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As identidades do Brasil - De Carvalho a Ribeiro - história plural do Brasil PDF

425 Pages·2017·2.59 MB·Portuguese
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Copyright © 2017 José Carlos Reis Direitos desta edição reservados à EDITORA FGV Rua Jornalista Orlando Dantas, 37 22231-010 | Rio de Janeiro, RJ | Brasil Tels.: 0800-021-7777 | (21) 3799-4427 Fax: (21) 3799-4430 [email protected] | [email protected] www.fgv.br/editora Todos os direitos reservados. A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação do copyright (Lei nº 9.610/98). Os conceitos emitidos neste livro são de inteira responsabilidade do autor. 1ª edição: 2017 Preparação de originais: Sandra Frank Projeto gráfico de miolo e diagramação: Estúdio 513 Revisão tipográfica: Fatima Caroni e Perla Serafim da Silva Capa: Aspecto Design Desenvolvimento de eBook: Loope – design e publicações digitais | www.loope.com.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Mario Henrique Simonsen Reis, José Carlos As identidades do Brasil 3: de Carvalho a Ribeiro: história plural do Brasil / José Carlos Reis. — Rio de Janeiro: FGV Editora, 2017. Inclui bibliografia. ISBN: 978-85-225-1906-4 1. Brasil — Historiografia. 2. Brasil — História. 3. Características nacionais brasileiras. I. Fundação Getulio Vargas. II. Título. CDD — 907.2 Sumário Capa Folha de Rosto Créditos Sumário Da “história geral do Brasil” à “história plural do Brasil” As justificativas teórico-metodológicas do projeto As identidades do Brasil Realistas A visão fluminense do Brasil: o “tempo saquarema” e a obra histórico-política de José Murilo de Carvalho A visão fluminense do Brasil: o “tempo saquarema” O visconde do Uruguai e a centralização político-administrativa A obra de José Murilo de Carvalho é neossaquarema? Carvalho monarquista A obra A construção da ordem: a elite política imperial;Teatro de sombras: a política imperial (3. ed., 2012) Carvalho e o “elogio crítico/decepcionado” do Brasil saquarema Primeira parte. A construção da ordem: a elite política imperial Segunda parte. Teatro de sombras: a política imperial Conclusão: o “tempo saquarema” deve inspirar rejeição ou nostalgia? A visão paulista do Brasil: o “tempo bandeirante” e a obra histórico-sociológica de Fernando Henrique Cardoso A visão paulista do Brasil: o “tempo bandeirante” A obra de Fernando Henrique Cardoso é neobandeirante? Cardoso, o bandeirante: as conquistas da USP e do Estado brasileiro A obra Empresário industrial e desenvolvimento econômico (1964) O tipo ideal da “ação racional capitalista” nas sociedades desenvolvidas “Desvio/diferença” do tipo ideal de ação racional capitalista nas sociedades subdesenvolvidas Manifesto capitalista bandeirante A revolução burguesa bandeirante seria uma revolução paulista ou nacional? Utópicos A visão gaúcha do Brasil: o “tempo farroupilha” e a obra histórico-política de Raymundo Faoro A visão gaúcha do Brasil: “tempo farroupilha” ou “tempo positivista”? A República liberal de Piratini A República positivista castilhista Mitologia do homem e da sociedade gaúchos A obra de Raymundo Faoro é neofarroupilha? A obra Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro (1975) [1958] As raízes do Brasil A conquista do Brasil A indestrutível estrutura do Estado patrimonial brasileiro A utopia de Faoro: a conquista da “cidadania plena” A visão pernambucana do Brasil: o “tempo confederador” e a obra histórica de Evaldo Cabral de Mello A visão pernambucana do Brasil: o “tempo confederador” A obra de Evaldo Cabral de Mello é neoconfederadora? A obra Rubro veio: o imaginário da Restauração pernambucana (1986) 1a. O “nativismo nobiliárquico”: da capitulação holandesa (1654) à derrota da “nobreza da terra” na Guerra dos Mascates (1715) 2a. O “nativismo de transação”: de 1715 ao início do século XIX, com as revoluções libertárias, como a Revolução dos Suassunas (1801) 3a. O “nativismo de emancipação, urbano-popular”: de 1801 a 1850, englobando 1817, 1821-23, 1824, 1848-49 A interpretação saquarema da Restauração após 1850 Quarto nativismo: a “nostalgia nassoviana” Quinto nativismo: o