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Aplicando a Etnomatemática na Cultura Africana PDF

36 Pages·2016·0.98 MB·Portuguese
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Ficha para identificação da Produção Didático-Pedagógica – Turma 2016 Título: Aplicando a Etnomatemática na Cultura Africana Autor: Angélica Marília Ramos da Silva Disciplina/Área: Matemática Escola de Implementação do Escola Estadual Faria Sobrinho Projeto e sua localização: Município da Escola: Paranaguá Núcleo Regional de Educação: Paranaguá Professor Orientador: Solange Maria Gomes dos Santos Instituição de Ensino Superior: UNESPAR / Campus Paranaguá Relação Interdisciplinar: Matemática; História; Arte; Geografia; Filosofia. Resumo: Este material visa subsidiar Professores, alunos e alunas do Ensino Fundamental da Educação Básica para trabalhar com Metodologias de Ensino distintas e dinâmicas, contemplando a Etnomatemática, a Geometria, a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no currículo escolar, objetivando desenvolver os conteúdos escolares de forma interdisciplinar e contextualizada no ensino e aprendizagem, contribuindo para a pluralidade étnica - racial, na Escola Estadual Faria Sobrinho. A metodologia usada foi à construção de um caderno pedagógico dividido em unidades, onde cada unidade contem atividades diversificadas, porém numa sequência que envolve a História da Matemática e do Continente Africano, as diferentes interfaces da Geometria Plana e Espacial, as várias construções de Pirâmides, Mandalas, Capulanas, Joias de matriz Africanas. Palavras-chave: Cultura Africana; Etnomatemática; Geometria e Arte; Aprendizagem Matemática. Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico Público: Alunos do Ensino Fundamental da Educação Básica 1 APRESENTAÇÃO A presente Produção Didático-Pedagógica faz parte de uma pesquisa do Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná – PDE e trata-se de um Caderno Pedagógico que tem por objetivo propor atividades teóricas e práticas para os alunos da Educação Básica, da Escola Estadual Faria Sobrinho, da cidade de Paranaguá, no Estado do Paraná. A escolha do tema surgiu da necessidade e do compromisso de trabalhar na disciplina de Matemática a Lei nº 11.645 / 08, referente à História e Cultura Afro- Brasileira e Indígena. Porém, é importante destacar que este Caderno Pedagógico tem a finalidade de desenvolver atividades relacionando a Matemática com a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Portanto, este trabalho pretende estender o conhecimento matemático em sala de aula, estabelecendo uma correlação da Lei 11.645 / 08 com o conteúdo matemático a ser estudado e sua aplicação prática, buscando aspectos importantes no currículo escolar do ensino da Matemática, assim como no ensino da Geometria, História e Cultura Afro-Brasileira, Africana. As ações a serem implantadas em sala de aula serão: expor ao aluno o porquê de trabalhar a história e cultura africana; aplicar a Etnomatemática como recurso didático na aprendizagem da Geometria; planejar e desenvolver atividades relacionando a Geometria que está presente na Cultura Africana. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para fundamentar este caderno pedagógico buscaram-se autores que enfatizaram a importância de Etnomatemática, leis e opiniões sobre a implantação da História e Cultura Afro-Brasileira, Africana no currículo escolar, bem como as definições e propriedades da Geometria como vínculo nesse processo. Dentro da Etnomatemática destaca-se Ubiratan D’ Ambrósio. Para D’ Ambrósio (2007, p. 17), “a Etnomatemática procura entender o saber / fazer matemático ao longo da história da humanidade, contextualizando em diferentes grupos de interesse, comunidades, povos e nações”. Nesse contexto, entender Etnomatemática é compreender a dimensão histórica, social, cultural, filosófica, cognitiva e pedagógica do pensamento matemático. A Etnomatemática envolve pesquisa, análise, interpretação e experimentação articulando fatos, objetos, situações ou questões, considerando como determinadas teorias foram construídas ao longo da história da humanidade. Dentre as distintas maneiras de fazer e de