Ministério da Agricultura, DRAP Centro Mar, Ambiente e Direcção Regional de Agricultura e Pescas Ordenamento do Território do Centro anuário de experimentação 2010 viticultura fruticultura olivicultura horticultura culturas arvenses micologia direcção regional de agricultura e pescas do centro DIRECÇÃO DE SERVIÇOS DE AGRICULTURA E PESCAS CASTELO BRANCO - 2011 DRAP Centro ‐ ANUÁRIO DE EXPERIMENTAÇÃO 2010 Índice I. VITICULTURA Estudo da influência da época e intensidade de desfolha no comportamento agronómico 1. 3 das castas do Dão 2. Estudo da influência de diferentes regimes hídricos no comportameno das castas do Dão 6 3. Estudo de técnicas de gestão do solo 11 4. Selecção genética das castas do Dão 14 II. FRUTICULTURA 1. Comportamento de variedades regionais de macieira, em modo de produção biológico 16 2. Campo de demonstração de “novas” variedades de macieira 24 Estudo comparativo de duas técnicas de protecção do escaldão em macieiras da variedade 3. 31 Fuji 4. Colecção de variedades de aveleira 38 Valorização e Preservação de Variedades Regionais de Castanha na Região Centro e Norte 5. 43 de Portugal III. OLIVICULTURA 1. Variedades de oliveira 49 2. Olival conduzido em Modo de Produção Biológico 53 IV. HORTICULTURA 1. Estudo do comportamento de diferentes porta‐enxertos em tomate de estufa 55 2. Estudo do comportamento de dois porta‐enxertos em feijão verde de estufa 66 3. Estudo do comportamento de dois porta‐enxertos em duas cultivares de pepino de estufa 72 4 Ensaio de Micorrizas e de Trichoderma em duas Cultivares de Alface de Estufa 80 5. Ensaio de variedades de Batata da Rede Nacional de Ensaios, em Aveiro 88 6. Ensaio de variedades de Batata da Rede Nacional de Ensaios, no CEBM‐Loreto 91 V. CULTURAS ARVENSES 1. Ensaio de estudo da piriculariose na cultura do arroz 95 2. Campo de observação com adubos de libertação controlada e lenta na cultura do arroz 101 Estudo da monitorização da água de rega na cultura do arroz, no Baixo Mondego no 3. 106 canteiro dos adubos de libertação controlada em 2010 4. Ensaios de Melhoramento de arroz 108 5. Estudo de novas variedades de arroz 112 6. Tecnologias adaptadas na produção de arroz em Modo de Produção Biológico 116 7. Estudo de sistemas de mobilização do solo e de rega na cultura do milho grão 125 8. Campo de observação de variedades de milho – ciclo FAO 500 132 9. Ensaios de Variedades de Milhos Híbridos da Rede Nacional de Ensaios, na E.A.Viseu 137 1 DRAP Centro ‐ ANUÁRIO DE EXPERIMENTAÇÃO 2010 10. Ensaios de variedades de Milhos Híbridos da Rede Nacional de Ensaios, em Aveiro 142 11. Ensaio de variedades de sorgo da Rede Nacional de Ensaios, para biomassa, Aveiro 147 Ensaio de variedades de sorgo da Rede Nacional de Ensaios, para biomassa, no CEBM‐ 12. 152 Coimbra Ensaio de variedades de luzerna vivaz da Rede Nacional de Ensaios, em regadio, no CEBM‐ 13. 160 Coimbra VI. OUTRAS CULTURAS – COGUMELOS Avaliação da capacidade produtiva de povoamentos florestais inoculados com espécies de 1. 166 cogumelos comestíveis 2. Produção e diversidade de cogumelos silvestres 170 Produção de tortulhos (Amanita ponderosa). Avaliação da capacidade produtiva dos 3. campos de Cabeço de Mouro (Rosmaninhal – Idanha‐a‐Nova) e Barroca do Beirão 178 (Monforte – Castelo Branco) Produção de Criadilhas (Terfezia spp.) na Beira Interior. Avaliação da capacidade produtiva 4. 181 do campo de Monte Fidalgo – Castelo Branco 2 DRAP Centro ‐ ANUÁRIO DE EXPERIMENTAÇÃO 2010 I. VITICULTURA 1. ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA ÉPOCA E INTENSIDADE DE DESFOLHA NO COMPORTAMENTO AGRONÓMICO DAS CASTAS DO DÃO Vanda Pedroso OBJECTIVOS De entre as diferentes intervenções em verde, a desfolha é uma prática corrente na região do Dão, sendo feita essencialmente com o objectivo de expor os cachos na fase final de maturação. De acordo com a bibliografia, esta prática permite uma melhoria do microclima a nível dos cachos, contribuindo para uma menor taxa de incidência de doenças e para uma melhoria de alguns parâmetros de qualidade do mosto como o teor em antocianas. Pode ser realizada em diferentes fases do ciclo da planta e com diferentes intensidades. Os resultados obtidos no CEVDão, no âmbito deste trabalho, permitem já o aconselhamento da prática da desfolha total, numa fase de bago de chumbo, em castas como o Alfrocheiro e a Jaen, para a diminuição da incidência e severidade da podridão cinzenta. Segundo bibliografia mais recente, uma desfolha praticada em fases precoces como a pré‐floração ou o vingamento, podem conduzir a uma menor incidência da podridão cinzenta por proporcionarem cachos menos tochados, devido a um aumento do desavinho. Neste sentido, o ensaio iniciado em 2006 foi em parte alterado em 2010, no sentido de confirmar, nas condições da região do Dão e com uma casta de cacho tochado e sensível à doença a Alfrocheiro, os resultados obtidos em outras condições. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL O ensaio está estabelecido num sistema de blocos casualizados, com cinco modalidades: E1 ‐ desfolha praticada na fase de bago de chumbo/bago de ervilha, nos dois lados da sebe E2 ‐ desfolha praticada na fase final de pintor, nos dois lados da sebe E3 – desfolha praticada na fase final de botões florais separados (estado H), nos dois lados da sebe E4 ‐ desfolha praticada na fase de vingamento (estado J), nos dois lados da sebe. T – testemunha, onde não é praticada nenhuma desfolha. e com quatro repetições. A desfolha é feita na zona basal dos lançamentos, numa altura correspondente à inserção dos cachos, com a eliminação das folhas do lançamento principal e das netas inseridas a estes níveis. Cada unidade experimental é constituída por 12 plantas. MATERIAL E MÉTODOS O ensaio está instalado desde 2006 na Folha5, Talhão B do CEVDão, na casta Alfrocheiro e foi reorganizado em 2010 de acordo com as novas modalidades. Neste estudo os registos a efectuar são: – Registos de abrolhamento, fertilidade e vingamento; – Caracterização da densidade do coberto vegetal e do vigor; 3 DRAP Centro ‐ ANUÁRIO DE EXPERIMENTAÇÃO 2010 – Controlo da evolução da maturação; – Determinação da intensidade de ataque da podridão cinzenta e compacidade do cacho; – Caracterização da vindima; – Caracterização dos vinhos. RESULTADOS No ano de 2010 os trabalhos decorreram de uma forma geral conforme protocolado. No entanto devido á queda intensa de granizo no dia 26 de Junho, que afectou a vegetação e a produção, não foi efectuada a desfolha nas modalidades E1 e E2, não desfolhadas á data de ocorrência do fenómeno. Também, devido á passagem do laboratório experimental de enologia do CEVDão, em 1 de Julho para a Divisão de Apoio Laboratorial e á proibição da utilização do equipamento pelos técnicos da Direcção de Serviços de Agricultura, não foram feitas as determinações relativas á qualidade da produção, estando os bagos congelados aguardando análise. Nos quadros seguintes são apresentados alguns dos resultados obtidos. Quadro 1 ‐ Efeito da época de desfolha no rendimento e seus componentes Nº Cachos Peso Cacho Peso 100 bagos Produção MODALIDADE (/ cepa) (g) (g) (Kg/cepa) E1 ‐ ‐ ‐ ‐ E2 ‐ ‐ ‐ ‐ E3 24.0 ab 170.9 b 107.3 b 4.1 b E4 22.3 b 157.0 b 113.3 b 3.5 b T 27.2 a 208.6 a 125.0 a 5.6 a Sig. * *** ** ** Nota: Sig – nível de significância; *, ** e *** significativo ao nível de 0.05, 0.01 e 0.001 pelo teste de Fisher. Em cada coluna os valores seguidos da mesma letra não diferem significativamente ao nível de 0.05 pelo teste da MDS Os resultados do primeiro ano de ensaio indicam que a desfolha praticada numa fase precoce induziu uma redução significativa da produção (Quadro 1). A diminuição da produção neste primeiro ano de ensaio, não provém de um aumento do desavinho (Quadro 2), como referenciado na bibliografia, mas sim, essencialmente da diminuição do peso do cacho consequência da redução significativa do peso do bago. Este facto poderá ser explicado por se tratar do primeiro ano, numa casta e numa parcela de vinha com vigor médio, em que as reservas existentes na planta foram suficientes para o vingamento. Quadro 2 ‐ Efeito da época de desfolha na taxa de vingamento e compacidade do cacho. Taxa de Compacidade Nº Flores/ Nº Bagos/ MODALIDADE Vingamento do Cacho cacho cacho (%) (Código 204 OIV) E1 ‐ ‐ ‐ ‐ E2 ‐ ‐ ‐ ‐ E3 277.0 206.7 73.4 7.4 E4 299.0 204.1 69.3 7.4 T 293.0 209.5 73.7 7.3 Sig. ns ns ns ns Nota: Sig – nível de significância; ns ‐ não significativo ao nível de 0.05 pelo teste de Fisher 4 DRAP Centro ‐ ANUÁRIO DE EXPERIMENTAÇÃO 2010 A desfolha praticada ao nível dos cachos influenciou de forma significativa a incidência e a severidade de ataque da podridão cinzenta (Quadro 3), mesmo num ano em que esta doença teve uma expressão muito fraca na região do Dão, como foi o ano de 2010. Estes resultados são concordantes com os obtidos anteriormente e evidenciam que a prática da desfolha precoce minimiza os problemas da podridão cinzenta na região do Dão. Quadro 3 ‐ Efeito da época de desfolha na taxa de podridão cinzenta. MODALIDADE Incidência (%) Severidade (%) E1 ‐ ‐ E2 ‐ ‐ E3 3.8 b 0.48 b E4 2.1 b 0.20 b T 44.1 a 5.73 a Sig. *** *** Nota: Sig – nível de significância; *** ‐ significativo ao nível de 0.001, pelo teste de Fisher. Em cada coluna, valores seguidos da mesma letra não diferem significativamente ao nível de 0.05 pelo teste da MDS No Quadro 4 são apresentados os valores referentes ao vigor e seus componentes, verificando‐se que neste primeiro ano, a redução de área foliar numa fase de crescimento vegetativo não afectou significativamente o vigor das plantas. Quadro 4 ‐ Efeito da época de desfolha no vigor e seus componentes. Nº Lançamentos Peso Peso Lenha MODALIDADE (/ cepa) Lançamento (g) (Kg/cepa) E1 ‐ ‐ ‐ E2 ‐ ‐ ‐ E3 15.0 55.8 0.84 E4 14.7 63.6 0.93 T 15.9 59.4 0.95 Sig. ns ns ns Nota: Sig – nível de significância; ns ‐ não significativo ao nível de 0.05 pelo teste de Fisher Como conclusão geral pode referir‐se que no primeiro ano as desfolhas precoces (estado H e J), não proporcionaram o aumento do desavinho e portanto cachos menos tochados, como referido em bibliografia recente, mas permitiram uma diminuição da intensidade e severidade da podridão cinzenta. 5 DRAP Centro ‐ ANUÁRIO DE EXPERIMENTAÇÃO 2010 2. ESTUDO DA INFLUÊNCIA DE DIFERENTES REGIMES HÍDRICOS NO COMPORTAMENTO DAS CASTAS DO DÃO Vanda Pedroso OBJECTIVOS A região do Dão devido às suas características edafo‐climáticas apresenta frequentemente problemas de stresse hídrico, facto que compromete muitas vezes a qualidade da uva. O comportamento das castas é diferenciado, sendo de salientar que a casta tinta com maior importância no encepamento – a Touriga Nacional é muito sensível a este problema. Este estudo tem por objectivos testar, adaptar e demonstrar, em situações de campo uma estratégia de rega – Rega Deficitária Controlada, em vinhas na região do Dão. Serão avaliados os efeitos da rega associados ou não a uma desfolha, no microclima ao nível dos cachos, na regularidade da produção inter anual, na qualidade do vinho e na perenidade da videira, bem como na economia da eficiência do uso de água. Procurar‐se‐á responder, para as situações ecológicas da região do Dão, às questões – Em que situações regar? Quando regar? e Quanto regar? Serão ainda calibradas e aferidas metodologias de condução e programação de rega. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL O ensaio está estabelecido num sistema de blocos casualizados, com quatro modalidades: NRND – não regada e não desfolhada; NRD – não regada e desfolhada; DIND – rega deficitária com dotação correspondente a 50% ETc e não desfolhada; DID – rega deficitária com dotação correspondente a 50% ETc e desfolhada e quatro repetições. Cada unidade experimental é constituída por doze plantas. A desfolha é praticada ao nível de inserção dos cachos, dos dois lados da sebe e na fase de bago de chumbo. MATERIAL E MÉTODOS O ensaio está instalado desde 2006, na Folha 5 Talhão B do CEVDão, na casta Touriga Nacional. Neste estudo os registos a efectuar são: ‐ Registos de abrolhamento, fertilidade e vingamento. – Caracterização da densidade do coberto e do vigor. – Parâmetros fisiológicos. – Determinação de metabolitos. – Determinação da intensidade de ataque da podridão cinzenta. – Controlo da evolução da maturação. – Caracterização da vindima. – Caracterização dos vinhos. – Caracterização de água no solo. – Caracterização climática. 6 DRAP Centro ‐ ANUÁRIO DE EXPERIMENTAÇÃO 2010 RESULTADOS No ano de 2010 os trabalhos decorreram de uma forma geral conforme protocolado. No entanto devido á passagem do laboratório experimental de enologia do CEVDão, em 1 de Julho para a Divisão de Apoio Laboratorial e á proibição da utilização do equipamento pelos técnicos da Direcção de Serviços de Agricultura, não foram feitas todas as determinações relativas á qualidade da produção, estando os bagos congelados aguardando análise. Nos quadros seguintes são apresentados alguns dos resultados obtidos. Quadro 1 ‐ Efeito da rega e da desfolha no rendimento e seus componentes Nº Cachos Peso Cacho Peso 100 bagos Produção MODALIDADE (/ cepa) (g) (g) (Kg/cepa) REGA DI 25.9 168.9 138.6 4.4 NR 26.3 174.3 145.5 4.6 Sig. ns. ns. ns. ns. DESFOLHA D 26.1 173.1 134.5 4.5 ND 26.2 170.1 149.5 4.0 Sig. ns. ns ns. ns Nota: Sig – nível de significância; ns ‐ não significativo ao nível de 0.05 pelo teste de Fisher. No ano de 2010, os resultados indicam não ter havido influência significativa da rega e da desfolha no rendimento e seus componentes (Quadro 1). A superfície foliar exposta (Quadro 2) não foi influenciada pela rega, o que indica que a dotação utilizada não promoveu o aumento de vigor das plantas, mantendo o equilíbrio vegetativo. A desfolha, realizada a 23 de Junho, como seria de esperar, reduziu significativamente a superfície foliar exposta, mas como se pode observar no Quadro 3 não conduziu a perdas de qualidade do mosto. Quadro 2 ‐ Efeito da rega e da desfolha na superfície foliar exposta expressa em m2/ha MODALIDADE 23/06 24/06 22/06 25/08 24/09 /DATA (Desponta) (Desfolha) REGA DI 19350 15835 14753 15844 15731 NR 19397 15730 14757 16034 15513 Sig. ns. ns. ns. ns. ns DESFOLHA D 19400 15660 13755 b 14776 b 14566 b ND 19347 15905 15755 a 17102 a 16679 a Sig. ns. ns *** *** *** Nota: Sig – nível de significância; ns – não significativo, e *** ‐ significativo ao nível de 0,001, pelo teste de Fisher. Em cada coluna valores seguidos da mesma letra não diferem significativamente ao nível de 0.05 pelo teste da MDS. No Quadro 3 são apresentados apenas valores do álcool provável, acidez total e pH, únicos parâmetros possíveis de analisar na época de evolução da maturação. Foram realizadas as determinações num laboratório de um viticultor da região que se disponibilizou em ajudar o CEVDão, uma vez que estava interdita a utilização do seu equipamento por ordem superior. 