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archimedes pereira PDF

15 Pages·2008·0.16 MB·Portuguese
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O ENGENHEIRO E O MEMORIALISTA: ARCHIMEDES PEREIRA GUIMARÃES E A QUÍMICA COMO VISÃO DE MUNDO Jorge Carvalho do Nascimento Universidade Federal de Sergipe [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Archimedes Guimarães, História da Educação, Biografia. Eram nove horas da manhã do dia 14 de julho de 1984. Rotarianos, diretores do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, dirigentes e professores da Associação Cultural Brasil-Estados Unidos, colegas e ex-alunos da Universidade Federal da Bahia estavam reunidos em Salvador, na Igreja da Vitória, acompanhando a missa rezada em homenagem ao professor emérito da Escola Politécnica, da Faculdade de Filosofia e da Escola Agronômica da UFBA, Archimedes Pereira Guimarães. O homenageado passara a maior parte da sua vida na capital baiana. A missa deveria celebrar os 90 anos do nascimento de Archimedes. Mas, as orações eram motivadas pelo sétimo dia da sua morte. O celebrante, monsenhor Gaspar Sadoc, fez uma prédica em torno do Evangelho de São Marcos que trata dos últimos momentos de Cristo no Calvário. Estabeleceu um paralelo com os últimos instantes da vida de Archimedes, dizendo que o destino final dos mártires é o bom e permanente remanso no reino de Deus. Os estudos de História da Educação têm buscado entender que foram múltiplos os projetos postos como instrumentos apropriados à Educação. Tem sido grande o esforço dos estudiosos para que se recuperem os sinais deixados por essas práticas, dentre eles os documentos biográficos e autobiográficos dos sujeitos envolvidos com os diversos campos do exercício da docência e da pesquisa. É importante buscar o memorialismo educacional, levando em conta o papel de cada memorialista. Os tiros disparados no casarão mineiro repercutiram em todo o país, principalmente em Minas Gerais, na Bahia, em Sergipe, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Archimedes, viúvo desde 1981, morava no bairro da Serra, em Belo Horizonte, à rua Estevão Pinto, 920, com sua filha Eloísa Selmi Dei Guimarães, mas morreu ao lado de outra filha: Mafalda Guimarães Corrieri, 52 anos de idade, moradora do mesmo bairro. Ela chegou à casa do pai, na manhã do dia sete de julho, acompanhada da neta, Ana Carolina, de um ano e seis meses de idade, filha de Priscila, a sua primogênita. Pretendia sair com Archimedes para escolher os salgados que seriam consumidos no dia 14 de julho e logo depois levá-lo ao Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, onde ele participaria de uma reunião. A interpretação dos registros referentes a diferentes aspectos da vida dos profissionais da Educação possibilita que se considere a voz de todos os agentes. A tragédia que encerrou a vida de Archimedes Guimarães certamente não diz muito sobre os papéis por ele desempenhados. Para interpretá-los, é fundamental considerar os seus valores e as suas proposições de práticas que objetivavam a compreensão do mundo a partir das ciências da natureza, principalmente o mundo da Química. Mas, não apenas, posto que o intelectual aqui apresentado também dedicou o seu trabalho ao campo das humanidades. A sua ação foi singular desde o princípio, pois Archimedes articulou sua vida em torno de um projeto, dispensando intermediações, assumindo compromissos, buscando a auto-afirmação pessoal. Através da utilização dos diferentes vestígios deixados pela sua prática é possível trilhar ou seus caminhos, identificando as várias referências históricas. Aquela fria manhã na qual Archimedes morreu ficaria definitivamente marcada pela tragédia. O professor como sempre, havia acordado cedo e, vaidoso que era somente saiu do seu quarto depois de arrumar os cabelos grisalhos e lisos, raspar a barba e o bigode e vestir-se. Naquela noite Archimedes viajaria para Salvador, onde seria homenageado em comemoração aos seus 90 anos de idade. O seu corpo fora abatido por nove tiros. Ele fora assassinado algumas horas antes de Mafalda, a