nativismo historiográfico de Evaldo Cabral de Mello A visão paraense do Brasil: o “tempo amazônida-igaraúna” e a obra histórico- ecológica de Raimundo Moraes O “tempo amazônida” A obra de Raimundo Moraes e o “tempo amazônida-igaraúna” A obra Na planície amazônica (1926) A planície amazônica: paisagens exuberantes e flagelos O homem e o imaginário amazônico Os meios de comunicação e transporte amazônicos Amazônia, terra da promissão A visão mineira do Brasil: o “tempo inconfidente” e a obra histórico- antropológica de Darcy Ribeiro Mineiridades: “tempo inconfidente”, “tempo tradicional” e “tempo moderno” A obra de Darcy Ribeiro é neoinconfidente? A obra O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil (1995) O arquipélago Brasil 1a ilha: o “Brasil crioulo” do litoral nordestino 2a ilha: o “Brasil caboclo” da bacia amazônica 3a ilha: o “Brasil sertanejo” dos sertões 4a ilha: os “Brasis gaúcho, matuto e gringo” do Sul 5a ilha: o “Brasil caipira” do Sudeste O sentido do Brasil: buscar a “cultura autêntica” para superar a tragédia da origem Referências Introdução. Da “história geral do Brasil” à “história plural do Brasil” José Murilo de Carvalho. A construção da ordem: a elite política imperial. Teatro de sombras: a política imperial, 2012 Sobre “tempo saquarema” e José Murilo de Carvalho Fernando Henrique Cardoso. Empresário industrial e desenvolvimento econômico no Brasil, 1964 Sobre tempo bandeirante e Fernando Henrique Cardoso Raymundo Faoro. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro. 4. ed. Porto Alegre: Globo, 2008 [1975] Sobre “tempo farroupilha” e Raymundo Faoro Evaldo Cabral de Mello. Rubro veio: o imaginário da Restauração pernambucana. São Paulo: Alameda, 2008 [1986] Sobre “tempo confederador” e Evaldo Cabral de Mello Raimundo Joaquim de Moraes. Na planície amazônica. 5. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1939 [1926]. Brasiliana, 63 Sobre “tempo nativista amazônico” e Raimundo Moraes Darcy Ribeiro. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. 2. ed., 14. reimp. São Paulo: Companhia das Letras, 1995 Sobre “tempo inconfidente” e Darcy Ribeiro Da “história geral do Brasil” à “história plural do Brasil” O meu pai era paulista Meu avô, pernambucano O meu bisavô, mineiro Meu tataravô, baiano Chico Buarque, “Paratodos”, 1993 O objeto deste livro é a (re)escrita da história do Brasil, a construção e a reconstrução dos discursos sobre a história brasileira durante o século XX. É um estudo reflexivo, uma história intelectual, uma avaliação crítica da produção histórico-sociológico-antropológica sobre o Brasil. Vou diferenciar um “ponto de vista geral” de um “ponto de vista plural” e defender a necessidade de os cidadãos brasileiros começarem a ver a história brasileira diferentemente. O ponto de vista da “história geral” tem sua matriz na “história universal” escrita pelos europeus para legitimarem suas invasões e conquista do planeta. Os franceses, ingleses e alemães escrevem a história dos outros povos de tal maneira que eles se sintam resgatados, salvos da barbárie, do caos primitivo, do paganismo, com a chegada deles, os brancos cristãos europeus. O que os indígenas da América, os negros da África, os orientais pensam da sua própria história não importa, pois, ao entrarem em contato com os europeus, suas histórias ganharam um centro e passaram a ser decididas e dirigidas por protagonistas externos. Os norte-americanos deram continuidade a essa perspectiva histórica centralizadora, etnocêntrica, civilizadora, branqueadora, e, em suas obras de ficção, esse ponto de vista é estendido ao universo, aos planetas. O grupo da enterprise (empresa, companhia), dirigido pelo capitão James Tiberius Kirk, é um grupo de “exploradores”, de “conquistadores”, de “descobridores”, uma reedição das grandes navegações dos séculos XV e XVI. O objetivo é a homogeneização do universo, que deve ser submetido a um único governo, dominado por uma única cultura, habitado por um homem (os ETs serão humanizados!), enquadrado em um único padrão estético, lógico e ético. Os que não se adaptarem e não se integrarem a essa “história geral” não terão direito à sua