F í s i c a Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Conteúdo Vetores ...........................................................................................................................................3 Cinemática escalar..........................................................................................................................4 Cinemática vetorial .......................................................................................................................10 Dinâmica ......................................................................................................................................19 Trabalho e energia ........................................................................................................................25 Estática ........................................................................................................................................27 Gravitação ....................................................................................................................................30 Hidrostática ..................................................................................................................................32 Termologia ...................................................................................................................................34 Óptica geométrica ........................................................................................................................51 Movimento harmônico simples (MHS) .........................................................................................66 Ondulatória ..................................................................................................................................69 O estudo do som ..........................................................................................................................74 Carga elétrica ...............................................................................................................................79 Força elétrica ................................................................................................................................82 Campo elétrico ............................................................................................................................82 Corrente elétrica ...........................................................................................................................87 Resistores .....................................................................................................................................88 Geradores .....................................................................................................................................90 Capacitores ..................................................................................................................................94 Campo magnético ........................................................................................................................96 Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Física Vetores Método analítico Sejam dois vetores de módulos A e B, e que for- mam entre si um ângulo a. Grandezas vetoriais • Se a = 0º, os vetores são paralelos, têm a mes- ma direção e mesmo sentido, conforme a figura abaixo: Módulo ou intensidade Valor numérico da grandeza, acompanhado de A B uma unidade. Módulo do vetor resultante será a soma dos mó- Direção dulos desses dois vetores: Reta suporte da grandeza; admite dois sentidos. R = |A + B| Sentido • Se a = 180º, os vetores são paralelos, têm a Orientação da grandeza. mesma direção e sentidos opostos, conforme a figura abaixo: A B B A Soma de vetores O módulo do vetor resultante será a diferença dos módulos dos dois: Método do paralelogramo R = |A – B| Consiste em desenhar um paralelogramo utilizan- do os vetores como dois lados adjacentes. Veja o de- • Se a = 90º, os vetores são perpendiculares, con- senho abaixo: forme a figura abaixo: A B A A S B R Módulo do vetor resultante será a raiz quadrada B da soma dos quadrados dos módulos dos dois (teo- rema de Pitágoras). Método geométrico Nesse método une-se a origem de um vetor com |R| = A2 + B2 a extremidade do próximo e assim sucessivamente. Veja o desenho a seguir: • Se a for um ângulo qualquer, diferente dos men- cionados anteriormente, os vetores são oblíquos, conforme a figura abaixo: A B B A S B A α Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 3 mais informações