quarta das suas cinco filhas, chegar ao casarão e ser recebida também por uma saraivada de balas. Este trabalho busca compreender a trajetória da formação escolar de Archimedes Pereira Guimarães e o trabalho desse engenheiro como professor e intelectual dedicado ao campo da Química, tomando como fonte os trabalhos científicos por ele publicados nesta área e alguns dos seus registros memorialísticos. A este estudo, preocupa o modo como circulam no ambiente acadêmico brasileiro alguns conceitos e perspectivas de análise que são empregados a diversos objetos, a partir de um determinado tipo de apropriação que termina por orientar muitos aportes teóricos. No caso de Archimedes, é necessário caracterizar o professor como homem comprometido com um projeto de desenvolvimento nacional. Os elementos que forjaram a sua ação não podem ser secundarizados. Por qualquer ângulo que se queira olhar a realidade vivida por Archimedes, é fundamental que se considere as falas do seu memorialismo tão importantes quanto os silêncios produzidos em torno da sua memória. Archimedes foi o principal parceiro de Anísio Teixeira nas reformas do ensino que este último liderou na Bahia, durante a primeira metade do século XX, tendo substituído o baiano quando este se afastou da Diretoria da Instrução Pública para estudar nos Estados Unidos da América. O conhecimento da produção deste autor foi possível graças a colaboração de várias pessoas, que se dispuseram a ajudar com o levantamento de dados, a identificação de fontes, o fornecimento de informações sobre outros estudos da área e também discutindo alguns problemas interpretativos. Parte desses textos recuperei explorando os arquivos do Instituto de Tecnologia e Pesquisas do Estado de Sergipe – ITPS, trabalhando em parceria com a pesquisadora Anamaria Gonçalves Bueno de Freitas. Localizei vários trabalhos na biblioteca do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia e no Instituto Histórico e Geográfico do Estado de Minas Gerais. Agradeço a colaboração que recebi do pessoal que atua nas bibliotecas da Universidade Federal da Bahia e na Biblioteca Pública daquele Estado. Do mesmo modo, recebi a contribuição do amigo Prof. Dr. Luciano Mendes de Faria Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais, que colaborou para que eu levantasse, catalogasse e copiasse importantes textos publicados por Archimedes Guimarães. Recebi esse tipo de cortesia também da parte do pessoal que atua nas bibliotecas da Universidade de São Paulo. O pesquisador Fábio Alves dos Santos colaborou para que eu localizasse vários trabalhos produzidos pelo autor aqui estudado. Evelyn de Almeida Orlando, pacientemente, também percorreu vários arquivos do Estado de Minas Gerais em busca de publicações que utilizo neste estudo. A todos o meu muito obrigado e o registro de que as fragilidades existentes neste trabalho são resultantes das limitações acadêmicas do seu autor. Archimedes, o estudante O berço de Archimedes era a cidade de Campinas, no Estado de São Paulo, onde nasceu em 1894. Seus pais eram Zulmira e José Pereira Guimarães. Ele foi morar em Santos com a família, ainda criança, onde concluiu os estudos da escola primária em 1907. A partir de 1905 teve como principal dirigente da sua formação escolar o professor Tarquínio da Silva1, na Escola Alemã. Mudou-se para a capital do Estado quando ingressou no Ginásio Macedo Soares, que funcionava à rua do Arouche. Em 1912 estava matriculado como aluno do curso de engenharia da Escola Politécnica, sempre acompanhado de uma grande roda de amigos, principalmente nas rodadas de chope que consumiam no Progredior, à rua 15 de Novembro. Essa forma de lazer fizera parte da rotina do estudante, até a colação de grau, em 17 de dezembro de 1917. Exercendo liderança estudantil, ele presidiu o Grêmio da Escola Politécnica, o que lhe possibilitou ampliar a rede de contatos, a começar pelo então prefeito da cidade de São Paulo, Washington Luiz Pereira de Souza, por quem foi recebido em audiência. Uma boa parte dos estudos da geração da qual fazia parte Archimedes Pereira Guimarães colocou o