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Antes que você morra PDF

266 Pages·2016·1.28 MB·Portuguese
by  Osho
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ANTES QUE VOCE MORRA Revelações sobre o caminho Sufi OSHO 3.a Edição Revisada Antes que Você Morra é uma série de dez palestras sobre ensinamentos Sufis, proferidas por Osho em abril de 1975 no seu ashram, em Poona, índia. ÍNDICE 1. Antes Que Você Morra você nada pode obter de mim.............................................. 2. Não Julgueis se você quer avaliar pedras preciosas, torne-se um joalheiro 3. Andar Sem Muletas alguns replicaram e foram punidos.................................... 4. Direto À Liberdade o pássaro voou pela abertura da janela............................... 5. A Verdade Não Está Velada seu egoísmo age como uma barreira entre você e a verdade 6. O Homem Traz a Semente de sua miséria ou felicidade, céu ou inferno..................... 7. O Conhecimento É Perigoso a verdade nem sempre é sábia e a mentira nem sempre é tola 8. Isto Também Passará lembre-se sempre............................................................. 9. Quase Morto De Sede o obstáculo — que era ele próprio — havia se desvanecido 10. Uma Rosa É Uma Rosa É Uma Rosa ....................................................................................... ANTES QUE VOCÊ MORRA Apêndice I Sobre Osho...................................................................... Apêndice II Livros de Osho em Português.......................................... Capítulo 1 Antes Que Vo c ê Morra Havia em Bokhara um homem rico e generoso. Porque tinha uma alta posição na hierarquia invisível, era conhecido como o Presidente do Mundo. Cada dia ele distribuía ouro a uma categoria de pessoas — os doentes, as viúvas, e assim por diante. Mas nada era dado àquele que abrisse a boca. Nem todos podiam guardar silêncio. Um dia era a vez dos advogados receberem sua parte da subvenção. Um deles não se conteve e fez o pedido mais completo possível. Nada lhe foi concedido. Mas esse não foi o fim dos seus esforços. No dia seguinte, os inválidos estavam sendo ajudados, assim ele fingiu que suas pernas haviam se quebrado. Mas o Presidente o conhecia e ele nada obteve. Tentou outra e outra vez, até mesmo disfarçando-se de mulher, mas sem resultado. Finalmente, o advogado encontrou um coveiro e lhe pediu que o embrulhasse numa mortalha. "Quando o Presidente passar", disse o ad- vogado, "talvez ele presuma que seja um cadáver e jogue algum dinheiro para o meu funeral — e eu lhe darei uma parte". E assim foi feito. Uma peça de ouro caiu da mão do Presidente sobre a mortalha. O advogado a apanhou logo, com medo de que o coveiro a pegasse primeiro. Então ele disse ao seu benfeitor: "Você me negou sua subvenção — veja como a consegui!". "Você nada pode obter de mim", replicou o homem generoso, "antes que você morra". Este é o significado da frase enigmática: "O homem precisa morrer antes que morra". O prêmio vem depois desta "morte", e não antes. E mesmo esta "morte" não é possível sem ajuda. HÁ religiões e religiões, mas o Sufismo é a religião — o próprio coração, a essência mais profunda, a própria alma. O Sufismo não é parte do islamismo; ao contrário, o islamismo é parte do Sufismo. O Sufismo existia antes de Maomé ter nascido e existirá mesmo quando Maomé estiver completamente esquecido. Os islamismos vêm e vão, as religiões tomam forma e se dissolvem, e o Sufismo permanece, continua, pois não é um dogma, mas a própria essência de ser religioso. Você pode não ter ouvido falar do Sufismo e pode ser um Sufi — se for religioso. Krishna é um Sufi e Cristo também; Mahavira é um Sufi e Buda também — e eles jamais ouviram falar da palavra e jamais souberam que algo como o Sufismo existe. Quando uma religião está viva, é porque o Sufismo está vivo nela. Quando uma religião está morta, isso apenas mostra que o espírito, o espírito Sufi, a deixou. Agora existe apenas um cadáver, não importa o quão decorado — na filosofia, na metafísica, nos dogmas, nas doutrinas —, mas sempre que o Sufismo a abandona, a religião cheira a morte. Isto aconteceu muitas vezes, e está acontecendo em quase todo o mundo. E preciso que se tenha consciência disso, de outro modo você pode se apegar a um cadáver. Agora o cristianismo não tem Sufismo. Ele é uma religião morta — a igreja a matou. Quando a "igreja" se torna demasiada, o Sufismo precisa abandonar aquele corpo. Ele não pode existir com dogmas. Ele pode viver bem com uma alma dançante, mas não com dogmas; não pode existir com teologias, elas não são boas companheiras; e com papas e sacerdotes, é impossível o Sufismo existir. Ele é justamente o contrário! O Sufismo não necessita de papas ou pregadores, não precisa de dogmas; ele não é da cabeça, e pertence ao coração. O coração