Apologética católica: Tudo que você precisa saber para defender sua fé

311 Pages·2016·1.39 MB·Portuguese

by  Márcio Carvalho

Apologética Católica
Tudo que você precisa saber para defender sua
fé
Márcio Carvalho (org.)
© 2016 – Martyria Editora
www.martyria.com.br / [email protected]
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Sumário
Introdução
Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6)
A Religião e as religiões
A Minha Igreja
A Igreja Católica é a Igreja de Cristo
A tradição da Igreja
A Bíblia Católica
Será mesmo cristão o Catolicismo Romano?
Quando é que tal e tal uso foi introduzido na Igreja?
1. OBSERVAÇÃO GERAL
2. ORIGEM DA DESIGNAÇÃO “PROTESTANTE”
3. O SINAL DA CRUZ
4. ÁGUA BENTA
5. ALTARES E VELAS
6. TRANSUBSTANCIAÇÃO E MISSA
7. O CELIBATO DO CLERO
8. A RECITAÇÃO DA “AVE-MARIA”
9. CONCLUSÃO
Respostas da Bíblia sobre a Doutrina da Una e Santa Igreja Católica Apostólica
Romana 5
1. VENERAÇÃO DE IMAGENS
2. BATISMO
3. CONFISSÃO
4. A COMUNHÃO
5. CASAMENTO - SACRAMENTO INDISSOLÚVEL?
6 - CASAMENTO DOS PADRES?
7 - O PAPA
8-INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA
9-A BÍBLIA - A ÚNICA FONTE DA FÉ?
10 - BÍBLIA - E SEITAS
11-PECADORES NA IGREJA CATÓLICA
12-A VIRGINDADE DE MARIA
13 - VENERAÇÃO DE MARIA E DOS SANTOS
14-PURGATÓRIO
15 - SANTIFICAÇÃO DO SÁBADO OU DOMINGO
16-PAGAMENTO PELOS BATIZADOS E CASAMENTOS
17-VALOR DOS MILAGRES
18 - FALSOS MILAGRES?
19 - O DOM DAS LÍNGUAS.
20 - ALCOÓLATRAS E FUMANTES.
21 - ESPIRITISMO E CRISTIANISMO.
22-ORIGENS DE ALGUMAS IGREJAS E SEITAS CRISTÃS
As Religiões se equivalem?
Responder à carência doutrinal e à ignorância religiosa
A tarefa ecumênica
O desafio perante as seitas
Carências doutrinais e ignorância religiosa
A crendice popular
Rever o processo evangelizador
O testemunho da união e da caridade
Ir ao encontro do Povo
A nova evangelização
Falsos Profetas e Falsas Doutrinas
Respostas Às Testemunhas De Jeová
1. Cl 1,15 e Ap 3,14
2. Jo 14,28; Jo 5,19-24 e Jo 14,28: “O Pai é maior do que eu”.
3. Mc 10,18
4. Ap 20,6
5. Ez 18,4; Ecl 9,5-10; Ez 18,4: “Aquele que pecar, esse morrerá”.
6. At 15,28s
7. Is 11,6-9
8. SI 36,28s
9. A data do Natal
10. A Igreja mudou?
Respostas aos adventistas
Respostas a um Ateu
1. A Existência de Deus
2. Muitas religiões
3. O mal no mundo
4. O Deus do Antigo Testamento
5. A salvação dos ateus
6. Fé e Razão
7. A Bíblia
8. Odiar pai e mãe
9. Salvação
10. Misticismo
As provas da existência de Deus
Provas da Filosofia
Provas do Universo
Psicologia, Antropologia e Medicina
A farsa de Charles Darwin
OS SILÊNCIOS DE DEUS
Para o católico saber mais
O que são as Indulgências
Os Antipapas
O Grande Cisma do Ocidente
As Cruzadas e a luta pela Terra Santa.
CRUZADA DAS CRIANÇAS
A Inquisição
1. Inquisição: Generalidades
2. Inquisição Espanhola
Teologia da Libertação
RESPOSTAS A LEONARDO BOFF:
1. Sexo e celibato:
2. Pecado:
3. AIDS, Aborto e Drogas
4. Política, Igreja Oficial e Igreja das Catacumbas:
5. Fundamentalismo:
6. Clonagem, Novas Tecnologias:
7. Apócrifos, Imagem de Cristo:
8. Utilidade da Religião:
9. Conclusão:
Maçonaria e Fé Cristã
Os Cristãos e a Data da Páscoa
1. Calendário: o que é?
2. O Calendário Gregoriano
3. E a Data da Páscoa?
Quando o Matrimônio é Nulo?
