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Basá busá: riqueza, cultura e política no alto rio Negro Tatiana Amaral Sanches Ferreira PDF

214 Pages·2014·9.39 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS Centro de Educação e Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social Basá busá: riqueza, cultura e política no alto rio Negro Tatiana Amaral Sanches Ferreira São Carlos 2014 I UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS Centro de Educação e Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social Basá busá: riqueza, cultura e política no alto rio Negro Tatiana Amaral Sanches Ferreira Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de São Carlos, como requesito à obtenção do título de Mestre em Antropologia Social. Banca Examinadora Prof. Dr. Geraldo Luciano Andrello (orientador PPGAS-UFSCar) Prof. Dra. Dominique Tilkin Gallois (PPGAS-USP) Prof. Dr. Felipe Ferreira Vander Velden (PPGAS-UFSCar) Suplente Dr. Pedro Lolli (PPGAS-USP) São Carlos 2014 II Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da Biblioteca Comunitária da UFSCar Ferreira, Tatiana Amaral Sanches. F383bb Basá busá : riqueza, cultura e política no alto rio Negro / Tatiana Amaral Sanches Ferreira. -- São Carlos : UFSCar, 2014. 213 f. Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal de São Carlos, 2014. 1. Etnologia. 2. Índios. 3. América do Sul, Noroeste Amazônico. 4. Cultura. 5. Política. 6. Narrativas míticas. I. Título. CDD: 305.8 (20a) III Agradecimentos Entre os anos que se seguem até a tão esperada defesa da dissertação, lá se vão inúmeros momentos de altos e baixos. Justamente por terem me dado tanto apoio e força, diversas pessoas foram fundamentais no processo de construção desta dissertação - mesmo aquelas que, por diversos motivos, não puderam estar presentes na minha vida tanto quanto gostaríamos. Não poderia deixar de agradecer logo de saída a Geraldo Andrello, meu orientador, pois, sem sua inabalável generosidade e compreensão, esse trabalho nunca teria ganhado forma. Foi um verdadeiro privilégio trabalhar sob a sua cuidadosa e responsável orientação, de tal forma que seria impossível não desejar a continuidade dessa prazerosa e frutífera parceria. Durante o desenvolvimento da presente pesquisa, pude contar com bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (Capes) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Ademais, para o desenvolvimento do trabalho de campo, contei também com recursos financeiros de um projeto de Auxílio à Pesquisa, coordenado por Geraldo Andrello e financiado pela Fapesp. Lembrando dos meus tempos de graduação na USP, tão importantes para a minha formação enquanto cientista social e antropóloga, gostaria de agradecer àqueles educadores que tanto influenciaram positivamente na minha trajetória acadêmica e pessoal: Maria Helena Oliva Augusto, Renato Sztutman, Marta Amoroso e Dominique Gallois. Agradeço especialmente à Dominique por ter se disposto a participar da minha banca de defesa do mestrado. Sua presença no exame de defesa é significativamente importante para mim, na medida em que a sua admirável postura como antropóloga - constantemente preocupada com as questões éticas e políticas implicadas no trabalho antropológico, mas sem nunca perder de vista a necessidade da produção de um conhecimento acadêmico de qualidade - teve uma importância crucial na minha escolha pela etnologia. Sou grata pelo professor Felipe Vander Velden ter aceitado participar tanto no exame de qualificação, quanto na banca de defesa da dissertação. Sua leitura atenta, bem como seus comentários precisos e relevantes acerca do texto de qualificação, IV contribuíram bastante na redação da dissertação. Agradeço também ao professor Pedro Lolli por ter aceitado de imediato o meu desejo de tê-lo como membro suplente da banca de defesa. Na UFSCar fiz grandes amigos, entre eles, Marcelo Yokoi, responsável pelos momentos mais divertidos dos nossos dias de aula na pós-graduação, e Sara Regina Munhoz Tiberti, amiga fiel