AssembléiademacroalgasdedoismanguezakdoNúcleoPicinguaba- ParqueEstadualdaSerradoMar,SãoPaulo, Brasil Gisa Eneida M. Machadou & Cristina A. G. Nassar2 (AssembléiademacroalgasdedoismanguezaisdoParqueEstadualdaSenadoMar núcleoPicinguaba,Sao Paulo,Brasil) Opresentetrabalhocaracterizaasassembléiasdemacroalgasde«tasmangueza.slocalizados noPdarqueE„stad,ualid,aS„errad,oMareiihTtnhn SãoPaulo)avaliandoacomposição,aabundancia,asvariações espaço-temporais na biomassa e no estado rep> d das Jalgas De^z amRojsotsraPsicifnogruaambaceolReitoaddaas aFlaezaetnodnaa.mUenmtet,otealmdequ1a6trtoáxcoanmspfaonihiadse,ntiefmicatdroe.s Opsonttaxonsmaisrepprreesseenmta*tivosemtermosdefreqüênciande om(yc1ao6ir0orr’ê1en7sc+ivaa7l5eor5be1siggo.dmnneairsb2s,)iaeComuofssaosimrseaanmodBraoessstanrmoyocsnphtoirnaatsocaCflohdrpoatmreirooab.PsiceBironvsgatuiajobcsa,nnaeomrpanmooparrireçszoe'n(t^2a4m,8c5o±nd22iF33ça,ozg8ee00sngds.eammeel)mhAAansaateuuetssseêêmnnpbccariiroaaa, doeduesmeanvtoeln,dvêi.nmceinatonad,adsisetsnpbeu-ciiçeasotdíapsi•cmaascdArroo.a“lRBgnoacssttirrnvydrcihmcieaeiqtuum , ppossivePlmente, devido a al,ta vaza_o d,os n,os, aliadaàausênciade um período de secaao longo do ano. Palavras-chave:manguezal,macroalgas.UnidadedeConservação. Abstract (MS,era,wSeieodPaasusleomSbtlaatge,esBroanzitlw,oTshietepsroefsemnatngrove atth Niírleo Picinguaba- Par.q,ue Estoardru)aWlind(,anSnermriankdso ofmangrovetreesintwonversofthe aulo State) evaluatmg compost to a„d spa,ial iistribution va,ia,io„s and reproductivephasesofseaweeds. Ten s,ampta andom]^ycollectedonfourcollectingeventsatthree different mangrove samplmg sites along thenvers ^and and ]6 seaweed taxa were rBBeopsaottrrttyheecdh.RiiaTvhemreonFmtaozzrteenadneaax,panrneSdsespBiotvseetm^bspecerhc(i‘a1e6s^0.md1l^7 =75^5^^hi$g^heswthivlaelutehseblwioeowrmeeasstosbvs^awelerurevesedwBeoorsnetrsfyaocmuhpnildaesocnaflsrlaoimpmtpelsrieatse, ffs/oprureoicmtiuhessesiitwegiraCcoscwamfttuohtuihnceodRfR.iitTvhheeteir“PoBiboctsiatnnbrgeyudca,hbria.eesitunlu.tMms.a„mr.dsc.iphecca(it2•ee4s„.,t8h5p„artr±,ob,bzousa.t,.bnur;rnuiiyvvvceed.rrusmseaa>ritecoumtnhdeerhisgihrmiwlaarteernivnviotrhloenumdmeiensttonafblubctooitnohdnintovifeotnrhsse combined with the lackofadry season along the year. Keywords: mangrove, seaweeds,conservationunit. Introdução dechuvastorrenciais,inclusiveasdenominadas OnortedoestadodeSãoPaulotempassado n“tarsomebnacsosdt’aásguae”,otaosmsaomreoarmiescnotdoeddoesslirziaosmenutmo por alterações decorrentes de interferências problema constante (Ferreira 2001). antrópicasenaturais,quesetomarammarcantes O Parque Estadual da Serra do Mar ceomm1o9i7n5íceiosdeaacgornasvtarruaçmã,odpaosrtoedroivoiramReinot-eS,acntooms (PESM) foi criado em 1977 pelo Decreto-Lei & 10.251/SP e teve a região da Picinguaba a19i9m7p)l.anAtafçorãtoedianrcoldionavçiãaoBdRa-s1e0n1co(sSitlavsa,deSviildvoa incorporada em 1979 (Sousa et al. 2006). O Núcleo Picinguaba possui aproximadamente àproximidadedaSerradoMar,eaocorrência A'rUtniigvoerrseicdeabdiedoFeedemra0l9/d2o00R6i.oAdceeiJtanoepiraor.aIpnusbtliituctaoçãdoeeBimol0o5g/i_a0.0D7.epartamentodeBiologi.aM.,ann.h,a,mIlhad,oyF.undão,Ri.o 0 ÍniTeTiS^’Fed!ml"doRiodeÍaneiro,InstitutodeBiologia,DepartamentodeBotânica,IlhadoFundão,RiodeJaneiro, RJ, 21944-970,Brasil. 