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Anthony Giddens e Pierre Bourdieu PDF

269 Pages·2006·1.85 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA PERCURSOS NA TEORIA DAS PRÁTICAS SOCIAIS: ANTHONY GIDDENS E PIERRE BOURDIEU Autor: Gabriel Moura Peters Brasília, janeiro de 2006 1 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA PERCURSOS NA TEORIA DAS PRÁTICAS SOCIAIS: ANTHONY GIDDENS E PIERRE BOURDIEU Autor: Gabriel Moura Peters Dissertação apresentada ao Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília/UnB como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre. Brasília, Janeiro de 2006 2 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PERCURSOS NA TEORIA DAS PRÁTICAS SOCIAIS: ANTHONY GIDDENS E PIERRE BOURDIEU Autor: Gabriel Moura Peters Orientador: Luís Augusto Sarmento de Gusmão (UnB) Banca : Professor Doutor Gabriel Cohn (USP) Professora Doutora Maria Stela Grossi Porto (UnB) Professor Doutor Eurico Cursino dos Santos (UnB – suplente) 3 AGRADECIMENTOS Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), pelo apoio financeiro. Às professoras Christiane Girard e Maria Stela Grossi Porto, por despertarem em mim o interesse pela teoria sociológica. Aos professores Josué Pereira da Silva, Sérgio Costa e José Luiz Ratton, pela receptividade às minhas participações nos grupos de discussão teórica por eles coordenados nos congressos da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciências Sociais (ANPOCS) e da Sociedade Brasileira de Sociologia (SBS). Ao meu amigo e professor Frédéric Vandenberghe, pela valiosa orientação intelectual e pelo ombro solidário que me emprestou nos momentos de perplexidade existencial que este trabalho por vezes desencadeou. Ao meu amigo e orientador Luís Augusto de Gusmão, por todo o estímulo que ofereceu à realização deste estudo. Sua acuidade crítica, ao mesmo tempo minuciosa e iconoclasta, no trato com os autores discutidos nas páginas que se seguem foi crucial na moderação de alguns dos meus excessos infundados de entusiasmo. A todas as pessoas – professores/as, colegas, alunos/as e amigos/as – que marcaram de modo significativo a minha trajetória pessoal nesses últimos anos. Embora a lista seja mastodonticamente longa e a seletividade da memória freqüentemente injusta, arrisco-me a citar algumas delas aqui: Aline Alencar, Amanda Ramos, Ana Angélica Costa, Ana Maria Mesquita, André Batista, Anna Lúcia Cunha, Beatris Duqueviz, Breitner Tavares, Camila Ventura, Carla Andrade, Carla Silva, Carolina Peters, Deyse Resende, Eduardo Brito, Eduardo Di Deus, Eduardo Zen, Élder Maia, Emanuel Sousa, Felipe Andrade, Felipe Areda, Felipe Bragança, Fernanda Baldo, Fernanda Peters, Fernando Arruda, Fernando Kleiman, Fernando Rodrigues, Guilherme do Prado, Herivelto Pereira, Ianni Luna, Isabella Damacena, Isadora Morais, Isamara Martins, Izadora Xavier, Jahmila Monteiro, João Bernardo Bringel, João Daniel Cardoso, João Gabriel Leite, Jones José Júnior, Juliana Bessa, Juliana Queiroz, Júnia Marusia, Larissa Loureiro, Leonardo Genofre, Letícia Bartholo, Liandra Ribeiro, Lídia 4 Argolo, Lídia Parachin, Lila Maciel, Luísa Argolo, Maíra Zenun, Marcela Amaral, Marcello Larcher, Marcos Paulo de Araújo, Maria Gabriela Sanches, Maria Lopes, Mariana de Lima e Silva, Mariana Letti, Mariana Marra, Marta Magalhães, Mauro Ribeiro, Nelson do Vale, Nicolau Brito, Nina Rosas, Núbia Gomes, Oto Dias, Paloma Sanches, Paula Nonaka, Paulo Fernandes, Paulo Tolentino, Pedro Henrique Isaac, Petras Shelton, Priscila Tanaami, Rafael Alencar, Rafael Peters, Renata Abreu, Renata Florentino, Ricardo dos Santos, Roberta Saita, Rosevel Silva, Santiago Varella, Saulo Lustosa, Sônia Hamid, Taís Itacaramby, Talita Cintra, Tamie Takeda, Telmara Galvão, Thaís Lemos, Thiago Coelho, Tiago Beckert, Tiago Faccioli, Ticiana Ramos, Vanessa Oliveira, Viviane Resende, Wanderson Flor, além dos/as professores/as Paulo César Lage, Miroslav Milovic, Ana Miriam Wuensch, Hilan Bensusan, Gustavo Lins Ribeiro, Brasilmar Ferreira Nunes, Maria Lourdes Bandeira, Arthur Trindade Costa, Carlos Benedito Martins, Eurico Gonzalez dos Santos, Mariza Veloso, Maria Angélica Madeira, Roberto Moreira, Sadi Dal Rosso, Henrique de Castro, Barbara Freitag, Caetano Ernesto de Araújo, Fernanda Sobral, Maria Francisca Coelho e Maria Salete Machado. Ainda que um calhamaço repleto de discussões sócio-teóricas um tanto abstrusas não seja talvez o local mais apropriado para declarações de afeto, gostaria, de todo modo, de dedicar este trabalho, com muito amor, a Maria Helvecia Arruda Moura, Luís Antônio Schmitt Peters, Luísa Moura Peters, Paulo Moura Peters e, com carinho igualmente intenso, embora de natureza diferente, a Sara Santos Morais. Gabriel Moura Peters, janeiro de 2006 5 RESUMO O trabalho desenvolve uma exegese dos quadros teórico-metodológicos de análise da vida social avançados por Pierre Bourdieu e Anthony Giddens, concentrando-se nas formas pelas quais cada um destes autores ataca o problema fundacional da relação entre os planos da agência e da estrutura, tomados como as duas dimensões essencialmente constitutivas de qualquer retrato ou investigação do universo societário. O exame de tal problemática justifica- se pelo fato de que a teoria da prática de Bourdieu e a teoria da estruturação de Giddens têm como alicerce comum a tentativa de superação de um espectro de dicotomias inter- relacionadas que atravessam a história do pensamento científico-social no século XX, tendo sido expressas por uma variedade de rótulos binomiais, tais como subjetivismo/objetivismo, individualismo/holismo