AS CONSTANTES E AS VARIÁVEIS DA CASA DO FORMAL AO EMOCIONAL A FORMA PRIMITIVA, A CONTEMPORANEIDADE E A (ECO)SUSTENTABILIDADE Dissertação de Mestrado Integrado para obtenção do Grau de Mestre em Arquitectura Universidade da Beira Interior DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E ARQUITECTURA por: PATRÍCIA ALEXANDRA GONÇALVES GOMES AS CONSTANTES E VARIÁVEIS DA CASA DO EMOCIONAL AO FORMAL A F O R M A P R I M I T I V A , A CONTEMPORANEIDADE E A (ECO)SUSTENTABILIDADE Dissertação de Mestrado Integrado para obtenção do Grau de Mestre em Arquitectura Universidade da Beira Interior Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura Orientador: Prof. Doutor Arq. Miguel Mendes do Amaral Santiago Fernandes (Professor Auxiliar Convidado - Orientador Científico) Co-Orientador: Professor Doutor António Jacinto Rodrigues ( P r o f . C a t e d r á t i c o - F a c u l d a d e d e A r q u i t . d a U n i v e r s i d a d e d o P o r t o ) por: Patrícia Alexandra Gonçalves Gomes À MEMÓRIA DO MEU AVÔ MANUEL As Constantes e as Variáveis da Casa – do Emocional ao Formal i A FORMA PRIMITIVA, A CONTEMPORANEIDADE E A (ECO)SUSTENTABILIDADE AGRADECIMENTOS Ao meu Orientador - Prof. Doutor Arq. Miguel Mendes do Amaral Santiago Fernandes, os meus sinceros agradecimentos, pela dedicação e paciência, por toda a orientação nos momentos em que os caminhos a seguir pareciam estreitar-se, e ao meu co-orientador - Professor Doutor António Jacinto Rodrigues, pelas magníficas palestras que enriqueceram o meu percurso académico. A todos os que partilharam a sua sabedoria e contribuíram para a minha formação, não só académica como humana. A todos que de alguma forma contribuíram para a execução deste trabalho. Aos meus pais, ao meu irmão e a toda a minha família, pelo esforço, paciência e compreensão; e particularmente, ao meu querido e saudoso avó Manuel… À Marta, amiga incondicional de todas as horas e a todos os amigos e colegas, que se cruzaram comigo nestes últimos anos. Inevitavelmente, aos meus quatro fantásticos amigos, Maria, António, Cláudia e Nelson, pelo espírito e pela amizade que nos une. As Constantes e as Variáveis da Casa – do Emocional ao Formal ii A FORMA PRIMITIVA, A CONTEMPORANEIDADE E A (ECO)SUSTENTABILIDADE ESQUEMA DA DISSERTAÇÃO INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 8 I - EVIDÊNCIA EMOCIONAL --------------------------------------------------------------------------------------------------- 14 II - EVIDÊNCIA FORMAL ------------------------------------------------------------------------------------------------------- 48 III - A FENOMENOLOGIA DA CASA CONTEMPORÂNEA ------------------------------------------------------------- 96 IV - A CASA – A IDENTIDADE DAS FORMAS E A (ECO)SUSTENTABILIDADE ------------------------------ 150 CONCLUSÃO -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 182 As Constantes e as Variáveis da Casa – do Emocional ao Formal iii A FORMA PRIMITIVA, A CONTEMPORANEIDADE E A (ECO)SUSTENTABILIDADE LISTA DE ABREVIATURAS ap ............ apud Ed. ............ editor(es) ext. ............ Extenso f. ou fem ............ feminino fig. ............ Figura figs.. ............ Figuras gr. ............ grego lat. ............ latim m. ou masc. ............ Masculino N.ID. ............ não identificado op. cit ............ opus citatum pág. ............ página págs. ............ páginas s. ............ Substantivo séc. ............ século sécs. ............ séculos sing. ............ Singular Cap. ............ Capítulo As Constantes e as Variáveis da Casa – do Emocional ao Formal iv A FORMA PRIMITIVA, A CONTEMPORANEIDADE E A (ECO)SUSTENTABILIDADE RESUMO Desde sempre o Homem procurou um lugar para ―habitar‖. A necessidade de se abrigar e a procura de um posicionamento no mundo, suscitaram a construção de um lugar; onde o Homem, para além de se abrigar fisicamente, abriga-se o seu Ser. Neste percurso, a forma estereotómica da caverna, deu lugar à tectónica insípida da cabana (arquétipo da casa e da arquitectura), e esta, por sua vez, fundamentou a origem da casa. Nesta medida, que a casa é equacionada como um lugar do habitar do Homem e, na sua essencialidade, determina a morada do mesmo, no mundo. A casa, como objecto arquitectónico, é composta por um conjunto de constantes e variáveis, que na sua essência, constroem a dimensão emocional e formal da casa (respectivamente). As evidências emocionais expõem a necessidade do homem encontrar na casa um lugar de morada e de-mora; onde deposita memórias e imagens, que lhe permitem reencontrar o aconchego do ventre materno, a segurança e os valores de intimidade do ninho primordial. As evidências formais, por sua vez, configuram esta mesma necessidade. É