7 DRAP Centro ‐ ANUÁRIO DE EXPERIMENTAÇÃO 2010 Quadro 3 ‐ Efeito da rega e da desfolha nos principais parâmetros de qualidade à vindima Álcool Acidez Total Antocianas Índice de MODALIDADE Provável pH (g ác. tat./l) (mg/l) Folin (%v/v) REGA DI 11.5 4.8 3.35 ‐ ‐ NR 11.2 4.9 3.21 ‐ ‐ Sig. ns. ns. ns. ‐ ‐ DESFOLHA D 12.7 4.8 3.30 ‐ ‐ ND 12.9 4.9 3.26 ‐ ‐ Sig. ns. ns. ns. ‐ ‐ Nota: Sig – nível de significância; ns – não significativo 0.00 a) -0.20 p M o ( -0.40 m a r o -0.60 d o ric -0.80 d hí al -1.00 ci n ote -1.20 P -1.40 15-Jun 30-Jun 15-Jul 30-Jul 14-Ago 29-Ago 13-Set 28-Set DATA DID DIND NRD NRND Figura 1 – Influência da rega e da desfolha na evolução do potencial hídrico do ramo. A rega, como em anos anteriores, nesta casta não contribuiu para uma melhoria da qualidade nos parâmetros analisados, facto que estará relacionado com as condições climáticas dos últimos anos que não conduziram a stresses hídricos fortes (Figura 1). É de salientar, que os valores obtidos de acidez total são inferiores ao normal para esta casta na região do Dão, facto que poderá estar relacionado com a ocorrência de temperaturas mínimas muito elevadas durante o período de maturação. Na Figura 1 é apresentada a evolução do potencial hídrico foliar do ramo, no ano de 2010. Os valores registados indicam situações de conforto hídrico das plantas durante toda a fase de formação e maturação dos bagos. Entre modalidades regadas e não regadas e na fase inicial de bago de chumbo as plantas encontravam‐se em condições semelhantes. Com a evolução do ciclo e após a primeira rega realizada a 16 de Julho, houve um distanciamento entre modalidades regadas e não regadas que se manteve até á última rega a 19 de Setembro. No Quadro 4 são apresentadas as principais características do coberto ao nível da base da vegetação influentes no microlclima dos cachos. 8 DRAP Centro ‐ ANUÁRIO DE EXPERIMENTAÇÃO 2010 Quadro 4 ‐ Efeito da rega e da desfolha nas características do coberto ao nível dos cachos Cachos Buracos Folhas Interiores Nº Camadas DATA MODALIDADE expostos (%) (%) de Folhas (%) 22/06 REGA DI 0.2 15.1 38.0 3.0 NR 0.6 12.7 39.3 3.1 Sig. ns. ns. ns. ns DESFOLHA D 0.6 12.7 38.5 3.0 ND 0.2 15.0 38.8 3.0 Sig. ns. ns ns. ns 23/06 REGA DI 10.2 53.2 20.6 3.8 NR 8.3 52.5 23.5 3.6 Sig. ns. ns. ns. ns DESFOLHA D 18.3 a 90.6 a 5.3 b 0.4 b ND 0.2 b 15.0 b 38.8 a 3.0 a Sig. *** *** *** *** 26/08 REGA DI 5.8 40.7 31.2 2.1 NR 3.1 37.0 28.7 2.3 Sig. ns. ns. ns. ns DESFOLHA D 8.5 a 67.4 a 15.5 b 0.9 b ND 0.4 b 10.2 b 44.4 a 3.4 a Sig. *** *** *** *** 21/09 REGA DI 5.6 55.0 20.6 1.5 NR 3.3 60.5 21.1 1.5 Sig. ns. ns. ns. ns DESFOLHA D 8.3 a 80.8 a 10.5 b 0.7 b ND 0.6 b 34.6 b 31.2 a 2.3a Sig. *** *** *** *** Nota: Sig – nível de significância; ns – não significativo e *** ‐ significativo ao nível de 0.05 e 0,001 respectivamente, pelo teste de Fisher. Em cada coluna valores seguidos da mesma letra não diferem significativamente ao nível de 0.05 pelo teste da MDS. A rega não influenciou de forma significativa a porosidade do coberto ao nível dos cachos durante todo o ciclo. A ausência de um incremento relativamente à modalidade não regada evidencia que a dotação utilizada não proporciona um aumento negativo do vigor. Por outro lado, os valores semelhantes entre modalidades regadas e não regadas evidência a ausência de stresse hídrico no ano de 2010, que não levou à perda acentuada das folhas basais na modalidade não regada A diminuição do número de camadas de folhas à vindima, igual nas duas modalidades é resultado da senescência própria da idade das folhas. A desfolha como seria de esperar, influenciou significativamente a porosidade da sebe desde a fase em que foi realizada (23 de Junho), tendo contribuído para um melhor microclima dos cachos. O vigor e os seus componentes não foram afectados pela estratégia de rega adoptada e pela desfolha praticada (Quadro 5). 9
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