de todas as horas que, junto com seu marido Felipe, fez com que eu me sentisse em família em São Carlos. Agradeço a André Martini (in memorian) por ter me dado estímulo a desenvolver um trabalho sobre os ornamentos repatriados, mesmo quando eu senti que não teria a capacidade de contribuir com a excelente pesquisa que ele já havia iniciado sobre este tema. À Lucia Hussak van Velthem, por ter me incentivado a continuar a pesquisa quando teve contato com o meu projeto de pesquisa e, sobretudo, pela extrema gentileza presente em cada mensagem a mim endereçada. Ao Olavo Reis, pela companhia enquanto estivemos juntos em Iauaretê. À Aline Scolfaro Caetano da Silva, companheira de quarto nos tempos em que fiquei alocada na COIDI, por ter se tornado uma querida amiga. À Ana Gita de Oliveira pela prazerosa companhia durante minha primeira viagem no rio Uaupés e pela leitura do texto de qualificação. Ao Rodrigo Fadul e à Natacha Mota por terem me hospedado gentilmente em Manaus. As pessoas que deram vida (e alegria!) à minha pesquisa etnográfica são dignas de todo o meu respeito e gratidão. Miguel Pena, meu amigo e companheiro de estadia no prédio da COIDI, é alguém de quem terei que me acostumar a sentir saudade. Agradeço a Ercolino Alves, pela amizade, pelos valiosos ensinamentos e conversas - e também por ter confiado a mim o cuidado de sua filha, Edilene, durante o processo de seleção do vestibular indígena da UFSCar. Ao Maximiano Galvão e a sua esposa, Teresinha, pelos momentos que passamos juntos em Iauaretê. Ao senhor Guilherme Maia, presidente do CERCII, por ter aceitado que eu fizesse uma pesquisa sobre as iniciativas de revitalização da cultura em Iauaretê. Às mulheres da AMIDI, pelos momentos inesquecíveis e deliciosos que passamos juntas, especialmente pela linda festa de despedida que dedicaram a mim. Agradeço especialmente à Almerinda, à Alcineide e à Carmem, por terem sempre se preocupado com o meu bem-estar enquanto estive hospedada no prédio da AMIDI. Vale registrar a admiração gerada pela Almerinda em todos seus amigos e companheiros de movimento indígena, por ter se tornado, em 2012, a primeira presidente mulher da história da FOIRN. V Ao Instituto Socioambiental (ISA), não só por ter auxiliado na minha estadia em São Gabriel da Cachoeira e no deslocamento no Uaupés, mas, principalmente, por ter me dado a oportunidade de desenvolver um trabalho enquanto estagiária durante a graduação. Essa primeira experiência de trabalho foi decisiva para todas as escolhas profissionais que fiz até então. Ao CTI (Centro de Trabalho Indigenista), especialmente à Maria Inês Ladeira, por ter me concedido a feliz oportunidade de desenvolver trabalhos com os Guarani. Aos amigos Werá (Alexandre Ferreira), Simone Beatriz Bottega, Jaciara Martim e Jerá (Giselda Pires de Lima), por terem tornado a experiência de estar em aldeias guarani algo tão marcante na minha vida. Às indispensáveis amigas etnólogas que fiz durante os tempos de graduação na USP tenho muito a agradecer! À Adriana Testa, por ter aceitado o meu desejo de ser sua amiga quando éramos meras desconhecidas (e seguir cultivando a nossa amizade, mesmo estivemos apartadas por quilômetros de distância); e também por compartilhar muitas angústias e, principalmente, sonhos. À Tatiane Klein, por sua presença constante (mesmo que virtual) e necessária em minha vida, sempre dedicada a fazer com que eu acredite mais em mim mesma. À Karen Shiratori, por não ter permitido que a sua mudança para o Rio de Janeiro fizesse com que ela deixasse de ser uma amiga tão próxima e querida. Devo um agradecimento muito especial ao Diego Rosa, por sua leitura minuciosa das versões preliminares do meu trabalho. À minha família, tanto por consanguinidade quanto por afinidade, agradeço por terem me apoiado sem hesitação ao longo desses três anos de mestrado. Particularmente, agradeço à minha mãe e minha irmã Talita por terem cuidado dos meus amados gatos enquanto eu estive em campo. Finalmente, agradeço ao meu amado companheiro de