B.F. Lourenço; K.D. Blotta; V. M. Pellatiero; A. Rosendo; A. L. da Cruz; P.S. Lima; M. A. Di Pinto Júnior; J.I.S. Filho, F. Giordano; M. A. G. Magenta Avaliação da densidade de vegetais adultos encontrados no Manguezal localizado no Parque da Serra do Guararu, Guarujá, São Paulo, Brasil Barbara Faria Lourenço1, Kátia Domingues Blotta1, Vinicius de Moura Pellatiero1, Antonio Rosendo1, Anna Luiza da Cruz1, Pedro Souza Lima1, Marco Antonio Di Pinto Júnior1, João Inácio da Silva Filho2, Fábio Giordano2, Mara Angelina Galvão Magenta2. 1 Mestrandos PPG do Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade de Ecossistemas Costeiros e Marinhos – Universidade Santa Cecília (ECOMAR) Santos, SP. 2 Docentes PPG – Mestrado em Ecologia UNISANTA Mail: [email protected] Resumo Os manguezais são ecossistemas de comunidades vegetais nativas de ambientes alagados, resistentes à alta salinidade da água e do solo, apresentando condições propícias para reprodução de muitas espécies animais, por isso são considerados um importante transformador de nutrientes em matéria orgânica. O objetivo do trabalho foi caracterizar a comunidade vegetal e a estrutura fitossociológica da zona externa até a zona interna do manguezal localizado Parque da Serra do Guararu, no Guarujá, São Paulo, a fim de identificar as espécies vegetais e sua densidade sob diferentes condições abióticas assim como a análise da hipótese, levantada a partir de observação visual em campo, que “A abundância da espécie Rhizophora mangle é alta”. Para tanto, os modelos de análises escolhidos foram baseados no Algoritmo Extrator de Efeitos da Contradição da Lógica Paraconsistente Anotada, onde a hipótese foi confirmada com grau de evidência resultante real de 0,525 para a presença da espécie Rhizophora mangle. Em acréscimo, também houve confirmação pelo Método do Quadrante Centrado, onde se observou que existem diferenças entre o diâmetro e a densidade das árvores da zona externa comparado às árvores da zona mais interna. Foi possível constatar que na zona externa do manguezal as árvores apresentam maior proporção de indivíduos de menor diâmetro, pois verificou-se que nessas áreas as taxas de mortalidade e recrutamento são mais elevadas. Esses resultados servem de alerta para a necessidade de novos trabalhos de levantamento e análise da estrutura da vegetação local. Palavras chave: Manguezais, comunidade vegetal, lógica paraconsistente anotada, quadrante centrado. Evaluation of the density of adult plants found in the Mangrove tree located in the Serra do Guararu Park, Guarujá, São Paulo, Brazil Abstract Mangroves are ecosystems of native vegetation communities of flooded environments, resistant to the high salinity of water and soil, presenting propitious conditions for reproduction of many animal species, so they are considered an important transformer of nutrients in organic matter. The objective of this work was to characterize the plant UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 1 (2017) p. 41-50 pág. 41 B.F. Lourenço; K.D. Blotta; V. M. Pellatiero; A. Rosendo; A. L. da Cruz; P.S. Lima; M. A. Di Pinto Júnior; J.I.S. Filho, F. Giordano; M. A. G. Magenta community and the phytosociological structure of the outer zone to the inner zone of the mangrove located in the Serra do Guararu Park, in Guarujá, São Paulo, in order to identify the plant species and their density under different abiotic conditions as the analysis of the hypothesis, raised from visual field observation, that "The abundance of the Rhizophora mangle species is high." Therefore, the analysis models chosen were based on the Paraconsistent Logic Contradictory Effects Extractor Algorithm, where the hypothesis was confirmed with a true resultant degree of evidence of 0.525 for the presence of Rhizophora mangle. In