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BAPTISTA, Antonio Carlos Nunes PDF

178 Pages·2009·1.14 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE LETRAS DÉBORA DE CASTRO BARROS AS NOTAS DO TRADUTOR COMO LUGAR DISCURSIVO: UMA ANÁLISE DAS NOTAS DE DUAS TRADUÇÕES BRASILEIRAS DE O PAI GORIOT Rio de Janeiro, 2009. AS NOTAS DO TRADUTOR COMO LUGAR DISCURSIVO: UMA ANÁLISE DAS NOTAS DE DUAS TRADUÇÕES BRASILEIRAS DE O PAI GORIOT por DÉBORA DE CASTRO BARROS Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras Neolatinas da Universidade Federal do Rio de Janeiro como quesito para a obtenção do Título de Mestre em Letras Neolatinas (Estudos Linguísticos Neolatinos – Opção Língua Francesa) Orientadora: Profa. Doutora Márcia Atálla Pietroluongo. Rio de Janeiro Novembro de 2009. AGRADECIMENTOS À minha orientadora, Márcia Atálla Pietroluongo, por ter me recebido como sua orientanda e sempre com muita atenção, firmeza e paciência ter me conduzido no processo que culminou nesta dissertação. Obrigada por todo o aprendizado. Ao professor Marcelo Jacques de Moraes, por, mesmo depois de tantos anos desde minha graduação, ter me acolhido e me apresentado à professora Márcia. Obrigada pelo incentivo e por aceitar fazer parte da banca. Aos demais professores do Mestrado, que me apoiaram e suscitaram tantas questões novas e instigantes sobre o meu objeto de estudo. Aos funcionários da Secretaria da Pós-Graduação, por sua disposição em me ajudar nas tantas vezes em que precisei; em especial, nestes últimos momentos, ao Leonardo, por seu empenho, e à Fátima, por sua solicitude. À professora Marcella Mortara, que foi minha orientadora na Especialização da UERJ. Seu incentivo e carinho naquela época foram muito importantes para meu ingresso no Mestrado. Aos meus colegas e amigos do Mestrado, que me incentivaram sempre, com muito carinho. Às minhas amigas Márcia da Anunciação Barbosa e Glícia da Silva Campos, que me acompanham desde a Especialização, a primeira comigo também no Mestrado. Obrigada pelos ouvidos atentos e pelos incentivos. À Márcia, especialmente, por partilhar comigo tudo o que aprendeu durante o seu próprio caminho no Mestrado e agora no Doutorado. À minha amiga Emilie Audigier, por estar sempre disponível para as minhas dúvidas de língua francesa e por todas as palavras de incentivo em momentos de tanta tensão. À minha grande amiga Aparecida Maria Abranches, quase minha irmã, que foi a primeira a me dizer para encarar esse processo, obrigada pelas horas de discussões ao telefone ou na mesa de um bar – as últimas as melhores, ouso dizer. Suas ideias e análises de professora doutora me esclareceram muitos pontos obscuros e muitas vezes me deram a certeza de estar no caminho certo. Muito obrigada. Aos queridos amigos que a vida me trouxe, muitos e especiais, obrigada. À Ana Luísa Mello de Araújo, minha chefe e amiga de tantos anos, que entendeu que eu precisava continuar estudando. Sem sua compreensão este trabalho não teria sido realizado. E, finalmente, ao meu pai, Geraldo Pereira de Barros, que carinhosamente e sempre com muito cuidado revisou este trabalho. Segui os seus passos sem o saber e tenho muito orgulho disso: o gosto pela leitura, pelas letras, pelas palavras bem-escritas; e à minha mãe, Maria da Penha de Castro Barros, que me deu à luz uma segunda vez quando incentivou minha saída de casa para estudar. Mãe, você não tem ideia do quanto isso foi importante. Devo tudo a esse seu ato. Obrigada. E aos meus irmãos, Vinícius, Leonardo e Raquel, obrigada pela jornada espiritual. Um agradecimento especial a alguém que nos últimos momentos me disse a frase certa, que me fez andar quando já não podia mais: “Débora, esse não é o trabalho da sua vida. O trabalho da sua