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As passivas na produção escrita de brasileiros aprendizes de Espanhol como língua estrangeira PDF

179 Pages·2007·1.43 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas BENIVALDO JOSÉ DE ARAÚJO JÚNIOR As passivas na produção escrita de brasileiros aprendizes de Espanhol como língua estrangeira Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-Americana do Departamento de Letras Modernas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo Orientadora: Profa. Dra. Neide T. Maia González São Paulo 2006 2 A Beni e Tetê, meus pais. 3 AGRADECIMENTOS A Neide T. Maia González, que me guiou com sabedoria e segurança ao longo deste trabalho. A Maite Celada, pela inestimável contribuição em sugestões e referências bibliográficas. A Adrián Fanjul e Claudia Jacobi, cujas sugestões foram relevantes para a minha pesquisa. Aos professores e alunos do Español en el Campus que possibilitaram a implantação do Banco de Dados/EEC ou contribuíram com esse projeto. A Silvio Sato, amigo e companheiro, pela confiança e apoio. 4 RESUMO As construções passivas no Português Brasileiro e no Espanhol apresentam tanto tendências comuns, quanto assimetrias. Este trabalho tem o propósito de investigar os efeitos desse fenômeno na aquisição/aprendizagem de Espanhol por estudantes brasileiros. Inicialmente, propõe-se uma descrição das construções passivas nas duas línguas. Em seguida, faz-se uma análise contrastiva dessas construções no Português Brasileiro e no Espanhol. Finalmente, investiga-se o comportamento das construções passivas (sobretudo as perifrásticas e as lexicais) na produção escrita de brasileiros aprendizes de Espanhol língua estrangeira. Os resultados obtidos na análise dos corpora sugerem algumas hipóteses sobre os fatores que possivelmente influenciam a preferência dos aprendizes por determinadas construções em detrimento de outras. Palavras-chave: construções passivas, análise contrastiva, lingüística de corpus, papéis temáticos, funções pragmáticas. 5 RESUMEN Las construcciones pasivas en Portugués Brasileño y en Español presentan tanto tendencias comunes como asimetrías. Este trabajo tiene el propósito de investigar los efectos de dicho fenómeno sobre la adquisición/aprendizaje de Español por estudiantes brasileños. Inicialmente, se propone la descripción de las construcciones pasivas en ambas lenguas. En seguida, se hace un análisis contrastivo de dichas construcciones en Portugués Brasileño y en Español. Finalmente, se investiga el comportamiento de las construcciones pasivas (sobre todo las perifrásticas y lexicales) en la producción escrita de estudiantes brasileños de español lengua extranjera. Los resultados del análisis de los corpora sugieren algunas hipótesis sobre los factores que possiblemente influyen en la preferencia de los aprendices por determinadas construcciones en detrimento de otras. Palavras clave: construcciones pasivas, análisis contrastivo, lingüística de corpus, papeles temáticos, funciones pragmáticas. 6 ABSTRACT Passive constructions in Brazilian Portuguese and Spanish present both common tendencies and assimetries. The aim of this project is to investigate the effects of such phenomenon on Spanish acquisition/learning process by brazilian students. Initially, a description of passive constructions is proposed for both languages. After that, a contrastive analysis is made of those constructions in Brazilian Portuguese and Spanish. Finally, the behavior of passive constructions is analyzed in the written production of brazilian students who learn Spanish as a foreign language. Results from corpora analysis suggest some hypotheses on the factors which possibly influence learners’ choices for certain constructions to the detriment of others. Keywords: passive constructions, contrastive analysis, corpus linguistics, thematic roles, pragmatic functions. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ..................................................................................... 009 OBJETIVO DO TRABALHO ................................................................. 013 CAPÍTULO I As passivas no Espanhol e no PB ..................................................... 014 I.1. Considerações preliminares ........................................................... 014 I.2. Acerca das passivas no Espanhol .................................................. 018 I.3. Acerca das passivas no PB ............................................................ 032 I.4. As passivas no PB e no Espanhol: análise contrastiva .................. 