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Avaliação do nível do país Angola PDF

98 Pages·2009·1.83 MB·Portuguese
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Avaliação do nível do país Angola Relatório final VOLUME 1: RELATÓRIO PRINCIPAL Setembro de 2009 Avaliação realizada em nome da Comissão Europeia Consórcio constituído por ECO Consult, AGEG, APRI, Euronet, IRAM, NCG Líder do consórcio: ECO Consult, Pessoa de contacto: Dietrich BUSACKER [email protected] Contrato N.º EVA 2007/geo-acp A presente avaliação foi pedida por Unidade de Avaliação Conjunta do: Serviço de Cooperação EuropeAid (AIDCO) Direcção Geral para o Desenvolvimento e Direcção Geral das Relações Externas A avaliação foi realizada por William Emilio Cerritelli (líder de equipa), John Clifton, Claudio Schuftan, Mário José Aniceto do Rosário, Barbara Dequinze, Jutta Keilbach. Controlo de qualidade: Martin Steinmeyer; Coordenador de Avaliação do Consórcio: Dietrich Busacker As opiniões expressas neste documento reflectem as convicções dos autores; não são necessariamente partilhadas pela Comissão Europeia ou pelas entidades dos respectivos países. EVA 2007/geo-acp: Avaliação do apoio CE a Angola –Relatório final ECO Consult – AGEG – APRI – Euronet – IRAM – NCG ÍNDICE Página RESUMO ................................................................................................................... 1 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 7 1.1 Âmbito e objectivos da avaliação ................................................................................. 7 1.2 Metodologia de avaliação implementada ..................................................................... 7 1.2.1 Recolha de informações...................................................................................... 9 1.2.2 Análise de informações disponíveis ................................................................. 10 1.2.3 Formulação de apreciações ............................................................................... 10 1.3 Alterações entre o Relatório de Pesquisa e o Relatório de Síntese ............................ 10 1.4 Limitações do processo e apreciações analíticas ........................................................ 11 1.5 Estrutura do relatório .................................................................................................. 11 2 CONTEXTO DO PAÍS DA COOPERAÇÃO DA CE COM ANGOLA ..................................................................................................... 12 2.1 Contexto político ........................................................................................................ 12 2.2 Contexto económico ................................................................................................... 12 2.3 Contexto social ........................................................................................................... 14 2.4 Política governamental ............................................................................................... 15 2.5 Resposta dos financiadores......................................................................................... 15 2.6 Apoio da CE a Angola................................................................................................ 17 2.6.1 Princípios .......................................................................................................... 17 2.6.2 A estratégia de intervenção 2002-2007 ............................................................ 18 2.6.3 Os beneficiários da implementação da estratégia ............................................. 19 2.6.4 Cooperação regional ......................................................................................... 22 2.6.5 Intervenção humanitária ................................................................................... 23 2.6.6 Rubricas Orçamentais Temáticas ..................................................................... 23 2.6.7 Outras fontes ..................................................................................................... 23 3 RESPOSTA PARA QUESTÕES DE AVALIAÇÃO ......................... 24 3.1 Pertinência .................................................................................................................. 