APDL - ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DO DOURO E LEIXÕES, SA RELATÓRIO DE GESTÃO Prestar serviços de reconhecido valor para os seus utilizadores I. Relatório de Gestão Indicadores setores unidade 2013 2012 Tráfego Portuário Escalas de Navios ao Porto nº 2.580 2.591 Movimento de Contentores nº 391.927 403.086 Movimento de Contentores TEU 626.193 632.666 Total de Carga Movimentada 1.000 ton 17.186 16.615 Quota de Mercadorias no Mercado Nacional (Continente) Carga Total % 21,7 24,5 Carga Contentorizada % 25,6 34,4 Outras Cargas % 19,9 20,7 Pessoal Trabalhadores (1) nº 208 212 Trabalhadores Serviço de Reboque nº 33 35 Taxa de Absentismo % 3,22 5,35 Investimento Capital Investido 1.000€ 24.390 21.206 Fundos Próprios 1.000€ 11.948 8.405 Outros Fundos 1.000€ 12.442 12.801 Finanças Volume de Negócios (Prestação de Serviços) 1.000€ 47.653 48.500 EBITDA 1.000€ 32.627 33.940 Resultados Operacionais 1.000€ 14.978 16.799 Resultados Líquidos 1.000€ 10.082 11.939 Margem EBITDA (2) % 68,0 70,0 Autonomia Financeira (3) - 0,75 0,74 Rentabilidade dos Capitais Próprios (4) % 3,0 4,0 (1) Estão aqui incluídos os 33 trabalhadores afetos ao serviço de reboque (2) EBITDA / Volume de Negócios (3) Cap. Próprio / Ativo Total (4) Resultados Líquidos/ Capitais Próprios 1. Introdução O ano 2013, a nível nacional, apesar de dominado pela política de consolidação orçamental e implementação de medidas de austeridade, permitiu gerar otimismo face à capacidade de ajustamento apresentada pelas empresas portuguesas, que perante a contração do mercado interno, procuraram, com êxito, outros mercados e contribuíram APDL - ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DO DOURO E LEIXÕES, SA positivamente para o desempenho da economia nacional, através do crescimento das exportações. O setor portuário nacional em geral apresentou um contributo muito positivo na economia portuguesa, aumentando a sua quota no mercado ibérico em mais 2,3% e promovendo um acréscimo significativo de toneladas de mercadorias movimentadas por via marítima, de cerca de 17%, ao passar dos 67,9 para os 79,3 milhões de toneladas de 2012 para 2013. O Porto de Leixões renovou o seu máximo histórico, com um movimento superior a 17 milhões de toneladas. O movimento de contentores voltou a ultrapassar a fasquia dos 600 mil TEU, reafirmando Leixões como o segundo maior porto do noroeste peninsular neste segmento de mercado, a seguir ao Porto de Sines. Durante o ano 2013, destacou-se em Leixões a evolução do movimento de granéis líquidos, que cresceu 11% relativamente ao ano anterior, com um registo de 7,8 milhões de toneladas movimentadas nos Terminais Petroleiro e Oceânico (monobóia) de Leixões. Estas infraestruturas complexas são essenciais para a operação do aparelho refinador nacional e desempenham um papel relevante no desenvolvimento da economia nacional. Neste terminal são descarregados mais de 5 milhões de toneladas de produtos para abastecer a Refinaria e parques de Matosinhos e expedidas cerca de 3 milhões de toneladas, das quais aproximadamente metade são exportadas e as restantes enviadas para a Refinaria de Sines. O transporte de produtos entre Matosinhos e Sines, num verdadeiro pipeline marítimo, manifesta-se essencial na complementaridade das duas refinarias da Galp Energia. As exportações por Leixões, depois de terem crescido 34,7% em 2011 e mais 23,3% em 2012, mantiveram-se praticamente idênticas em 2013, com cerca de 5,5 milhões de toneladas, o que traduz o esforço dos empresários portugueses na colocação dos seus produtos no exterior, bem como o empenho dos atores da cadeia de valor do Porto de Leixões numa oferta de serviços pautada por elevados níveis de exigência, suportada em mais 50 transportadores marítimos e numa rede de ligações a portos de 181 países diferentes. Nesse contexto, merece referência o Seminário realizado em 2013, orientado para o mercado do Báltico, promovido no âmbito da Conferência Internacional: o Porto de Leixões e o Mercado Global – 4 Eventos – 4 Mercados – 1 Solução Logística. Esta iniciativa proporcionou a aproximação ao mercado do Báltico, de elevado dinamismo económico e com acesso ao vasto mercado da Rússia, contribuindo para a diversificação dos destinos das exportações portuguesas. O desempenho económico e financeiro da APDL, apesar da retração verificada no volume de negócios, gerada na prestação de serviços à mercadoria, pela redução da TUP Carga, manteve-se elevado com um EBITDA de cerca de 33 milhões de euros e um Resultado Líquido de cerca de 10 milhões de euros. O investimento