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As Máscaras de Deus – Joseph Campbell PDF

581 Pages·2009·13.01 MB·Portuguese
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Joseph Campbell AS MÁSCARAS DE MITOLOGIA ORIENTAL tradução Carmen Fischer PALAS ATHENA São Paulo SUMÁRIO PARTE I A DIVISÃO ENTRE ORIENTE E OCIDENTE Capítulo 1: Os Sinais Distintivos Dos Quatro Grandes Domínios 13 I. O diálogo mítico entre Oriente e Ocidente 13 II. O mito comum do um que se tornou dois 17 III. As duas interpretações a respeito do ego 21 IV. Índia e Extremo Oriente: dois caminhos, dois modos 27 V. As duas lealdades da Europa e do Levante 33 VI. A era da comparação 35 Capítulo 2: As Cidades de Deus 36 I. A era do espanto 36 II. Mitogênese 37 III. Estágio cultural e estilo cultural 44 IV. O estado hierático 47 V. Identificação mítica 54 VI. Enfatuação mítica 65 VII. O imanente deus transcendente 73 VIII. A arte sacerdotal 79 IX. Subordinação mítica 82 Capítulo 3: As Cidades dos Homens 88 I. Dissociação mítica 88 II. Virtude mítica 95 III. Tempo mítico 97 IV. O dilúvio mítico 102 V. Culpa mítica 109 VI. O conhecimento da dor 114 PARTE II AS MITOLOGIAS DA ÍNDIA Capítulo 4: A índia Antiga 123 I. O protagonista invisível 123 II. A civilização do Indo: c.2500-1500 a.C. 129 III. O período védico: c. 1500-500 a.C. 142 IV. Poder mítico 155 V. Filosofia da floresta 162 VI. A divindade imanente-transcendente 168 [pag. 005] VII. A grande 172 VIII. O caminho da fumaça 177 IX. O caminho do 190 Capítulo 5: A Índia Budista 195 I. O herói ocidental e o oriental 195 II. As novas cidades-estados: c-800-500 a.C. 199 III. A lenda do salvador do mundo 203 IV. Eternização mítica 205 V. O caminho do meio 207 VI. Nirvana 221 VII. A idade dos grandes clássicos: c500 a.C.-500 d.C. 229 VIII. Três reis budistas 231 IX. O caminho da visão 240 X. O mundo reconquistado como sonho 248 Capitulo 6: A Idade de Ouro da Índia 254 I. A herança de Roma 254 II. O passado mítico 259 III. A idade das grandes crenças: c.500-1.500 d.C. 267 IV. A via do prazer 271 V. O ataque do islamismo 286 PARTE III AS MITOLOGIAS DO EXTREMO ORIENTE Capítulo 7: Mitologia Chinesa 291 I. A antigüidade da civilização chinesa 291 II. O passado mítico 297 III. A época feudal chinesa: c. 1500-500 a.C. 310 IV. A idade dos grandes clássicos: c.500 a.C-500 d.C. 321 V. A época das grandes crenças: c.500 a.C-1500 d.C. 324 Capítulo 8: Mitologia Japonesa 360 I. Origens pré-históricas 360 II. O passado mítico 363 III. O caminho dos espíritos 370 IV. Os caminhos do Buda 374 V. O caminho dos heróis 387 VI. O caminho do chá 389 Capítulo 9: O Tibete: o Buda e a Nova Felicidade 393 Notas de referência* 403 Índice remissivo 427 [pag. 006] * As Notas foram inseridas ao final das páginas. PS: A Numeração de páginas do sumário corresponde ao original impresso. PS2: As páginas estão numeradas de acordo com o documento original, indicando sempre o final de cada uma, entre colchetes. ILUSTRAÇÕES Figura 1. Antigo complexo de templo, tipo oval: Iraque, c.4000-3500 a.C. 38 Figura 2. A força que se autoconsome: Suméria, c.3500 a.C. 39 Figura 3. O senhor da vida: Suméria, c.3500 a.C. 40 Figura 4. O sacrifício: Suméria, c.2300 a.C. 42 Figura 5. O leito ritual: Suméria, c.2300 a.C. 42 Figura 6. Mural mortuário em Hieracômpolis: Egito, c.2900? a.C. 47 Figura 7. Estela de Narmer (anverso): Egito, c.2850 a.C. 49 Figura 8. Estela de Narmer (reverso): Egito, c.2850 a.C. 50 Figura 9. Petróglifo. O barco da morte: Núbia, c.500-50 a.C.? 62 Figura 10. O segredo dos dois parceiros: Egito, c.2800 a.C. 68 Figura 11. A dupla entronização: Egito, c.2800 a.C. 69 Figura 12. O poder dual: Egito. c.2650 a.C. 72 Figura 13. O zigurate de Nipur (reconstrução): Iraque, c.2000 a.C. 90 Figura 14. Imagem de uma serva: Vale do Indo, c.2000 a.C. 130 Figura 15. Imagem de um sacerdote: Vale do Indo, c.2000 a.C. 132 Figura 16. O sacrifício: Vale do Indo, c.2000 a.C. 137 Figura 17. A deusa da árvore: Vale do Indo, c.2000 a.C. 138 Figura 18. O senhor das feras: Vale do Indo. c.2000 a.C. 140 Figura 19. O poder da serpente: Vale do Indo, c.2000 a.C. 140 Figura 20. O senhor da vida: França, c.50 d.C. 243 Figura 21. A ilha das pedras preciosas: Índia (Rajput), c. 1800 d.C. 264 Figura 22. Estilo do Antigo Pacífico; à esquerda, cabo de osso. China (Shang), c. 1200 a.C; à direita, poste totêmico, América do Norte. (Costa