Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública Assistência ao parto e presença do acompanhante: um estudo sobre as jovens do Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento – “Nascer no Brasil” Raquel de Jesus Siqueira Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Saúde Pública para obtenção do título de Mestre em Ciências. Área de concentração: Saúde, Ciclos de Vida e Sociedade. Orientadora: Profa. Dra. Cristiane da Silva Cabral. São Paulo 2017 Assistência ao parto e presença do acompanhante: um estudo sobre as jovens do Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento – “Nascer no Brasil” Raquel de Jesus Siqueira Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Saúde Pública para obtenção do título de Mestre em Ciências. Área de concentração: Saúde, Ciclos de Vida e Sociedade. Orientadora: Profa. Dra. Cristiane da Silva Cabral. Versão corrigida São Paulo 2017 Dedico este estudo... À toda minha família, principalmente ao meu eterno incentivador aos estudos – meu pai amado, a quem devo esta conquista, fruto da nossa força e perseverança. A meu amor, Danilo, pelos momentos de companheirismo, compreensão, incentivo e apoio, principalmente nos momentos mais difíceis. À todas (os) obstetrizes: pela coragem e luta para uma forma de nascer mais humana; este trabalho é mais uma prova de nossa resiliência diária. Com amor. AGRADECIMENTOS À Profa Dra Cristiane da Silva Cabral, a quem admiro como pessoa. Obrigada pela oportunidade, ensinamentos, convivência e solicitude em todos os momentos nesta minha trajetória, que tanto contribuíram para minha formação acadêmica. Orgulho- me de ter sido, uma das primeiras pessoas, orientada por alguém de tamanha sabedoria e humanidade. À Profa Dra Carmem Simone Grilo Diniz, pelos ensinamentos compartilhados durante minha graduação e pós-graduação, por possibilitar o uso do banco de dados do inquérito “Nascer no Brasil” e pela contribuição na ocasião do exame de qualificação, pré-banca e composição da banca da minha defesa. À Profa Dra Cláudia Medina Coeli e à Profa Dra Ana Luiza Vilela Borges, por terem aceitado compor a banca da minha defesa e por todas valiosas contribuições para confecção do trabalho em ocasião do exame de pré-banca. À Profa Dra Elizabete Franco Cruz pelos ensinamentos, luta na Obstetrícia e pelas contribuições na ocasião do exame de qualificação. Às professoras da graduação em Obstetrícia, em especial a Jacqueline Brigagão, Nádia Zanon Narchi e Roselane Gonçalves, pelos ensinamentos compartilhados que serviram de base para esta trajetória e pela acolhida às/aos obstetrizes nos momentos mais críticos vivenciados no curso. Aos meus pais, Maria Nazaré e Aduminailson, pela educação e formação concedida e ao meu eterno amigo e grande amor, Danilo. Obrigado por sempre acreditarem em mim e por fornecerem apoio para seguir em busca dos meus sonhos. Às colegas obstetrizes Cláudia Azevedo, Mariana Gervásio, Glauce Soares, Marina Gemma, Francine Cavalieri e o Marcel Queiroz, que de alguma forma contribuíram nesta minha trajetória da pós-graduação; meu carinho especial pela ajuda. À obstetriz Juliana Ferreira Moura, amiga querida desde a graduação, pela amizade, o apoio e incentivo durante todos os momentos. Aos colegas do grupo de pesquisa GEMAS – Gênero Maternidade e Saúde e aos colegas do grupo de pesquisa sobre Juventude, Gênero e Sexualidade, coordenado pela Profa Dra Cristiane da Silva Cabral, pela ajuda em diversas ocasiões e pelos momentos de reflexão. Aos funcionários do Departamento de Saúde, Ciclos de Vida e Sociedade (Carmem e Lígia) e do Departamento de Pós-Graduação, por todas as informações e auxílios fornecidos. Ao curso de Obstetrícia da Escola de Artes, Ciência e Humanidades da USP e à Faculdade de Saúde Pública da USP. À CAPES, pela bolsa de Mestrado. Às jovens que participaram da pesquisa “Nascer no Brasil” e que fizeram parte deste trabalho. Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez. - Jean Cocteau RESUMO Siqueira RJ. Assistência ao parto e presença do acompanhante: um estudo sobre as jovens do Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento - “Nascer no Brasil”. [Dissertação]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, 2017. Introdução: Estudos sobre a assistência ao parto de mulheres jovens são escassos no país, sobretudo considerando a perspectiva e especificidade das questões envolvidas sobre a reprodução na juventude e das práticas utilizadas com os preceitos da humanização do nascimento na assistência obstétricas voltada para as jovens. Sabe-se que adoção de práticas obstétricas úteis e a presença do acompanhante (suporte contínuo) durante o processo do nascimento traz benefícios aos desfechos maternos e perinatais. Estas práticas são consideradas como bons indicadores para avaliar a qualidade da assistência obstétrica prestada às mulheres. Objetivos: analisar a assistência obstétrica e a presença do acompanhante durante o trabalho de parto e parto das jovens de risco obstétrico habitual entrevistadas no Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento – “Nascer no Brasil”, Região Sudeste; analisar a qualidade da assistência ao parto oferecida às jovens, a partir do exame dos dados sobre as práticas obstétricas; caracterizar a assistência ao parto e descrever a presença do acompanhante, segundo os dois grupos etários de jovens. Métodos: Estudo transversal, a partir dos dados do Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento – “Nascer no Brasil” (NNB), com coleta de dados realizada entre os anos de 2011 e 2012. No presente estudo, a amostra foi composta por 1.212 mulheres jovens entrevistadas pelo inquérito NNB, pertencentes aos hospitais da região Sudeste. Os critérios de inclusão neste estudo foram: mulheres de risco obstétrico habitual com até 24 anos de idade. A análise e a comparação dos dados foram realizadas a partir de dois grupos de mulheres: mulheres entre 13 a 18 anos (adolescentes) e as mulheres entre 19 a 24 anos. A associação entre os grupos de jovens e as variáveis estudadas foi realizada pela análise descritiva bivariada. Foi verificada a associação entre os grupos por meio do teste de associação qui- quadrado de Pearson (x2), com nível de significância de 5% (p < 0,05). Resultados: Foram encontradas altas prevalências de práticas prejudiciais para a condução do trabalho de parto e nascimento das jovens mulheres, como a posição de litotomia (93,6%), o uso do cateter venoso periférico (70,9%), restrição de dieta e líquidos (68%), amniotomia (57,1%), ocitocina (53,6%), episiotomia (49,9%) e a manobra de Kristeller (40,9%) e houve baixa utilização das práticas consideradas úteis e adequadas para a atenção ao parto, tais como: medidas não farmacológicas de alívio para dor (39,9%), contato pele-a-pele logo após o nascimento (35,5%), amamentação na sala de parto (21,3%) e posição não-supina (5,7%). Os índices foram capazes de caracterizar a assistência ao parto, demonstrando uma qualidade aquém da desejável. Apenas 25% das jovens tiveram a presença do acompanhante conforme a lei 11.108/05. As jovens de 13 a 18 anos apresentaram prevalência maior de intervenções durante a assistência ao nascimento, apesar de terem sido mais acompanhadas em todos os momentos da internação, em relação as jovens de 19 a 24 anos. Conclusões: Constatou-se que o modelo de assistência oferecido às jovens foi marcado pela presença de intervenções desnecessárias e o baixo uso das boas práticas. A presença do acompanhante não teve influência sobre a magnitude de práticas prejudiciais ocorridas no trabalho de parto e parto das jovens. Descritores: trabalho de parto e parto, jovem, acompanhantes de pacientes, estudos transversais, saúde pública, saúde da mulher. ABSTRACT Siqueira RJ. Assistance in childbirth and the companion’s presence: a study on the young women of the National Survey on Childbirth and Birth - "Born in Brazil". [Dissertation]. São Paulo: Public Health School, University of São Paulo, 2017. Background: Studies with regards to childbirth assistance of young women are scarce in our country, especially when considering the perspective and specificity of the issues involved in the reproduction among youth and the practices used with the precepts of the humanization of birth in obstetric care for young women. It is known that the adoption of useful obstetrical practices and the presence of the companion (i.e. continuous support) during the birth process bring benefits to both maternal and perinatal outcomes. Such practices are considered as positive indicators when assessing the quality of obstetric care provided to women. Objectives: To analyze obstetric care and the presence of the companion during labour and the delivery of young women at habitual obstetric risk interviewed in the National Birth and Birth Survey - "Born in Brazil"; to analyze the quality of delivery assistance offered to young women, based on the examination of data on obstetrical practices; to characterize delivery assistance and describe the presence of the companion, according to the two age groups of young women. Methods: A cross-sectional study based on data collected from the National Birth and Birth Survey - "Born in Brazil" (NNB), with data collection performed between 2011 and 2012. In the present study, the sample consisted of 1.212 young women interviewed by the NNB survey, belonging to hospitals located in the Southeast region. The inclusion criteria in such present study were: low-risk women up to 24 years of age. Data analysis and comparison were performed in two groups of women: women between the ages of 13 and 18 (adolescents) and women between the ages of 19 and 24. The association between the groups of young women and the studied variables was performed by the bivariate descriptive analysis. The association between the heretofore mentioned groups was verified by using the Pearson chi-square association test (x2), with a significance level of 5% (p <0,05). Results: A high prevalence of harmful practices was observed with regards to the labour and delivery of young women, such as
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