24 3.2 Coerência e Valor Acrescentado ................................................................................ 27 3.3 DDRR ......................................................................................................................... 31 3.3.1 Abordagem da questão e intervenção CE ......................................................... 31 3.3.2 Apreciação relacionada com as questões de avaliação ..................................... 32 3.3.3 Apreciação geral e resposta à questão de avaliação ......................................... 36 3.4 Saúde .......................................................................................................................... 36 3.4.1 Abordagem da questão e intervenção CE ......................................................... 36 3.4.2 Apreciação relacionada com as questões de avaliação ..................................... 37 3.4.3 Apreciação geral e resposta à questão de avaliação ......................................... 41 3.5 Segurança alimentar ................................................................................................... 42 3.5.1 Abordagem da questão e intervenção CE ......................................................... 42 3.5.2 Apreciação relacionada com as questões de avaliação ..................................... 43 3.5.3 Apreciação geral e resposta à questão de avaliação ......................................... 45 3.6 Água e saneamento ..................................................................................................... 46 3.6.1 Abordagem da questão e intervenção CE ......................................................... 46 3.6.2 Apreciação relacionada com as questões de avaliação ..................................... 46 3.6.3 Apreciação geral e resposta à questão de avaliação ......................................... 50 3.7 Educação..................................................................................................................... 51 3.7.1 Abordagem da questão e intervenção CE ......................................................... 51 3.7.2 Apreciação relacionada com as questões de avaliação ..................................... 52 3.7.3 Apreciação geral e resposta à questão de avaliação ......................................... 56 i EVA 2007/geo-acp: Avaliação do apoio CE a Angola –Relatório final ECO Consult – AGEG – APRI – Euronet – IRAM – NCG 3.8 Apoio à governação e Apoio Institucional ................................................................. 56 3.8.1 Aproximação à questão e intervenção CE ........................................................ 56 3.8.2 Apreciação relacionada com as questões de avaliação ..................................... 57 3.8.3 Apreciação geral e resposta à questão de avaliação ......................................... 61 3.9 QUESTÕES TRANSVERSAIS ................................................................................. 62 3.9.1 Aproximação à questão e intervenção CE ........................................................ 62 3.9.2 Apreciação relacionada com as questões de avaliação ..................................... 63 3.9.3 Apreciação geral e resposta à questão de avaliação ......................................... 67 3.10 Impacto, sustentabilidade, LRRD............................................................................... 67 3.10.1 Aproximação à questão e à intervenção CE ................................................. 67 3.10.2 Apreciação relacionada com as questões de avaliação ................................. 68 3.10.3 Apreciação geral e resposta à questão de avaliação ..................................... 73 4 CONCLUSÕES........................................................................................... 75 4.1 Perspectiva e concepção estratégica ........................................................................... 75 4.2 Coordenação e valor acrescentado da CE .................................................................. 76 4.3 Modalidades de implementação ................................................................................. 77 4.4 Impacto e sustentabilidade ......................................................................................... 78 4.5 Avaliação geral dos factores que influenciaram a cooperação da CE com Angola ... 