Capa61:Capa35 4/14/16 7:28 PM Page 1 Ano 13 Nº 61 Mar/Abr 2016 ISSN 0100-1485 EENNTTRREEVVIISSTTAA EEnniioo DDuuaarrttee PPiinnttoo,, GGeerreennttee NNaacciioonnaall ddee IInnoovvaaççããoo ee TTeeccnnoollooggiiaa ddoo SSEEBBRRAAEE EENNSSAAIIOOSS EELLEETTRROOQQUUÍÍMMIICCOOSS AASS SSOOFFIISSTTIICCAADDAASS AARRMMAASS DDOO CCOOMMBBAATTEE ÀÀ CCOORRRROOSSÃÃOO Sumário61:Sumário/Expedient36 4/25/16 10:31 AM Page 1 Sumário A Revista Corrosão & Proteçãoé uma publicação oficial da ABRACO – Associação Brasileira de Corrosão, fundada em17 de outubro de 1968. É editada em parceria com a Aporte Editorial com o objetivo de difundir o estudo da corrosão e seus métodos de proteção e de controle e con- gregar toda a comunidade técnico-empresarial do setor. Tem como foco editorial compartilhar os principais avanços tecnológicos do setor, tendo como fonte entidades acadêmicas, tecnológicas e de classe, doutores mestres e profissionais renomados do Brasil e do exterior. Av. Venezuela, 27, Cj. 412 Rio de Janeiro – RJ – CEP 20081-311 4 Fone: (21) 2516-1962/Fax: (21) 2233-2892 www.abraco.org.br Editorial Diretoria Executiva – Biênio 2015/2016 Melhor prevenir que remediar Presidente Dra. Denise Souza de Freitas – INT 6 Vice-presidente Eng. Laercede Paula Nunes – IEC Entrevista Diretores SEBRAE: lado a lado com Aécio Castelo Branco Teixeira –química união Ana Paula Erthal Moreira –A&Z ANÁLISESQUÍMICAS oempreendedor Fernando Loureiro Fragata– Consultor/Instrutor M.Sc. Gutemberg de Souza Pimenta– PETROBRAS Maria Carolina Rodrigues Silva– Eletronuclear 8 Eng. Pedro Paulo Barbosa Leite – Petrobras Segehal Matsumoto– Consultor/Instrutor Ensaios Eletroquímicos Conselho Científico As sofisticadas armas do combate à corrosão M.Sc. DjalmaRibeiro da Silva – UFRN M.Sc. Elaine Dalledone Kenny – LACTEC M.Sc. Hélio Alves de Souza Júnior Dra. Idalina Vieira Aoki – USP 29 Dra. Iêda Nadja S. Montenegro – NUTEC Eng. João Hipolito de Lima Oliver – ABRACO Informa PETROBRÁS/TRANSPETRO Dr. José Antonio da C. P. Gomes – COPPE Dr. Luís Frederico P. Dick – UFRGS 29 M.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida – IPT Dra. Olga Baptista Ferraz – INT Cursos 2016 Dr. Pedro de Lima Neto – UFC Dr. Ricardo Pereira Nogueira – Univ. Grenoble – França Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ 34 Conselho Editorial Eng. Aldo Cordeiro Dutra – INMETRO Opinião Dra. Célia A. L. dos Santos – IPT Dra. Denise Souza de Freitas – INT Poder é merecer o que se quer Dr. Ivan Napoleão Bastos –UERJ Dr. Ladimir José de Carvalho –UFRJ Orlando Pavani Junior Eng. Laercede Paula Nunes – IEC Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ Dra. Zehbour Panossian – IPT Revisão Técnica Dra. Zehbour Panossian (Supervisão geral) – IPT Dra. Célia A. L. dos Santos (Coordenadora) – IPT M.Sc. Anna Ramus Moreira – IPT M.Sc. Sérgio Eduardo Abud Filho – IPT M.Sc. Sidney Oswaldo Pagotto Jr. – IPT Redação e Publicidade Aporte Editorial Ltda. Artigos Técnicos Rua Emboaçava, 93 São Paulo – SP – 03124-010 18 26 Fone/Fax: (11) 2028-0900 Aumento da confiabilidade opera- Não é micras nem micros. É [email protected] cional de retificadores usados em sis- micrometros Diretores e Editores João Conte – Denise B. Ribeiro Conte temas de proteção catódica Por Celso Gnecco Projeto Gráfico/Edição Por Milene Lagoas de A. Desmarais e 30 Intacta Design – [email protected] Simone Louise Delarue C. Brasil É secagem ou cura Gráfica nas tintas anticorrosivas Ar Fernandez Por Celso Gnecco Edição nº 61 de Março/Abril de 2016 ISSN 0100-1485 Circulação nacional –Distribuição gratuita Esta edição será distribuída em maio de 2016. As opiniões dos artigos assinados não refletem a posição da revista. Fica proibida sob a pena da lei a reprodução total ou parcial das ma térias e imagens publicadas sem a prévia auto - ri zação da editora responsável. C & P• Março/Abril • 