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ângela francine fuza a constituição dos discursos escritos em práticas de letramento acadêmico PDF

368 Pages·2015·2.5 MB·Portuguese
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ESTUDOS DA LINGUAGEM ÂNGELA FRANCINE FUZA A CONSTITUIÇÃO DOS DISCURSOS ESCRITOS EM PRÁTICAS DE LETRAMENTO ACADÊMICO-CIENTÍFICAS CAMPINAS, 2015 ÂNGELA FRANCINE FUZA A CONSTITUIÇÃO DOS DISCURSOS ESCRITOS EM PRÁTICAS DE LETRAMENTO ACADÊMICO-CIENTÍFICAS Tese de doutorado apresentada ao Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título de Doutora em Linguística Aplicada, na área de Linguagem e Educação. Orientadora: Prof.a Dr.a Raquel Salek Fiad Este exemplar corresponde à versão final da Tese defendida pela aluna Ângela Francine Fuza e orientada pela Prof.a Dr.a Raquel Salek Fiad. Prof.a Dr.a Raquel Salek Fiad CAMPINAS, 2015 Aos meus pais, Sonia e Laércio, exemplos de amor, de dedicação e de responsabilidade com as tarefas da vida. Ao meu esposo, Carlos, presença constante, meu grande interlocutor nos diálogos da vida. AGRADECIMENTOS À Deus, escritor de nossas vidas, Interlocutor Fiel e coautor deste trabalho e à Santa Catarina de Alexandria, protetora dos estudantes. À Prof.a Dr.a Raquel, minha orientadora e grande interlocutora nessa trajetória de pesquisa e de estudos. Ter sido escolhida para uma de suas vagas no processo seletivo foi uma das maiores alegrias em meu percurso acadêmico. A professora Raquel é a concretização daquilo que estudiosos teorizam tanto: a importância do dialogismo, da alteridade em sala de aula, pois sempre está disposta a dialogar, a trocar informações e a ouvir, especialmente. Sou grata pelo incentivo, pela compreensão e pelos diálogos estabelecidos a fim de concretizar este estudo. Aos professores Adriane Teresinha Sartori, Émerson de Pietri, Luiz André Neves de Brito e Renilson José Menegassi, por aceitarem participar da banca de defesa. Aos professores Adriana Fischer, Lourenço Chacon Jurado Filho e Ludmila Thomé de Andrade por fazerem parte como suplentes. Ao Prof. Dr. Renilson José Menegassi, orientador de graduação e de mestrado, interlocutor no meu exame de qualificação do projeto de pesquisa do doutorado, a quem agradeço pelos ensinamentos e pelos diálogos que fortaleceram a minha formação, possibilitando-me percorrer novos caminhos de pesquisa e de estudo. À Prof.a Dr.a Adriana Fischer, uma das principais interlocutoras no percurso de escrita desta tese, pois desde o projeto de pesquisa do doutorado, em julho de 2013, e a qualificação da tese, em novembro de 2014, contribuiu com apontamentos valiosos. Ao Prof. Dr. Luiz André Neves de Brito, pela qualificação da tese em novembro de 2014, momento de diálogo e de repensar aspectos da escrita. Ao Prof. Dr. Marcelo Buzato, pelos ensinamentos durante o desenvolvimento de minha qualificação de área. Ao Grupo de Pesquisa “Escrita: ensino, práticas, representações e concepções” (Unicamp), composto pelos orientandos da Prof.a Dr.a Raquel: Eliane Feitoza Oliveira, Eliane Pasquotte- Vieira, Flávia Danielle Sordi Silva Miranda, Giovana Príncipe, Larissa Giacometti Paris, Lucas Vinicio de Carvalho Maciel, Marcela Lima, Nathalie Letouzé e Shirlei Neves, assim como outros que participaram das discussões. Os nossos seminários foram fundamentais para a (re)elaboração desta tese. Ao Grupo de Pesquisa “Interação e escrita no ensino e aprendizagem” (UEM), pelos diálogos instaurados e pelas experiências compartilhadas. Às minhas queridas Flávia Sordi e Shirlei Neves, amigas que compartilharam comigo, desde o dia da entrevista de seleção, momentos de felicidade, de angústias e, agora, de vitória. Ao Claudio Platero, ao Miguel e à Rose, da secretaria de pós-graduação do IEL, agradeço pelas respostas às dúvidas e aos auxílios recebidos. Aos meus pais Sonia e Laércio, ao meu irmão Fábio, à minha família, em especial, à minha prima Patrícia, por compreenderem minhas ausências, por serem apoio nos momentos de aflição para a construção desta tese. Ao meu esposo Carlos, que enfrentou comigo todo o processo de preparação e de seleção para o doutorado, que vibrou com minha aprovação e que vivenciou ao meu lado cada obstáculo superado e as vitórias alcançadas. Meu grande interlocutor durante a escrita da tese, força que me auxiliou a manter o foco e a calma. A todos os amigos de Maringá e de Palmas, em especial, à Greize que compartilhou comigo as ansiedades do processo de escrita e a felicidade da vitória, obrigada pelo apoio. Ao CNPq pela bolsa que possibilitou realizar esta pesquisa. “Nenhum dever é mais importanto do que a gratidão” (Cícero) RESUMO A existência do discurso que postula a escrita acadêmica como homogênea, não considerando as práticas acadêmico-científicas de letramento e a comunidade científica envolvidas no processo de constituição do discurso, é a problemática que desencadeia a realização desta pesquisa. Defendo, assim, que, o discurso acadêmico concebido com base nos múltiplos letramentos possibilita repensar a noção de escrita homogênea, desmistificando a ideia de que todos os participantes das comunidades científicas escrevem da mesma forma. Nesse sentido, o objetivo geral do estudo é compreender como se constituem os discursos escritos nas práticas de letramento acadêmico- científicas, a partir da análise dos seguintes elementos: (1) discursos oficiais (CF, LDB, PNE, normas das agências de pesquisa); (2) cursos de escrita acadêmica