é a Igreja, não uma igreja organizada, porque toda organização é da mente. E uma vez que a mente tome posse, o coração precisará simplesmente abandonar a casa de vez. A casa fica estreita demais para o coração. Ele precisa da totalidade do céu, nada menos que isso lhe servirá. O coração não pode ser confinado nas igrejas; a existência toda é a única igreja para ele. Ele só pode vibrar sob o céu, na liberdade, mas morre quando tudo se torna um sistema, um padrão organizado, um ritual — o estado de Sufismo simplesmente desaparece ali. O cristianismo matou Jesus. Os judeus não o conseguiram; eles o crucificaram, naturalmente, mas falharam, não puderam matá-lo. Ele sobreviveu à crucificação, e este é o significado da ressurreição — não que Jesus tenha sobrevivido fisicamente, mas que a crucificação provou ter sido inútil. Os judeus não puderam destruí- lo; eles tentaram, mas ele sobreviveu. Onde os judeus falharam, os cristãos foram bem-sucedidos, mataram-no sem qualquer crucificação. Eles o mataram através da oração, do dogma, da organização. Os seguidores e apóstolos conseguiram êxito onde os inimigos falharam. O cristianismo agora é uma religião morta, pois não pode permitir que o Sufismo exista em sua alma; ele o teme. Todo dogma sempre tem medo, porque Sufismo significa liberdade infinita, sem confinamento, sem limitação. E mais como o amor e menos como o silogismo lógico; é mais uma poesia e menos uma prosa. Ele é irracional. Eis por que toda teologia racional tem medo dele. Uma vez que você dê abertura ao irracional, você não sabe onde está. E lembre- se: Deus é sempre irracional, e é maravilhoso que Ele seja irracional — de outro modo, Ele teria sido um professor de filosofia numa universidade qualquer, ou um papa, ou um sacerdote, mas não a existência. O Sufismo morreu muitas mortes em muitas religiões. O jainismo é uma religião morta. Ele floresceu no passado maravilhosamente, e deu nascimento a um grande místico como Mahavira. E depois, de repente, o rio desapareceu, e somente o leito seco permanece. Agora nenhum rio flui, não há vegetação nas margens; ele ficou uma terra deserta. O que aconteceu? Os seguidores do jainismo tornaram-se intelectuais, matemáticos e lógicos demais. A partir do mistério de Mahavira, eles criaram doutrinas e argumentos; ficaram calculistas e argutos demais, e o espírito foi morto. O Sufismo teve que sair do cristianismo devido ao excesso de rituais na igreja. No jainismo, o Sufismo teve que sair devido ao excesso de esforço intelectual, teológico e filosófico. Lembre-se disto: o Sufismo não é uma igreja, não pertence a qual- quer religião. Todas as religiões, quando vivas, pertencem a ele. Ele é um vasto céu de uma qualidade particular de consciência. Como isto acontece? Como alguém se torna um Sufi? Uma pessoa se torna Sufi não por pertencer a uma ordem particular, mas por descer da cabeça e ir para o coração. Você pode existir de duas formas; como uma pessoa orientada pela cabeça — e terá sucesso no mundo, acumulará riquezas, prestígio, poder... Na política, você será uma pessoa bem-sucedida; aos olhos do mundo, será um modelo a ser imitado. Mas no íntimo você falhará completamente, sem sombra de dúvida, pois uma pessoa orientada pela cabeça não pode jamais entrar no interior. A cabeça se move para fora, é uma abertura para o outro. O coração se abre para dentro, é uma abertura para você mesmo. Ou você pode existir como uma pessoa orientada pela cabeça ou como uma pessoa orientada pelo coração. Quando sua energia, sua energia de vida, desce da cabeça para o coração, você se torna um Sufi. Um Sufi significa uma pessoa do coração, do amor; alguém que não se incomoda com a origem do Universo, com quem o criou ou para onde vai; de fato, aquele que não faz qualquer pergunta — pelo contrário, ele começa a viver. A existência está ali: somente os tolos se preocupam de onde ela vem. Somente os tolos, eu digo. Eles podem ter-se rodeado de palavras filosóficas, astutas, mas são tolos. O sábio vive a existência. Ela está aqui e agora! Por que se preocupar de onde ela vem? Que importância tem isso? Se alguém o criou ou não, é irrelevante. Você está aqui pulsando, vivo — dance com a existência! Viva-a! Seja-a! E permita que ela aconteça em seu total mistério dentro de você. E este é o milagre: a pessoa que não se preocupa de onde vem, a pessoa que não faz perguntas, recebe as respostas. Alguém que não é curioso, mas que celebra tudo que se apresenta — qualquer que seja o caso, ele o celebra —, subitamente fica consciente da própria fonte, e de repente toma consciência da própria culminação. O fim e o início se encontram nele — porque ele próprio se torna o mistério. Agora o mistério não é algo que está ali como um objeto, o qual você tem que andar em círculos para ver e observar. Não, porque não