Do impacto de 1964 nas ideias de Artigas aos mutirões autogeridos na periferia de São Paulo, este livro traça um quadro dos dilemas da arquitetura moderna brasileira nas últimas décadas. No centro do debate, estão as contribuições de Sérgio Ferro, Rodrigo Lefèvre e Flávio Império que, em grupo e individualmente, buscaram redefinir o ofício do arquiteto, aliando ousadia poética e prática política revolucionária.
Ao refazer suas trajetórias, o autor aborda questões agudas da agenda contemporânea. Pois, como observa Roberto Schwarz, as "reflexões com que o arquiteto de esquerda se debate, envolvendo estética, tecnologia, luta de classes voluntária e involuntária, finança, corrupção, política, demagogia, especulação imobiliária, planejamento, cegueira, enganação grossa, utopia etc." fazem da arquitetura o campo "em que a discussão estética de nosso tempo encontra, ou poderia encontrar, a sua expressão mais densa e propícia".