Bronnie Ware ANTES DE PARTIR Uma vida transformada pelo convívio com pessoas diante da morte Tradução Chico Lopes Título original: The top five regrets of the dying Copyright © 2012 by Bronnie Ware a 1 edição – Setembro de 2012 Grafia atualizada segundo o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, que entrou em vigor no Brasil em 2009 E P DITOR E UBLISHER Luiz Fernando Emediato (licenciado) D E IRETORA DITORIAL Fernanda Emediato P E RODUTOR DITORIAL Paulo Schmidt A E SSISTENTE DITORIAL Erika Neves C APA Raul Fernandes D IAGRAMAÇÃO Futura P T REPARAÇÃO DE EXTO Valquíria Della Pozza R EVISÃO Josias Andrade Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Ware, Bronnie Antes de partir : uma vida transformada pelo convívio com pessoas diante da morte / Bronnie Ware ; tradução Chico Lopes. -- São Paulo : Geração Editorial, 2012. Título original: The top five regrets of the dying : a life transformed by the dearly departing. eBook ISBN 978-85-63420-32-9 Print ISBN 978-85-63420-31-2 1. Autorrealização (Psicologia) 2. Doentes terminais - Psicologia 3. Lamento 4. Ware, Bronnie I. Título. 12-10491 CDD-152.4 Índices para catálogo sistemático: 1. Doentes terminais : Apoio emocional : Histórias de vida : Psicologia 152.4 GERAÇÃO EDITORIAL Rua Gomes Freire, 225 – Lapa CEP: 05075-010 – São Paulo – SP Telefax: (+55 11) 3256-4444 E-mail: [email protected] www.geracaoeditorial.com.br twitter: @geracaobooks SUMÁRIO Introdução Dos trópicos às neves Um caminho inesperado na carreira Honestidade e resignação Lamento 1: Desejaria ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira para mim mesma, não a vida que os outros esperavam de mim Produtos de nosso meio Prisões Lamento 2: Desejaria não ter trabalhado tanto Propósito e intenção Simplicidade Lamento 3: Desejaria ter tido a coragem de expressar meus sentimentos Sem culpas Bênçãos disfarçadas Lamento 4: Desejaria ter ficado em contato com meus amigos Amigos verdadeiros Permita-se Lamento 5: Desejaria ter-me permitido ser mais feliz A felicidade é agora Uma questão de perspectiva Tempos de mudança Escuridão e aurora Sem lamentos Sorria e saiba INTRODUÇÃO Numa balsâmica noite de verão numa pequena cidade do interior, travava-se uma conversa igual a muitas conversas animadas que tinham lugar ao mesmo tempo no mundo todo. Eram duas pessoas simplesmente pondo os assuntos em dia e contando uma história. A diferença com essa conversa, no entanto, era que ela poderia ser tida depois como um dos mais significativos momentos de decisão da vida de uma pessoa. E essa pessoa era eu. Cec é o editor de uma grande revista de música folk na Austrália, chamada Trad and now. Ele é igualmente conhecido e amado por seu apoio à música folk na Austrália, bem como por seu grande sorriso animador. Batíamos um papo sobre nosso amor pela música (o que era muito apropriado, visto que estávamos num festival de música folk). A conversa também abordava os desafios que eu estava enfrentando naquele momento para encontrar patrocínio para um programa de guitarra e composição a que eu pretendia dar início num presídio de mulheres. “Me informe se conseguir colocar em funcionamento, e nós vamos publicar uma história”, Cec disse com entusiasmo. Eu consegui de fato pôr o programa em funcionamento e, algum tempo depois, escrevi uma história sobre minhas experiências para a revista. Quando terminei de escrever, perguntei a mim mesma por que não estava escrevendo mais histórias em minha vida. Afinal, eu sempre havia escrito. Quando era uma garota de rosto sardento, escrevera para correspondentes que tinha pelo mundo inteiro. Isso acontecera nos dias em que