www.iesde.com.br Física Módulo do vetor resultante entre esses dois veto- Aplicando-se o teorema de Pitágoras conclui-se que: res será dado pela lei dos cossenos: |V| = V2 + V2 x y |R| = A2 + B2 + 2 . A . B . cos a Diferença de vetores Cinemática escalar A diferença vetorial nada mais é do que um caso especial da soma vetorial. Efetuar a diferença vetorial entre dois vetores A e B significa realizar a soma do Referencial vetor A com o oposto do outro vetor (B). Sendo que o oposto do vetor B é um vetor idêntico ao vetor ori- Só se pode afirmar que um corpo está em mo- ginal, porém com sentido contrário. Veja o exemplo vimento ou repouso tomando-se um determinado com o método geométrico: objeto ou posição como referência. B Movimento e repouso A Diz-se que um corpo está em movimento em re- -B lação a um determinado referencial, quando a sua -B posição a esse referencial varia com o decorrer do D=A−B=A+(−B) tempo. Ao contrário, um corpo está em repouso em D A relação a um referencial se a sua posição a este não variar. Componentes de um vetor Trajetória Todo vetor (V ), inclinado de um ângulo ( ) qualquer É a linha formada pela união dos pontos que repre- com respeito a determinado sistema de eixos, pode sentam as sucessivas posições de um móvel durante ser decomposto em dois outros vetores, perpendicu- um intervalo de tempo. É importante ressaltar que a lares entre si. São os chamados componentes retan- trajetória é relativa ao referencial. gulares de um vetor: V e V x y Na figura abaixo vemos uma situação na qual a relatividade da trajetória se faz presente. y V como João V João y veria o disco θ x V x P Da trigonometria do triângulo retângulo é fácil P concluir que: V = V . cosq x Figura 1: na figura tem-se um ponto P em um dis- co que gira em torno de seu centro e um observador (João), que percebe que o ponto descreve a trajetória V = V . senq y indicada. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 4 mais informações www.iesde.com.br Física Marcos ∆S = S – S como Marcos 0 veria o disco S = posição do móvel no instante t. P P S = posição do móvel no instante t=0. 0 • Distância percorrida (d): corresponde ao que o Quando um observador, como Marcos, móvel efetivamente andou. olha uma circunferência com uma inclina- ção, terá a impressão de ver uma elipse. Velocidade escalar média (Vm) Figura 2: nessa figura, vemos um outro observa- É a razão entre o deslocamento (∆S=S–S) e o tem- dor localizado em outro ponto, percebendo assim, 0 po gasto para efetuá-lo (∆t). uma outra trajetória para o mesmo ponto. como Pedro Origem S.A. veria o disco asil P E Br D S E P t t I Pedro i f No caso descrito para Pedro, quando ele olha uma circunferência no seu mesmo pla- S=0 S S no, terá a impressão de ver uma reta. i f ∆S= S –S f i Figura 3: nessa outra figura a trajetória do mes- ∆S S – S mo ponto agora é vista de forma diferente para uma Vm= ∆t ou Vm= tf – ti f i nova posição do observador. Unidades S.I.: metro/segundo (m/s). Deslocamento e Note que, como 1km = 1000m e 1h = 60min e distância percorrida 1min = 60s, tem-se que: Considere um móvel que se desloca em uma tra- km 1000m 1000m 1m jetória conhecida, um carro em uma estrada, por 1 h = 60x60s= 3600s = 3,6s m x 3,6 km exemplo. Fixamos um ponto O, ao qual denomina- s : 3,6 h 1 mos origem, arbitramos um sentido positivo para o 1km/h = m/s 1m/s = 3,6km/h 3,6 movimento e associamos uma escala (km por exem- plo) como indicado na figura a seguir: Velocidade escalar instantânea (V) + Origem S.A. Registra os valores da velocidade em cada instante asil do movimento do corpo. Por exemplo: um automóvel S DE Br percorreu 80km de 10h às 11h com a mesma velocida- S IE de. Parou de 11h às 12h e viajou de 12h às 14h, per- O correndo 100km. A velocidade instantânea do auto- móvel foi: 80km/h de 10h às 11h, zero de 11h às 12h e Para caracterizar a posição de um móvel num certo 50km/h de 12h às 14h; enquanto que a sua velocidade instante t, é suficiente fornecer o número s correspon- média foi de 45km/h. Matematicamente tem-se: dente à posição que ele ocupa (sendo s contada ao longo da trajetória). ∆S ds • Deslocamento (variação de posição) (∆S) é v = lim = ∆t 0 ∆t dt definido por: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 5 mais informações www.iesde.com.br Física Aceleração escalar média (a ) • S = espaço ou posição no instante t. • S = espaço ou posição inicial É a relação entre a variação da velocidade (∆V = 0 (instante t = 0). V – V) e o tempo gasto nesta variação. 