é esse o modo de conhecê-lo; esse é o meio de perdê-lo. Você poderá andar em círculos, para lá e para cá, mas nunca irá penetrá-lo. Como é que você pode saber? Você está desorientado, age na periferia. Em vez disso, penetre nele e vá até seu centro — torne-se ele. E você pode se tornar, porque você é parte dele. E você pode se tornar, porque ele é parte de você. E então, subitamente, todas as perguntas desaparecem. De repente, a resposta está ali. Não que você tenha chegado a uma solução para os seus problemas. Não. Não existem problemas, absolutamente. Quando eles não existem, pela primeira vez você se torna apto e capaz de viver o mistério que é a vida, de viver Deus, de ser Deus. Um grande Sufi — você deve ter ouvido seu nome, Al Hillaj Mansur — foi morto pelos muçulmanos, porque disse: "Anal Hak" — eu sou Deus. Quando você penetra no mistério da vida, não é que você seja um observador, porque um observador é sempre um estranho — você se torna um com ele. Não é que nade no rio, não é que flutue no rio, não é que se debata no rio. Não — você se torna o rio. De repente você percebe que a onda é parte do rio. E o contrário também é verdadeiro: o rio é parte da onda. Não é que sejamos partes de Deus — Deus também é parte de nós. Quando Al Hillaj Mansur afirmou: "Eu sou Deus", os muçulmanos o mataram. O Sufismo é sempre morto pelas pessoas religiosas, pretensas religiosas — porque elas não podem tolerá-lo, não podem tolerar alguém que afirma que é Deus! Seus egos ficam ofendidos. Como pode um homem ser Deus? Mas quando Al Hillaj diz: "Eu sou Deus", ele não está dizendo: "Eu sou Deus e você não é", "Eu sou Deus e estas árvores não são", "Eu sou Deus e estas pedras não são". Ao afirmar "Eu sou Deus", está afirmando que o todo é divino e sagrado. Tudo é divino. Assim, essas pessoas fanáticas que acreditam em dogmas... elas di- zem que Deus criou ser humano e por isso ser humano só pode ser uma criatura, não um criador; e isto é profanação, o máximo de profanidade é afirmar: "Eu sou Deus" — e o mataram. E o que estava Mansur dizendo quando o mataram? Ele dizia bem alto para o céu: "Você não pode me enganar! Mesmo nestes assassinos eu O vejo — Você não me engana! Você está aqui nestes assassinos. E seja qual for a forma em que Você vier, meu Deus, eu O reconhecerei, porque eu já O conheci". O Sufismo não é pensar sobre a existência, mas ser a existência. Não é pensar, não é fazer algo sobre a existência. Não é pensamento nem ação, mas ser. E agora mesmo, sem qualquer esforço, você pode ser um Sufi. Se você pára de pensar e abandona a idéia de fazer algo, se abandona a idéia de ser um pensador e um realizador, se você simplesmente está contente em ser, de repente você é um Sufi. E este será meu esforço enquanto estiver falando do Sufismo; não será para doutriná-lo, nem para torná-lo mais culto, mas para fazer de você um Sufi. Os Sufis cantam, não fazem sermões, porque a vida é mais uma canção e menos um sermão. E eles dançam, não falam de dogmas, porque a dança é mais viva, mais como a existência, mais como os pássaros que cantam nas árvores e como o vento que passa através dos pinheiros, mais como a cachoeira, a chuva caindo ou a grama nascendo. Toda vida é uma dança, vibrando, pulsando, com vida infinita. Os Sufis gostam de dançar; eles não estão interessados em dogmas. Eles contam lindas estórias. A vida é mais como uma estória, e menos como uma história. E os Sufis criaram lindas estorinhas. Na superfície, você pode se enganar. Na superfície, ela poderá parecer apenas uma estória comum, mas se você penetra fundo, as estórias Sufis são muito fecundas, prenhes de significado, plenas do significado do Supremo. Assim lhe contarei algumas estórias e as discutirei, a fim de ajudá-lo a penetrar na essência mais profunda e a entender algumas coisas sobre o coração, a fim de ajudá-lo, à sua energia e a todo o seu ser a ir a uma nova jornada em direção ao coração; a fim de empurrá-lo — porque você terá medo. O coração é a coisa mais perigosa do mundo. Toda cultura, toda civilização e toda pretensa religião separam a criança do seu coração. Ele é uma coisa muito perigosa. Tudo que é perigoso vem do coração. A mente é mais segura, e com a mente você sabe onde está. Com o coração, ninguém sabe onde está. Com a mente, tudo é calculado, mapeado, medido. E você pode sentir a multidão sempre com você, à sua frente e atrás de você. Muitos estão se movendo nela; é uma auto-estrada — concreta, sólida e que lhe dá uma sensação de segurança. Com o coração você está só, ninguém está com você. O medo o pega, o possui, toma conta de você. Para onde você está indo? Agora você não sabe mais, porque quando você se move numa estrada com a multidão, você sabe onde vai porque pensa que a multidão sabe.

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