Fé Racional
Renovação Carismática Católica
Exegese Bíblica 27
Parte I - Noções Gerais
NOÇÕES GERAIS BÁSICAS
1. O que é a Bíblia?
2. Quais as partes que compõem a Bíblia?
INSPIRAÇÃO
a) Modo da inspiração
b) Funcionamento psicológico da inspiração
ORIGEM E FORMAÇÃO DA BIBLIA
1. Indícios e evidências históricas
2. A tradição oral e a tradição escrita
3. Os Intérpretes - Profetas e Sábios
4. A nova tradição da era cristã
5. Entendendo algumas dificuldades concretas
6. A fonte comum
7. As Cartas
8. O Cânon Sagrado
HERMENÊUTICA - INTERPRETAÇÃO DA BIBLIA
1. Conceito
2. Exegese Rabínica
3. Exegese Protestante
4. Exegese Católica
HISTÓRIA DAS FORMAS - GÊNEROS LITERÁRIOS
1. HISTÓRIA DAS FORMAS (“FORMGESCHICHTE”)
2. PRINCIPAIS GENEROS LITERÁRIOS DA BÍBLIA
a) narrativo-didático: mito, saga, legenda, conto, fábula, alegoria, parábola
b) narrativo-histórico
c) Legislativo
d) Sapiencial
e) Profético
f) Salmos
3. PRINCIPAIS ETAPAS DA HISTÓRIA DE ISRAEL
CRONOLOGIA BÍBLICA
Parte II – O Pentateuco
O ANTIGO TESTAMENTO
1. GENERALIDADES
O PENTATEUCO
AS TRADIÇÕES PRIMITIVAS
CRONOLOGIA
O G Ê N E S I S
HISTÓRIA DAS ORIGENS
O evolucionismo científico perante a Bíblia
O aparecimento do homem
O sentido por trás das narrativas
O pecado original
1. O conceito bíblico de pecado
2. O ponto de vista da ciência
Cronologia e História da Salvação
1. Bíblia e cronologia
2. HISTÓRIA DOS PATRIARCAS (Vocação de Abraão 11,27 a 12)
O Ê X O D O
1. Contextualização histórica
2. Moisés
3. Autodefinição de Javé
4. As Pragas
5. Instituição da Páscoa (cap. 12)
6. A Aliança
7. Os Mandamentos
Parte III – O Novo Testamento
1. O PROBLEMA SINÓTICO
2. VALOR DOS EVANGELHOS
EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
EVANGELHO SEGUNDO MARCOS
EVANGELHO SEGUNDO LUCAS
EXPLICAÇÃO DE ALGUMAS PARÁBOLAS
O Evangelho de João
Conclusão necessária
Bibliografia
Introdução
Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6)
Um terço da população mundial diz viver segundo a doutrina cristã. Ser
adepto desta doutrina significa estar de acordo com os ensinamentos de Jesus, o
Cristo.
Este homem, judeu que viveu no início de nossa era, ensinou com sua vida
que as pessoas devem se amar mutuamente, se respeitar. Só assim tem razão a
existência humana. O homem existe para amar e só pode ser feliz amando.
Mas a fé cristã vai mais além: acredita que JESUS VIVE, e que todos os
que viverem como Ele ensinou, mesmo que nunca tenham ouvido falar Dele,
viverão com o Cristo no Reino Eterno.
Jesus Cristo não é um caminho. Ele é O Caminho. Não é uma aventura; é A
Verdade. Quem está com Ele renuncia a morte. Vícios, paixões, egoísmo,
ganância, pecado... Tudo é morte. E a morte não pode coexistir com a vida, com
Jesus Cristo.
O cristão não está alheio ao mal. Pelo contrário, convive com ele. Todavia
luta, com todas as suas forças contra todo o mal porque sabe que Deus existe e
está no meio de nós. O Senhor Deus é sua força é sua inspiração, sua vontade e
garra... é AMOR.
Nós católicos acreditamos na unidade e universalidade da Igreja de Cristo.
E rezamos e trabalhamos para que, conforme o desejo do Divino Fundador da
Igreja, “HAJA UM SÓ REBANHO E UM SÓ PASTOR” (Jo 10,16).