tantos percursos, Daniel Rondinelli Roquetti, por ter topado mudar-se comigo para São Carlos e por cada minuto dedicado em prol do meu bem-estar. De todas as lembranças da época do mestrado, as mais ternas sempre serão aquelas vividas no lar que construímos juntos pela primeira vez, no interior, ao lado do cartódromo. VI Nota linguística A grafia de numerosas palavras da língua tukano ao longo do texto seguiu o padrão estabelecido por Ramirez (1997). A pronúncia dessas palavras deve obedecer às seguintes regras: Vogais a, e, u – pronunciam-se como em português; e – é geralmente bem aberto, como na palavra portuguesa “fé”; o – é geralmente bem aberto, como nas palavras “avó” ou “posso”; i – é uma vogal alta não arredondada (uma dica para a pronúncia desta vogal é tentar fala o [u] com os lábios bem esticados, sem arredondá-los). Observação: vogais que vêm antes de uma consoante surda (p, t, k, s, h) terão sua pronúncia aspirada. Exemplo: as palavras apó, “consertar”, ou petâ, “porto”, são pronunciadas como [ahpó] e [pehtâ] respectivamente. Consoantes p, t, k, b, d, g – pronunciadas de um modo geral como em português; ge e gi – pronunciam-se como em português gue e gui, em guerra ou em guitarra; k pronuncia-se como c em caro; b e d são levemente nasalizados no começo das palavras; s – pronuncia-se como s em sala, e nunca como em casa; h – pronuncia-se como rr em português como em carro; y – pronuncia-se como i em português como em interromper; w – pronuncia-se como v em português como em vaca, mas afrouxando um pouco a articulação; r – pronuncia-se geralmente como r em caro, mas alguns o pronunciam como l em calo. VII Sinais O til (~) indica nasalização, ocorrendo sempre na primeira vogal de uma palavra. Palavras com as consoantes m e n possuem todas as vogais nasalizadas. Os acentos agudo (′) e circunflexo (^) indicam as melodias tonais da língua tukano: o agudo marca a melodia tonal ascendente e o circunflexo a melodia tonal alta. Esses sinais jamais ocorrem na primeira vogal de uma palavra, mas na segunda. No caso na melodia alta, toda a raiz é pronunciada em tom alto, ao passo que no caso da melodia ascendente, a primeira vogal é pronunciada em tom baixo, e a segunda vai subindo de tom baixo para tom alto. O tom é a altura musical das vogais. Essa altura é relativa: é percebida unicamente pelo contraste com outro tom em outra vogal. O apóstrofo (‘) indica laringalização. VIII Resumo O presente trabalho teve por objetivo realizar uma pesquisa de caráter etnográfico sobre as recentes iniciativas de “revitalização cultural” na região do alto rio Negro, em particular aquelas que vêm sendo desenvolvidas pelos grupos de língua tukano da bacia do rio Uaupés. Assim, este estudo é fruto de uma combinação de trabalho de campo de curta duração e revisão bibliográfica. O caso privilegiado foi a repatriação recente de um conjunto de ornamentos cerimoniais (basá busá) que estava guardado há décadas no Museu do Índio de Manaus. Na impossibilidade de definir as comunidades de origem das peças, estabeleceu-se que os adornos repatriados constituiriam propriedade coletiva dos povos indígenas da bacia do rio Uaupés, ficando sob a guarda de uma organização indígena do povoado multiétnico de Iauaretê. A pesquisa revelou que os enfeites são considerados pessoas dotadas de agência, de tal forma que preocupações relativas ao modo apropriado de uso e circulação desses "objetos" suscitou receios quanto aos infortúnios que poderiam ser causados a seus usuários. Entretanto, algumas pessoas de Iauaretê apontaram que tais ornamentos não só poderiam ser amansados e revitalizados, como poderiam transmitir importantes conhecimentos para seus portadores. Palavras-chave: noroeste amazônico, cultura, política, narrativas míticas, objetos rituais. IX

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Makuna ao grupo exogâmico Ide Masã (Gente de Água). propenso à guerra e é levado para terras distantes por determinação do demiurgo.
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