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Antônio José Vieira de Queirós Campos A Eironeía de Sócrates e a Ironia de Platão nos primeiros PDF

357 Pages·2016·3.2 MB·Portuguese
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Antônio José Vieira de Queirós Campos A Eironeía de Sócrates e a Ironia de Platão nos primeiros diálogos. (uma visão crítica sobre a noção de Vlastos de “ironia complexa”). TESE DE DOUTORADO Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Filosofia do Departamento de Filosofia da PUC-Rio. Orientadora: Profª. Irley Fernandes Franco Volume I Rio de Janeiro Novembro de 2016 Antônio José Vieira de Queirós Campos A Eironeía de Sócrates e a Ironia de Platão nos primeiros diálogos. (uma visão crítica sobre a noção de Vlastos de “ironia complexa”). Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia do Departamento de Filosofia do Centro de Teologia e Ciências Humans da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada. Profª. Irley Fernandes Franco Orientadora Departamento de Filosofia – PUC-Rio Profª. Maria Inês Senra Anachoreta Departamento de Filosofia – PUC-Rio Profª. Miriam Sutter Medeiros Departamento de Letras – PUC-Rio Profª. Ana Flaksman Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRio Profo. Marcus Reis Pinheiro Universidade Federal Fluminense - UFF Profª. Monah Winograd Coordenadora Setorial de Pós-Graduação e Pesquisa do Centro de Teologia e Ciências Humanas - PUC-Rio Rio de Janeiro, 8 de novembro de 2016 Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem a autorização da universidade, do autor e da orientadora. Antônio José Vieira de Queirós Campos Médico e advogado, fez graduação, mestrado e conclui agora o doutorado. Em Filosofia artigos pela PUC-Rio. Seu Interesse é, sobretudo Platão e Aristóteles. Tem diversos artigos sobre o assunto em revistas universitárias especializadas. É tradutor e da aula de Grego Clássico. Ficha Catalográfica Campos, Antônio José Vieira de Queirós A Eironeía de Sócrates e a Ironia de Platão nos primeiros diálogos : (uma visão crítica sobre a noção de Vlastos de “ironia complexa”). / Antônio José Vieira de Queirós Campos ; orientadora: Irley Fernandes Franco. – 2016. 2 v. ; 30 cm Tese (doutorado)–Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Filosofia, 2016. Inclui bibliografia 1. Filosofia – Teses. 2. Antimimesis. 3. Ironia. 4. Eironéia. I. Franco, Irley Fernandes. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Filosofia. III. Título. CDD: 100 À minha mulher , Martha, e aos meus filhos Gabriel, Matheus e Hugo Agradecimentos À minha orientadora , Profª, Irley Franco, pelo apoio constante, pela amizade e amor à filosofia. Ao Prof. Antonio Mattoso , mestre e companheiro de traduções, pelas proveitosas discussões sobre Cultura Clássica. Aos Profs. Marcos Reis, Maria Inês Anachoreta, Ana Flacksman, Miriam Sutter, Izabela Bocayuva e Danilo Marcondes , pela honrosa participação em minha banca. À Profª. Luisa Severo Buarque de Hollanda, por seu instigante curso sobre o diálogo “Górgias “ de Platão. À Profª. Maura Iglésias, por ter-me apresentado Platão , Aristóteles e os pré- socráticos. Aos colegas mestrandos e doutorandos pelo companheirismo e atenção. À Grécia Arcaica e Clássica , pelo legado de sua cultura. Resumo Campos, Antônio José Vieira de Queirós; Franco, Irley Fernandes. A Eironeía de Sócrates e a Ironia de Platão nos primeiros diálogos. (uma visão crítica sobre a noção de Vlastos de “ironia complexa). Rio de Janeiro, 2016. 357p. Tese de Doutorado – Departamento de Filosofia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Esta tese tem um propósito estratégico e um tático. O estratégico diz respeito a propor uma leitura dos chamados primeiros diálogos socráticos, que leve, tanto quanto possível , a uma maior preocupação com o aspecto literário dos textos em sua indissolúvel ligação com o conteúdo filosófico, tentando encontrar temas , e estratagemas discursivos que consubstanciem , na inédita e irrepetível narratividade filosófica platônica, a inextricável relação entre forma e conteúdo , literatura e filosofia, mímesis e denuncia da mímesis, relação esta que não pode ser resumida ou banalizada em perspectivas interpretativas que apenas concedem à dramaturgia e narratividade platônicas papel secundário, instrumental , na composição do corpus platonicum, entendendo os diálogos como mera forma literária de se expressarem doutrinas ou pensamentos filosóficos. Dentro desse enquadramento geral, pretende-se apresentar como as chamadas “eironeía “ socrática e a “ironia’ platônica podem ter-se constituído no único (ou pelo menos o mais