80 5 RECOMENDAÇÕES................................................................................ 83 5.1 Recomendações estratégicas ...................................................................................... 83 5.2 Recomendações operacionais ..................................................................................... 87 5.3 Recomendações de aprendizagem .............................................................................. 89 ANEXOS (VOLUME II, apenas em inglês) ANEXO 1 TERMOS DE REFERÊNCIA ............................................................................ 7 ANEXO 2 DADOS COMPLEMENTARES SOBRE A LÓGICA DE INTERVENÇÃO DA CE ................................................................................. 21 ANEXO 3 PORTEFÓLIO DE PROJECTO CE 2002-2007............................................... 31 ANEXO 4 PORTEFÓLIO DO PROJECTO LRRD DA ECHO ........................................ 41 ANEXO 5 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO .............................................................. 51 ANEXO 6 MATRIZ PARA QUESTÕES DE AVALIAÇÃO ........................................... 79 ANEXO 7 ESTUDOS DE CASOS .................................................................................. 189 ANEXO 8 DADOS SÓCIO-ECONÓMICOS DO PAÍS.................................................. 223 ANEXO 9 AJUDA DE FINANCIADORES OFICIAIS .................................................. 249 ANEXO 10 BIBLIOGRAFIA E DOCUMENTAÇÃO ...................................................... 253 ANEXO 11 LISTA DE PESSOAS CONTACTADAS ...................................................... 265 ANEXO 12 CALENDÁRIO DA MISSÃO........................................................................ 269 ANEXO 13 RELATÓRIOS DOS GRUPOS-ALVO ......................................................... 273 ANEXO 14 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES SECTORIAIS ADICIONAIS ...... 277 ANEXO 15 MOMENTOS DO SEMINÁRIO DO LUANDA, 10 DO JUNHO DE 2009-09 ........................................................................................................... 285 Lista de tabelas Tabela 1: Questões de avaliação 8 Tabela 2: Correspondência entre os critérios de avaliação e as questões de avaliação 8 Tabela 3: Variáveis económicas seleccionadas 12 Tabela 4: Compromissos e gastos totais da ODA 2002-2007 16 Tabela 5: Análise SWOT à intervenção da CE em Angola no período de 2002 a 2007 82 ii EVA 2007/geo-acp: Avaliação do apoio CE a Angola –Relatório final ECO Consult – AGEG – APRI – Euronet – IRAM – NCG Lista de figuras Figura 1: Compromissos e gastos anuais da CE entre 2002-2007, expressos em milhões de euros 2 Figura 2: As fases institucionais da aproximação LRRD da CE em Angola 3 Figura 3: Fases do processo de avaliação 7 Figura 4: Resumo da abordagem de avaliação 9 Figura 5: Taxas reais de crescimento do PIB 2002-2007 13 Figura 6: Divisão sectorial do PIB em 2007 13 Figura 7: Tendência da dívida externa de Angola em % do PIB 13 Figura 8: ODA líquida total a Angola, todos os financiadores e CE 1987-2006 15 Figura 9 Comparação dos gastos de ajuda per capita da UE e da CE 2002-2005 em US$ (2005) 19 Figura 10: Quota de fontes de financiamento nos compromissos e gastos da CE para com Angola durante o período de 2002-07 20 Figura 11: Atribuição da ajuda da CE na perspectiva a curto e médio prazo 2002-2007 em € milhões 20 Figura 12: Ajuda da CE aplicada e gasta por sector 2002-2007 21 Figura 13: Síntese dos compromissos, contratos e gastos por sector 2002-2007 em € 21 Figura 14: Evolução das despesas de saúde pública 2002-2007 37 Figura 15: As fases institucionais da aproximação LRRD da CE em Angola 69 Figura 16: Factores críticos que influenciaram a cooperação da CE em Angola 81 iii EVA 2007/geo-acp: Avaliação do apoio CE a Angola –Relatório final ECO Consult – AGEG – APRI – Euronet – IRAM – NCG LISTA DE ABREVIATURAS ACRÓNIMO NOME AA Acompanhamento e Avaliação ACP Países da África, Caraíbas e Pacífico AID Associação Internacional para o Desenvolvimento ANE Actores Não Estatais APE Acordo de Parceria Económica ARV Medicamentos Anti-Retrovirais ASP Água e Saneamento nas Províncias ASS África Subsaariana AT Assistência Técnica CA Critérios de Apreciação CE Comissão Europeia CEEAC Comunidade Económica dos Estados da África Central