vida você faz todo dia, por isso escreva.” Tia Virgínia, nunca vou esquecer essas palavras. Obrigada. A pessoa é para o que nasce... RESUMO BARROS, Débora de Castro. As notas do tradutor como lugar discursivo: uma análise das notas de duas traduções brasileiras de O pai Goriot. Rio de Janeiro, 2009. Dissertação (Mestrado em Letras Neolatinas – Estudos Linguísticos Neolatinos – Opção Língua Francesa) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009. Esta pesquisa tem por objetivo analisar discursivamente as notas do tradutor (N.T.) de duas traduções brasileiras do romance de Honoré de Balzac, O pai Goriot, uma realizada pela Editora Globo em 1989, para a segunda edição, sob a coordenação de Paulo Rónai, e outra, mais recente, realizada pela Editora L&PM em 2006, por Celina Portocarrero e Ilana Heineberg. Usando como base teórica os conceitos da Análise de Discurso (AD) de Michel Pêcheux e os estudos de Michel Foucault sobre o poder, estes centrados no binômio poder- saber, o trabalho pretende revelar as imagens que os tradutores produzem nas N.T. a partir do seu discurso, bem como de que forma se apresenta seu poder-saber. Palavras-chave: análise do discurso; processo tradutório; notas do tradutor; poder- saber; Michel Pêcheux; Michel Foucault RÉSUMÉ BARROS, Débora de Castro. As notas do tradutor como lugar discursivo: uma análise das notas de duas traduções brasileiras de O pai Goriot. Rio de Janeiro, 2009. Dissertação (Mestrado em Letras Neolatinas – Estudos Linguísticos Neolatinos – Opção Língua Francesa) – Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009. Cette recherche a pour objet d’analyser discursivement les notes du traducteur (N.T.) de deux traductions brésiliennes du roman d’Honoré de Balzac, Le Père Goriot, la première réalisée par les Éditions Globo, en 1989, pour la deuxième édition, sous la coordination de Paulo Rónai, et la seconde, plus actuelle, réalisée par les Éditions L&PM, en 2006, par Celina Portocarrero et Ilana Heineberg. Utilisant comme support théorique les concepts de l’Analyse de Discours (AD) de Michel Pêcheux et les études de Michel Foucault sur le pouvoir, celles- ci centrées sur le binôme pouvoir-savoir, ce travail va révéler les images que les traducteurs produisent dans les N.T. à partir de leurs discours et la présence de leur pouvoir-savoir. Mots-clés: analyse du discours; processus de traduction; notes du traducteur; pouvoir- savoir; Michel Pêcheux; Michel Foucault SUMÁRIO INTRODUÇÃO 8 1 AS NOTAS DO TRADUTOR COMO LOCAL DE PRODUÇÃO DE DISCURSO 12 1.1 Notas do tradutor: que lugar é esse? 12 1.2 O lugar discursivo das notas dentro do processo tradutório: a análise de discurso 19 1.3 As N.T. como local de produção de imagens 25 1.4 Paulo Rónai e A comédia humana 28 2 AS NOTAS DO TRADUTOR COMO LOCAL DE PODER-SABER 35 2.1 Arqueologia e genealogia: as duas fases dos estudos de Foucault 36 2.2 Poder-saber: o eixo da trama discursiva 40 2.3 O discurso do tradutor como espaço de exercício de poder, de mostra de eruditismo, de saber 48 2.4 As N.T.: a “verdade” do tradutor 55 3 AS NOTAS DO TRADUTOR DE O PAI GORIOT 59 3.1 “O pai Goriot”, da Editora Globo, e O pai Goriot, da Editora L&PM 60 3.2 O quadro classificatório das notas 65 3.3 As N.T. das duas edições brasileiras de O pai Goriot 72 3.3.1 Primeira classificação: que tipo de saber as notas portam 74 3.3.2 Segunda classificação: a que as notas se referem 87 3.3.3 Casos especiais 103 CONCLUSÃO 108 BIBLIOGRAFIA 114 Apêndice QUADRO CLASSIFICATÓRIO DAS N.T. DE O PAI GORIOT 117 8 INTRODUÇÃO Os recentes estudos da tradução vêm ganhando crescente importância no meio acadêmico. Trazendo uma nova perspectiva para pensar a tradução, eles a consideram interdisciplinarmente, em que se relacionam