — Duas maguinas de rotores —
Um Natal 4 la “Graf von Spee” — Preocupagdo pa-
ra os cabeleireiros e os flertes — “Ultra” entra em
cena — Intrigas no “Mitte” — No Tirpitz Uier —
No porëo da Wilhelmstrasse — O trabalho de agre-
gados berlinenses — Canaris ajuda Churchillp —O
“Dia da Aguia” — Vêos noturnos — Ainda falta mu
to para o jogo terminar — A cidade anestesiada —
— Como manter os “pratos da balanga”? — Gene-
rais preocupados na chancelaria — O dia dos “Ber-
liner Kremser” — A fuga de Rudolf — “Meus irmêos,
minhas irmis...” — Guderian profeta: Berlim co-
mo Babilonia!
CAPITULO VI
1942: O ammo de glOTitoe ss EE MAAR Ee Red n vAN RR N Ee

,
E
T
Hitler, o “edificador” — Os “robês” tém medo a
noite — Conferência sobre a solugio final — As
“doencinhas” de Witzleben — List como Moisês,
Churchill como Esai — Funerais em Berlim — Diep-
pe: sonho de uma noite de verëo — Berlim chega
ao auge — De luto por Hitler — Uma noitada para
festejar o ano de gloria — Os clandestinos — Kim
der, Kiiche, Kirche$ — Entre os escravos da “Gross
Berlin” — Dos lados da fabrica Graetz.
CAPITULO VIU
1943-1944: Fogo e sangue apos Stalingrado..... sesse
Ultima batalha no Atlêntico — Realismo no Café
Reimann — Namoricos rêipidos — A nova ordem
em Berlim — “Mein Liebe” e “Got” — A catedral
arde — Acabaram os limpadores de chamines, aca-
bou o carvio — O ar de Paris em Berlim — A época
7
de “Lily Marleen” e dos irmaos Scholl — “Die Bie-
nen' , amda as abelhas ...— Esperando os russos
— Natacha, coletora de mortos — Goebbels no Mi-
nistério da Propaganda — “O silêncio do mar” —
O tremamento de colegiais — Ursula lê e anota em
seu diario — Uma reportagem sobre as operdrias —
O 19 de maio de 1944 — Ultimas corridas no hipé-
dromo — No Hotel Adlon — Os tigres fogem na
ci- dade — Exuma-se vi. vo um contemporanA eo do rei .
Frederico.
CAPITULO IX
ER EDSELPE os oe EN MEN DER oe ster od N
O “Blutsauger”, o vampiro — Ultimo espetéculo do
Rose Theater — O jardim do diabo — Stauffenberg
trabalhando — Guderian encontra Goebbels — Os
avides-robOs atacam — Os dias de Fritzi, jovem ber-
linense — Um encontro no Gendarmenmarkt — Os
carros giram bruscamente as peguenas torres blin-
dadas — Movimento ao redor do zool6gico — Dia
de desolac&io — Pritzi é substituido — A Gltima
batalha de Canaris — “Le Pont” em 1944-1945
— Ouvindo Von Paulus — Sob o dominio do ter-
ror — No “Volksgerichtshof” — A berlinense Prinz-
Albrechtstrasse — “Volksstirm””, os jovens lobos —
“Kriegsende”, o fim da guerra.
BIBLIOGRAFIA
PREFACIO
Como escrever uma Vida cotidiana em Berlim na época
de Hitler guando o cotidiano desaparece e os homens sio do-
minados por uma politica absoluta, totalitêria? Em Berlim,
os anos 1933-1945 nio constituem apenas um momento de
uma cidade: eles consomem os homens e os matam. Tudo
ou guase tudo desaparece nos campos de ruinas. A desagre-
gac3o daguilo gue deveria ser a capital de um “impeério por
mil anos” é um fato gue marca todo o século. Em Berlim
e suas cCercanias, o rosto do universo vai mudar radicalmen-
te. Nesse cen4rio perde-se até o nome das ruas. Homens e
adolescentes gue partiram para a guerra nio voltar&o; logo
serdo esguecidos. A prépria memria torna-se impossivel.
Sabe-se gue Berlim, cidade alegre e imponente, Cujos restos
e atmosfera desse periodo agora apresentamos, fora apelida-
da de a “Kolossale” por Baedecker, pois era maior do gue Pa-
ris ou Londres. De fato, no momento do advento de Hitler,
ela tem apenas dois milhêes de habitantes, prussianos, judeus
e outros. Vai se transforma-la em mmetrépolis, onde trabalha-
ro guatro milhêes de escravos, 1migrados da Europa. Ber-
lim ser4, com seus casebres, o centro industrial militar do
TT Reich consagrado ao armamento. Apesar dos mortos, dos
fugitivos, dos jovens desaparecidos, restario ainda no final
guatro milhêes de mulheres, velhos e sobretudo imigrados.
Os dias e as noites desse universo apocaliprico a luz fosfo-
rescente dos bombardeios ininterruptos encontram-se nes-
tas paginas. Mas n&o podemos falar da existêncla perturbada,
larval, do gue restou do povo de Berlim, sem mencionar-
mos as “aranhas negras” do regime, os oficiais e funciona-
rios da policia, cujas intrigas e conflitos internos explicam,
cingtienta anos depois, as razées daguele acontecimento.