'Autorparacorrespondência:[email protected] SciELO/JBRJ cm 13 14 .. 836 Machado, G. E. M. &Nassar, C.A. G. 47.000hade MataAtlântica, oquerepresenta demacroalgasparaolocal,oquetomaopresente a maior área contínua de Mata Atlântica estudodefundamentalimportância,contribuindo preservadadopaíseoúnicopontoondeoPESM para a gestão dessa unidade de conservação. atinge a orla marítima. Segundo o Sistema O presente trabalho tem como objetivo NacionaldeUnidadesdeConservação(Brasil caracterizar as assembléias de macroalgas de 2000),comounidadedeconservaçãodeproteção dois manguezais localizados no Parque integral, a modalidade“Parque Estadual” tem Estadual da Serra do Mar (Ubatuba-São comofinalidade“protegeratributosexcepcionais Paulo) através da avaliação da composição, danatureza”, nestecaso,oque restoudaMata da abundância (peso seco) e da variação Atlântica no estado de São Paulo, bem como temporal e espacial na biomassa e no estádio o mosaico de ecossistemas a ela associada, reprodutivo das algas. tais como restingas e manguezais. MaterialeMétodos Os manguezais são ecossistemas O litorâneosquesedestacampelaaltaprodutividade NúcleoPicinguabadoParqueEstadual e pelo papel fundamental que desempenham daSerrado Mar(Ubatuba-SãoPaulo)temem no histórico de vida de inúmeros organismos seu território uma extensa área ocupada por marinhos(Brancoetal. 2003).Nacostasudeste manguezais. Os manguezais estudados doBrasil,osmanguezaiscorrespondemaapenas (23°22’00”S e 44°50’12”O) são formados 9,9% da área ocupada por esse ecossistema pelos Rios Picinguaba e da Fazenda, cujas m m nascentes estão localizadas a 800 e 1220 no litoral brasileiro (Schaeffer-Novelli et al. 1990), o que toma urgente estudos nos locais dealútude,respectivamente.Estesriospercorrem, aproximadamente, 8,5kmatéatingiremomar onde eles ainda estão preservados. NoBrasil, umgrandenúmerodeestudos e não apresentam meandros até alcançarem a região plana do estuário, que apresenta cerca commacroalgasde manguezais secaracteriza de 800 metros de extensão (IBGE 1974). pelo enfoque florístico (Mitchell et al. 1974; & & SegundoSilva Silva(1997)avegetação Hadlich 1984; Por et al. 1984; Hadlich arbóreadosmanguezaisdoNúcleoPicinguaba Bouzon 1985/7; Paula etal. 1989; Bragaetal. é pouco desenvolvida devido às condições 1990; King etal. 1991; Fortes 1992). Alguns climáticasdesfavoráveiseaconstituiçãodosolo. estudosabordamaspectosdasvariaçõesespaciais Aáreapossuisoloarenosocompoucaformação e19t8e8m;pPoirnahiesir(o-MJiorvaenndtaino19&86L,imMai-rVaenrddaee1t98a8l;. deeúsmuibdstor,atcoolmamotsemop.eJráaotucrlaismaeéledvoadtaipsoequaelnttoes Miranda & Pereira 1989/90; Yokoya et al. índicespluviométricos(Silveira 1964).Aschuvas 1999), outrostratamde aspectos relacionados ocorremaolongodetodooano(Kõppen 1984), a biomassa e cobertura (Oliveira 1984; Paula semperíodosdescca(IBGE2004).Deacordo et al. 1989; Eston et al. 1991, 