CNUCD Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento CSP Cuidados de Saúde Primários DAC Development Assistance Committee (Comité de Ajuda ao Desenvolvimento (da OCDE)) DDRR Desarmamento, Desmobilização, Reabilitação, Reintegração DEP Documento de Estratégia por País DERP Documento de Estratégia de Redução da Pobreza DGA Debate de grupos-alvo DPS Direcção Provincial de Saúde EC Eurpean Commission (Comissão Europeia) ECHO European Commission Humanitarian Aid Directorate (Direcção Geral da Ajuda Humanitária da Comissão Europeia) ECP Estratégia de Combate à Pobreza EIDHR European Instrument for Democracy and Human Rights (Iniciativa Europeia para a Democracia e os Direitos do Homem) EITI Extractive Industry Transparency Initiative (Iniciativa de Transparência da Indústria Extractiva) EMIS Education Management Information System (Sistema de Informação sobre Gestão Educativa) EMP Environmental Management Plan EMUE Estado-Membro da União Europeia ENDIAMA Empresa Nacional de Diamantes de Angola EPAL Empresa Pública de Águas de Angola EURONAID European network of NGOs active in the field of Food Aid, Food Security and Emergency Relief (Rede europeia de ONG activas na área da Ajuda Alimentar, Segurança Alimentar e Medidas de Emergência) Eximbank China Export Import Bank (Banco de Exportação e Importação da China) FAA Forças Armadas de Angola FAO Food and Agriculture Organisation (Organização para a Alimentação e a Agricultura) FAS Fundo de Apoio Social FED Fundo Europeu de Desenvolvimento GA Governo de Angola GA Governo de Angola GBM Grupo do Banco Mundial GFP Gestão das Finanças Públicas GRN Gabinete de Reconstrução Nacional ICD Instrumento de cooperação para o desenvolvimento IDR Inquérito aos Agregados Familiares sobre Despesas e Receitas IED Investimento Estrangeiro Directo IMF International Monetary Fund (Fundo Monetário Internacional) INE Instituto Nacional de Estatística IRA Infecções Respiratórias Agudas IRSEM Instituto para a Reintegração Social dos Ex-Militares LRRD Linking Relief Rehabilitation and Development (Interligação das Operações de Emergência, Reabilitação e Desenvolvimento) MDTF Multi-Donor Trust Fund (Fundo Fiduciário Multi Financiador) iv EVA 2007/geo-acp: Avaliação do apoio CE a Angola –Relatório final ECO Consult – AGEG – APRI – Euronet – IRAM – NCG MEC Ministério da Educação e Cultura MINARS Ministério de Assistência e Reinserção Social MINSA Ministério da Saúde MoU Memorandum of Understanding (Memorando de Entendimento) MPLA Movimento Popular para Libertação da Angola NEPAD New Partnership for Africa’s Development (Nova Parceria para o Desenvolvimento de África) NU Nações Unidas OBC Organização Baseada na Comunidade OCDE Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico OCHA United Nations Office for Co-ordination of Humanitarian Affairs (Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários) ODA Official Development Assistance (Ajuda Pública ao Desenvolvimento) ODMs Objectivos de Desenvolvimento do Milénio OMC Organização Mundial do Comércio OMS Organização Mundial de Saúde OSC Organização da Sociedade Civil PAANE Programa de Apoio aos Actores Não Estatais PAEP Programa de Apoio à Educação Pública PALOP Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa PAM Programa Alimentar Mundial PAPEFSA Projecto de Apoio ao Sector Pecuário Familiar no Sul de Angola PAR Programa de Apoio à Reconstrução PASS Programa de Apoio ao Sector Saúde PAV Programa Alargado de Vacinação PCM Project Cycle Management (Gestão do Ciclo dos Projectos) PDAA Programa de Desenvolvimento do Abastecimento de Água PDI Pessoas Deslocadas Internamente PDISA Programa de Desenvolvimento do Sector da Água PEAPP Programa de Emergência em Apoio ao Processo de Paz PGDR Programa Geral de Desmobilização e Reintegração PGG Programa Geral do Governo 2005-2006 PIB Produto Interno Bruto PIN Programa Indicativo Nacional PIR Programa Indicativo Regional PMD País Menos Desenvolvido PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PTAPD Programa de transição de apoio às populações deslocadas PTD Prática Tradicional Danosa QA Questão de avaliação RDH Relatório do Desenvolvimento Humano RO Rubrica Orçamental ROSA Rubrica Orçamental da Segurança Alimentar RSNT Resíduos sólidos não tratados SA Segurança Alimentar SADC Southern Africa Development Community (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) SIGFE Sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado SIGIP Sistema Integrado de Gestão do Investimento Público SIS Sistema de Informação de Saúde SMI Saúde Materno-Infantil SONANGOL Sociedade Nacional Angolana STABEX Stabilisation of Export Earnings Scheme (Esquema de Estabilização das Receitas de Exportação) SYSMIN System for Stabilising Export Earnings from Mineral Products (Sistema de Estabilização das Receitas de Exportação de Produtos Minerais) TB Tuberculose TR Termos de referência TVET Technical and Vocational Education and Training (Educação e Formação Técnica e Profissional) UA União Africana UE União Europeia v EVA 2007/geo-acp: Avaliação do apoio CE a Angola –Relatório final ECO Consult – AGEG – APRI – Euronet – IRAM – NCG UE-MOE União Europeia - Missão de Observação Eleitoral UNESCO United Nations Education, Science and Culture Organisation (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) UNICEF United Nations Children’s Fund (Fundo das Nações Unidas para a Infância) UNITA União Nacional para a Independência Total de Angola URMA Unidade de Registo, Monitoria e Avaliação US$ United States Dollar (dólar dos Estados Unidos) VET Vocational Education and Training (Educação e Formação Profissional) VIH/SIDA Vírus de Imunodeficiência Humana - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida vi EVA 2007/geo-acp: Avaliação do apoio CE a Angola –Relatório final ECO Consult – AGEG – APRI – Euronet – IRAM – NCG RESUMO I. Âmbito da abordagem de avaliação Este relatório abrange a avaliação da estratégia de cooperação da Comissão Europeia (CE) com Angola e a sua implementação ao longo do período de 2002 a 2007. Os principais objectivos desta avaliação são: a) facultar aos Serviços de cooperação externa da CE e ao público em geral uma avaliação global e independente das relações de cooperação anteriores e actuais da Comissão com Angola; b) identificar lições importantes da cooperação anterior da Comissão com Angola, no sentido de melhorar as estratégias e os programas actuais e futuros da Comissão. O âmbito de avaliação abrange a estratégia de cooperação e a sua implementação tendo em conta o Programa Indicativo Nacional do FED9 (incluindo saldos não autorizados de FED anteriores), e as contribuições de Rubricas Orçamentais e outros instrumentos de cooperação. A intervenção humanitária da ECHO não está incluída no âmbito desta avaliação, mas foi tida em consideração como o ponto de partida para a estratégia Interligação das Operações de Emergência, Reabilitação e Desenvolvimento (LRRD) do FED. II. Metodologia A avaliação foi baseada em dez questões de avaliação referentes à estratégia da CE e à sua implementação. A avaliação foi desenvolvida em quatro fases desde Abril de 2008 a Março de 2009, mobilizando cinco especialistas. A fase inicial destinou-se à redefinição da lógica de intervenção e à formulação das questões de avaliação. Durante a fase analítica, a equipa de avaliação recolheu toda a documentação disponível, consultou bases de dados e entrevistou pessoas de referência em Bruxelas, por forma a inventariar as intervenções e a formular respostas preliminares para as questões de avaliação e hipóteses associadas, esboçando a metodologia para os testes práticos. A missão de campo tinha como objectivo a recolha de mais informação necessária para responder às questões de avaliação através de validação ou modificação das hipóteses preliminares e conclusões formuladas na fase analítica. Foram realizados 18 estudos, cobrindo 57,5% do montante total atribuído durante o período avaliado. Durante a fase de síntese, os avaliadores analisaram os dados e a informação recolhida, verificaram a sua fiabilidade, fizeram contra-análises e apreciações, formularam as suas conclusões e recomendações que foram debatidas num seminário em Luanda, em Junho de 2009. III. Contexto do país A guerra civil angolana que durou 27 anos terminou com a assinatura do Memorando de Entendimento de Luena, a 4 de Abril de 2002. Angola está a viver agora um período de estabilização política. As eleições legislativas nacionais realizadas a 5 de Setembro de 2008 representaram um passo em frente em direcção à democratização. A guerra teve muitas consequências extensas sobre a situação económica de Angola, mas passado apenas um ano sobre o fim da