0 0 • v = velocidade do móvel. ∆v v – v a = ou a = 0 Velocidade escalar relativa m ∆t m t – t 0 Define-se velocidade escalar relativa do móvel B, em Unidades S.I.: metro/segundo2 (m/s2). relação ao móvel A, como sendo a grandeza dada por: Aceleração instantânea (a) V = V – V BA B A A aceleração instantânea registra os valores da aceleração em cada instante do movimento do cor- Temos ainda: po. Matematicamente tem-se: V = V – V e V = – V ∆v dv AB A B BA AB a= lim = ∆t 0∆t dt Assim: a) quando os móveis caminham no mesmo sen- Movimento uniforme (MU) tido, o módulo da velocidade relativa é dado pela diferença entre os módulos das velocida- É o movimento que se processa sem que a velo- des de A e B: cidade escalar mude com o tempo (v = constante e diferente de zero). V = V – V BA B A V V V > 0 Se V > V A B Movimento retilíneo BA B A A B V < 0 Se V < V uniforme (MRU) BA B A b) quando os móveis caminham em sentidos Corresponde ao movimento mais simples da ci- opostos, o módulo da velocidade relativa é nemática e tem como característica trajetórias sobre dado pela soma dos módulos das velocidades linhas retas com velocidade constante. Uma vez que de A e B. a velocidade é constante, a aceleração, que trata da sua variação, é nula ou simplesmente não existe. V V V V A B A B Como a velocidade é constante, a velocidade ins- A B A B tantânea é igual à velocidade média (v = v). Com m isso, distâncias iguais são percorridas em intervalos V = V – V BA B A de tempos iguais. V > 0 Se V > V e também BA B A V < 0 Se V < V t=0s 1s 2s 3s 4s 5s S.A. BA B A asil Br pos.=0m 10m 20m 30m 40m 50m DE Situações importantes S E I • Saída da origem – caso o móvel esteja partindo • Função horária do espaço da origem, ou o problema não se refira à posição inicial (o que normalmente acontece), ela será S = S + vt zero (S = 0) e a posição final do móvel coincidirá 0 o com a distância percorrida pelo mesmo. Tem-se então, a equação anterior mais simplificada: Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 6 mais informações www.iesde.com.br Física Movimento retilíneo S = vt uniformemente variado (MRUV) • Passagem pela origem – ao passar pela origem É o movimento variado cuja trajetória é uma linha o espaço é sempre nulo então: reta e a aceleração escalar instantânea é constante. Com isso a velocidade sofre variações iguais em tempos S = 0 iguais. Observe o exemplo abaixo: • Encontro de móveis – dois ou mais móveis vão t(s) 0 1 2 3 4 5 se encontrar quando suas posições se tornarem v (m/s) 15 18 21 24 27 30 iguais, isto é, se os móveis A e B se encontraram num instante t, então neste instante: E Função horária da velocidade S = S A B V = V + at 0 Sendo assim, para encontrar o tempo de encontro basta igualar as funções horárias dos móveis. Função horária da posição Classificação do movimento uniforme • Progressivo (V>0) – é o caso em que a partícu- S = S + v t + (½)at2 0 0 la movimenta-se no mesmo sentido da orienta- ção da trajetória, ou seja: Relação de Torricelli + O V2 = V2 + 2a∆S 0 Classificação do movimento • Retrógrado (V<0) – nesse caso o móvel cami- nha em sentido contrário à orientação da tra- • Acelerado – o módulo da velocidade aumenta ao jetória. longo do tempo: O + 00,0,0m m/s/s 55,,00 mm//ss 1100,0,0m m/s/s 1155,,00 mm//ss asil S.A. Br E D 00,,00ss 11,,00ss 22,,00ss 33,,00ss ES I • Retardado – o módulo da velocidade diminui ao longo do tempo: Movimento variado (MV) 20,0m/s 15,0m/s 10,0m/s 5,0m/s 0,0m/s A. É um movimento em que a velocidade sofre varia- S. ção em seu módulo. Isto é, corresponde ao movimen- asil Br to em que a aceleração não é nula. 0,0s 1,0s 2,0s 3,0s 4,0s DE S E I Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 7 mais informações www.iesde.com.br Física Sinais de velocidade e aceleração A representação gráfica dessa função é uma pa- rábola. Repouso Progressivo Retrógrado espaço a > 0 espaço a < 0 retardado vértice (V=0) v = 0 v : + v : – V>0 acelerado Uniforme V<0 a = 0 a = 0 a = 0 V>0 acelerado v : + v : – V<0 Acelerado retardado vértice (V=0) a : + a : – 0 0 tempo tempo (A) (B) v : + v : – Retardado a : – a : + (A) Parábola com concavidade voltada para cima (a>0). (B) Parábola com concavidade voltada para baixo Gráficos dos movimentos retilíneos (a<0). Gráfico posição x tempo (s x t) Gráfico velocidade x tempo (v x t) MRU MRU • Função horária: Sendo a velocidade constante, a aceleração é nula e o gráfico é o de uma reta. S = S + Vt 0 V V > 0 V V < 0 t Sendo do 1.