1992; Pereira comdadosfornecidospeloInstitutoAgronômico 1996; Cutrim 1998; Pereira & Eskinazi-Leça de Campinas - IAC, em 2004 a temperatura & 1999; Pereira 2000; Cunha Costa 2002), e duranteoanodecoletavarioude 17,8a26,6°C. um trabalho (Cunha & Duarte 2002) aborda O volume total de chuvas foi de 2.352,4 mm aspectos da fisiologia do gênero Bostrychia. (média de 6,4 mm/dia), com o maior volume A ocorrência do grupo de algas vermelhas tendo ocorrido em janeiro (331,5 mm) e o denominado “Bostrychietum” (Post 1968), menoremagosto (29,6 mm). que secaracterizapelaassociaçãodeespécies Atemperatura(termômetrodemercúrio, dos gêneros Bostrychia, Caloglossa, Incoterm74536/0 asalinidade(refratômetro, 1), CatenellaeMurrayella,écomum aosestudos OSK 16945) e o pH (Hagen MasterTest Kit) citados acima. da água foram mensurados apenas uma vez ApesardaimportânciadoParqueEstadual cada coleta, a 40 cm abaixo da superfície da íkiSerradoMar,atéomomentoinexistemcitações linhad’água. Rodriguésia 58 (4): 835-846. 2007 SciELO/JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. MacroalgasdePicinguaba 837 Foramestudadostrêspontosdecoletaem 1998). A área raspada de cada tronco foi cadario(PicinguabaeFazenda),umaamontante estimadamultiplicando-seacircunferênciados (ponto A), uma intermediária (ponto B) e a troncos pela largura da faixa. As amostras última ajusante do rio (ponto C) (Fig. 1). As foram coletadas a 20 cm, altura onde havia a coletas foram realizadas nos meses de março, maior densidade visual de macroalgas. Os junho, setembroe dezembro de 2004. valores finais foram convertidos para g.m2 e As amostras foram obtidas de forma expressos como média ± desvio padrão. Em aleatória.Adireçãoaserpercorridafoi indicada junhoeemdezembrode2004,foramrealizadas por consecutivos lançamentos de um dado, buscasemraízesaéreas(pneumatóforos)erochas ondecadanúmerocorrespondeuaumadireção presentesnospontosdecoleta.Asamostrasforam (norte, sul, leste e oeste). Em seguida, foram lavadassobre umapeneiraeemseguidafixadas selecionadososprimeirosdeznúmerosdeuma em,umasoluçãode formaldeídoa4%. tabeladenúmerosaleatóriosquecorresponderam Nolaboratório,asamostrasforamtríadas ao número de passos a serem percorridos na com o auxílio de pinças sob microscópio direção indicada. Uma vez que a posição foi estereoscópicoeasalgasidentificadas,quando A alcançada, acoletafoi realizadano tronco mais possível,atéoníveldeespécie. nomenclatura próximo.Oprocedimentofoirepetidoatéque 10 dasespéciesseguiuWynne(2005).Apósatriagem, réplicashouvessemsidocoletadas (adaptadode as espécies foram levadas à estufa (60°C) até Eston etai 1991). Para minimizaro impacto atingiremmassaconstantee,emseguida,pesadas sobreasárvores,considerandoqueolocaléuma em balançadigital com precisão de 0,01 g. unidade de conservação, as amostras foram Oesforçoreprodutivodaspopulaçõesdas coletadasporraspagemsuperficialdostroncos. espécies encontradas foi determinado apartirda As amostras consistiram em algas relação entre o número de amostras em que a coletadasemumafaixade 10cmde larguraao espécieestava fértil e o número de amostras em redordostroncos(metodologiaadaptadadeCutrim que aespécie foi encontrada. Figura 1 -LocalizaçãodoNúcleoPicinguabaepontosdecoleta(A, BeC)nosriosFazendaePicinguaba. Rodriguésia 58 (4): 835-846. 