disciplinas como as ciências sociais, a linguística e mesmo a psicanálise. Isso porque são considerados aspectos como as identidades culturais, as relações entre as línguas, para além das similaridades de significantes e significados, e o papel que exerce a figura central desse processo, o tradutor, como sujeito discursivo, entre outros. Até bem pouco tempo, pensar a tradução quase que se restringia a vê-la como a transmissão das ideias de um texto, o original – expresso na língua de partida –, em um outro texto, o traduzido – expresso na língua de chegada. Assim, do tradutor era exigida uma isenção textual, na qual ele deveria ser o mais fiel possível ao pensamento do autor, o que dava à tradução um aspecto quase transcendental. Essa concepção – em que é esquecido o papel do tradutor como sujeito de discurso –, que ganha vários matizes e que será chamada nesta pesquisa de “tradicional”, ainda é a preconizada por muitos estudos da tradução e por boa parte dos tradutores. Não se questiona o fato de o texto traduzido ser um produto derivado do original. Contudo, além de ele não trazer uma isenção textual, pois as palavras não trazem o significado inscrito nelas, também não traz uma isenção discursiva, pois, como veremos, dois textos similares, como são o original e sua tradução, apresentam em seu bojo dois discursos diferentes. Levando em conta essas duas linhas de pensamento sobre a tradução, esta pesquisa pretende analisar o discurso do tradutor explicitamente expresso nas notas do tradutor (doravante N.T.). Considera-se que seu discurso está presente em toda a tradução, no entanto 9 se percebe que seu reconhecimento se dá nos paratextos da tradução: prefácios, introduções, apresentações e notas de pé de página e de fim de capítulo. É nesses lugares que se configura uma separação entre o discurso do autor, pretensamente acessado pelo tradutor e expresso no texto da tradução, e o do tradutor, presente nos paratextos citados. Nestes, o tradutor pode expressar sua opinião, fazer correções, intervenções e observações sem que a mensagem do texto da tradução, pertencente ao autor, seja “maculada”. Com essa finalidade, o foco deste trabalho será um olhar para a tradução diferenciado do que a concepção dita tradicional tem. Tomando como suporte teórico a Análise de Discurso (doravante AD) de Michel Pêcheux, o ato de traduzir será considerado como processo tradutório, ou seja, como “um processo de produção de discurso” (Mittmann, 2003, p. 11), e as notas serão analisadas como o lugar privilegiado de visibilidade do tradutor (Venuti, 1994), onde inclusive elas ganham a marca N.T. Além disso, esse espaço textual e discursivo será também considerado como expressão do poder-saber do tradutor, binômio foucaultiano que apresenta o discurso das notas como local de saber e de expressão de poder. Serão usadas, assim, como corpus as N.T. de duas traduções brasileiras de O pai Goriot, romance de Honoré de Balzac, realizadas em épocas diferentes: aquelas presentes na tradução da segunda edição dessa obra, de 1989, pela Editora Globo, realizada sob a coordenação de Paulo Rónai, que possui 142 notas, e as de uma tradução mais recente, realizada em 2006 por Celina Portocarrero e Ilana Heineberg para a Editora L&PM, a qual possui 110 notas. No entanto, como objeto de análise e comparação, serão usadas da tradução da L&PM somente as notas colocadas no mesmo local daquelas da tradução da Globo, ou seja, o corpus primeiro e principal é o da edição coordenada por Paulo Rónai; as notas da L&PM servirão de contraponto às de Rónai, com o objetivo de mostrar as diferenças de discurso presentes nas N.T. das duas traduções realizadas em épocas distintas.

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