do ano totalizou 24,4 milhões de euros e foi orientado na sua grande maioria para os projetos da Plataforma Logística de Leixões e para a Construção do Edifício do Terminal de Cruzeiros, dois projetos de investimento que extravasam o caráter estritamente portuário, mas que potenciam e integram o desenvolvimento do porto. Em 2013 verificou-se a entrada em produção da JUP (Janela Única Portuária) II, na sequência do desenvolvimento do projeto PIPE – Procedimentos e Informação Portuária Eletrónica, permitindo avanços significativos na harmonização nacional, e a conclusão do projeto MIELE – Multimodal Interoperability E-Services for Logistics and Environment Sustainability, com apoio do Programa das RTE-T, no âmbito do Programa para as Autoestradas do Mar. Os protótipos desenvolvidos, que visam a criação de uma JUL – Janela Única Logística, constituíram-se como inputs relevantes no projeto WiderMoS – Wide Interoperability and new governance moDels for freight Exchange linking Regions through Multimodal maritime based cOrridorS, também comparticipado pelas RTE-T, em desenvolvimento com parceiros de Itália, Espanha e Alemanha, para além de Portugal. Foi também durante 2013 que o GT IEVA - Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado desenvolveu os seus trabalhos para identificar os projetos de infraestruturas de transporte mais relevantes para a economia portuguesa nos próximos anos. O Relatório Final do GT IEVA foi publicado já em 2014 e veio a contemplar quatro projetos estruturantes e necessários ao desenvolvimento do porto: a Ampliação do Terminal de Contentores Sul, o Novo Terminal de Contentores com fundos a 14 metros, o Novo Terminal de Cruzeiros e a Plataforma Logística de Leixões. Merece referência especial o espírito empreendedor e colaborativo desenvolvido pelos diferentes atores e parceiros da comunidade portuária de Leixões, que tem permitido melhorar a eficiência e eficácia do Porto de Leixões, percecionar os principais requisitos e necessidades dos clientes, suprimir dificuldades e negociar consensos, como o acordo conseguido entre os concessionários do porto de Leixões e o sindicato dos trabalhadores portuários para o novo APDL - ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DO DOURO E LEIXÕES, SA Contrato Coletivo de Trabalho Portuário (CCT). APDL - ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DO DOURO E LEIXÕES, SA I. Relatório de Gestão 2. Estratégia de desenvolvimento A APDL continua comprometida com a sua Visão, Missão, Valores e Objetivos Estratégicos, a seguir apresentados: Visão: Fazer do Porto de Leixões uma referência para os sistemas logísticos que utilizam a fachada atlântica da Península Ibérica. Missão: Prestar serviços de reconhecido valor para os utilizadores do Porto de Leixões, através de uma adequada oferta de infraestruturas, de uma elevada eficiência operacional, de recursos humanos qualificados e motivados, de uma prática de sustentabilidade e de segurança, ordenando e desenvolvendo o espaço portuário, assegurando a adequada integração urbana e envolvendo a comunidade portuária de Leixões. Valores: Ser líder do Porto de Leixões Assumir o papel de agente facilitador, integrador e dinamizador do negócio global do porto nas suas vertentes económica, ambiental e social, investindo na inovação e promovendo a ambição coletiva de atingir os melhores resultados. Orientação para o cliente e procura sistemática da excelência Auscultar as necessidades e expectativas dos clientes do porto e impulsionar a excelência na resposta aos requisitos dos clientes, colaboradores, acionistas, fornecedores e coletividade envolvente. Ética, lealdade e orgulho de pertença à APDL Atuar com padrões de respeito, integridade, honestidade e transparência nas relações dos colaboradores com os interlocutores mais diretos e partes interessadas (stakeholders) no âmbito das suas funções, com um sentimento de orgulho em fazer parte da empresa. Motivação e reconhecimento do mérito dos colaboradores Fomentar e inspirar comportamento honesto e íntegro que motive a confiança dos colaboradores e reconheça o mérito e a realização profissional e pessoal dos colaboradores. Segurança, integração e sustentabilidade ambiental das operações Fazer cumprir as normas legais de segurança e ambientais e integrar o porto no seu espaço urbano, de forma a garantir o seu crescimento sustentável no futuro. APDL - ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DO DOURO E LEIXÕES, SA Criação de valor e sustentabilidade financeira Criar valor para os utilizadores do porto, operadores