2007 SciELO/JBRJ 13 14 15 16 17 18 838 Machado, G. E. M. &Nassar, C.A. G. Naanáliseestatísticadosdados,oíndice Resultados de Similaridade de Bray Curtis foi aplicado à A temperatura da água mais elevada foi médiadamassasecadostáxonspordataeponto observadaemdezembro(22°C)eamaisbaixaem de coleta. O resultado foi expresso em um junhoesetembro(17°C). NorioFazendaamenor dendrogramaformado apartirdogrupamento salinidadefoi2eamaior5.JánorioPicinguabaa das amAosdtirfaesrepnoçrameéndtrieaanãboiopmoansdesraadtoat.al das menorsalinidade foi 3 e amaior 13 (Tab. 1). Os valores maisbaixos foram sempre observados no amostrasporpontodecoletafoiestimadaatravés ponto A, de ambos os rios. Não foi observada de análise de variância (ANOVA) unifatorial. variaçãonopHdospontosdecoleta(pH=7). Osdadosforamtestadosquantoànormalidade Asmacroalgasforamobservadasrecobrindo (testedeShapiro)ehomogeneidadedasvariâncias (testedeCochran,HartleyeBartlett).Nocaso os troncosUdmas árvores nos dois manguezais de diferenças significativas (p < 0,05), estas estudados. totalde 13táxonsfoiidentificado foram localizadas através do teste de Tukey. nas amostrascoletadas sobreostroncos(Tab. 2). Acorrelaçãoentretemperaturaesalinidade Alémdesses,outrostrêstáxonsforamcoletados em pneumatóforos e rochas: Gayralia eamédiadabiomassadasespéciesfoiestimada através do teste de r de Pearson. Para todos oxysperma (Kütz.) K.L.Vinogr. ex Scaget et ai; Polysiphonia denudata (Dillwyn) Grev. os cálculos foi utilizado o pacote estatístico ex Harv. e Bostrychia tenella (J.V.Lamour.) Statistica v. 6.0. Tabela 1 - Salinidade e temperaturada água nos pontos de coletanos rios Fazenda e Pincinguaba durante as coletas em 2004. RioFazenda RioPicinguaba março junho setembro dezembro março junho setembro dezembro temperatura A 21 17 17 22 21 18 18 20 B 21 18 18 22 21 20 20 22 C 21 18 18 23 21 20 20 22 salinidade A 2 2 3 3 3 4 4 5 B 2 3 3 4 4 4 4 13 C 2 3 3 5 5 5 4 12 Tabela 2 - Relação dos táxons identificados nos manguezais dos rios da Fazendae Picinguaba. RioPicinguaba RiodaFazenda Táxons Boodleopsispusilla(Collins)W. R.Taylor,A.B. Joly&Bemat. + + + + Chaetomorpha sp. Cladophora vagabunda (L.) C. Hoek + + + + Uivaflexuosa Wulfen subsp flexuosa . + + Rhizoclonium africanum Kütz + + Rhizoclonium riparium (Roth) Kütz. exHarv. Bostrychia calliptera (Mont.) Mont + + Bostrychia moritziana (Sond. ex Kütz.)J. Agardh + + + + Bostrychia radicans (Mont.) Mont. + + Caloglossa leprieurii( Mont.) G. Martens Caloglossa ogasawaraensis Okamura + + + + Catenella caespitosa (Wither.) L.M.Irvine Compsopogon sp. 4- ' Rodriguésia 58 (4): 835-846. 2007 SciELO/ JBRJ. cm .. 2 13 14 839 MacroalgasdePicinguaba J.Agardh,nopontoCdcambososrios.Apresença Quanto aos meses de coleta, os três de cianobactérias Lyngbia e Microcoleus pontosnorioFazendaapresentaramdiferenças ( A chthonoplastes Thuret ex Gomont.) foi significativasnabiomassadealgas: (F=6,32, observada em 63% das amostras. p<0,05); B (F= 7,06, p<0,()01) e C (F= 8,653, Emgeral,amenorriquezadetáxons(Fig.2) p<0,001).NorioPicinguaba,adiferençaentre foi observada no ponto A de ambos os rios as biomassas só foi observada no ponto C (6táxons). Jáamaiorriquezafoi encontradano (F=13,53,p<0,001)(Fig.2). rioPicinguabanopontoB (10táxons)e norio OgêneroBostrychiaapresentaos valores Fazenda no pontoC táxons). O pontoA(a mais elevados de percentual de ocorrência e montante),comamen(o1r1 salinidade (salinidade de biomassa em ambos os rios. B. radicans =2),apresentou númeromenordeespéciesem foi observada em todas as amostras, com os todas as coletas, enquanto os pontos B e C (a valores quase sempre elevados, enquanto B. jusante),comvaloresdesalinidademaiselevados, calliptera e B.moritziana se alternaram como apresentaram um número maior de espécies. espéciesassociadasaB. radicans.Além dessas, Catenella caespilosa também apresentou Apesardadiferença,nãofoiobservadacorrelação significativa entre o número de espécies e a biomassa elevada, especialmente nos pontos salinidade (r=0,15, p>0,05) ou temperatura A e B de ambos os rios (Tab. 3). (r=0,07, p>0,05) no momentodacoleta. Não houve correlação significativa (p > Os maiores valores de biomassa foram 0,05)entre atemperaturadaáguae salinidade observados no ponto B do rio Fazenda, em com a biomassa das espécies B. radicans, setembro(160,17 ±75,51 g.nr2 eosmenores B. calliptera e B.moritziana, respectivamente. nopontoCdorioPicinguaba,em) março(24,85 Pela análise de agrupamento observa-se ±mê2s3d,e80segt.enmrb2r).o,EnntorpeoonstoriBo,s,aparpeesneanstoaucdoilfeetraendçoa faofroarmmaaçgãroudpeadtarêssgnrãaondpeosrgsruuapolso.cAalsiazmaoçãsotroaus significativa(F=9,146,p<0,001)(Fig. 3). mêsdecoleta,esimpeladistribuiçãodabiomassa No rio Fazenda, houve diferença de B. radicans. No grupo 1. foram reunidas significativa na biomassa entre os pontos de asamostrasnasquaisabiomassadessaespécie coletas nos meses dejunho (F= 7,42, p<0,05) foi maiselevada(88,4± 18,1 nr2).Nessegrupo contribuíram também B. moritziana, B. e setembro (F= 12,78, p<0,001). Já no rio Picinguaba, a diferença entre os pontos foi calliptera e C. caespitosa. No grupo 2, foram significativanos mesesde setembro (F= 3,74, reunidas as amostras nas quais B. radicans apresentou valoresdebiomassaintermediários p<0,05)edezembro(F= 11,23,p<0,001). Rio Fa7pn mesesdecoleta mesesdecoleta Figura2-Númerode táxonsporpontoemêsdecoletanosrios Fazendae Picinguaba. Barrapreta=pontoA; Barra branca=pontoB eBarradiagonal=pontoC. Rodriguésia 58 (4): 835-846. 2007 SciELO/JBRJ 13 14 840 Machado, G. E. M. &Nassar, C.A. G. 240 1 Rioda Fazenda 240 Rio Picinguaba 180 180 120 - 120 E o O) 60 - 60 0 1 pontoA 240 240 - 180 - 180 CM ponto B ponto B 240 -i 240 i " 180 180 - CM •j CEA 120 - O) - 60 0 - ponto C ponto C Figura3-Variaçãodebiomassadasmacroalgas(médiaedesviopadrão)nospontosdecoletaaolongode2004. Barra cinza=março; Barrapreta=junho; Barradiagonal=setembroeBarrabranca=dezembro. Rodriguésia 58 (4): 835-846. 2007 SciELO/ JBRJ cm 13 14 .. 11 11 1 Tabela 3 - Médias e desvios padrão das biomassas das espécies (g.nr2) ao longo do estudo nos pontos de coleta. Rio da Fazenda Rio Picinguaba Rodriguésia pontos março junho setembro dezembro março junho setembro dezembro Macroalgas Boodleopsis pusilla A 0,08±0,24 58 B 0,66±1,41 3,20±6,58 de C 8,37±12,80 5,68±13,58 0,29±0,90 0,13±0,40 (4): Bostrychia calliptera A + 0,16±0,34 0,11±0,33 3,12±8,77 B 2,78±6,50 1,95±4,69 0,11±0,34 0,88±1,64 0,98±2,13 8,79±15,82 33,36±20,65 8,32±9,67 Picinguaba 835-846. Bostrychia moritziana CA 71,9,119+81±51,54,090 71,07,12±87±,1905,32 112,,3565±3±,1410,90 11,11,43±92±,1979,12 07,,0689±±08,,131 30,32±11,36 01,40,80±20±,2225,55 01,58,90±01±,87,143 B + 30,14±43,94 3,16±6,82 0,62±0,1 2,66±8,38 C + 0,27±0,61 ,67±2,06 15,88±24,44 + 0,40±1,26 3,49±4,93 2007 1 Bostrychia radicans A 21,92±19,10 20,52+10,04 23,61±1S,8 50,68±14,37 24,72±35,13 24,27±20,67 42,37±29,08 28,46±12,85 B 45,29±25,36 35,99±29,81 91,92±45,59 81,20±26,05 20,60±20,23 31,54±22,43 6,51±9,04 24,93±17,56 C 26,15±23,46 21,84±23,96 99,15±74,87 116,37±45,1 0,30±0,40 9,54±16,14 65,17±28,92 76,56±30,26 Caloglossa leprieurii A 0,12±0,25 3,01±8,88 B 0,36 ±1,15 0,61±1,71 1,02±1,72 0,05±0,17 C 0,50±0,87 0,10±0,24 8,04±0,24 0,07±0,23 Caloglossa ogasawaraensis A B 2,70±8,54 0,08±0,18 0,60±0,81 C 0,39±0,67 1,74 ±4,55 Catenelia caespitosa A 4,94±13,75 12,44±18,89 15,97±33,10 25,55±33,68 21,28±23,19 39,78±47,04 9,01±14,25 4,60±7,96 B 6,65±13,28 48,88±56,36 38,00±67,77 10,04±15,88 5,78±8,00 15,60 ±24,18 C 8,90±18,76 0,03±0,09 7,97±17,1 5,80 ±9,62 0,09 ±0,29 0,08 ±0,24 1,20 ±3,79 0,14 ±0,45 Chaetomorpha sp. A B 0,25±0,59 0,07±0,22 Cianobactérias A 0,47±0,61 0,66±0,57 0,24±0,50 B 0,73±0,57 0,59±0,72 0,10±0,31 C 0,92±0,83 1,00±0,55 0,71±0,68 Cladophora vagabunda A 0,20±0,38 B 0,37±0,46 C 0,12±0,40 0,36±0,68 Compsopogon sp. A B c 0,07±0,21 Enteromorphaflexuosa A B 0,10±0,32 1,00±1,94 0,07±0,21 0,22±0,47 C 0,08±0,25 Rhizoclonium africanum A 0,30±0,65 B 0,15±0,49 0,05±0,17 C 0,08±0,25 Rhizoclonium riparium A 0,20±0,38 0,07±0,21 0,80±2,53 B 0,30±0,47 14,54±39,33 0,11±0,35 0,66±0,74 0,65±0,90 5,39±7,17 C 0,79±0,91 0,35±0,45 0,69±0,66 1,70±1,73 1,84±1,96 3,48±6,06 1,14±3,6 Legenda: “+” biomassa abaixo de 0,01 g. SciELO/JBRJ 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 842 Machado, G. E. M. &Nassar, C.A. G. (29,8±14,0 g.nr2). Nessas amostras, C. Discussão caespitosa esteve presente com média de Todosostáxonsdemacroalgasencontrados biomassaelevada(11,84±11,09g.nr2)chegando são freqüentemente citados para manguezais a apresentar valores superiores aos de B. brasileiros (Oliveira 1984), com exceção de A radicam no ponto do rio Picinguaba. Já no Compsopogon sp. Esta Rhodophyta foi grupo 3, foramreunidasasamostrasnasquais encontradanorio Picinguaba nas amostras de B. radicans apresentou seus menores valores março e dezembro. Os exemplares coletados de biomassa (5,45± 4,71 nv2). Nesse grupo a estavamfixosenãoapenasretidosnavegetação, biomassa de B. calliptera (23,79±14,02 nr2) indicandoquesedesenvolveram noslocaisde foi superior à de B. radicans (Fig. 4). coletaequenãoforam,simplesmente,arrastados Não foi observada uma tendência de pelo rio de trechos a montante. Esse gênero é variaçãonosestadosreprodutivosaolongodo citado para rios e lagoas do estado do Rio de ano. Em todas as amostras emque asespécies Janeiro por Menezes & Dias (2001). de B. calliptera e B. moritziana estiveram Onúmerototaldetáxonsfoi similaraode presentes, as maiores percentagens observadas outrosmanguezaisbrasileirosondeasalinidade foramdeplantasnãoférteis.Entreosindivíduos também foi baixa (Pereira 2000). Espécies férteis, as plantastetrasporofíticasforammais como Cladoplwropsis membranacea freqüentes do que as plantas gametofíticas. B. (C.Agardh) Boergesen e Polysiphonia howei radicam apresentou plantas masculinas em Hollenb., mencionados para manguezais com todas as campanhas em pelo menos um ponto maior influência de águas salinas não foram de coleta. Essa espécie também apresentou a encontrados nos manguezais estudados (Cunha maior percentagem de plantas férteis (M, F e & Costa 2002). A ocorrência de Boodleopsis T), especialmente, no rio da Fazenda (Tab. 4). pusilla e Bostrychia calliptera, cobertas por pontos de coleta Figura4-AnálisedeagrupamentodasamostrasdorioFazendaerioPicinguaba,combasenabiomassadasespe'ciesde macroalgas. F = rio Fazenda, P = rio Picinguaba, A, B e C = pontos de coleta, M, J, S e D = meses de coleta, respectivamente, março,junho, setembroedezembro. Rodriguésia 58 (4): 835-846. 2007 SciELO/ JBRJ cm 13 14 15 16 17 18 19 .. ABC ABC (58 Tabela 4 - Estádio reprodutivo (%) das espécies de Bostrychia por amostra ao longo do estudo nos pontos de coleta. de 4 ): Picinguaba 835 - RiodaFazenda Rio Picinguaba 846 . 2007 março junho setembro dezembro março junho setembro dezembro março junho setembro dezembro março junho setembro dezembro março junho setembro dezembro março junho setembro dezembro Bostrychia T 10 33 25 10 40 calliptera F 10 M 30 NF 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Bostrychia T 20 55 30 87 60 80 43 moritziana F 22 12 M NF 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 Bostrychia T 44 70 11 10 100 60 30 30 67 90 50 50 50 10 90 28 40 57 33 30 33 radicans F 60 11 30 20 80 20 60 33 40 60 90 70 14 57 11 30 M 10 20 20 10 10 20 2 80 14 11 30 22 NF 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 T= tetrasporofíticas,F=gametofíticafeminina,M= gametofíticamasculinaeNF=nãofértil. 00 Uí SciELO/ JBRJ cm 1 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 844 Machado, G. E. M. &Nassar, C. A. G. sedimento lamoso, o que algumas vezes Cunha & Duarte (2002) demonstraram que dificultou a triagem das espécies, também foi B. calliptera apresenta alta eficiência mencionada por Eston et al. (1991). fotossintéticaem altas salinidades. Os extremos de salinidade encontrados Apesar de Oliveira (1984) mencionar (2e 13)estãodentrodavariaçãomencionadas Catenella caespitosa como errática e ausente por Diaz-Pferrer (1967) para áreas de namaioriadosmanguezaisnoBrasil,emnosso manguezais,ondeasalinidadepodevariarde0 estudo foram observados elevados