addition, there was also confirmation by the Centered Quadrant Method, where it was observed that there are differences between the diameter and the density of the trees of the external zone compared to the trees of the inner zone. It was possible to observe that in the outer zone of the mangrove tree the trees present a greater proportion of individuals of smaller diameter, since it was verified that in those areas the rates of mortality and recruitment are higher. These results serve as a warning for the need for new surveys and analysis of the local vegetation structure. Key words: Mangroves, plant community, Paraconsistent Annotated Logic, Point Center Quarter. Introdução enquanto a porção montante do estuário O manguezal é um ecossistema possui características com costeiro e está sempre sujeito ao regime predominância fluvial, pois sofre menor das marés, pois se trata de uma zona de influência marinha. O ambiente costeiro transição entre os ambientes terrestre e possui alto número de espécies que se marinho, muito característico de regiões adaptam às suas características, com tropicais e subtropicais (SCHAEFFER- ampla diversidade das populações e NOVELLI, 1995). condições propícias para a reprodução Segundo Quinones (2000), o de espécies como moluscos, peixes, manguezal apresenta condições crustáceos, por isso é considerado um propícias para reprodução de muitas berçário, criadouro e abrigo para essas espécies animais, por isso é considerado espécies, um dos ambientes mais um importante transformador de produtivos do Brasil (Soares 2010). nutrientes em matéria orgânica. O solo As áreas de manguezais encharcado é sua característica, com localizadas próximas às cidades sofrem grande de variação de salinidade, por com a devastação, com aterramento causa da variação das águas da maré e para construções de estradas e moradias, das chuvas. são os impactos da urbanização que A porção do estuário que ocorre ao redor do manguezal. apresenta maior salinidade é a jusante, (SANTOS, FURLAN, 2009). UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 1 (2017) p. 41-50 pág. 42 B.F. Lourenço; K.D. Blotta; V. M. Pellatiero; A. Rosendo; A. L. da Cruz; P.S. Lima; M. A. Di Pinto Júnior; J.I.S. Filho, F. Giordano; M. A. G. Magenta Outro fator que se observa em dinâmica das florestas, a geomorfologia alguns manguezais é um padrão de e a biomassa desse ecossistema. substituição de espécies devido às (ABREU, 2014). Geralmente os variações da maré, (zonação). Contudo, parâmetros biofísicos da floresta, esse padrão nem sempre fica claro, ocorrem através de observações de devido à sobreposição parcial na campo, divididas em parcelas, onde as distribuição das espécies em todo o árvores são medidas manualmente. gradiente de inundação A Lógica Paraconsistente (KATHIRESAN & BINGHAM, 2001). Anotada de dois valores (LPA2v), A sucessão vegetal neste diferente da lógica clássica, que é regida ecossistema pode estar relacionada com por leis estritamente binárias, e da diversos fatores, dentre eles estatística que utiliza médias de valores, geomorfologia, tamanho de propágulos, aceita e consegue tratar informações adaptação fisiológica, interações contraditórias e incompletas, sem que as interespecíficas e predação de sementes. conclusões sejam invalidadas. Os Contudo a melhor demonstração deste valores finais são apresentados, num padrão pode estar relacionada às intervalo de zero a um, na forma de diferenças entre espécies e a tolerância Grau de Evidência Resultante obtido ao estresse fisiológico associado ao através de um algoritmo denominado ambiente com as intensidades de “Extrator de efeitos da contradição” inundação (Kathiresan & Bingham, (DA SILVA FILHO et al., 2011). 