movimento nacionalista no centro das discussões próprias aos primeiros 50 anos do século XX. A maioria dos analistas viu a formação dos estudantes nesse período como sendo expressão de um discurso conservador, espaço de reprodução de uma cultura conservadora, fundada sobre valores cívicos. Talvez seja necessário repor o debate sobre essa formação, tal como se fez nos anos 80 e 90 com o movimento da Escola Nova, para que, antes de qualquer coisa, sejamos capazes de compreender os objetivos daquela formação, antes mesmo de denunciá-la. Há ainda muita informação sobre o assunto a ser analisada, a começar pelas práticas estudantis. Talvez esteja na hora de atenuar as análises que centraram as argumentações sobre este tema, substituindo o foco por uma tentativa de compreender as práticas culturais dos estudantes. Assim, a formação escolar poderá ser iluminada como uma cultura que levou a incorporação de valores, comportamentos e hábitos. O gosto pela política levou Archimedes Pereira Guimarães a freqüentar as sessões da Câmara dos Deputados, no Palácio Monroe, a partir de 1915. Era esse mesmo interesse que o levava a observar, ainda em 1913, os passeios de Francisco de Paula Rodrigues Alves, pela segunda vez presidente do Estado de São Paulo, que costumava aproveitar o sol da manhã para passear com as filhas no jardim do Palácio dos Campos Elíseos, na Alameda Barão do Rio Branco, onde Archimedes morava. Do mesmo modo, passou a freqüentar as reuniões da Liga Nacionalista de São Paulo, onde estreitou relações com o então bacharelando Prudente de Morais Neto. Nesse período conviveu com o senador Manuel Ferraz de Campos Sales, que tinha o hábito de andar sozinho pela rua 15 de Novembro. Quando da morte do senador, Archimedes acompanhou o cortejo fúnebre carregando o estandarte da Escola Politécnica. Ainda como estudante, ele pronunciou, em nome dos colegas, uma oração de despedida, à beira da sepultura do engenheiro Antônio Francisco de Paula Souza. É possível acrescer àquilo que tem sido uma das formas de análise corrente dos estudos de História da Educação, a observação que faz, a partir do trabalho de Eric Hobsbawm, Maria Cecília Cortez Christiano de Souza, para explicitar os problemas que envolvem a memória que se produziu em torno da escola e as distintas interpretações dos historiadores: há momentos cruciais em que uma tradição é inventada, momentos fortes da história em que certas versões e certas formulações dos acontecimentos se cristalizam e passam a ser vividas como regras incorporadas, tornando-se ecos não reconhecidos dos passados. Principalmente quando os sujeitos não tenham articulado essa tradição ou distanciado desses passados de forma suficiente para reconhecer seus traços na atualidade, eles se tornam fundantes de formulações e práticas não discutidas2. Se a política tocara o estudante, os afazeres políticos continuaram a entusiasmar o engenheiro Archimedes Pereira Guimarães. Em julho de 1923, pouco antes de viajar para Sergipe, onde passaria a residir, ele esteve na inauguração da estátua de Castro Alves, em Salvador, ouvindo José Joaquim Seabra recitar todo o “Navio Negreiro”. A um outro importante intelectual baiano, Rui Barbosa, Archimedes tivera oportunidade de ouvir por três vezes: em São Paulo, durante a campanha civilista; em Campinas, discursando no monumento a Carlos Gomes; e, no Rio de Janeiro, discursando no Senado Federal. Do mesmo modo, tivera a oportunidade de ouvir a Wenceslau Braz Pereira Gomes, em visita à Bolsa de Café de Santos; e ao embarcar para o Planalto; a Epitácio da Silva Pessoa, ouvindo discursar a patativa do Norte junto ao monumento que o México oferecia ao Brasil, do índio Tualtemoc, na Praia do Flamengo, no centenário da nossa Independência, ou ao lado, em carro aberto, do Presidente Alvear, da Argentina, na Avenida Rio Branco; a Artur da Silva Bernardes, no próprio dia da tumultuada posse na Presidência da República, ou tranqüilo, livre das amarras do poder, na Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte; ao mesmo Washington Luis, ao tomar um bonde elétrico em São Vicente, numa