guerra, a economia angolana iniciou a sua recuperação. Os rendimentos provenientes da exploração mineira e de pedreiras, e sobretudo os elevados preços internacionais do petróleo e a produção em rápido crescimento de novos jazigos petrolíferos permitiram um verdadeiro aumento do PIB, enquanto a inflação viria a sofrer uma redução significativa. As reformas macroeconómicas recentes e as medidas implementadas pelo Ministro das Finanças estão a começar a aumentar a transparência da gestão das finanças públicas, uma das maiores limitações da contabilidade pública. O Relatório de Desenvolvimento Humano PNUD de 2007/08 continua a considerar Angola como sendo um país de baixo desenvolvimento humano, classificando-o em 162º lugar num total de 177 1 EVA 2007/geo-acp: Avaliação do apoio CE a Angola –Relatório final ECO Consult – AGEG – APRI – Euronet – IRAM – NCG países. Apesar dos angolanos terem um rendimento médio anual superior a muitos países subssaarianos, a esperança de vida à nascença e os índices de alfabetização registados em Angola são inferiores à média africana subssaariana. A riqueza nacional está altamente concentrada e os poucos dados disponíveis continuam a indicar níveis de pobreza preocupantes, sobretudo em áreas rurais: 94% comparativamente com os 57% registados nas cidades. No período pós-guerra, as políticas de desenvolvimento nacional centraram-se na reabilitação das infra-estruturas económicas e sociais. IV. Cooperação entre CE e Angola Durante o período de 2002–2007, a CE foi o terceiro maior financiador, a seguir a Portugal e aos EUA, contribuindo com 13,4% da ODA líquida total, com um montante total de €337.000,00, provenientes dos FED7-9 e das linhas de financiamento orçamentais. Ver figura 1 para mais informação acerca do compromissos e gastos anuais. Tendo em consideração que a ODA representa menos de 5% do orçamento geral do estado, o seu potencial de nivelamento dos assuntos políticos é limitado ao longo do período em causa. Figura 1: Compromissos e gastos anuais da CE entre 2002-2007, expressos em milhões de euros 120,00 100,00 80,00 m€ 60,00 OCDEA t oTtoatl,a l, compromissos Commitments 40,00 CE total, gastos ODA Total, Gross 20,00 brutos disbursements 0,00 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Paralelamente à acção humanitária da DG ECHO (53 milhões de euros entre 2002-2005), que constituiu a base do processo LRRD a nível nacional, o Programa Indicativo Nacional iniciou intervenções a curto-prazo urgentes que contribuíram para cerca de 50% dos financiamentos (ou seja, desarmamento, desmobilização e reintegração dos combatentes (DDRR), incluindo o realojamento de populações, e saúde). As intervenções a média e a longo prazo foram essencialmente financiadas pelo FED9. Os principais sectores de apoio efectivo foram a DDRR e a desminagem (30%) e os sectores sociais (ou seja, Educação e Saúde, específicos ou misturados em programas integrados, 42%). Foram atribuídas quotas mais pequenas à segurança alimentar, água e saneamento e outras infra-estruturas, boa governação, sociedade civil e direitos humanos. Os recursos FED destinados à estratégia por país foram complementadas através de compromissos provenientes de rubricas orçamentais temáticas (ou seja, a rubrica orçamental para a segurança alimentar, co-financiamentos com ONG, Iniciativa Europeia para a Democracia e os Direitos do Homem e Minas Antipessoais). O apoio suplementar foi canalizado através do fundo previsto para as instalações de água e o Fundo Global da Luta contra o VIH/SIDA, a Malária e a Tuberculose. V. Respostas às questões de avaliação As respostas resumidas às questões de avaliação são as seguintes: Grande relevância para as necessidades nacionais mas fraca qualidade em termos de concepção programática A intervenção CE em Angola tem sido importante para as necessidades da população, para o enquadramento político do GA nas diferentes fases da recuperação, para o desenvolvimento pós- guerra e a redução dos níveis de pobreza. A aproximação gradual da LRRD contribuiu significativamente para aumentar a sua importância. 2

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ECO Consult – AGEG – APRI – Euronet – IRAM – NCG alívio para estabilizar a situação económica e social e facilitar a transição para uma
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