perfeito) elemento de aproximação ou mesmo de identificação entre a visão dualista de mundo platônica – com suas perplexidades e até ambiguidades teóricas – e a construção de sua literatura , onde sobressai o personagem Sócrates , enigmático , atópico , paradoxal , enfim, tão aparentemente dúplice quanto possível para um ser humano. E nada como um procedimento comumente associado à ordem da retórica, ou seja, da literatura, - a ironia- para unificar o dualismo platônico e as ambiguidades de seu protagonista, Sócrates. Nesse processo, se verá como essa ironia, retirada de seu âmbito do meramente linguístico e apresentada como o elemento –síntese dos sokratikoì lógoi, será corpo (literatura) e alma (filosofia) da mais bela construção literário-filosófica do Ocidente plasmada pelo gênio de Platão. Por outro lado, do ponto de vista tático, a tese aborda a importância da distinção entre o uso que Platão faz da eironeía na sua acepção mais antiga na língua grega, de viés pejorativo, como ‘engano”, “trapaça”, dolo” etc e encarna tal noção em seu protagonista Sócrates, e a noção moderna de “ironia” , que hoje reduzimos a mera figura de estilo ou de linguagem, que indica elegância , bom gosto e sofisticação no falar. Para tanto , estabelecemos uma controvérsia com Gregory Vlastos , na esteira da polêmica provocada por esse ilustre comentador de Platão , de que apresentamos os principais críticos, a propósito de sua noção de “ironia complexa” para dar conta das perplexidades na leitura dos diálogos decorrentes do uso multifacetado e fascinante do recurso da ironia. Esse movimento tático do debate é importante por ser Vlastos uma referência desde o último lustro do século XX sobre temas socráticos, sobretudo o conceito de “ironia complexa” e “conhecimento elênctico”. Além disso, tento avançar a hipótese de que seria exatamente a tendência da leitura de Vlastos no sentido de subestimar o papel da literatura no modo dialético de Platão fazer filosofia, e o privilégio quase absoluto que deu a um exame dos textos do fundador da Academia recortando-lhe de preferência seu dizer apofântico , de modo obstinada e exclusivamente analítico, em detrimento de uma contextualização dramática , tudo isso, enfim, redundou em uma leitura profundamente descontextualizada e anti-literária da obra do filósofo. Esta seria, ao meu ver, também a raiz de sua equivocada e limitada compreensão do misterioso personagem Sócrates, que em sua explicação , no esforço de elucidá-lo em sua evasividade e astúcias discursivas, termina por sobrecarregá-lo ainda mais de perplexidades invencíveis. No afã assumido de salvar Sócrates (que ele praticamente toma como apenas retratado em sua historicidade por Platão) de qualquer acusação de conduta sofística ou de uso de expedientes enganadores, Vlastos talvez o tenha submerso em ainda mais aporias do que ele próprio teria criado nos diálogos que protagoniza , na consumação de seu método de perguntas e respostas. Palavras-Chave Antimimesis; ironia; eironéia. Abstract Campos, Antônio José Vieira de Queirós; Franco, Irley Fernandes. The Socrates’ Eironeía and the the Plato’s Irony in the Early Dialogues. (A critical view on professor Vlastos’s notion of Socrates’ “complex irony.”). Rio de Janeiro, 2016. 357p. Doctorate Thesis- Departamento de Filosofia, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. This thesis has both an strategic and a tactical goal. The strategic goal has to do with proposing some reading of the so called early socratic dialogues that guides the reader , as much as possible, to a major concern with the dialogues’’ literary aspects in its indissoluble connection with its philosophic contente , trying to find themes and discursive manoeuvres that may consubstantiate,in the unprecedented and unique platonic philosophic narrativity, the inextricable relation between form and content, literature and philosophy, mímesis and mimesis’ disruption at a time. This relation form/content in Plato shouldn’t be abridged nor trivialized in interpretive views that just allow platonic dramaturgy and narrativity a secundary and instrumental role in the corpus platonicum composition , assuming the dialogues as a mere literary form for doctrines and philosophic thoughts being expressed. In this general frame, this thesis intends to show how the so called socratic ”eironeía” and platonic irony may have beeen converted in the only ( or t least the most perfect) element of approximation or even of identification between the Plato’s dualistic view over the world – with all its puzzles and theoretical ambiguities – and the construction of his own