tarde de domingo, em companhia de Heitor Penteado e Júlio Prestes, com destino a Santos, onde o aguardava, na Praça dos Andradas, o delegado Ibrahim Nobre, o fogoso tribuno de 1932; ou na pequenina e linda Aracaju, que fizera questão de conhecer, candidato a suprema curul presidencial, que não completaria; ou, ainda, de regresso do exílio, no Parque Balneário, após uma reunião-almoço do Rotary Clube de Santos3. Archimedes fora um homem forte, bem articulado politicamente e quase sempre sisudo. Para os seus adversários, um espírito autoritário. Para os amigos, um líder de grande e instintiva capacidade de dirigir homens. Os admiradores falavam de um homem sensível. O professor era exigente. O cidadão era um liberal que repelia dogmas e gostava de uma boa conversa, temperada com fina ironia e algumas pitadas de bom humor. Quase sempre, fazia prosperar todos os empreendimentos dos quais participava. Era simples, severo, objetivo e organizado. O certo é que a sua atividade intelectual estava longe de limitar-se ao magistério. Sua capacidade de trabalho estava marcada pelos muitos cargos que ocupara em diferentes governos de Sergipe e da Bahia. O engenheiro sempre encontrava tempo para a pesquisa histórica, uma das suas paixões. Dentre as suas predileções no campo, os estudos biográficos. Estudou o compositor Carlos Gomes e o pai da aviação, Alberto Santos Dumont. Seu trabalho sobre a vida e a obra do maestro é uma importante contribuição aos estudos sobre a História da Música no Brasil. Publicou vários trabalhos sobre as instituições das quais participou. A respeito do Rotary Club escreveu um valioso conjunto de textos. O trabalho de Archimedes Pereira Guimarães constituiu, de fato, um discurso que tinha propósitos normatizadores. A sua ação era imbuída por fortes elementos nacionalistas, sem nenhuma dúvida, e refletia o ambiente e as inquietações das demandas de industrialização e urbanização que estavam postas no início do século XX, o que também foi a tônica de muitos discursos. Contudo, outros aspectos tão importantes quanto estes merecem ganhar relevo. Ao ser diplomado engenheiro em 1917, Archimedes viajou à América do Norte, onde trabalhou e completou a sua formação acadêmica. Ali, presidiu a Brazilian Student’s Association (1920-1921). Ao regressar ao Brasil, atuou como professor da Escola de Agronomia de Niterói. Foi assim que conheceu Maurício Graccho Cardoso, advogado e professor da mesma instituição, que mais tarde viria a presidir o Estado de Sergipe e convidaria o seu amigo Archimedes para implantar o Instituto de Química Industrial sergipano. É necessário ainda, para uma melhor compreensão da sua proposta, que se reflita sobre os elementos e o sentido da sua trajetória de vida. Ainda são muitas as dúvidas a respeito da sua vida que são desconhecidos. Até agora o trabalho de Archimedes Pereira Guimarães não foi estudado. Na Bahia, ele foi Diretor da Instrução Pública (1929- 1931), secretário da Agricultura, Indústria e Comércio, secretário da Fazenda, diretor da Escola Politécnica, sócio benemérito e presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Ciência, sócio do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, diretor da Escola Agrícola (1932-1935), vice-presidente da Associação Brasileira de Educação (1934- 1935), diretor da Escola Politécnica (1939-1944), diretor interino da Faculdade de Filosofia (1942-1944), diretor do Instituto de Tecnologia da Bahia (1949-1959), membro do Conselho Diretor da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (1957-1965), presidente da Associação Baiana de Educação, da Associação Cultural Brasil-Estados Unidos, do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia da 3ª Região, do Conselho de Representantes da Escola Técnica de Salvador, da Comissão de Localização e Desenvolvimento Industrial da Bahia, do Rotary Clube da Bahia, da Telefones da Bahia S.A. – Tebasa. Archimedes Guimarães ancorou o seu projeto no conhecimento científico da Química que se irradiava velozmente durante as primeiras décadas dos anos novecentos. Além de todas as atividades já listadas, Archimedes exerceu ainda, em Salvador, na década de 30, o magistério da Química em instituições privadas de ensino secundário, como o Ginásio Ypiranga, liderado por Isaias Alves. Pesquisador compulsivo, o engenheiro Archimedes Guimarães legou uma ampla produção bibliográfica, que abrange áreas diversificadas do conhecimento. Para ele, os livros eram “armas de dois gumes, ora provocando o Mal, pela difusão de idéias exóticas, e perniciosas, ora estimulando o Bem, pelo franco acesso ao prazer intelectual, ao bom gosto e à meditação”4. PRODUÇÃO BIBLIOGRÁFICA DE ARCHIMEDES PEREIRA GUIMARÃES (1917-1984) ANO TÍTULO REFERÊNCIA 1917 “Discurso” Comércio de São Paulo. 13 de outubro. 1917 “Discurso” Correio Paulistano. 13 de outubro. 1917 “Discurso” O Estado de São Paulo. 13 de outubro. 1922 Interpretação das análises das águas industriais Tese. Salvador: Escola Politécnica da Bahia. 1923 Exposição de motivos apresentada ao presidente do Aracaju. Estado, Mauricio Graccho Cardoso, em 27 de junho de 1923, pelo diretor do Instituto de Química Industrial de Sergipe, Archimedes Pereira Guimarães 1928 Efeito da intensidade da vibração dos raios químicos Tese. Salvador: Escola na produção dos compostos dos metais raros Politécnica da Bahia. 1929 Atividades nas alterações dos metais produzidos pelos Tese de concurso para o cargo de metalóides e seus compostos professor catedrático de Química Inorgânica, Descritiva e Analítica e Química Orgânica. Salvador: Escola Politécnica da Bahia. 1929 Introdução a um curso de Química Industrial e aula Bahia: s/ed. inaugural do Instituto de Química de Aracaju 1929 “Oração de posse na cátedra da Escola Politécnica da Revista Brasileira de Bahia” Matemática Elementar. Salvador. 1933 Palestras e conferências Salvador: Typographia do Commercio. 1934 “Cimento branco” Ciência e arte. Salvador, n. 1, vol. I, set. 1935 “A % de carbono nos ferros e aços” Ciência e Arte. Salvador, n. 4, ago. 1936 “Antônio Carlos Gomes” Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. Salvador. 1937 “Aula inaugural” Boletim do Instituto de Engenharia de São Paulo. n. 129. 1937 “Pedro de Toledo, Miguel Calmon, Homem de Melo, Revista do Instituto Teodoro Sampaio, Alberto Torres” Geográfico e Histórico da Bahia. Salvador, IGHBA, nº 63 (Separata). 1938 “José Bonifácio, o patriarca” Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. Salvador. 1940 Ensaio sobre a química dos alumino-silicatos Salvador: Escola Politécnica da Bahia. 1940 “Oração de paraninfo” Boletim do Instituto de Engenharia de São Paulo. n. 153. 1942 Elementos de Química Agrícola Salvador: Escola Politécnica da Bahia. 1943 Elementos de Química Agrícola Salvador: Científica. 1947 “Castro Alves” Rotary Bahiano. Salvador. 1947 Classificação e fórmulas estruturais dos silicatos Belo Horizonte: s/ed. 1949 “Antonio José Pereira” Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. XLIX. 1951 “A tecnologia do cálcio” Instituto de Tecnologia da Bahia. v. 1, p. 1-35. Salvador. 1952 “A tecnologia do silício” Instituto de Tecnologia da Bahia. 2. Salvador. 1952 “John Casper Branner e o estudante brasileiro Jornal do Comércio. Rio de Janeiro, 12 e 13 de abril. 1952 “O carbonado da Bahia” Instituto de Tecnologia da Bahia. 3. Salvador. 1953 “Esboço de Geologia Econômica do Estado da Bahia” Boletim Geográfico. Rio de Janeiro, ano 10, n. 11. p. 580- 587. 1953 “Esboço de Geologia Econômica do Estado da Bahia” Boletim Geográfico. Rio de Janeiro, ano 10, n. 11. p. 724- 731. 1953 Problemas de base do Estado da Bahia Salvador: Instituto de Tecnologia da Bahia. 1954 Esplendor e agonia do Instituto Baiano de Agricultura: Salvador: Centro de Estudos 1859-1902 Baianos. 1955 “Breve introdução a um curso de Química-Física” Arquivos da Faculdade de Filosofia da Bahia. vol. 4. Salvador. 1955 O Instituto Tecnológico da Bahia: História, finalidades, 9 vols. Salvador: Instituto de recursos e realizações Tecnologia da Bahia. 1956 “Recursos minerais do Estado da Bahia. I. Minérios de Instituto de Tecnologia da ferro” Bahia. 11. Salvador. 1956 “Recursos minerais do Estado da Bahia. II. Minérios de Instituto de Tecnologia da cromo” Bahia. 17. Salvador. 1957 A Escola Politécnica da Bahia sob a administração do Salvador: Fundação Gonçalo Estado de 1940 a 1944 Moniz. 1957 “As lavras diamantinas” Gemologia. São Paulo, ano 2, n. 8. p. 15-16. 1957 Necessidade de fixação do conceito de laterita e de solo Monografia. Salvador: Instituto laterítico de Tecnologia da Bahia. 1957 O ensino secundário: notas de leitura Salvador: s/ed. 1958 “Recursos minerais da Bahia: minerais e minérios” Instituto de Tecnologia da Bahia. 20. Salvador. 1959 “O carbonado da Bahia” Revista Brasileira de Química. São Paulo, v. 47, n. 277. p. 33- 39. 1959 “O carbonado da Bahia” Revista Brasileira de Química. São Paulo, v. 47, n. 278. p. 121- 129. 1959 “Recursos minerais do Estado da Bahia. III. Minérios de Instituto de Tecnologia da cobre” Bahia. 22. Salvador. 1959 “Recursos minerais do Estado da Bahia. IV. Minérios de Instituto de Tecnologia da manganês” Bahia. 23. Salvador. 1959 “Saudação ao professor Miguel Ferreira Dultra” Salvador. 1959 “25 anos de atividades de Rotary na cidade do Salvador” Salvador: s/ed. 1961 A indagação da verdade Salvador: Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia. 1964 “Curso de Química Tecnológica” Revista Brasileira de Química. São Paulo. 1964 “Curso de Química Tecnológica” Revista de Química Industrial. Rio de Janeiro. 1964 “Um problema crucial para a humanidade” Engenharia. São Paulo, n. 256. 1966 Fragmentos de História da Química Belo Horizonte: s/ed. 1966 Três viagens aos Estados Unidos Belo Horizonte: s/ed. 1968 Betumes Belo Horizonte: UFMG. 1968 Singularidades da civilização norte-americana Belo Horizonte: UFMG. 1970 “Vida e obra de Teodoro Sampaio” Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Vol. XLIX. 1972 E agora, padre Belchior? Belo Horizonte: s/ed. 1972 Escola Politécnica da Bahia (1896-1947) Salvador: Escola Politécnica da Bahia. 1972 História de Minas Gerais: resumo didático Em co-autoria com Lúcio José dos Santos. Belo Horizonte: Imprensa Oficial. 1976 Considerações sobre a Química e sua evolução Belo Horizonte: Associação Brasileira de Química. Seção Regional de Minas Gerais. 1976 O conceito de hispanidad Belo Horizonte: s/ed. 1980 O numeroso Ruy Belo Horizonte: s/ed. 1981 Um mineiro ferroviário e historiador Belo Horizonte: s/ed. 1982 Cartas de um professor de Tupi: Plínio Marques da Belo Horizonte: s/ed. Silva Ayrosa 1982 Dois sertanejos baianos do século XX Salvador: Centro de Estudos Baianos. 1983 Orações de um octogenário: 1973 a 1975 1º volume. Belo Horizonte: s/ed. 1984 Relatório do presidente Archimedes Pereira Belo Horizonte: Instituto Guimarães: 29.09.1971-31.03.1984 Mineiro de Cultura Hispânica. Pensar a Química, pensar a riqueza mineral, pensar o homem Carlo Ginzburg considera que, muitas vezes, o historiador lê nos documentos “o que já sabe, ou crê saber, por outras vias, e pretende demonstrar”5. Voltar a atenção para o trabalho de Archimedes Guimarães como Químico requer um esforço para a compreensão das possibilidades dadas a este campo durante a primeira metade do século XX, estudando as possibilidades desse tipo de prática. A Química de Archimedes era uma importante ferramenta do seu projeto nacionalista que cumpria a tarefa de auxiliar o desenvolvimento da indústria brasileira. Tecnologia foi um dos campos que recebeu sólida contribuição do autor. Em 1922, ele publicou a tese Interpretação dos resultados das análises das águas industriais6. Uma nova tese seria publicada por Archimedes, em 1928: Efeito da intensidade da vibração dos raios químicos na produção dos compostos dos metais raros7. Ao prestar concurso para a cadeira de Química Inorgânica, Descritiva e Analítica e Química Orgânica da Escola Politécnica da Bahia, em 1929, o autor publicou a tese Atividade nas alterações dos metais produzidas pelos metalóides e seus compostos8, trabalho aprovado pela banca que o examinou. Em setembro de 1934, o Grêmio estudantil da Escola Politécnica da Bahia colocou em circulação o primeiro número da revista Ciência e Arte. Nele, Archimedes

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