Noroeste), recente 312 Figura 23. Estilo do Antigo Pacífico: acima, América do Norte (Costa Noroeste), recente; abaixo, México (estilo Tajin), c.200-1000 d.C 313 Desenhos das figuras 2, 3,4, 16, 19, 22, 23: John L. Mackey. [pag. 007] [pag. 008] Página em branco [pag. 009] título [pag. 010] Página em branco [pag. 011] título [pag. 012] Página em branco AS MASCARAS DE DEUS MITOLOGIA ORIENTAL http://groups.google.com.br/group/digitalsource Esta obra foi digitalizada pelo grupo Digital Source para proporcionar, de maneira totalmente gratuita, o benefício de sua leitura àqueles que não podem comprá-la ou àqueles que necessitam de meios eletrônicos para ler. Dessa forma, a venda deste e-book ou até mesmo a sua troca por qualquer contraprestação é totalmente condenável em qualquer circunstância. A generosidade e a humildade é a marca da distribuição, portanto distribua este livro livremente. Após sua leitura considere seriamente a possibilidade de adquirir o original, pois assim você estará incentivando o autor e a publicação de novas obras. PARTE I A DIVISÃO ENTRE ORIENTE E OCIDENTE CAPITULO I OS SINAIS DISTINTIVOS DOS QUATRO GRANDES DOMÍNIOS I. O DIALOGO MÍTICO ENTRE ORIENTE E OCIDENTE O mito do eterno retorno, que continua sendo essencial na via oriental, revela uma ordem de formas imutáveis que surgem e ressurgem ao longo do tempo. A rotação diária do sol, o minguar e o crescer da lua, o ciclo do ano e o ritmo de nascimento, morte e renascimento no mundo orgânico, representam um milagre de surgimento contínuo, fundamental à natureza do universo. Todos conhecemos o mito arcaico das quatro idades do ouro, da prata, do bronze e do ferro em que o mundo é mostrado em seu declínio, sempre para pior. Em seu devido tempo ele se desintegrara no caos, apenas para ressurgir, viçoso como uma flor, e recomeçar espontaneamente seu curso inevitável. Jamais houve um tempo em que não houvesse tempo. Tampouco haverá um tempo em que esse jogo caleidoscópico da eternidade no tempo deixe de existir. Não há, portanto, nada a ser ganho, nem pelo universo nem pelo homem, através de originalidade e esforço individuais. Aqueles que se apegaram ao seu corpo mortal e a suas afeições, necessariamente acharão tudo muito penoso, pois tudo para eles terá que acabar. Mas para aqueles que encontraram o ponto imóvel da eternidade, em volta do qual tudo gira, inclusive eles próprios, tudo é aceitável da maneira como é, e pode ser vivenciado como magnífico e maravilhoso. O primeiro dever do indivíduo é, portanto, simplesmente exercer o papel que lhe foi atribuído como o fazem o sol e a lua, as várias espécies animais e vegetais, as águas, as rochas e as estrelas sem resistência, sem negligência, e então, se possível, orientar a mente de maneira a identificar sua consciência com o princípio contido no todo. [pag. 013] O encantamento onírico dessa tradição contemplativa, orientada metafisicamente, onde a luz e as trevas dançam juntas no jogo cósmico de sombras criador do mundo, traz, até os tempos modernos uma imagem de idade incalculável. Em sua forma primitiva, ela é amplamente conhecida entre as aldeias tropicais da vasta zona equatorial que se estende da África, em direção leste, através da Índia, Sudeste Asiático e Oceania, até o Brasil, onde o mito básico é o da idade dos sonhos do princípio, quando não havia nem morte nem nascimento e que, entretanto, acabou quando foi cometido um assassinato. O corpo da vítima foi cortado e enterrado. E das partes enterradas não apenas surgiram as plantas comestíveis das quais a comunidade vive; também surgiram os órgãos reprodutivos naqueles que comeram de seus frutos. Foi assim que a morte, que chegou ao inundo através de um assassinato, foi contrabalançada por seu oposto, a geração, e a vida, essa coisa que se autoconsome e que vive da própria vida, iniciou seu interminável curso. Em todas as selvas do mundo abundam não apenas cenas violentas entre animais, mas também espantosos ritos humanos de comunhão canibal, representando dramaticamente com a força de um choque iniciatório a cena do assassinato, o ato sexual e o banquete do princípio, quando a vida e a morte, que haviam sido uma, tornaram-se duas, e os sexos, que antes eram um, tornaram-se dois. As criaturas passam a ter existência, vivem da morte de outras, morrem e tornam-se alimento de outras, perpetuando através das