A Religião e as religiões
A Minha Igreja 1
Com essas palavras Jesus se dirigiu a Pedro ao confiar-lhe o mandato de
governar a Sua Igreja, deixando claro que a Igreja é “propriedade” Dele.
Na verdade, a Igreja é, por desejo de Deus, o próprio Corpo do Senhor. Ele
a quis como o Seu Corpo Místico, constituído como o “Sacramento universal da
salvação da humanidade” (LG,48), isto é, o meio escolhido por Deus para salvar
a todos.
“A Igreja é a trajetória do Cristo através dos séculos”, como disse Denis
Bourgerie. Tudo pode ser resumido na palavra de um grande Padre do primeiro
século, Santo Inácio de Antioquia (110), ao dizer que: “Onde está o Cristo Jesus
está a Igreja Católica”.
Nestas páginas queremos aprofundar no Mistério da Igreja, na sua missão e
identidade.
O pecado, desde a origem, dispersou a humanidade, quebrou a unidade e a
comunhão dos homens com Deus, rompeu o belo plano de amor que o paraíso
terrestre nos mostra.
Deus Pai nos criou para Si, para que fossemos a Sua família, destinados a
participar da Sua comunhão íntima e desfrutar da Sua vida bem-aventurada. O
pecado - a mais triste realidade - rompeu esse belo Plano de amor e “dispersou”
os filhos de Deus, dilacerou a Sua família e feriu o próprio Deus. Por Jesus e
pela Igreja, o Pai quis então refazer a Sua obra e trazer de volta os seus filhos
para a Sua Comunhão. É nesse sentido que o Catecismo da Igreja Católica
(CIC), afirma que: “A convocação da Igreja é por assim dizer a reação de Deus
ao caos provocado pelo pecado” (CIC, 761). O Catecismo, já no seu início, nos
ensina esta grande verdade: “Deus, infinitamente Perfeito e bem aventurado em
si mesmo, em um desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para
fazê-lo participar de sua vida bem-aventurada”.
Eis por que, desde sempre e em todo lugar, está perto do homem. Chama-o
e ajuda-o a procurá-lo, a conhecê-lo e a amá-lo com todas as suas forças.
Convoca todos os homens, dispersos pelo pecado, para a unidade da sua família,
a Igreja” (CIC, 1).
Esse primeiro parágrafo do Catecismo contém, em síntese, a História da
salvação. Deus criou a humanidade como a “sua família”; mas o pecado
dispersou os seus filhos; e agora Deus os reúne novamente pela Igreja, o próprio
Corpo de Jesus, enviado aos homens. É nesse contexto que sobressai toda a
realidade e importância da Igreja - a família de Deus.
E o Catecismo, ainda no primeiro parágrafo, explica como Deus refaz a sua
família: “Faz isto através do Filho, que enviou como Redentor e Salvador
quando os tempos se cumpriram. Nele e por Ele, chama os homens a se
tornarem, no Espírito Santo, seus filhos adotivos, e, portanto, os herdeiros da sua
vida bem-aventurada” (nº 9).
É preciso analisar essas palavras com muita atenção. É pelo Filho que o Pai
refaz a comunhão da humanidade consigo. O Filho se faz a Igreja (Corpo
Místico de Cristo). Pelo Batismo entramos nesse Corpo, e pelo Espírito Santo
nos tornamos filhos adotivos e, como consequência, herdeiros, de novo, da vida
bem-aventurada de Deus, que o pecado havia cancelado. Assim, voltaremos ao
Paraíso.
Esta é a gloriosa história da nossa salvação que se completará pela Igreja,
quando ela estiver plenamente glorificada em Deus. É por isso que Santo
Agostinho dizia que:
“A Igreja é o mundo reconciliado”.
Quando Jesus a instituiu sobre Pedro e os Apóstolos, deixou claro que ela
lhe pertence: “Sobre esta Pedra edificarei a MINHA Igreja” (Mt 16,18).
Ela é a Esposa de Cristo, que ele ama com um amor eterno. Por ela sofreu a
paixão e derramou o seu sangue. Ele a ama como um Esposo apaixonado:
“Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se
entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela água do batismo, para
apresentá-la a si mesmo toda glorificada, sem mácula, sem ruga, sem qualquer
outro defeito semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5,25-27).