as pessoas ainda escreviam cartas à mão, que seguiam dentro de envelopes para caixas postais. Esse escrever não foi interrompido em minha idade adulta, tampouco. As cartas à mão continuaram sendo escritas, bem como segui escrevendo diários por anos. E agora eu era uma compositora. Portanto, ainda continuava escrevendo, do mesmo modo (apenas com uma guitarra, no lugar de uma caneta, em minhas mãos). Mas o prazer que experimentei em escrever uma história sobre o presídio, o que fiz na mesa da cozinha com uma caneta fora de moda e papel, reacendeu meu amor pela escrita. Por isso mandei agradecimentos a Cec e logo depois decidi começar a escrever um blog. Os eventos que se seguiram mudaram a direção da minha vida da melhor maneira possível. “Inspiração e Chai” começou num pequeno bangalô confortável nas Blue Mountains da Austrália, naturalmente depois de uma xícara de chai. Um dos primeiros artigos que escrevi era sobre os arrependimentos de pessoas que iam morrer das quais cuidei. O papel de uma cuidadora havia sido minha última ocupação antes do trabalho no presídio, portanto, ainda era coisa recente em minha vida. No decorrer dos meses seguintes, o artigo ganhou um impulso que só a internet pode explicar. Comecei a receber e-mails de pessoas que eu não conhecia, fazendo contato comigo a partir do artigo e, posteriormente, de outros artigos que escrevi desde então. Quase um ano depois, eu estava morando num bangalô diferente, dessa vez num distrito agrícola. Numa manhã de segunda-feira, sentada à mesa na varanda para escrever, decidi examinar os comentários em meu website, como todos nós fazemos de vez em quando. Uma expressão perplexa, mas divertida, passou pelo meu rosto. No dia seguinte voltei para dar outra olhada, e no outro dia também. Com toda certeza alguma coisa grande estava acontecendo. O artigo, intitulado “Os Cinco Principais Lamentos dos que Vão Morrer”, havia ganho asas. E-mails começaram a brotar de todas as partes do mundo, incluindo pedidos de outros escritores para citar o artigo em seus blogs e para traduzi-lo em numerosos idiomas. As pessoas o leram em trens na Suécia, em pontos de ônibus nos EUA, em escritórios na Índia, depois do café da manhã na Irlanda, e ele foi seguindo em frente. Nem todo mundo, na verdade, concordou com o artigo, mas ele provocou discussão o suficiente para continuar sua jornada mundo afora. Como eu disse aos poucos que não concordaram, quando lhes respondia: “Não mate o mensageiro”. Eu estava simplesmente compartilhando o que pessoas que iam morrer haviam compartilhado comigo. No entanto, pelo menos noventa e cinco por cento das respostas que vieram em consequência do artigo eram belas. Elas também reforçaram simplesmente quanto todos nós temos em comum, apesar das diferenças culturais. Enquanto isso, eu vivia no bangalô, desfrutando da bênção dos pássaros e de outras vidas selvagens que o riacho à frente do bangalô atraía. Eu me sentava à mesa de minha varanda todos os dias e continuava trabalhando, dizendo “sim” às oportunidades que começaram a se apresentar. Nos meses que se seguiram, mais de 1 milhão de pessoas leram “Os Cinco Principais Lamentos dos que Vão Morrer”. Em um ano, esse número havia mais que triplicado. Foi devido à enorme quantidade de pessoas que se ligaram a esse tema, e aos pedidos das muitas pessoas que me contataram depois, que eu decidi trabalhar no assunto. Sempre tivera a intenção de escrever um livro completo um dia, como muitas outras pessoas desejam fazer. No entanto, ao cabo disso tudo foi apenas relatando minha própria história aqui que eu pude articular completamente as lições que me