portuários, empregados, comunidade envolvente e acionista e manter uma estrutura financeira equilibrada e autossuficiente. Exercício pleno de autoridade portuária orientado para o interesse público Zelar pelo cumprimento da legislação e a regulamentação em vigor, em especial as de responsabilidades de natureza fiscal, de concorrência, de proteção do consumidor, de proteção do trabalhador e do local de trabalho, de natureza ambiental e de segurança, tendo como orientação a procura das melhores soluções para o interesse público. Objetivos estratégicos que materializam as nossas opções estratégicas: Criação de valor e sustentabilidade financeira Criar valor, crescer, diversificar o negócio e manter uma estrutura financeira equilibrada; Maximizar a eficiência e a rentabilidade no uso das infraestruturas; Aumentar os níveis de produtividade e reduzir custos unitários; Orientação para o cliente e para o mercado Satisfazer os utilizadores de infraestruturas e serviços; Conseguir uma maior proximidade com os clientes; Desenvolver as novas áreas de negócio: logística, cruzeiros e marinas; Aumentar a notoriedade e reforçar as relações institucionais ao nível internacional; Assegurar a adequada integração na comunidade e na Região; Competitividade portuária e logística Assegurar maior eficiência e controlo de custos nos processos críticos; Monitorizar e promover melhorias ambientais das operações nas concessões portuárias; Ser eficiente no modelo de gestão dominial; Melhorar a eficiência e a gestão do risco dos SI e alargar o âmbito da JUP; Ser excelente na oferta, na gestão, no desenvolvimento e na manutenção de infraestruturas e instalações; Sustentabilidade e envolvente Melhorar os níveis de qualidade ambiental; Desenvolver uma cultura e práticas de Sustentabilidade; Planear e desenvolver o espaço portuário; Aumentar os níveis de segurança; Desenvolvimento dos colaboradores APDL - ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DO DOURO E LEIXÕES, SA Desenvolver os níveis de competências funcionais, de liderança e estratégicas; Aumentar os níveis de motivação, de liderança e de alinhamento organizacional; Adquirir novos saberes e procurar exemplos internacionais nas áreas chave do negócio. O posicionamento estratégico da empresa reflete o seu cariz tridimensional: empresarial, na busca da eficiência e eficácia nos serviços que presta; público, no uso de prerrogativas de poderes públicos visando a defesa dos interesses dos utilizadores do porto em geral; e regional, na promoção e participação em projetos de interesse económico e social para Região onde o porto se insere. APDL - ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DO DOURO E LEIXÕES, SA I. Relatório de Gestão 3. Ano 2013: Principais Acontecimentos Em 2013, à semelhança do que tem sucedido nos últimos anos, o Porto de Leixões voltou a registar um novo máximo histórico ao alcançar os 17,2 milhões de toneladas de mercadorias movimentadas. O movimento com o Continente e Regiões Autónomas foi o que evidenciou um maior incremento, mais 11,6% face a 2012, enquanto que o Comércio Externo cresceu 1,6% no mesmo período. Em termos de países, Angola reforçou a sua liderança como principal origem/ destino do tráfego que passa por Leixões, movimentando 3,35 milhões de toneladas, mais 13,4% do que em 2012. 2013 foi também o ano de concretização da parceria com a Zaldesa, a entidade que gere a plataforma logística de Salamanca e que permitirá ao Porto de Leixões alargar o seu hinterland à região espanhola de Castela-Leão e captar novos negócios. O acordo firmado permitirá à APDL dispor de uma área de 5.000 metros quadrados na plataforma logística de Salamanca, enquanto que a Zaldesa irá ocupar um armazém de 4.800 metros quadrados no pólo 1 da Plataforma Logística de Leixões. Ainda no que toca à Plataforma Logística, o ano agora findo fica marcado pela assinatura de um compromisso com um grande operador logístico ibérico – a Luis Simões – tendo em vista a sua instalação nesta infraestrutura e pela escolha da entidade que irá ser responsável pela gestão e comercialização da mesma, a Abacus Management. Ao nível das ações comerciais e promocionais destaque para a apresentação do Porto de Leixões efetuada em Luanda, a participação na FILDA – Feira Internacional de Angola, na Cruise Shipping Miami, no Seatrade Europe Cruise & River Cruise Convention em Hamburgo e na International Cruise Summit que decorreu em Madrid. Realce ainda para o “Dia do Porto de Leixões”, um evento em que o porto se abre à comunidade e que tem vindo a registar uma cada