042 I.4.1. Sobre a proposta de análise ................................................ 042 I.4.2. As construções predominantes no PB e no Espanhol .......... 042 I.4.3. A presença vs. ausência de agente na estrutura ................. 044 I.4.4. Paciente [+humano] vs. [-humano] ....................................... 049 I.4.5. Caráter temático/ remático do paciente ................................ 050 I.4.6. Função das construções passivas ........................................ 053 I.4.7. Considerações finais .............................................................. 055 CAPÍTULO II Os corpora ............................................................................................ 057 II.1. Corpus preliminar ............................................................................ 057 II.2. Dados EEC ..................................................................................... 059 II.2.1. Os informantes ..................................................................... 059 II.2.2. As produções ....................................................................... 061 II.3. Levantamento das FVP nos corpora ................................................ 063 II.4. Os padrões esperados nos corpora ................................................ 068 CAPÍTULO III Os resultados ...................................................................................... 071 8 III.1. Os resultados obtidos e seus padrões de incidência .................... 071 III.2. Classificação e inventário das FVP nos corpora ........................... 073 III.3. Análise das FVP de particípio ..................................................... 077 III.3.1. O agente ............................................................................. 077 III.3.1.1. PRESENÇA vs. AUSÊNCIA .................................... 077 III.3.1.2. AGENTE [+humano] vs. [-humano] ......................... 080 III.3.2. O paciente .......................................................................... 082 III.3.2.1. PACIENTE [+humano] vs. [-humano] ..................... 082 III.3.2.2. PACIENTE TEMA vs. REMA ................................. 084 III.3.3. A função das FVP .............................................................. 085 CAPÍTULO IV Análise dos resultados ...................................................................... 087 IV.1. Sobre o caráter marcado das FVP ............................................... 087 IV.2. Sobre a preferência dos aprendizes ............................................ 088 IV.2.1. A ordem SV na produção dos aprendizes .......................... 089 IV.2.2. A questão pronominal ......................................................... 092 IV.2.3. A nominalização ................................................................. 098 CONCLUSÕES ..................................................................................... 100 BIBLIOGRAFIA ..................................................................................... 105 Referências bibliográficas ...................................................................... 105 Bibliografia geral .................................................................................... 108 Livros didáticos e paradidáticos consultados ......................................... 110 ANEXOS ................................................................................................ 112 CORPORA ............................................................................................. 150 Corpus C1 .............................................................................................. 151 Corpus C2 .............................................................................................. 157 9 INTRODUÇÃO A minha curiosidade acerca das estruturas passivas vem desde a época em que eu era aluno do (hoje) ensino médio. Recordo que o tema aparecia nas gramáticas e nos livros didáticos de língua portuguesa dentro do item “vozes verbais”, na seção dedicada à morfologia do verbo. Também era usual que fosse referido na sintaxe, ao tratar-se da oração e seus termos (dentre os quais, o “agente da passiva”). Nos dois casos, a abordagem das passivas era brevíssima e pouco divergia da que hoje está presente em publicações similares disponíveis no mercado brasileiro. Uma consulta a gramáticas (Bechara, 1976 e 1999, Cunha, 1990, Cunha & Cintra, 2001, Luft, 1996, Sacconi, 1998, André, 1997), livros didáticos para o ensino médio (Neto & Infante, 2004, Nicola & Infante, 2004) e para o ensino fundamental1 (Cereja & Magalhães, 2004, Faraco & Moura, 2004) nos permite sintetizar, com pouquíssimas diferenças2, os seguintes dados sobre o assunto: 1. Em geral não se fala de estruturas passivas, e sim de voz passiva, definindo-a como a forma verbal que indica que a pessoa/sujeito recebe a ação verbal, sendo, portanto, seu paciente. Dessa maneira ⎯ segundo esses manuais ⎯, a voz passiva surge em oposição à voz ativa, na qual a pessoa/sujeito pratica a ação verbal, convertendo-se em seu agente. 