2016 3 Editorial61:Editorial36 4/25/16 10:22 AM Page 1 Carta ao leitor Melhor prevenir que remediar uma época de contenção de despesas e de estagnação da economia, com perspectivas de crescimento negativo para os próximos anos, cada vez mais o controle de gastos será conduzido com rigor. Todos os setores da indústria serão afetados, exigindo dos seus departamentos a redução dos orçamentos e o cumprimento das metas estabelecidas. Um dos “mantras” da medicina apregoa que a pre- venção e o tratamento precoce de uma doença, quando seguidos à risca, proporcionam uma economia expressiva em exames, internações e medicação, além de uma recuperação mais célere e segura do paciente. A máxima de que é melhor prevenir do que remediar nunca esteve tão bem aplicada como nesse momento da nossa abalada economia que amarga índices catastróficos. Como já comentamos em outros editoriais, estudos confiáveis da World Corrosion Organizationestimam que os gastos com o combate à cor- rosão chegam ao alarmante porcentual de 2,8 % do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. Para se ter uma ideia, esse valor é superior ao PIB de mais de 170 países, em uma lista de 184 nações, segundo o ranking do Fundo Monetário Internacional (FMI). Então, prevenir é a palavra de ordem quando se trata de controle da ação corrosiva. Caso contrário, os gastos no combate à corrosão serão infinitamente maiores e, se con - “ side rarmos as horas paradas de equipamentos, assumirão proporções A ABRACO tem estabelecido novas parcerias exponenciais. A ABRACO se dedica há quase meio século à missão com outras entidades, a fim de promover o de difundir o estudo da corrosão, compartilhando as experiências e os avanços tecnológicos do setor por meio de cursos, seminários, con- fortalecimento de todos para a superação das gressos, exposições empresariais, certificações profissionais e da dis - adversidades do momento econômico” ponibilização de acesso ao acervo de literatura técnica, trabalhos e publicações especializadas. Além disso, ela abriga comissões de estu- do de normas, por meio de convênio com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Temos de concentrar esforços para buscar a excelência na prevenção da corrosão, minimizando custos, capacitando os profissionais que se dedicam a essa tarefa, absorvendo toda a tecnologia disponível para reduzir os gastos no combate à corrosão. Quais as consequências de um equipamento parado? Qual o impacto de um desastre ecológico motivado pela ação corrosiva? Temos de refletir nesse sentido e agir com determinação para minimizar as causas desses percalços. O INTERCORR, o maior evento internacional de corrosão que se realiza no Brasil, chega à sua 36ª edição, mostrando estâmina e determinação. Caracterizando-se como um fórum de intercâmbio, ele pro- porciona um maior compartilhamento de conhecimentos e experiências ao reunir os profissionais da área de corrosão e a comunidade técnica e científica de universidades e institutos de pesquisas. Além disso, ele firmou-se como um grande fomento comercial e, naturalmente, acabou se tornando um espaço social onde velhos companheiros se reencontram e novas amizades são feitas. Como ninguém faz sucesso sozinho, a ABRACO tem se empenhado em estabelecer novas parcerias com outras entidades de atuações correlatas, com o objetivo de promover o fortalecimento de todos para a superação das adversidades que o momento econômico nos impõe. As sofisticadas armas do combate à corrosão– Nesta edição, os Ensaios Eletroquímicos recebem destaque especial com o depoimento de especialistas e entidades científicas que se dedicam à essa área. Ricamente ilustrada com gráficos e esquemas, a matéria pode ser apreciada na página 8. Em entrevista exclusiva, Enio Duarte Pinto, gerente nacional de Inovação e Tecnologia do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Nacional, discorre sobre as atividades dessa enti- dade privada. Como sempre, artigos e orientações técnicas de temas relevantes também compõem a edição. Boa leitura! Denise Souza de Freitas Presidente da ABRACO 4 C & P• Março/Abril • 2016 O maior evento internacional de corrosão que acontece no Brasil! Eventos envolvidos 36º Congresso Brasileiro de Corrosão 20º Concurso de Fotografia de Corrosão e Degradação de Materiais 36º Exposição de Tecnologias para Prevenção e Controle da Corrosão 6th International Corrosion Meeting Entrevista61:Entrevista36 4/14/16 9:07 PM Page 1 Entrevista Enio Duarte Pinto Sebrae: lado a lado com o empreendedor O Sebrae atende tanto aquele que quer abrir seu primeiro negócio como também as pequenas empresas que, embora estejam consolidadas, buscam novos posicionamentos no mercado ormado em Economia Deliberativo do Cebrae com “C” mento sustentável dos empreendi- com pós-graduação (MBA) contava com a Financiadora de mentos de micro e pequeno porte pela Fundação Getúlio Estudos e Projetos (Finep), a Asso - – aqueles com faturamento bruto Var gas (FGV), Instituto Brasilei - ciação dos Bancos de Desenvolvi - anual de até R$ 3,6 milhões. Ele ro de Mercado de Capitais mento (ABDE) e o próprio atua com foco no fortalecimento (IBMEC) e Fundação Dom Ca - BNDE. Em 9 de outubro de do empre endedorismo e na ace - bral, Enio Duarte Pinto leciona 1990, o Cebrae foi transformado leração do processo de formaliza- Gestão Empreendedora na Uni - em Sebrae pelo decreto nº 99.570, ção da economia por meio de ver sidade do Distrito Federal que complementa a Lei nº 8029, par cerias com os setores público e (UNIDF). Participou de diver- de 12 de abril. A entidade desvin- privado, programas de capacita - sos cursos para formação de exe- culou-se da administração pública ção, acesso ao crédito e à inova - cutivos em instituições interna- e transformou-se em uma institui - ção, estímulo ao associativismo, cionais de vanguarda como o ção privada, sem fins lucrativos, feiras e rodadas de negócios. As INSEAD (França), o SILO (Itá - mantida por repasses das maiores soluções desenvolvidas pelo Sebrae lia) e o Steinbeis (Alemanha). empresas do país, proporcionais ao atendem desde o em preendedor Atualmente, ele é Ger ente Na- valor de suas folhas de pagamento. que pretende abrir seu primeiro cion al de Inov ação e Tecn ologia negócio até pequenas em presas do Ser viço Brasileiro de Apoio às Onde encontra-se a sede nacio- que já estão consolidadas e bus- Micro e Pequenas Empresas nal do Sebrae? cam um novo posicionamento no (Sebrae) Nacional. Duarte Pin to Duarte Pinto – O Sebrae Nacio - mercado. recebeu a revista Corrosão & nal tem sede em Brasília. Proteção para falar um pouco Quais serviços são prestados dos serviços prestados pela insti- Quais regiões nacionais são pelo Sebrae? tuição. Acompanhe. atendidas pelo Sebrae? Duarte Pinto–São oferecidos cur- Duarte Pinto – Todos os estados sos, seminários, consultorias e assis - De quem foi a iniciativa de brasileiros possuem um Sebrae. tência técnica para pequenos negó- implantação do Sebrae? Hou- Es tamos presentes no Distrito Fe - cios de todos os setores. ve participação governamen- deral e nos 26 estados e contamos tal? Quando a entidade des- com uma rede de 626 pontos de Em quais segmentos industri- vinculou-se da administração atendimento, um Call Center ais e de serviços o Sebrae atua pública? (0800 570 0800) e um Portal atualmente? Quais são aque- Duarte Pinto–Em 17 de julho de (www.sebrae.com.br). Também es- les que se destacam mais em 1972, por iniciativa do Banco ta mos presentes nas redes sociais. termos de procura de apoio e Nacional de Desenvolvimento capacitação? Econômico e Social (BNDE) e do Quais as principais atividades Duarte Pinto–O Sebrae atua em Ministério do Planejamento, foi desenvolvidas pelo Sebrae? todos os segmentos industriais. criado o Centro Brasileiro de Duarte Pinto – Somos uma enti- Atendemos todos os pequenos negó- Assistência Gerencial à Pequena dade privada que promove a cios, sem fazer distinção de ativi- Empresa (Cebrae). O Conselho competitividade e o desenvolvi- dade ou setor. 6 C & P• Março/Abril • 2016 Entrevista61:Entrevista36 4/14/16 9:07 PM Page 2 Quantos colaboradores exer- de lon gevidade do negócio iniciado. Quais os resultados atingidos cem as atividades oferecidas? O segundo fator tem a ver com o pelo evento em termos de pre- Duarte Pinto – Contamos com histórico do empreendedor e o fato sença de público e de negócios uma rede de 626 agências de de ele estar diretamente ligado ao realizados? atendimento, mais de 6 mil técni- segmento de atuação da empresa, Duarte Pinto – O Circuito de cos especialistas no atendimento a trazendo experiência e boas práti- Feiras é promovido pelo Sistema pequenos negócios e 8 mil consul- cas como patamar inicial mais Sebrae há 24 anos. Neste período, tores credenciados a empresa, per- avançado. foram realizadas 166 edições da mitindo um atendimento próximo Feira, em que participaram mais e especializado na necessidade do Qual é o principal foco da de 2,5 milhões de visitantes e 14 empresário. Feira do Empreendedor? mil expositores. Duarte Pinto – A Feira do Quantas empresas e/ou can- Empreendedor é reconhecida na - Quais segmentos despertaram didatos a empreendedores são cio nalmente como um dos mais mais interesse? atendidos? importantes eventos de negócios no Duarte Pinto – As informações Duarte Pinto – O Sebrae tem País, mobilizando inúmeros par- sobre o segmento de Serviços são as conseguido ampliar a quanti- ceiros em sua realização tais como mais procuradas. dade de empresas atendidas com bancos federais e estaduais, Gover - seus serv iços. Em 2011, foram nos Estaduais, Governo Munici - Qual o perfil do visitante e dos realizados 1,6 milhões de atendi- pais, expositores diversos, institui - expositores do evento? mentos e no ano passado, esse ções de ciência e tecnologia, e diver- Duarte Pinto – Os participantes número subiu para 2,5 milhões. sas entidades públicas e privadas. da Feira são candidatos à abertu- Esse crescimento surge, principal- Tendo como objetivo o fomento à ra de um novo negócio e em - mente, da ampliação da formal- Abertura de Novos Negócios e a presários em atividade (formais e ização do microem preendedor Competitividade e Sustentabilida - informais) que têm necessidade individual, implementação dos de de Negócios existentes. de melhorar os seus negócios. Os canais já citados e maior eficiên- expositores são obrigatoriamente cia na distribuição dos produtos Quando e onde foi realizada a ofertantes de “oportunidades de disponíveis. última edição? negócio”, ou seja, na Feira do Duarte Pinto–A última edição da Em preendedor não vendemos bo - Qual o porcentual de novas Feira do Empreendedor foi realiza- nés. Vendemos a máquina que fa - empresas que são viabilizadas da em São Paulo, agora em feve - brica o boné, apenas como simples com sucesso? reiro de 2016 atendendo 130 mil exemplo. São em presas oferecendo Duarte Pinto – De acordo com a visitantes. Ela fomenta a criação de franquias, representações comer- GEM (Global Entrepreneurship um ambiente favorável para ge - ciais, máquinas e equipamentos Monitor) sobre Empreendedoris - ração de oportunidades e de di- para abertura de ne gócios etc. Os mo no Brasil, a empresa está con- fundir o empreendedorismo como demais expositores ofertam pro- solidada no momento que supera um estilo de vida. Cada uma das dutos e/ou serviços que também 42 meses. Apenas 18% das feiras é projetada de maneira dife- atuam como apoio aos ne gócios, empresas conseguem atingir este rente, de acordo com a cultura e como por exemplo parceiros que nível. dinâmica econômica do local onde orientam sobre exportação, aces so se realiza. Durante a realização do a crédito, ferramentas diversas Quais os principais fatores que evento, potenciais empreendedores para ganho de mercado (ex: face- influenciaram nas duas situ- obtêm informações sobre os seg- book informando como usar a ações? mentos da economia local em que o rede social para negócios) etc. Duarte Pinto–Dois fatores influ- Sebrae atua e têm a oportunidade enciando diretamente essa situ- de entrar em contato com fabri- Quando e onde será realizada a ação. O primeiro refere-se à moti- cantes de pequenas máquinas, próxima edição? vação de abertura de empresa por ofertantes de pequenas franquias, Duarte Pinto – O calendário do parte do empreen de dor, que pode licenciadores de marcas e produtos, Circuito Feira do Empreendedor ter origem em uma necessidade de além de empresas interessadas em 2016 está em fase final de defi - geração de ren da ou em uma opor- transferir tecnologia, podendo ain - nição. As próximas ocorrerão no tunidade de negócio percebida no da ser um espaço adequado para segundo semestre de 2016 e o ca - mercado. Quanto maior for essa empresas em busca de novos repre- lendário será publicado em oportuni dade, maior a tendência sentantes comerciais www.sebrae.com.br. C & P• Março/Abril • 2016 7 MateriaCapa61:MateriaCapa37 4/25/16 11:58 AM Page 1 MateriaCapa61:MateriaCapa37 4/25/16 11:58 AM Page 2 Ensaios Eletroquímicos As sofisticadas armas do combate à corrosão A indústria está sempre em busca de meios rápidos e seguros capazes de avaliar seus produtos e seus serviços para o combate à corrosão. Os ensaios de corrosão e, em especial, os eletroquímicos constituem uma parte importante do desenvolvimento dessa pesquisa ma reação é considerada eletroquímica quando ela está associa- Polarização da à passagem de corrente elétrica através de uma distância fini- Polarização é a modificação ta, maior do que a distância interatômica. A distância que a cor- do potencial de um eletrodo de- rente elétrica percorre na reação de corrosão eletroquímica pode variar vido a variações de concentração bastante, como no caso da corrosão por correntes de fuga de tubulações do eletrólito, à presença de gases, enterradas nas vizinhanças de uma estrada de ferro eletrificada. ao contato com materiais metáli- A pilha de corrosão eletroquímica é constituída de quatro elemen- cos com maior ou menor ten- tos fundamentais: uma área anódica onde verifica-se a corrosão dênc ia de perder elétrons. Essas (reações de oxidação), uma área catódica onde não há corrosão (rea - possibilidades fazem com que o ções de redução), um eletrólito que é a solução condutora que envolve valor de potencial do eletrodo se tanto as áreas anódicas como as catódicas e uma ligação elétrica entre afaste do seu equilíbrio e levam à as áreas anódicas e catódicas. variações da resistência ôhmica Esta é a primeira vez que a Revista Proteção & Corrosão trata do sistema. Sem a polariz ação, a especificamente de ensaios eletroquímicos. Aqui, são traçados, em li- corrente que flui entre anodos e nhas gerais, os principais conceitos e técnicas utilizadas atualmente catodos seria muito mais eleva- nessa área do estudo da corrosão. da, quase curto-circuito. Ela gera um aumento na resistência ôh - O que são ensaios eletroquímicos mica do circuito, limitando as - Os ensaios de corrosão são realizados por várias razões, entre elas, sim a velocidade do processo para comparar o comportamento de diferentes metais em um meio corr osivo. Essa é a razão pela específico a fim de selecionar o mais adequado, avaliar o comporta- qual as taxas de corrosão na prá - mento de um novo metal em um certo meio e investigar métodos de tica são muito inferiores às que proteção de corrosão em um meio agressivo e determinar os efeitos de ocorreriam