literature, where his character Socrates stands out, as enigmatic, atopic, paradoxical, in a word, as dubious as possible for a human being. And there’s nothing like a procedure commonly associated to rethoric field, that is, to literature, - irony – to unifiy the platonic dualism and the ambiguities of his protagonist, Sócrates. In this process, we’ll see how this irony, withdrawn from its merely linguistic field and shown as the key-element of the sokratikoì lógoi, wil be body (literature) and soul (philosophy) for the most beautiful literary- philosophioc construction of western world, put together by Plato’s genius. On the other hand, from tatics’ point of view, this thesis takes up the importance of the distinction between the use Plato gives to eironeía , in his most ancient meaning in greek, clearly derogatory, in a sense of “trickery”, “deceit”, “fraud” etc , and embody this connotation into his protagonits Socrates, and, in the other corner, the modern notion of “irony”, shrunken nowadays to mere tropos or figure of speech, something that depicts the tallker as someone elegant and refined with the words. In order to convey all that, I engaged myself into a controversy with Gregory Vlastos , putting myself in the middle of a well known polemic raised by this conspicuous commentator of Plato, whose most influent reviewers are presented here with respect to his notion of “complex irony” , in order to exhibit how many puzzlings the manifold use of the term eironeía could bring even to the best readers of the dialogues. This tactical moment of all that contention is relevant, once we know Vlastos to be a reference, since the last decades of twentieth century about socratic subjects, and mostly when it comes to his concepts of “complex irony “ and “elenctic knowledge”. Furthermore, I try toi advance a hypothesis according to which it has been exactly the tendency of Vlastos to underestimate the role of literature in the dialectic manner of Plato deal with philosophy, and thealmost absolute priviledge given by Vlastos to comment on what is said by the characters in an apophantic way rather than taking heed to dramatic contextualization, all this , to my view,has resulted in a reading profoundly uncontextualized and not literary of the philosopher wrntings. That would be too the root of his misleading and limited comprehension of the isterious character Socrates, who in the Vlatos’ account, instead of clariflying and trying to expose the real motives for his evasiveness and discoursive trickeries, he finishes his analysis by overloadind Socrates with even more invencible puzzles. In Vlastos anxiety to save Socrates (who he takes to be the historic one) from any accusation of bewing sophistic or of using deceitful devcves in the elenchus, Vlastos perhaps had submerged the philosopher in even more “aporíai ”than the ones Socrastes himself were used to create in the dialogues he protagonizes, as the necessary end for his method of questions and answers. Keywords Antimimesisb; Irony; Eironeía. Sumário Introdução. 12 1. Nossos Pressupostos de Leitura de Platão. 21 2. A questão eironeía/ironia e como aparece nos textos do século V e nos textos de Platão e seu tratamento por Aristóteles. 100 2.1. Seção A - A questão eironeía/ironia nos textos do século V e em Platão. 100 2.2 seção B - A posição de Aristóteles sobre a questão ironia/eironeía 132 . 3. A posição de Vlastos1 sobre a questão eironeía/ironia: a “ironia complexa”. 162 4. Uma revisão dos comentários de scholars, críticos da noção de “ironia complexa” de Vlastos. 198 5. Nossa visão alternativa sobre a “ironia complexa” de Vlastos e a necessidade de leitura literário-filosófica dos diálogos de Platão. 247 5.1. Seção A - Uma opinião sobre o conceito de “ironia complexa” de Vlastos 247 5.2. Seção B - Ironia dramática de Platão e Eironeía Metódica de Sócrátes. 277 5.3. Seção C) Breve análise do diálogo Górgias exemplificativa de uma leitura literário-filosófica dos diálogos platônicos. 295 5.3.1. Subseção 1 - Sobre a apresentação, já no proêmio do Górgias, dos elementos do método elênctico como súmula antecipatória do tema ou temas do diálogo. 299 5.3.2. Subseção 2 ) Evidências da posição do Górgias no corpus como o epílogo de um ciclo, na ordem da escritura (léxis) iniciado em Apologia/Críton. Remissões a temas e manobras discursivas desses dois diálogos 308

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megalegoría: aqui se está tentando suavizar o conflito Sócrates/cidade, dando O”BRIEN, D. “Le Non-Être , deux études sur le Sophiste de Platon”.
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