foram dadas enquanto cuidava de pessoas que iam morrer. O livro que eu quisera escrever estava pronto para ser escrito. Ele é este livro agora. Como você lerá por minha história, eu nunca fui das pessoas que seguem algum caminho tradicional na vida, se é que isso realmente existe. Vivo do modo que quero e escrevo este livro simplesmente como uma mulher que tem uma história a contar. Também sou uma australiana, e, por mais que eu tenha escrito do modo mais universal possível, o jeito e a grafia australianos são conservados. Quase todos os nomes no livro foram alterados para proteger a privacidade das famílias e amigos. Meu primeiro professor de ioga, meu chefe no centro pré- natal, o proprietário do parque para caravanas, meu mentor no sistema presidiário e quaisquer compositores mencionados conservam, todavia, seus nomes originais. A ordem cronológica também foi mudada ligeiramente, a fim de compartilhar temas comuns entre clientes. Meus agradecimentos vão a todos que ajudaram de muitos modos diferentes. Pelo apoio e/ou pela positiva influência profissional, agradecimentos especiais vão para: Marie Burrows, Elizabeth Cham, Valda Low, Rob Conway, Reesa Ryan, Barbara Gilder, papai, Pablo Acosta, Bruce Reid, Joan Dennis, Siegfried Kuze, Jill Marr, Guy Kachel, Michael Bloeme, Ana Gonçalvez, Kate e Col Baker, Ingrid Cliff, Mark Patterson, Jane Dargaville, Jo Wallace, Bernadette e todos os que deram apoio à minha escrita e música ligando-se a elas de modo positivo. Obrigada também às muitas pessoas que me ajudaram a manter um teto sobre minha cabeça em várias ocasiões, incluindo: Mark Avellino, Tia Joe, Sue Greig, Helen Atkins, Tio Fred, Di e Greg Burns, Dusty Cuttell, Mardi McElvenny e todos os meus maravilhosos clientes caseiros cujos lares eu amei tanto quanto o meu. Obrigada também a todas as pessoas gentis que sempre me alimentaram. Pelo apoio pessoal ao longo das estradas sinuosas, agradeço a todos os amigos do passado e do presente, próximos ou distantes. Obrigada por enriquecerem minha vida de tantas maneiras. Agradecimentos especiais a: Mark Neven, Sharon Rochford, Julie Skerret, Mel Giallongo, Angeline Rattansey, Kateea McFarlane, Brad Antoniou, Angie Bidwell, Theresa Clancy, Barbra Squire, todos que atendem no Centro de Meditação das Montanhas que me conduziram a uma estrada de paz, e meu companheiro. Todos vocês foram meus leitos quando eu mais precisei de repouso. * Obrigada, naturalmente, à minha mãe, Joy, o nome mais apropriado para uma pessoa que já caminhou sobre a Terra. Que sagra- da lição de amor você me deu, pelo exemplo natural! Agradecimentos infinitos, bela mulher. A todas as pessoas maravilhosas agora falecidas, cujas histórias não apenas construíram este livro, mas também influíram em minha vida significativamente; este livro é um tributo a vocês. Também agradeço às famílias que ficaram para trás, pelas horas agradáveis e memoráveis que experimentamos juntos. Obrigada a todos. Por fim, agradeço a você, pega, que canta na árvore junto ao riacho enquanto escrevo isto. Você e todos os seus companheiros pássaros têm-me feito deliciosa companhia enquanto escrevo estas páginas. Obrigado, Deus, por me ajudar, e por colocar tanta beleza no meu caminho. Às vezes, não compreendemos senão muito tarde que um dado momento no tempo mudou a direção de nossa vida. Tantos momentos compartilhados neste livro mudaram a minha vida! Obrigada a você, Cec, por reacender a escritora que havia dentro de mim. E obrigada a você, leitor, pelo bem que você representa e por nossa ligação. Com carinhoso afeto, Bronnie Na varanda, ao pôr do sol Tarde de terça-feira
Description: