. . . Copyright ©2019 by Editions Jean-Claude Lattès Título original: Le Piège Américain Jean-Claude Lattès Copyright da tradução ©2021 Kotter Editorial Direitos reservados e protegidos pela lei 9.610 de 19.02.1998. É proibida a reprodução total ou parcial sem autorização, por escrito, da editora. Coordenação editorial: Sálvio Nienkötter Editor-executivo: Carlos Garcia Fernandes Capa: Jussara Salazar Design editorial e ebook: Carlos Garcia Fernandes Tradução: Vivianne de Castilho Moreira Produção: Cristiane Nienkötter Revisão: Sálvio Nienkötter Foto do autor: Brigitte Baudesson Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Ficha catalográfica elaborada pela Kotter editorial Pierucci, Frédéric, 1968- Arapuca estadunidense: uma Lava jato mundial! / Frédéric Pierucci e Matthieu Aron ; tradução de Vivianne de Castilho Moreira. -- Curitiba : Kotter Editorial, 2021. 344 p. Bibliografia ISBN 978-65-5361-019-4 Título original: Le Piège Américain 1. Guerra Econômica 2. Geopolítica 3. FCPA 4. ALSTOM (Empresa) 5. General Eletric (Empresa) 6. França - Relações internacionais - Estados Unidos I. Título II. Aron, Matthieu III. Moreira, Vivianne de Castilho CDD 327.117 21-5325 Kotter Editorial Rua das Cerejeiras, 194 82700-510 | Curitiba/PR +55 41 3585-5161 www.kotter.com.br | [email protected] Feito o depósito legal 1a Edição 2021 . À minha esposa e a meus filhos . Por respeito à sua intimidade, os nomes dos membros da família de Frédéric Pierucci, bem como aqueles de seus próximos, foram aqui modificados. . N A , O MOMENTO EM QUE A LSTOM DESAPARECE DESEJO PRESTAR MINHA HOMENAGEM A TODOS OS - , , MEUS EX COLEGAS QUE TRABALHADORES , , , ENGENHEIROS TÉCNICOS COMERCIÁRIOS CHEFES , DE PROJETOS TRABALHARAM DURANTE DEZENAS DE ANOS PARA REALIZAR PRODUTOS DE EXCELÊNCIA , INVEJADOS POR NOSSOS CONCORRENTES OS QUAIS CONTRIBUÍAM PARA ASSEGURAR A INDEPENDÊNCIA F . ENERGÉTICA DA RANÇA N : ÃO NOS ENGANEMOS SE ESTE LIVRO LANÇA LUZ SOBRE UM ENCADEAMENTO DE DECISÕES , CALAMITOSAS GUARDO INTACTAS AS MEMÓRIAS DESSA SOLIDARIEDADE E DESSE COLETIVO DE TRABALHO QUE FOI MEU COTIDIANO DURANTE . S . VINTE E DOIS ANOS EI O QUE LHES DEVO . PREFÁCIO P H P OR ENRIQUE IZZOLATO Quando a política penetra no recinto dos tribunais a justiça se retira por alguma porta. [François Guillaume Guizot (1787-1874)] Naturalmente mais incisivos, os italianos costumam adaptar a frase de Guizot ladeando o poder econômico ao poder político e exaltando a incompatibilidade e mesmo o pavor que a verdadeira justiça tem da influência política e financeira. Eles a parafraseiam para algo como: Quando o dinheiro e a política entram pela porta dos tribunais, a justiça foge pela janela. Por um lado, não há nisso exatamente uma novidade. Um dos livros mais antigos entre os que atravessaram os séculos, talvez o mais antigo mesmo dentre eles, Os Trabalhos e os Dias, de Hesíodo, é aberto justamente com uma profunda crítica à justiça instituída naquela Grécia arcaica, que fez o pobre poeta perder a melhor parte da sua herança para seu irmão, um corruptor de juízes. Isso sempre acontece em maior ou menor grau e, por exemplo, vários séculos depois, durante a Idade Média, a Igreja católica obteve um poder imperial em praticamente todo o Ocidente, e se valeu justamente dos tribunais, os de Inquisição, para torturar os corpos (especialmente os corpos dos ricos judeus) e queimá-los (ainda vivos) nas fogueiras santas, assenhorando-se de todos os pertences da família do condenado. Condenado que, diga-se, só tinha direito a julgamento caso confessasse seus “crimes” de heresia, num instrumento ancestral do plea bargain (por sua vez, um dispositivo estadunidense inoculado na Lava Jato por seus agentes). O império atual não é católico, é protestante, mas, como veremos nesse Arapuca Estadunidense, se vale dessa mesma técnica e a impõe a outros países, agindo neles pela instituição do instrumento da delação premiada. Por outro lado, quando uma nação quis esbulhar alguma outra, o que mostra a História é o uso do expediente de guerras, colocando em campo seus grandes exércitos em luta aberta, portanto limpa. O uso do aparelho judiciário para esse fim específico, o chamado Lawfare (ou direito penal do inimigo), é relativamente recente e tem se mostrado, se não mais devastador que a guerra aberta, muito mais eficiente quanto aos propósitos. Esta é uma luta realizada no escuro da espionagem, portanto suja. Às vezes o objetivo deste tipo de luta é tão-somente o enfraquecimento do governo de turno (sempre governos progressistas e comprometidos com projetos de soberania) por meio da instabilidade política, como por exemplo o processo conhecido por Mensalão, do qual fui alvo e no qual as maiores iniquidades contra