2001). O presente estudo teve como De acordo com Herz (1991), o objetivo aplicar algoritmos da Lógica Estado de São Paulo apresenta uma área Paraconsistente Anotada como de 231 km² de manguezais, porém 28 ferramenta de análise em sítios km² dessa área encontram-se alteradas ecológicos assim como caracterizar a ou degradadas, sendo somente 203 km² composição vegetal e a estrutura de área preservada. fitossociológica da zona externa até a O monitoramento das zona interna do manguezal localizado características biofísicas do mangue, no Parque da Serra do Guararu no como altura e diâmetro da árvore na Guarujá, em São Paulo, a fim de altura do peito (DAP), são parâmetros identificar as espécies vegetais e sua importantes para compreender a densidade, sob diferentes condições UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 1 (2017) p. 41-50 pág. 43 B.F. Lourenço; K.D. Blotta; V. M. Pellatiero; A. Rosendo; A. L. da Cruz; P.S. Lima; M. A. Di Pinto Júnior; J.I.S. Filho, F. Giordano; M. A. G. Magenta abióticas. 46008’41’’O. O acesso ao manguezal do Material e Métodos Canal de Bertioga é facilitado pela Local do estudo Rodovia Ariovaldo de Almeida Viana, O ecossistema escolhido para o também conhecida por Rodovia estudo foi o Manguezal localizado na Guarujá- Bertioga. Área de Proteção Ambiental Municipal O estudo ocorreu no dia 17 de da Serra do Guararu, no Guarujá, São janeiro de 2017, no período da manhã, Paulo, Brasil (Figura 1), com as durante a maré baixa. seguintes coordenadas 23051’41’’S; Figura 1- Mapa do Parque da Serra do Guararu, no Guarujá, São Paulo, Brasil. Destaque em amarelo para o manguezal que foi realizado o estudo fitossociológico. Fonte Google. Estrutura do Ecossistema Método do Quadrante Centrado De toda extensão do parque, esta Método do quadrante centrado área foi escolhida por ter uma maior ou também conhecido por método do facilidade de acesso, pelo fato de outros vizinho mais próximo tem como trabalhos já terem sido realizados objetivo avaliar a densidade das naquela área e pelo fato de ser um espécies no ecossistema, baseando-se bosque adjacente a uma área impactada no fato de que o número de árvores por por um aterro. área pode ser calculado a partir Outro fator importante é sempre da distância média entre árvores. avaliar o manguezal e sua Para isso, foram traçadas duas fitossociologia, pois se localiza em área linhas retas, com fitas zebradas, da zona muito degradada, devido ao intenso interna para a zona externa e tráfego de barcos e a sua proximidade determinadas 20 árvores em cada linha, da balsa Guarujá - Bertioga. as quais serviram como pontos UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 1 (2017) p. 41-50 pág. 44 B.F. Lourenço; K.D. Blotta; V. M. Pellatiero; A. Rosendo; A. L. da Cruz; P.S. Lima; M. A. Di Pinto Júnior; J.I.S. Filho, F. Giordano; M. A. G. Magenta principais e aleatoriamente foram nos vegetais foram classificadas da identificados os vegetais mais próximos seguinte maneira: Dominante, para o (Figura 2), classificando-os, medindo a vegetal sadio e alto, Oprimida, para distância entre as espécies e seu aqueles que apresentam algum tipo de diâmetro na altura do peito (DAP) a deformação ou bifurcação e partir do perímetro (P) e, sua saúde, Intermediária, para os vegetais altura e inclinação das espécies. As pequenos, com algumas deformações. características morfológicas avaliadas Zona externa do Manguezal (Próximo ao estuário) Zona Interna do Manguezal Figura 2- Esquema da área trabalhada no Manguezal. Método não clássico LPA2v utilizado Para isso o reticulado associado à LPA no tratamento de dados é formado por pares ordenados de Para uma nova percepção dos valores que representam uma anotação dados obtidos na criação de métricas composta de grau de evidência por meio de lógicas não clássicas a favorável à proposição P e λ, que partir das espécies estudadas no corresponde ao grau de evidência manguezal, foi utilizado a Lógica desfavorável à proposição P. Neste caso Paraconsistente Anotada (LPA), que a Lógica é denominada de dois valores pode ser representada através de um LPA2v. Foram feitas as análises com Reticulado de quatro Vértices. Nesta base na abundância relativa dos vegetais interpretação da LPA as constantes de utilizados como pontos de referências anotação representadas nos seus de modo que cada valor da abundância Vértices vão dar conotações de estados relativa se tornou grau de evidência Lógicos extremos, o que possibilita se favorável à proposição P: “A obtiver uma representação sobre abundância da Rizophora mangle é evidências que expressam o alta”. Com o Algoritmo Extrator de conhecimento sobre uma proposição P. Efeitos da Contradição (DA SILVA UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 1 (2017) p. 41-50 pág. 45 B.F. Lourenço; K.D. Blotta; V. M. Pellatiero; A. Rosendo; A. L. da Cruz; P.S. Lima; M. A. Di Pinto Júnior; J.I.S. Filho, F. Giordano; M. A. G. Magenta FILHO et al., 2011) foi possível obtidos. Seguindo duas direções concluir com certo grau de evidência a delimitadas, os vegetais de 1 ao 20 espécie que mais se adapta a região do foram selecionados aleatoriamente da manguezal que foi estudado. zona interna para a zona externa, sentido à franja do manguezal, já os Resultados vegetais de 21 a 40, foram escolhidos, O resultado do estudo realizado também aleatoriamente, da zona no manguezal, a partir do método do externa, franja do manguezal, para a quadrante centrado, foi transcrito na zona interna. tabela 1 com os resultados preliminares Tabela 1- Resultados obtidos do estudo do método quadrante centrado no manguezal na Serra do Guararú- Guarujá. VE- vegetal escolhido aleatoriamente. I- intermediária, D- Dominante – vegetal sadio e alto e O- Oprimida- apresenta algum tipo de deformação ou bifurcação. No do ponto PAP (VE- cm) Distância do PAP do Distância do PAP do Caract. de VE ao vegetal vegetal VE ao vegetal vegetal morfológicas amostragem mais próximo próximo mais próximo próximo 01 (cm) 01 (cm) 02 (cm) 02 (cm) 1 A-14 51 A-11 155 A-10 I- O- O 2 A-31 2 R-52 108 R-19 D- D- I 3 R-22 170 A-12 174 R-13 I- O- O 4 A-32 134 R-23 174 R-30 D- I- D 5 A-30 109 R-25 150 R-21 D- D- D 6 R-17 98 R-13 145 R-10 I- I- O 7 R-21 150 R-30 150 R-23 I- D- D 8 R-22 96 A-27 114 R-34 D- D- D 9 A-27 150 R-17 275 R-23 D- I- D 10 R-26 63 R-17 208 A-35 D- I- D 11 R-30 53 R-20 127 R-24 D- I- D 12 R-22 64 A-25 150 R-24 D- D- D 13 A-24 110 A-24 125 A-30 D- D- D 14 R-21 81 R-16 104 R-14 D- I- I 15 A-16 71 R-17 136 A-20 I- I- D 16 R-17 50 A-18 62 A-25 I- I- D 17 R-14 12 A-12 37 A-38 I- O- D 18 R-16 26 A-24 110 R-28 I- D- D 19 R-13 52 R-11 70 R-13 I- O- I 20 R-19 88 R-25 90 R-24 I- D- D 21 A-20 67 A-19 73 A-15 D- D- I 22 A-13 61 R-12 125 R-13 I- I- I 23 A-21 9 R-14 47 A-12 D- I- I 24 A-18 48 R-12 91 A-12 D- I- I 25 R-18 80 R-18 92 A-15 I- I- I 26 A-32 102 A-38 102 A-32 D- D- D UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 1 (2017) p. 41-50 pág. 42 B.F. Lourenço; K.D. Blotta; V. M. Pellatiero; A. Rosendo; A. L. da Cruz; P.S. Lima; M. A. Di Pinto Júnior; J.I.S. Filho, F. Giordano; M. A. G. Magenta No do ponto PAP (VE- cm) Distância do PAP do Distância do PAP do Caract. de VE ao vegetal vegetal VE ao vegetal vegetal morfológicas amostragem mais próximo próximo mais próximo próximo 01 (cm) 01 (cm) 02 (cm) 02 (cm) 27 A-22 70 R-27 102 A-37 D- D- D 28 A-21 97 R-21 150 A-23 D- D- D 29 A-18 160 A-13 200 R-21 D- I –D 30 R- 11 105 R-16 150 A-20 O- I- D 31 R-17 170 A-15 200 A-12 I- I- I 32 A-22 114 A-14 167 A-28 D- I- D 33 A-17 141 R-17 200 A-24 I- I- D 34 R-11 96 R-11 108 R-15 O- O- I 35 R-11 121 A-11 250 R-12 O- O- O 36 A-21 99 R-10 200 R-18 D- O- I 37 R-11 91 L-18 126 A-16 O- I- I 38 A-14 