vez maior adesão, contando este ano com mais de 15 mil visitantes. O ano que termina fica também marcado pela realização da 3ª Edição do curso pós-graduação de Gestão Portuária, em parceria coma ENIDH – Escola Náutica Infante D. Henrique e pela assinatura do protocolo com a Empresa Bolivariana de Puertos, SA, empresa gestora de todos os portos da Venezuela, com o objetivo de desenvolver um projeto de consultadoria e formação na área da gestão de terminais de contentores, projeto esse que decorrerá durante o 1º semestre de 2014. O bom resultado alcançado ao nível do movimento de mercadorias teve reflexo nos resultados da empresa, tendo-se atingido um Resultado Líquido de 10,1 milhões € e um EBITDA de 32,6 milhões €. Em 2013 o enfoque ao nível do investimento esteve nos projetos da Plataforma Logística e do Novo Terminal de Cruzeiros de Leixões, pela sua importância para o porto e para a região. Relativamente ao primeiro desenvolveram-se trabalhos no âmbito das empreitadas de infraestruturação do Pólo 1 e da construção do acesso, armazéns e reservatórios de água do Pólo 2. No que respeita ao segundo prosseguiu a empreitada de construção do Edifício do Novo Terminal, que ficará concluída em 2014. No âmbito das infoestruturas de apoio ao negócio merecem destaque a entrada em produção da JUP (Janela Única Portuária) II, a conclusão do projeto MIELE – Multimodal Interoperability E-Services for Logistics and Environment Sustainability e, no seguimento deste, a participação no projeto WiderMoS – Wide Interoperability and new governance moDels for freight Exchange linking Regions through Multimodal maritime based cOrridorS. Uma referência ainda à participação da APDL em projetos de I&D, em parceria com a FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Neste capítulo, estão em curso os projetos NETMAR - Networked systems for situational awareness and intervention in maritime incidents, NECSAVE - Network Enabled Cooperation System of Autonomous Vehicles e NOPTILUS – Autonomous, Self-learning, Optimal and complete Underwater System. APDL - ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DO DOURO E LEIXÕES, SA I. Relatório de Gestão 4. Atividade Portuária 4.1. Enquadramento O ano 2013 caracterizou-se por um progressivo desagravamento da trajetória recessiva que caracterizou a economia portuguesa durante o último triénio, prevendo-se que no próximo ano se inicie um processo de recuperação moderada da atividade. Segundo Boletim Económico de inverno do Banco de Portugal (BdP) o Produto Interno Bruto terá sofrido uma contração de 1,5% (1,4% segundo o INE), influenciado pelas reduções do Consumo Privado (-2%), Consumo Público (-1,5%) e Formação Bruta de Capital Fixo (-8,4%). A Balança Comercial registou um comportamento positivo com as Exportações a crescerem 5,9% e as Importações a aumentarem apenas 2,7%. Este dinamismo das exportações traduz o esforço que a economia portuguesa tem vindo a desenvolver ao nível da diversificação de mercados de destino e o consequente ganho de quotas de mercado daí resultante. A inflação ficou-se pelos 0,5%, refletindo uma desaceleração das suas principais componentes, como é o caso dos bens energéticos, que refletiram o recuo dos preços do petróleo verificado em 2013. Este cenário de recuperação moderada deverá manter-se para 2014 e 2015, com o PIB a crescer 0,8% e 1,3%, respetivamente, em linha com o comportamento esperado do setor privado, já que no setor público deverá continuar a observar-se um comportamento contraccionista. Espera-se uma aceleração da procura interna, ainda que condicionada pela incerteza que subsiste quanto à natureza mais ou menos permanente de algumas medidas do programa de ajustamento económico. Não obstante 2013 ter sido um ano de contração da atividade económica, o Porto de Leixões voltou a alcançar um novo máximo histórico de movimentação de 17,2 milhões de toneladas, representando um crescimento de 3,44% face ao ano anterior. Para este resultado contribuiu decisivamente o movimento de granéis líquidos que registou um crescimento de cerca de 11% em comparação com 2012. Neste capítulo todos os dados estatísticos respeitantes aos restantes portos do Continente foram disponibilizados pelas respetivas autoridades portuárias e pelo Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos. Por razões de arredondamento os totais dos quadros seguintes podem não corresponder à soma das parcelas indicadas. APDL - ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DO DOURO E LEIXÕES, SA
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