nesta relação essencial que o homem encontra o retorno às origens; consagrando as formas desta ―casa emocional‖, essencial; numa forma significante, universalmente reconhecida. Ao longo do tempo o conceito de casa foi delapidado pelo tempo e sujeito a mutáveis metamorfoses do homem e da sociedade. As dimensões (emocional e formal) da casa foram um papel químico das constantes mutações antropológicas, sociais, tecnológicas, políticas, filosóficas e mesmo arquitectónicas. O tempo dissolveu o homem fenomenológico, expondo o homem tecnológico e ―robotizado‖. A casa primordial (fenomenológica, existencialista) deixou de constituir o lugar único de morada e de-mora sobre o mundo, para passar a ser um objecto da cultura material, o símbolo tangível da face social do homem. A designada, ―casa da cidade‖ codificou o rumo da casa até à contemporaneidade. Hoje, o conceito de casa (e a Arquitectura em geral) exige uma nova dimensão (emocional e formal), mas; numa corrente quase oposta, pretende-se reencontrar a sua essencialidade. A demanda de um desenvolvimento ecologicamente sustentável, tem procurado reconstruir a relação entre o homem e o meio ambiente, e neste processo, a casa tem sido um modelo da arquitectura ecologicamente sustentável; procurando-se reencontrar soluções e práticas construtivas nos modelos da Arquitectura Vernacular. Como referência, salientamos as casas da Arquitectura Popular Portuguesa, onde os arquitectos portugueses têm recuperado técnicas e práticas construtivas, que permitem reintegrar a casa num processo cíclico, ecologicamente sustentável. As intuições tectónicas que caracterizam estas casas, são manifestações empíricas de processos eco-sustentáveis, que marcam a identidade da casa com o lugar natural, social e cultural onde se inserem. Palavras-Chave: casa, habitar, forma primitiva, contemporaneidade, (eco)sustentabilidade As Constantes e as Variáveis da Casa – do Emocional ao Formal v A FORMA PRIMITIVA, A CONTEMPORANEIDADE E A (ECO)SUSTENTABILIDADE ABSTRACT Since always, Man has found a place to live. The need for a shelter and to have its place in the world raised the demand to build and transform a place, where man, in addition to a house, can nestle. Through time and evolution, cave shapes led place into vapid tectonics (archetype of the house and architecture) and, in turn, underlie the origin of the home. Therefore, the house is structured as a place to live and, crucially, sets in place its address in the world. The house, as an architectural object, is made up of a group of constants and variables which, in the very beginning, build its emotional and formal dimension (in the same order). On emotional evidences expose the man’s need to fin, in the house, a place to live and to ―live it up‖, to keep and trust memories and images, affording him the warmth of the womb, safety and intimacy values from the primordial nest. By its turn, the formal evidences design this need. It’s in this essential relation that man finds the return to his very first origins, hallowing the ―emotional house‖ as true and pivotal in a significant and universal received shape. Over time, the home concept was dilapidated and forced to inconstant man and society metamorphosis. The emotional and formal dimensions became a blueprint of anthropological mutations, and also tectonic, political, philosophical and even architectural siftings. Time dissolved the phenomenological man, exposing technological and automation-made faces. The primordial house left the attempt to build the unique address into the world, to become an object, symbol to the social and material man’s underbelly face. The so called ―city house‖ coded the trip from the house to contemporary concepts. Nowadays, this concept (and Architecture, in general) demands a new dimension, despite finding its own essentiality. The pursuit of an ecological and sustained development lead to a new relation between man and nature and, in this process, the house is considered a model, to rebuild technological practices and scientific solutions in Vernacular models. As reference, the ―Arquitectura Popular Portuguesa‖ houses, where architects have studied these principles, carried away the chance to produce a cyclic and ecological sustained process. The tectonically intuitions from these houses are therefore empirical demonstrations, which flag the home identity with the natural, social and cultural site lieu. Keywords: house, home, inhabit, primitive shape, contemporary, eco-sustainability. AS CONSTANTES E AS VARIÁVEIS DA CASA – DO EMOCIONAL AO FORMAL A FORMA PRIMITIVA, A CONTEMPORANEIDADE E A (ECO)SUSTENTABILIDADE
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