150 A-14 170 A-12 I- I- I 39 A-18 132 R-12 136 A-14 I- I- I 40 A-15 75 A-11 180 R-11 I- O- O Foram observadas diferenças apresentam uma maior proporção de entre o diâmetro e a densidade das indivíduos de menor diâmetro, pois árvores da zona externa comparado às nessas áreas as taxas de mortalidade e árvores da zona mais interna (Tabela 2), recrutamento são mais elevadas. visto que, na borda as árvores Tabela 2- Distribuição da circunferência (Circunferência a Altura do Peito - PAP), Área Basal (AB) e densidade relativa (DR) de cada espécie encontrada no manguezal na Serra do Guararú- Guarujá. Lado A- Vegetais escolhidos na direção da zona interna para a externa, lado B vegetais escolhidos da zona externa para a interna. Indivíduo No/ Espécies DAP PAP DR AB sp. (cm) 1 lado Avicennia shaueriana 4,79 15,04 0,00180044 A 0,18 2 2 Avicennia shaueriana 10,01 31,43 0,00786259 3 3 Avicennia shaueriana 7,76 24,36 0,00472404 4 4 Avicennia shaueriana 10,34 32,47 0,00838947 5 5 Avicennia shaueriana 9,68 30,41 0,00736093 6 6 Avicennia shaueriana 8,73 27,42 0,00598455 7 7 Avicennia shaueriana 5,25 16,49 0,00216451 8 lado Rhizophora mangle 7,22 22,68 0,00409228 A 0,33 9 2 Rhizophora mangle 5,74 18,03 0,00258627 10 3 Rhizophora mangle 8,51 26,73 0,00568534 UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 1 (2017) p. 41-50 pág. 46 B.F. Lourenço; K.D. Blotta; V. M. Pellatiero; A. Rosendo; A. L. da Cruz; P.S. Lima; M. A. Di Pinto Júnior; J.I.S. Filho, F. Giordano; M. A. G. Magenta Indivíduo No/ Espécies DAP PAP DR AB sp. (cm) 11 4 Rhizophora mangle 9,76 30,65 0,00747783 12 5 Rhizophora mangle 7,12 22,36 0,00397888 13 6 Rhizophora mangle 7,15 22,46 0,00401270 14 7 Rhizophora mangle 6,82 21,42 0,00364975 15 8 Rhizophora mangle 6,87 21,59 0,00370831 16 9 Rhizophora mangle 5,60 17,59 0,00246093 17 10 Rhizophora mangle 4,65 14,62 0,00170009 18 11 Rhizophora mangle 5,23 16,45 0,00215209 19 12 Rhizophora mangle 4,29 13,49 0,00144799 20 13 Rhizophora mangle 6,18 19,42 0,00300007 21 lado Avicennia shaueriana 6,72 21,12 0,00355107 B 0,35 22 2 Avicennia shaueriana 4,58 14,40 0,00165075 23 3 Avicennia shaueriana 6,98 21,92 0,00382521 24 4 Avicennia shaueriana 6,09 19,14 0,00291453 25 5 Avicennia shaueriana 7,22 22,68 0,00409228 26 6 Avicennia shaueriana 10,34 32,47 0,00838947 27 7 Avicennia shaueriana 7,43 23,34 0,00433570 28 8 Avicennia shaueriana 7,10 22,30 0,00395699 29 9 Avicennia shaueriana 5,84 18,36 0,00268144 30 10 Avicennia shaueriana 5,62 17,66 0,00248314 31 11 Avicennia shaueriana 4,71 14,80 0,00174306 32 12 Avicennia shaueriana 6,04 18,97 0,00286479 33 13 Avicennia shaueriana 4,96 15,58 0,00193087 34 14 Avicennia shaueriana 6,91 21,71 0,00375009 35 lado Rhizophora mangle 3,85 12,08 0,00116183 B 0,15 36 2 Rhizophora mangle 3,91 12,30 0,00120361 37 3 Rhizophora mangle 4,26 13,37 0,00142253 38 4 Rhizophora mangle 5,70 17,90 0,00254935 39 5 Rhizophora mangle 5,94 18,66 0,00276938 40 6 Rhizophora mangle 3,85 12,08 0,00116183 UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 1 (2017) p. 41-50 pág. 47 B.F. Lourenço; K.D. Blotta; V. M. Pellatiero; A. Rosendo; A. L. da Cruz; P.S. Lima; M. A. Di Pinto Júnior; J.I.S. Filho, F. Giordano; M. A. G. Magenta Utilizando a Lógica Rhizophora mangle e 14 Avicennia Paraconsistente Anotada foi possível shaueriana.; No entanto o número de encontrar os resultados obtidos na Rhizophora mangle e o número de tabela 3 onde estão expostos os graus de Avicennia shaueriana. da amostra são evidência favorável e desfavorável da semelhantes, o que nos levam, segundo abundância relativa para as espécies os dados estatísticos de abundâncias encontradas ao longo do estudo, da zona relativas, a não afirmação da proposição interna para a zona externa (lado A) e P, de que a abundância da Rhizophora da zona externa para a zona