e micro/macro. A investigação das inovações conceituais e teses sócio-ontológicas desenhadas nas teorias dos autores supracitados é situada contra o pano de fundo de uma apresentação de tais antinomias, as quais indicam a tendência, corporificada em uma impressionante diversidade de perspectivas teórico-metodológicas, à formulação de concepções do relacionamento entre a ação individual subjetivamente propelida, de um lado, e as propriedades estruturais ou institucionais de formações coletivas, de outro, nas quais uma primazia ontológica e/ou explanatória é aprioristicamente imputada a uma destas esferas. Nesse sentido, o foco da exposição das armaduras teórico-analíticas de Giddens e Bourdieu se dirige ao elenco dos argumentos pelos quais ambos buscam demonstrar os limites de soluções teóricas unilaterais ao problema da articulação entre as instâncias da agência e da estrutura, ao mesmo tempo em que tecem instrumentos heurísticos orientados precisamente no sentido da captura da relação de condicionalidade recíproca estabelecida entre as mesmas no desenrolar da existência sócio-humana. Este percurso exegético desemboca, por fim, na conclusão de que a teoria da prática e a teoria da estruturação consistem em versões distintas de um modelo praxiológico-estruturacionista de investigação do mundo social, um enfoque que tem como pedra de toque a tese (trivial apenas à primeira vista) de que a caracterização da vida societária como fluxo ininterrupto de práticas configura-se como o ponto de partida heuristicamente mais frutífero para a construção de um retrato acurado dos processos simultâneos de constituição da sociedade pelos agentes e de constituição dos agentes pela sociedade. 6 ABSTRACT The work develops an exegesis of the theoretical-methodological frameworks of social analysis formulated by Pierre Bourdieu and Anthony Giddens, focusing on the ways through which each of these authors tackles the foundational problem of the relation between the spheres of agency and structure, taken as the two essentially constitutive dimensions of any portrait or investigation of the societal universe. The exam of this problematic is justified by the fact that Bourdieu’s theory of practice and Giddens’s theory of structuration have as their common foundation the attempt to overcome a specter of inter-related dichotomies that stalk through the history of XXth century social-scientific thought, being referred to through a variety of binomial labels, such as subjectivism/objectivism, individualism/holism and micro/macro. The investigation of the conceptual innovations and social-ontological theses drawn in the theories of the above quoted athors is situated against the backdrop of a presentation of such antinomies, which indicate the tendency, embodied in an impressive diversity of theoretical-methodological perspectives, towards the formulation of conceptions of the relationship between subjectively propelled individual action, on the one hand, and structural or institutional properties of collective formations, on the other, in which an ontological and/or explanatory primacy is aprioristically imputed to one of these spheres. The focus of the exposition of the theoretical-analytical armors of Giddens and Bourdieu is directed towards the reunion of the arguments through which both try to demonstrate the limits of unilateral theoretical solutions to the problem of the articulation between the instances of agency and structure, while weaving, at the same time, heuristic instruments oriented precisely towards the capture of the relation of reciprocal conditionality established between those instances in the course of human social existence. This exegetical path leads, at last, to the conclusion that the theory of practice and the theory of structuration consist in two distinct versions of a praxeological-structurationist model of investigation of the social world, an approach that has as its cornerstone the thesis (a trivial one only at first sight) that states that the characterization of societal life as an endless flow of practices constitutes the heuristically most fruitful starting point to the construction of an accurate portrait of the simultaneous processes of constitution of society by agents and of constitution of agents by society. 7 Índice 1) Introdução................................................................................................12 2) Duas palavras preambulares..................................................................27 3) O problema da relação agência/estrutura na teoria social..................35 4) A teoria da prática de Pierre Bourdieu – Parte I: objetivismo, subjetivismo e o habitus como instância de mediação..........................52 4.1) A prática da teoria......................................................................................................52 4.2) Objetivismo, subjetivismo e praxiologia relacional como modos alternativos de conhecimento do mundo social.........................................................................................53 4.3) O habitus como mediação entre agência e estrutura...............................................69 4.4) Ethos, Eidos, Héxis.....................................................................................................82 4.5) Primeiro excurso: as fontes do conceito de habitus.................................................88 4.6) Segundo excurso: explicação, compreensão e a falácia escolástica........................93 4.7) Terceiro excurso: a relação com o senso comum e o problema do “determinismo”................................................................................................................104 5) A teoria da prática de Pierre Bourdieu – Parte II: uma sociologia genética do poder simbólico..................................................................110 5.1) Uma economia geral das práticas............................................................................110 5.2) O poder simbólico.....................................................................................................116 5.3) Campo e violência simbólica....................................................................................122 5.4) Fechando o círculo: a relação habitus/campo como princípio histórico-genético das práticas sociais...........................................................................................................126 5.5) Habitus e reflexividade.............................................................................................128 8 5.6) Uma nota sobre a natureza socialmente fundada da dicotomia objetivismo/subjetivismo.................................................................................................138 5.7) O caráter disposicional da teoria............................................................................142 5.8) Humano, demasiado mundano: a economia dos bens simbólicos como luta pelo sentido da existência........................................................................................................143 6) A teoria da estruturação de Anthony Giddens – Parte I: uma ontologia praxiológica da vida social .................................................................................................................149 6.1) Os propósitos da teoria social..................................................................................149 6.2) A produção e reprodução da sociedade via práxis: uma mirada panorâmica....159 6.2) O modelo estratificado da ação: monitoramento, racionalização e motivação...167 6.3) A dimensão espaço-temporal dos sistemas sociais.................................................170 6.4) Interação e práxis social: o objetivismo normativista de Parsons e as lições da etnometodologia...............................................................................................................173 6.5) Interacionismo metodológico e segurança ontológica...........................................175 6.6) O conceito estruturacionista de estrutura..............................................................177 6.7) Conhecimento tácito e redefinição consciente de cursos de ação.........................187 6.8) Contra o evolucionismo: história, teleologia e contingência.................................193 6.9) Primeiro excurso: as conseqüências não-intencionais da ação e o caso do “efeito borboleta”.........................................................................................................................195 6.10) Sistemas sociais.......................................................................................................198 6.11) Estrutura e sistemas sociais: uma revisão............................................................203 7) A teoria da estruturação de Anthony Giddens – Parte II: a múltipla hermenêutica do estruturacionismo; ou encontros e desencontros com o conhecimento de senso comum e com o pensamento sócio-teórico contemporâneo............................................................................................208 9 7.1) A “dupla hermenêutica” e o caráter performativo do conhecimento social na teoria da estruturação de Giddens e na teoria da prática de Bourdieu............................................................................................................................208 7.2) A crítica do conhecimento de senso comum na teoria da estruturação...............216 7.3) Uma nota sobre o ecletismo de Giddens.................................................................221 7.4) A crítica construtiva às sociologias compreensivas na teoria da estruturação: a fenomenologia social de Alfred Schutz e a etnometodologia de Harold Garfinkel...........................................................................................................................224 7.5) Teoria da estruturação e estrutural-funcionalismo...............................................231 7.6) Teoria da estruturação, estruturalismo e pós- estruturalismo..................................................................................................................235 8) Considerações finais: em direção a uma praxiologia estruturacionista....................................................................................246 8.1) Individualidade, totalidade e prática......................................................................247 8.2) Praxiologia e teorias culturalistas da vida social...................................................250 8.3) Notas conclusivas......................................................................................................254 9) Bibliografia.............................................................................................257 10

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as propriedades estruturais ou institucionais de formações coletivas, de outro, nas quais uma primazia ontológica e/ou explanatória é aprioristicamente imputada a uma destas esferas. Nesse sentido, o foco da exposição das armaduras teórico-analíticas de Giddens e Bourdieu se dirige ao elen
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