experiência singular e à narração de sua história; serão esquecidos, excluídos, exterminados. Após a Independência, o Brasil precisava entrar nesse “concerto das nações ocidentais”, vencedoras; precisava inventar uma identidade reconhecível por elas; precisava adotar um ponto de vista geral integrador à grande história universal. Coube a Francisco Adolfo de Varnhagen, inspirado em um alemão, Carl Philipp von Martius, “inventar” essa “história geral do Brasil”, que se disseminou em compêndios que diziam narrar a “verdadeira história do Brasil”. Era uma visão centrada no Rio de Janeiro, na monarquia, que reivindicava a condição de “história nacional”, de narrativa única, geral, verdadeira, do Brasil. Esse ponto de vista geral fechou as possibilidades de interpretações diferentes da experiência brasileira, os fatos eram sempre os mesmos; os protagonistas, sempre os mesmos; os grandes eventos eram os ligados ao Estado; as datas eram incontornáveis, indiscutíveis; o enredo, sempre o mesmo; o sentido, único e incontestável. Predominava uma única “ordem do tempo”, que a população devia aprender, memorizar e repetir. Havia um “abuso da memória”, no sentido de que se deviam lembrar sempre as vivências brasileiras de uma única forma e em uma única perspectiva. O ponto de vista dessa história geral era etnocêntrico, branco, elitista; era a generalização do olhar de um grupo e de uma região, o ponto de vista de uma parte que se tomava como centro do todo. Essa história geral expressava um projeto político de conquista e colonização de uma região, que se considerava superior às outras. Desde a Independência, a Corte fluminense se representava como o núcleo branco, cristão e ocidental do Brasil, que tinha a missão heroica de “salvar o país”, levando ao interior bárbaro, com violência, se fosse necessário, os valores da civilização ocidental. Este livro visa problematizar essa noção de “história geral do Brasil” e propor uma “história plural do Brasil”, não etnocêntrica, em que as diversas regiões do país contam diferentemente a história brasileira, mantêm relações diferentes com o passado e propõem projetos diferentes para o futuro. Com esse ponto de vista plural, sustento que não deve haver uma narração única e ideal da experiência brasileira, porque as regiões brasileiras viveram ou repercutiram diferentemente essa experiência. Há “experiências brasileiras”, no plural, há “tempos brasileiros”, múltiplos, que geram “narrações plurais” do Brasil. Para explorar essa multiplicidade de histórias brasileiras, selecionei seis clássicos do pensamento histórico brasileiro, que, embora tenham também ambições gerais, expressam o ponto de vista de vários estados da Federação. Por um lado, esta pesquisa quer romper com o ponto de vista da “história geral” como perspectiva única e ideal; por outro, mantém-se ligada a “histórias gerais”, mas, agora, múltiplas, várias, regionais, produzidas a partir de pontos diversos do território, gerando uma percepção prismática da vida brasileira. Essa “história plural do Brasil” que proponho, posicionando-se entre a história regional e a história geral, irá explorar as visões fluminense, paulista, gaúcha, pernambucana, paraense e mineira do Brasil, mostrando como esses estados narram o passado brasileiro, a experiência geral brasileira, como se situam nela, como avaliam seus impasses e o que fariam para resolver as dificuldades brasileiras no futuro. Cada região avalia diferentemente o percurso da história brasileira, situando-se de forma central nela, e propõe seu próprio caminho para a solução dos impasses. Ao sugerir essa “história plural do Brasil”, esta pesquisa quer substituir o olhar centralizador, etnocêntrico, autoritário, unificador, branqueador e homogeneizador por um novo olhar, descentralizador,

Description:
Este livro reivindica a necessidade de os brasileiros reavaliarem o próprio percurso histórico. O objetivo é problematizar a noção de uma "história geral", de raiz universal, absoluta, unívoca, redigida pelo protagonismo narrativo europeu e norte-americano que, por meio do filtro etnocêntric
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