2. A voz passiva é classificada em dois tipos: passiva analítica (ou passiva perifrástica, formada geralmente com verbo auxiliar “ser” + particípio) e 1 A referência completa dessas publicações está na Bibliografia (seção “Livros didáticos e paradidáticos consultados”). 2 A saber: Bechara (1976:105) diferencia a voz passiva (forma especial em que se apresenta o verbo para indicar que a pessoa recebe a ação: Ele foi visitado pelos amigos/ Alugam-se bicicletas) da passividade (fato de a pessoa receber a ação verbal, o qual também se pode expressar por verbos na forma ativa, porém de sentido passivo: Os criminosos recebem o merecido castigo). Luft (1996:177-8) cita construções passivas com outros auxiliares além do verbo “ser”: Ele está/ anda/ vive cercado de amigos; Ele ficou rodeado de amigos; A mala ia/ vinha carregada pelo homem. André (1997:168) também dá exemplos dessas construções e menciona a passiva de infinitivo: O imperador deu a mão a beijar; Que osso duro de roer! 10 passiva pronominal (com o pronome oblíquo “se”, que no caso recebe a denominação de pronome apassivador). Além dessa diferença formal, os comentários adicionais feitos sobre tais variedades são que: a) a passiva analítica pode apresentar o verbo em qualquer pessoa, ao passo que a pronominal só se constrói nas 3as pessoas; b) enquanto na passiva analítica é freqüente a presença do agente, na passiva pronominal ele não aparece. 3. A voz passiva se constrói com verbos transitivos diretos. Nesse tipo de abordagem fica patente que a ênfase que se dá ao tema recai sobre o aspecto formal, conforme bem o mostram os itens 2 e 3 acima. De fato, os critérios sintáticos presentes nesses itens são importantes para que se reconheça uma estrutura passiva. Mas serão suficientes para a compreensão do fenômeno? A definição dessas construções, no item 1, diz- nos que não: nela estão os conceitos de agente e paciente, que não pertencem à sintaxe propriamente dita, mas à semântica (semântica de casos, os papéis temáticos, mesmo que não se chegue a falar propriamente dessa perspectiva teórico metodológica). Também a referência à passividade como o “receber a ação verbal” remete mais ao significado que à forma. Daí a necessidade de tratar o tema a partir de ambas as perspectivas, a sintática e a semântica, que para vários autores, entre eles Cançado3, guardam uma relação estreita e importante. Outra falha das abordagens da voz passiva encontradas nas publicações didáticas é o “colar” uma forma a um significado: pouco se levam em conta as possibilidades de expressar conteúdos passivos por meio de construções/ padrões lingüísticos distintos ao que se descreve no item 2. Em suma, as abordagens da questão são bem pouco amparadas pelas pesquisas lingüísticas teoricamente fundamentadas e parecem repetir-se, em muitos casos, sem maiores avanços na interpretação. 3 Em Cançado (2000), ao discorrer sobre a teoria generalizada dos papéis temáticos que desenvolveu com Franchi, afirma a autora: “(...) temos evidências de que existem certas propriedades semânticas que são relevantes para a estruturação sintática das línguas, e insistir em um modelo onde o conteúdo semântico dos papéis temáticos é levado em consideração não é uma simples questão de gosto. Isso se deve à existência de alguns dados empíricos que corroboram a necessidade para uma teoria gramatical de se distinguir semanticamente esses papéis. Ou seja, se existem questões de natureza semântica, mais especificamente, questões envolvendo o conteúdo semântico dos papéis temáticos que restringem e/ou ordenam a estruturação sintática das orações, estas devem fazer parte de uma teoria gramatical.”

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contrastiva dessas construções no Português Brasileiro e no Espanhol. esses manuais -, a voz passiva surge em oposição à voz ativa, na qual a . imaginário de língua, de gramática, de ensino, que se reproduz na .. Fanjul (1999: 147), em seu trabalho sobre a versão PB-Espanhol, fala dos.
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