saber, algumas privilegiam comparar, classificar, quantificar, medir, explicar, generalizar, inferir e, de algum modo, avaliar. Falamos então de um saber/fazer matemático na busca de explicações e de maneiras de lidar com o ambiente imediato e remoto. Obviamente, esse saber/fazer matemático é contextualizado e responde a fatores naturais e sociais. (D’ AMBRÓSIO, 2007, p.22) Nessa perspectiva, trabalhar a Etnomatemática possibilita redimensionar a concepção da Matemática para uma dimensão diversificada visando ampliar o conhecimento dos conceitos matemáticos conectando o processo histórico, cultural e prático a esses conceitos. Já, sobre a importância da História e Cultura Afro-Brasileira, Africana no currículo Escolar é importante mencionar a Lei nº 11.645 / 08 inserida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), estabelecendo que nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro- brasileira e indígena. O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. Os conteúdos referentes à história e cultura afro- brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar. A Lei 11.645 / 2008 é uma política pública que estabelece normas para a aplicação da História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena ao longo de todo o currículo escolar. Essa Lei é o resultado de uma luta antirracista e partiu da pressão de ativistas do Movimento Social Negro e de pesquisas indicativas sobre as desigualdades étnicas e raciais no Brasil. É a consequência de reivindicações do Movimento Social Negro como forma de reparação de danos e prejuízos causados ao povo negro, afrodescendentes ou indígenas ao longo da história brasileira. Reconhecer as especificidades dos diferentes contingentes culturais que dão forma à nação brasileira é uma condição fundamental para construirmos uma sociedade justa e solidária, que tenha no diálogo e no respeito ao outro o ponto de partida para a promoção de bem comum. (PEREIRA, 2007, p.23) A partir dessa reflexão, podemos dizer que a população brasileira é formada por uma diversidade cultural e é necessário contemplar todas as culturas e grupos étnicos ao longo do currículo escolar, usando procedimentos que valorizem e divulguem a pluralidade étnico-racial. Segundo o Conselho Estadual de Educação (Deliberação nº 04 de 2006, p. 2), ao tratar da História da África e da presença do negro no Brasil, devem os professores fazer abordagens positivas, sempre na perspectiva de contribuir para que o aluno negro-descendente mire-se positivamente, quer pela valorização da história de seu povo, da cultura de matriz africana, da contribuição para o país e para a humanidade. A Geometria vem como um elemento aplicativo onde suas propriedades servem de apoio para o desenvolvimento deste Caderno Pedagógico. Portanto, este Projeto Educacional visa trabalhar a Matemática e a Geometria afirmando os valores da história, arte, cultura e identidade Africana. 3 MATERIAL DIDÁTICO UNIDADE I ATIVIDADE 01: Conhecendo um pouco da História da Matemática Justificativa: Fazer o aluno compreender a importância da História da Matemática através dos tempos. Objetivo: Aplicar atividades de comunicação oral (leitura de texto) e visual (vídeo sobre a história da matemática) como fatores de assimilação do contexto matemático. Material utilizado: Texto para a introdução da Atividade; Atividades impressas, giz, lousa, Projetor Multimídia, lápis, borracha e caneta; Livro Didático adotado pela Escola; Vídeo (histmat1 Linguagem do Universo) disponível no link: http://www.matematica.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=7181 Metodologia: Leitura compartilhada e interpretação do texto da introdução do conteúdo em sala de aula; Apresentação do Vídeo (histmat1 Linguagem do Universo) pela Professora; Comentários e debates em sala de aula, sobre o texto e sobre o vídeo. TEXTO PARA OS ALUNOS: A Matemática surgiu da necessidade que o ser humano tinha de contar ou medir através do registro e comparação das formas, tamanhos e quantidades. Desde as épocas mais primitivas, o homem fazia marcas e desenhos em ossos de animais ou nas paredes das cavernas. Ele também usava pedras em um saco ou nós em cordas para igualar quantidades, através