º grau a função horária desse movi- mento, trata-se de uma reta. t Características S V > 0 S V < 0 • Retas acima do eixo do tempo indicam um movi- mento progressivo; t t • Retas abaixo do eixo do tempo indicam um movi- mento retrógrado; Características • A área sob o gráfico indica o deslocamento es- calar. • Retas inclinadas ascendentes indicam um movi- mento progressivo (V > 0); MRUV • Retas inclinadas descendentes indicam um mo- vimento retrógrado (V < 0); • Função horária: • Retas horizontais indicam que o corpo está em repouso (V = 0); V = V + at 0 • A inclinação das retas desse gráfico representa a velocidade do móvel em cada momento: v = tga. Sendo do 1.º grau a função horária desse movimen- to, trata-se de uma reta. MRUV • Função horária: V a > 0 V a < 0 t S - S = V t + (½)at2 0 0 t Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 8 mais informações www.iesde.com.br Física Características que sofre somente a ação da gravidade resultando numa aceleração constante (a = g 10 m/s2), como • Retas inclinadas ascendentes indicam um movi- indicado abaixo. mento com aceleração positiva; • Retas inclinadas descendentes indicam que o cor- po tem movimento com aceleração negativa; • Retas horizontais indicam que o corpo está em MRU; • A inclinação das retas desse gráfico representa 0m/s 0s a aceleração do móvel: a = tga; 10m/s 1s • A área sob o gráfico indica o deslocamento es- 20m/s 2s A. calar. S. asil Br Gráfico aceleração x tempo (a x t) 30m/s 3s SDE E I MRU • Função horária: 40m/s 4s S = S + Vt 0 sendo, 50m/s 5s a = cte = 0 Nessa figura percebe-se que a velocidade sofre va- riações iguais em tempos iguais. A queda livre não depende da massa, do tamanho a V > 0; V < 0 e nem do peso do corpo. Assim trata-se de um caso importante de aplicação das equações do MRUV. t Características 2h • Tempo de queda → tq = . g g = gravidade local; h = altura de queda. MRUV • Velocidade após cair de uma altura Sendo a aceleração constante o gráfico é o de uma h → v = 2gh. reta. • Função horária da velocidade → v = gt. a • Função horária da posição (altura contada na vertical com orientação para baixo e origem no Nesse gráfico a área entre a reta e o ponto de lançamento) → h = v t + gt2/2. A evaixroia dçãoos tdeem vpeolosc éid naudme.ericamente igual à 0 t1 t2 tempo Lançamento vertical No lançamento vertical o corpo é lançado verti- Queda livre calmente para cima (ou para baixo) com uma velo- Queda livre é o movimento vertical descrito por cidade inicial diferente de zero ficando submetido um corpo que é abandonado (velocidade inicial igual somente a efeitos da gravidade o que resulta, nesse a zero) num ponto qualquer da superfície terrestre, caso também, num MRUV. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 9 mais informações www.iesde.com.br Física Características • Vetor posição inicial: r (origem em 0 e extre- 0 V midade em A). • Tempo de subida→ ts = 0. g • Vetor posição: r(origem em 0 e extremidade V = velocidade inicial; g = gravidade local. 0 em B). • Tempo de subida t = tempo de descida t . s D • Vetor deslocamento: ∆r (origem em A e extre- • Função horária da velocidade → midade em B). V = V + gt. 0 • Função horária da posição (altura contada na Vetor velocidade vertical com orientação de acordo com a veloci- dade inicial e origem no ponto de lançamento) Vetor velocidade média (v ) → h = Vt + gt2/2. m 0 Observação t• A 0 ∆r Δr O sinal da aceleração depende somente da orienta- V = m ∆t ção da trajetória e não do fato de o corpo estar subin- B • do ou descendo. t • ∆r = vetor deslocamento. Propriedades do lançamento vertical • ∆t = intervalo de tempo = t – t . 0 • Ponto mais alto da trajetória: Altura máxima al- Características cançada pelo corpo (h ). max • No ponto de altura máxima: velocidade é nula • Módulo (intensidade): (Se h = hmax ⇒ V = 0). v =|Vm|= ∆∆tr ; • A velocidade de chegada é igual e contrária à • Direção: mesma do deslocamento (secante à velocidade de saída para qualquer ponto de curva); sua trajetória. • Sentido: mesmo do deslocamento. (V = – V ). saída chegada Note-se que o vetor velocidade média tem sua direção tendendo para a tangente à medida que o Cinemática vetorial intervalo de tempo tende a zero. Vetor velocidade instantânea (v ) Vetor posição e vetor deslocamento A A figura abaixo mostra um corpo que se desloca do t0 • Δr ponto A até o ponto B: V = limV ∆t 0 m • • • B A t • B Características • • Módulo (intensidade): v =|V |= velocidade 0 escalar instantânea; • Direção: tangente à trajetória; Os vetores indicados abaixo localizam o corpo ao longo da trajetória. • Sentido: mesmo do movimento. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., 10 mais informações www.iesde.com.br