transformações do tempo o arquétipo sem-tempo do princípio mitológico. O indivíduo, neste contexto, não é mais importante do que uma folha caída. Do ponto de vista psicológico, o efeito da prática de tal rito é retirar o foco da mente do individual que perece e colocá-lo no grupo que permanece. Do ponto de vista mágico, reforça a vida perene em todas as vidas, que parecem muitas, mas na verdade são uma só, estimulando assim o crescimento do inhame, do coco, dos porcos, da lua, da fruta-pão, bem como da comunidade humana. Sir James Frazer, em O Ramo Dourado, mostrou que nas primeiras cidades-estados do Oriente Próximo, de cujo centro se originaram todas as civilizações avançadas do mundo, reis-deuses eram sacrificados em conformidade com esse rito selvagem.1 E a escavação de Sir Leonard Woolley das tumbas reais de Ur, nas quais cortes inteiras haviam sido cerimonialmente enterradas vivas, revelou que na Suméria tais práticas continuaram até 1 Sir James George Frazer, The Golden Bough (The Macmillan Company, Nova York, edição em um volume, 1922), p. 264 e seguintes. aproximadamente 2350 a.C.2 Sabemos, além do mais, que na Índia, no século XVI da nossa era, foram observados reis retalhando cerimonialmente a si próprios 3, e nos templos da deusa negra K l , a terrível de muitos nomes, "difícil de ser abordada" (durg ), cujo estômago é um vácuo que jamais pode ser preenchido e cujo útero está eternamente parindo todas as coisas, um rio de sangue de oferendas decapitadas tem fluido continuamente por milênios através de canais abertos para devolver esse sangue, ainda vivo, à sua fonte divina. Até hoje setecentas ou oitocentas cabras são abatidas em três dias no Kalighat, o principal templo da deusa em Calcutá, durante seu festival de outono, o Durga Puja. [pag. 014] As cabeças são empilhadas diante da imagem e os corpos vão para os devotos, para serem consumidos em comunhão contemplativa. Búfalos, ovelhas, porcos e aves também são imolados prodigamente em adoração a ela e, antes da proibição do sacrifício humano em 1835, ela recebia de todas as partes do país banquetes ainda mais abundantes. Em Tanjore, no templo dedicado a iva, uma criança do sexo masculino era decapitada diante do altar da deusa todas as sextas-feiras na hora sagrada do crepúsculo. No ano de 1830, um insignificante monarca de Bastar, desejando sua graça, sacrificou-lhe em uma ocasião vinte e cinco homens em seu altar em Danteshvari e, no século XVI, um rei de Cooch Behar imolou cento e cinqüenta no mesmo local.4 Nas montanhas Jaintia, no Assam, era costume de uma certa casa real oferecer iodos os anos uma vítima humana durante o Durga Puja, Depois de ter- se banhado e purificado, o sacrificado era vestido com roupas novas, coberto com sândalo e vermelhão, adornado com grinaldas, e dessa maneira instalado sobre uma plataforma elevada diante da imagem, onde passava algum tempo em meditação, repetindo sons sagrados e, quando pronto, fazia um sinal com o dedo. O carrasco, também pronunciando sílabas sagradas, primeiro elevava a espada e em seguida cortava a cabeça do homem, que logo era ofertada à deusa numa bandeja de ouro. Os pulmões, depois de cozidos, eram consumidos pelos iogues, 2 Sir Charles Leonard Woolley, Ur of the Chaldees (Ernest Benn Ltd., Londres, 1929), p. 33 c ss., citado e discutido em As Máscaras de Deus - Mitologia Primitiva (Editora Palas Athena, São Paulo, 1992), pp. 328-333. A data atribuída por Woolley à sua descoberta, cerca de 3500 a.C, e hoje reconhecida como um milênio antecipadamente. 3 Duarte Barbosa, Descripiton of the Coasts of East Àfrica and Malabar in the Beginning of the Sixteenth Century (The Hakluyt Society, Londres, 1866), p. 172; citado por Frazer, op. cit., pp. 274- 275, e Joseph Campbell, As Máscaras de Deus - Mitologia Primitiva, pp. 141-142. 4 E.A. Gait, "Human Sacrifice (Indian)", in James Hastings, Encyclopaedia of Religion and Ethics (Charles Scribner's Sons, Nova York, 1928), vol. VI, pp. 849-853.

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Figura 1. Antigo complexo de templo, tipo oval: Iraque, c.4000-3500 a.C.. 38 .. tradução adaptada de W.C. Blaquière, Asiatic Researches, 1797, vol. V, pp 11 Rabbi Bahia ben Asher, Commentary on the Pentateuch (Varsóvia, .. psicologias tanto de Freud quanto de Jung sua função específica e
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