se as pilhas de cor- metais sobre as características de um meio. rosão eletroquímica funcion as - Nos ensaios eletroquímicos, determina-se: sem livremente. a. diferença de potencial através da dupla camada elétrica, b. taxa de corrosão por unidade de área (densidade de corrente Célula eletroquímica anódica), e Uma célula eletroquímica é c. capacitância da dupla camada elétrica, que contém informação so - um dispositivo que possibilita a bre a natureza da superfície. ocorrência de reações eletroquí - Em geral, as medidas eletroquímicas usadas são: micas mediante a introdu ção de a. o potencial de corrosão do estado estacionário, energia elétrica. Uma célula ele - b. a variação desse potencial em relação ao tempo, tro química tí pica possui um ele - c. a relação E – i determinada tanto potenciostaticamente, onde o po - trodo de trabalho ou corpo de tencial é mantido constante e a corrente medida, como galvanos ta - pro va, um ele trodo auxiliar ou ticamente, em que a densidade de corrente é mantida constante e o con traeletrodo, e um capilar potencial é medido. Lug gin ligado a um eletrodo de Os dispositivos requeridos para realizar estas medidas são: referência via ponte de salina. a. eletrodo de referência e voltímetro para medidas de potencial, A célula é também equipada b. miliamperímetro para medidas de corrente, para introdução de gases, tais co - c. fonte geradora de corrente contínua para a imposição de corrente, mo oxigênio, nitrogênio, argô - d. potenciostato para a imposição de potencial, nio, e para agitação da solução. e. programador de voltagem para ajudar a variar o potencial a taxas predeterminadas, Curvas de polarização f. fonte de corrente alternada de várias frequências para determinar Conforme dito anterior - impedâncias. men te, as reações que envolvem C & P• Março/Abril • 2016 9 MateriaCapa61:MateriaCapa37 4/25/16 11:58 AM Page 3 mados de ensai os eletroquímicos. Esses ensaios podem ser realizados em condições estacionárias (quando as grandezas não variam com o tempo) ou não estacionárias (quando as grandezas variam com o tempo). As curvas de polarização são realizadas em condições estacionárias e consistem na imposição de potencial a uma interface metal/meio. Esta imposição faz com que o eletrodo de trabalho tenha o seu potencial alterado em relação ao seu potencial inicial (potencial de corrosão). A direção desta alteração depende dos valores de potencial impos- tos. Quando os valores impostos à interface tornam-se cada vez mais positivos em relação ao potencial inicial, a polarização é denominada Célia A. L. dos Santos, de anódica. Quando os valores impostos à interface tornam-se cada pesquisadora do Laboratório de vez mais negativos em relação ao potencial inicial, a polarização é Corrosão e Proteção do IPT denominada catódica. As curvas de polarização são o registro do potencial aplicado e da a trans ferência de elé trons entre corrente resultante. As curvas de polarização anódica evidenciam o as espécies da interface metal/ comportamento do metal nos estudo frente a corrosão. meio de ensaio são denomina - Os metais que sofrem corrosão apresentam curvas de polarização das re a ções eletroquímicas. De com o crescimento da corrente, enquanto que os metais passiváveis modo aná logo, os ensaios que apresentam o crescimento da corrente até um determinado valor de en volvem a impo sição de po - potencial e, em seguida, verifica-se uma queda da corrente que se tencial ou de cor rente, o moni- mantém baixa por um determinado intervalo de potencial (transição toramento de po tencial ou de ativo/passivo). cor rente, ou a imp o sição de As curvas de polarização são utilizadas comumente nos estudos de cor rente alternada, são cha - metais em meios agressivos, de revestimentos metálicos e de conversão
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