interna mangle é alta. Desse modo, apesar da (lado B) do manguezal. amostra ser semelhante e com números Em cada lado foram amostradas parecidos, gerando dúvida, 20 espécies. No lado A foram apresentando contradição, o Algoritmo amostradas 13 Rhizophora mangle e 7 Extrator de Efeitos da Contradição Avicennia shaueriana. e no Lado B, 6 conseguiu afirmar a hipótese. Tabela 3- Graus de evidência favorável e desfavorável para os vegetais Rhizophora mangle e Avicennia shaueriana. Graus de Lado A- Lado A- Avicennia Lado B- Lado B- evidência Rhizophora mangle shaueriana Rhizophora mangle Avicennia shaueriana Favorável Desfavorável 0,65 Aplicando-se o Algoritmo ponto de referência, sendo 20 no lado A Extrator de Efeitos da Contradição que percorria da zona interna do foram obtidos os valores dos graus de manguezal até a zona externa e, em evidência resultantes da abundância, seguida em um lado B, onde foram para os vegetais da espécie Rhizophora referenciados outros 20 vegetais mangle 0,5062 e Avicennia shaueriana partindo da zona externa para a zona 0,4938. interna do manguezal. Como foi visto nos resultados, Discussão uma reta em um ponto aleatório foram O espaço amostral correspondeu identificadas que do total de árvores, a 40 vegetais que foram usados como 51% das árvores eram Avicennia UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 1 (2017) p. 41-50 pág. 48 B.F. Lourenço; K.D. Blotta; V. M. Pellatiero; A. Rosendo; A. L. da Cruz; P.S. Lima; M. A. Di Pinto Júnior; J.I.S. Filho, F. Giordano; M. A. G. Magenta shaueriana e correspondentes a 21 pontos sendo que no ponto A 35% de indivíduos, para Rhizophora mangle o Avicennia shaueriana e 65% de número de indivíduos foi 19 Rhizophora mangle, já no ponto B equivalentes a 49% do total. 63,33% de Avicennia shaueriana, 35% No lado A 65% dos vegetais eram de Rhizophora mangle e apenas 1,66% de Rhizophora mangle e 35% de de Laguncularia. Avicennia shaueriana. Do número de Como resultados obtidos a partir indivíduos de Rhizophora mangle do uso da Lógica Paraconsistente, foi encontramos DAP onde a média foi de possível afirmar que a espécie 6,54 cm e a média do PAP foi de 20,5 Rhizophora mangle está mais adaptada cm considerando altura média de 4 ao ecossistema em estudo do que os metros. vegetais da espécie Avicennia No lado B 70% dos vegetais shaueriana. Um dado que normalmente eram Avicennia shaueriana enquanto para os processos estatísticos mais 30% de Rhizophora mangle. Levando utilizados os vegetais encontrados em consideração que a Avicennia apresentariam a mesma abundância shaueriana, apresentou um DAP em relativa. Os fatores naturais, como a média de 6,03 com um PAP em média salinidade e incidência solar, afetam a de 20,05 e altura média de 5,78 cm, por altura e a densidade do bosque a partir outro lado a Rhizophora mangle da área mais próxima à água, outro fator apresentou um DAP em média de 4,58 relevante é a grande movimentação de enquanto um PAP de 14,39 e uma altura embarcações no Canal de Bertioga, média de 5,6cm. Em todos os pontos, os causando impactos pelas ondulações vegetais se apresentaram saudáveis com produzidas e dos detritos sólidos e uma variação em seu fruste. Analisando líquidos despejados na água. a proximidade dos vegetais de ambos os As respostas naturais a estes e pontos, houve uma variação da outros fatores resultam em um bosque distância, sendo evidenciada uma media com predominância de indivíduos de 107,35cm no ponto A enquanto no jovens e adultos pouco desenvolvidos, ponto B a média de distância foi de caracterizando uma área muito povoada 121,42cm. Uma maior variação ainda e com uma grande dinâmica de foi o número dos vegetais encontrados modificação. como mais próximos em ambos os Considerações Finais UNISANTA Bioscience Vol. 6 nº 1 (2017) p. 41-50 pág. 49