valores de a35.Afaltadecorrelaçãoentrea salinidadee biomassa dessa espécie. onúmerodeespéciedeveservistacomcautela, NopontoCdoRiodaFazenda,avegetação uma vez que tanto a salinidade quanto a terrestrearbóreaapresentamenorportequenos temperaturaforamtomadas de formapontual. demais pontos, uma vez que essa vegetação Emoutrostrabalhos,asalinidadeinfluencianão encontra-seemreconstituiçãoemdecorrência sóonúmerodeespécies,mastambémavariação da tromba d’água ocorrida em 2000 (Ferreira espacial da biomassa das algas (Miranda & 2001). No entanto, as macroalgas associadas Pereira 1989/90; Cunha & Costa 2002). a elas não apresentaram composição ou Os valores da biomassa de algas para o biomassa diferentes dos demais pontos. riodaFazendaerioPicinguabaestãodentrodas variaçõesmencionadasparaaBaíadeBabitonga Conclusão & no estado de Santa Catarina (Cunha Costa, Não houve uma distinção no padrão de 2002).Afaltadeumaclaratendêncianopadrão ocorrência ou biomassa das assembléias de dedistribuiçãoespacialetemporaldabiomassa macroalgas que ocorrem nos manguezais pode estar relacionada ao fato dos rios estudados, sugerindo que os dois rios estudados não apresentarem um período de apresentam condições semelhantes para o secaao longodo ano.Aregião onde oNúcleo desenvolvimento das espécies típicas do Picinguabaestálocalizado,caracteriza-sepela “Bostrychietum”. Também, não foi detectada alta pluviosidade durante todo o ano (IBGE uma tendência de variação temporal nas 2004). Poroutrolado, nomanguezal doCanal assembléias, inclusive para os estádios deSantaCruzemPernambuco(Pereira2000), reprodutivosdasalgas,possivelmente,devido amaioriadasespéciesapresentouumaumento à alta vazão dos rios estudados, aliada a falta debiomassanoperíodo seco, comexceçãode de um período seco ao longo do ano. Rhizoclonium sp., cujo aumento ocorreu no períodochuvoso(inverno). Agradecimentos As espécies de Bostrychia apresentaram As autoras agradecem ao Instituto biomassa expressiva em todas os pontos, em Florestal, SMA, SPpelaautorizaçãodecoleta ambososrios,mesmoemlocaiscomsalinidadede (Proc.40.978/2004)eàcoordenaçãodoNúcleo apenas2.Essevaloréinferioraomencionadopor Picinguaba pelo apoio logístico durante as Oliveira(1984),quelimitaaocorrênciadeespécies coletas.AgradecemosaindaàCristinaMenezes dc Bostrychia a salinidades acima de 5. pelaidentificaçãodascianobactériaseaVanine No rio Fazenda a espécie Bostrychia PereiraCristinapelaidentificaçãodoscrustáceos. moritzianaapresentoumaiorbiomassanoponto A, onde a salinidade foi de 2 a 5. Já a espécie Referências Bibliográficas Bostrychia calliptera ocorreu de forma mais expressivanopontoC(maispróximoaomar). Braga, M. R. A.; Fujii, M. T.; Yokoya, N. S.; NaBaíadeBabitonga, Cunha&Costa(2002) Eston, V. R.; Plastino, E. M. & Cordeiro- Marino, M. 1990. Macroalgalreprodutive tambémmencionamelevadosvaloresdebiomassa paraB. moritzianaemáguasoligohalinaepara pattcmsinmangrovesofIlhadoCardoso, B.callipteraemáguasmesohalinas.Emcultivos. SP, Brasil. In\ Anais do Simpósio de Rodriguésia 58 (4): 835-846. 2007 SciELO/ JBRJ, cm .. 13 14 15 16 17 lí