do princípio da correspondência. Na antiguidade, as comunidades que habitavam as margens dos Rios, situados na região do Egito, precisavam demarcar constantemente suas terras para a preparação e prática da agricultura. Essas terras eram inundadas pelas águas dos rios na época das enchentes e quando as águas abaixavam, as terras precisavam ser demarcadas novamente através dos agrimensores que mediam as áreas com passos ou cordas. Com o desenvolvimento comercial, o sistema de medidas precisou ser padronizado, pois os homens usavam várias partes do corpo para medir como polegar, mão, pé, braço, mas as medidas não ficavam padronizadas devido às diferenças de tamanho e isso começou a gerar conflitos. Houve então a necessidade de se estabelecer unidades padrões, por meio do uso de cordas com nós em intervalos iguais. Era usado o cúbito-padrão para identificar os intervalos entre os nós nas cordas. O cúbito-padrão egípcio, por exemplo, era de 52,4 centímetros, ou seja, era à distância do cotovelo até a ponta do dedo médio. Porém, outros povos utilizavam medidas diferentes para representar o cúbito-padrão. Foi somente no século XVIII, que houve uma unificação do sistema de medidas. Durante a expansão comercial e marítima, a Matemática foi se desenvolvendo como forma de negociação, organização e localização. Muitos povos das antigas civilizações foram responsáveis pela revolução matemática como os babilônios, egípcios, gregos, hindus, árabes, romanos, chineses e maias. Com o passar do tempo, a Matemática foi evoluindo como uma importante forma de comunicação com suas linguagens específicas. Ela também vem contribuindo com eficientes técnicas na resolução de situações-problema. A Geometria é o conjunto de informações relacionadas às formas, dimensões e contornos visuais e táteis de um determinado espaço. É a reunião de procedimentos e técnicas que visam projetar, arquitetar, desenhar ou edificar formas e objetos através da análise das grandezas e organização das estruturas. É o desenvolvimento de métodos e aplicações de medidas ou cálculos específicos envolvendo traçados e construções. É necessário saber Geometria porque faz parte da convivência e morada da vida cotidiana. É importante compreender os elementos que ocupam lugar no espaço, considerando que o ser humano também ocupa lugar no espaço. Entender Geometria possibilita: saber trabalhar com instrumentos geométricos intencionando projetar, medir ou construir; ter conhecimento para localizar locais no espaço geográfico; conseguir identificar ou investigar objetos ao redor; ter capacidade de situar e perceber lugares ou limites restritos a uma área ou região específica; entre outras possibilidades. ATIVIDADE 02: Conhecendo um pouco do Continente Africano Justificativa: Mostrar ao aluno a importância do Continente Africano na perspectiva cultural, social e dentro do contexto matemático. Objetivo: Aplicar atividades de comunicação oral (leitura de texto) e visual (slides sobre o Continente Africano) como fatores de assimilação do contexto matemático. Material utilizado: Texto da Introdução da Atividade; Atividades impressas, giz, lousa, projetor multimídia, lápis, borracha e caneta; Livro Didático adotado pela Escola; Mapas, Globo terrestre, imagens em slides e vídeos sobre o Continente Africano; Metodologia: Leitura compartilhada e interpretação do texto para a introdução do conteúdo em sala de aula; Apresentação de slides sobre o Continente Africano pela Professora; Comentários e debates sobre o texto e sobre o vídeo em sala de aula; Apresentação de mapas, globo terrestre, imagens e vídeos sobre o Continente Africano; Solicitação de pesquisa de livros, textos específicos ou internet sobre o assunto. A solicitação da pesquisa será feita pela Professora, para que os alunos façam em forma de relatório ou resenha; Comentários e debates em sala de aula, sobre a atividade e sobre os recursos utilizados. Perguntas: a) Existe alguma relação entre o Continente Africano e o Brasil? b) Por que há tantas relações entre o Brasil e o Continente Africano? TEXTO PARA OS ALUNOS A África é um continente de aproximadamente 30 milhões de quilômetros quadrados. São mais de 800 milhões de habitantes distribuídos em 54 países, porém esses valores podem ser alterados devido a constantes transformações políticas, econômicas e sociais que acabam gerando alguns conflitos e mudanças territoriais, acontecendo o mesmo com o número de habitantes que devido à emigração pode variar de um ano para o outro. No Continente Africano há desertos, selvas, regiões urbanas, rios, ilhas, sendo banhado pelo mar Mediterrâneo, Oceano Atlântico e Oceano Índico. A fauna diversificada também é uma grande característica, pois lá habitam muitos animais de pequeno, médio e grande porte. Os idiomas mais falados são o inglês, português, francês, árabe e as línguas nativas africanas. Na África há muitos problemas relacionados à fome, miséria, doenças e conflitos, mas há muita riqueza cultural como as cores vibrantes dos tecidos; o artesanato minuciosamente detalhado; a alegria expressada através da música e dança em momentos comemorativos; as tradições milenares repassados através das gerações por meio dos contadores de histórias e músicos chamados de Griot(s); o conhecimento das plantas medicinais; a culinária com seus temperos exóticos; os jogos matemáticos tradicionais envolvendo estratégia e raciocínio; a arte propagada em esculturas, imagens, máscaras, pinturas, cestaria, objetos sacros, tecidos, tapeçaria, joias tribais; entre outras formas e objetos artísticos. A arte africana não representa apenas a beleza, mas representa também a sensibilidade expressada através de obras, movimentos ou atitudes envolvendo significados étnicos, éticos, morais ou religiosos. Nas obras e objetos artísticos são usados os mais diversos materiais, como por exemplo, pedra, madeira, fibras vegetais, barro, metais, entre outros. A inserção da cultura africana no Brasil é perceptível na vida cotidiana, nos veículos de comunicação e nas mais diversas formas de manifestação artística envolvendo dança, música, indumentária, acessórios, artesanato, culinária, religião, além das histórias e tradições africanas. ATIVIDADE 03: As Unidades de Medida de Comprimento Justificativa: Mostrar ao aluno os conceitos que envolvem as Unidades de Medida de Comprimento. Objetivo: Aplicar atividades de comunicação oral (leitura de texto) e escrita (Estudo das Unidades de Medida de Comprimento) como fatores de assimilação do contexto matemático. Material utilizado: Texto para a introdução do conteúdo da Atividade; Atividades impressas, giz, lousa; Imagens e vídeos envolvendo conceitos e aplicações das Unidades de Medida de Comprimento; Projetor Multimídia, lápis, borracha e os instrumentos geométricos. Livro Didático adotado pela Escola. Metodologia: Leitura compartilhada e interpretação do texto para a introdução do conteúdo em sala de aula; Comentários e debates sobre o texto. Perguntas: a) Escreva as seguintes medidas em metros: 76 km, 94 hm, 51 dam, 30 dm, 500 cm, 1500 mm b) Vamos medir o comprimento e a largura da carteira da sala de aula usando o palmo, que é a medida correspondente a mão toda aberta, ou seja, desde a ponta do dedo polegar até a ponta do dedo mínimo. Anote os resultados. c) Vamos medir o comprimento e a largura da carteira da sala de aula usando uma régua de 30 cm. Anote os resultados. d) O que nós podemos concluir fazendo a análise das duas questões anteriores? TEXTO PARA REFLEXÃO Antigamente, usavam-se partes do corpo para fazer medições como: polegada, palmo, pé, cúbito. Mas, como havia diferença de tamanho entre as pessoas foi necessário adotar medidas padrões para fazer medições. Atualmente, usa-se o Sistema Métrico Decimal para fazer medições. No Sistema Métrico Decimal, a unidade fundamental de medida de comprimento é o metro (m). O metro é a unidade padrão adequada para expressar, por exemplo, a largura de um terreno, o comprimento de uma sala, a altura de uma casa, entre outras medidas similares. Para expressar a medida de pequenas distâncias temos o decímetro (dm), o centímetro (cm) e o milímetro (mm).

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na região do Egito, precisavam demarcar constantemente suas terras para a .. As Pirâmides do Egito são edificações em pedra DOBERSTEIN,.
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