on-line; (3) normas para publicação e para avaliação das revistas científicas; (4) artigos publicados em revistas científicas brasileiras A1 das diferentes áreas do conhecimento, visando à identificação de suas configurações. Para tal, a pesquisa, caracterizada como qualitativo-interpretativa, com procedimentos investigativos de base documental, orienta-se a partir das seguintes abordagens teóricas: a abordagem sociocultural do letramento (STREET, 1984; LEA; STREET, 1998, 2006; LILLIS, 1999, entre outros), a teoria dos gêneros discursivos e a abordagem de análise da língua, tratados por Bakhtin (2003) e Bakhtin/Volochinov (1992), tendo em vista o fato de considerar o social e suas práticas de letramento como elementos constituintes dos enunciados produzidos cientificamente. A análise dos dados possibilitou algumas constatações: (i) os discursos oficiais abordam a ciência de forma democrática e deliberativa; enquanto CF, LDB e PNE destacam a liberdade na produção e na divulgação do conhecimento, os discursos das agências de fomento, do CNPq e da Capes deliberam formas de produzir academicamente; (ii) as normas de avaliação, de forma geral, não são explicitadas aos pesquisadores no momento da produção do texto, havendo somente a exposição das normas de submissão dos artigos, ligadas àquilo que é mais homogêneo na escrita; do mesmo modo agem os cursos de escrita acadêmica, pois priorizam o trabalho com o aspecto composicional do gênero; (iii) os periódicos analisados dialogam e respondem aos discursos oficiais em proporções variadas, sendo bastante evidente a resposta aos discursos do CNPq e da Capes. Há ainda um diálogo direto dos periódicos com os discursos presentes nas normas de escrita dentro da academia, como a ABNT, os cursos de escrita on-line e as agências de fomento. De certo modo, busca-se uma padronização na forma de escrita, homogeneizando o texto. Tal fato pode ser justificado pela necessidade de consenso dentro das comunidades científicas sobre o que é escrever academicamente. A tendência por especificar a composição do gênero em detrimento das questões mais discursivas não é fator deficitário, tendo em vista que os enunciados se configuram por meio de elementos formais e discursivos, vislumbrando-se a circulação do conhecimento. A questão maior é quando prevalece no discurso o foco no âmbito composicional, fato que pode conduzir à homogeneização, mascarando-se as marcas subjetivas no texto, levando ao apagamento do sujeito; (iv) a descrição e a análise dos artigos científicos possibilitaram constatar marcas que reforçam a tese da heterogeneidade dos textos. Destaco, assim, os elementos responsáveis por caracterizar, de forma heterogênea, os artigos das diferentes áreas do conhecimento, a saber: a materialidade discursiva dos artigos científicos; a questão do objetivismo e do subjetivismo da escrita; o monologismo, o dialogismo e as relações dialógicas estabelecidas nos artigos das diferentes áreas. Os resultados apontam que há tendência à homogeneidade da escrita assim como ao letramento autônomo e ao modelo de socialização acadêmica, demarcando-se a relação entre artigos e normas de submissão, normas de avaliação, cursos de escrita acadêmica e discursos oficiais; no entanto, há, também, evidências de heterogeneidade da escrita, tendendo ao modelo do letramento acadêmico, voltando-se para a discussão a respeito da heterogeneidade. Os resultados demonstram a correlação entre heterogeneidade e homogeneidade; esta é bastante evidente no aspecto composicional do gênero artigo, no entanto não se restringe a ele, marcando-se, em menor proeminência, no tema e no estilo do gênero. Dessa forma, há, no âmbito acadêmico dos discursos de escrita, uma heterogeneidade ainda que a organização composicional tenda à homogeneidade. Os indícios de heterogeneidade possibilitam inferir que já se inicia um processo de repensar as práticas de escrita acadêmica. Palavras-chave: Discursos escritos. Letramento acadêmico. Esfera acadêmico-científica. ABSTRACT The issue permeating current research is the discourse that postulates academic writing as homogeneous without taking into consideration the academic-scientific practices of literacy and the scientific community involved in the process of the constitution of discourse. The author holds that academic discourse designed based on multiple literacies allows rethink the notion of homogeneous writing and thus the idea that all participants of scientific communities write in the same manner would be demystified. The main aim of current investigation is the manner written discourses in academic- scientific literacy practices are constituted. The above may be undertaken by analyzing the following items: (1) official discourses (Federal Constitution; Guidelines for National Education –LDB; National Project for Education – PNE; norms of research agencies); (2) online courses in academic writing; (3) style sheets and assessment by scientific journals; (4) papers published in Brazilian scientific journals A1 from different areas of knowledge, so that their configuration could be identified. Current qualitative-interpretative research with document-based investigation procedures is foregrounded on the following theoretical approaches: the social and cultural approach of literacy (STREET, 1984; LEA; STREET, 1998, 2006; LILLIS, 1999, and others); the theory of discursive genres and language analysis investigated by Bakhtin (2003) and Bakhtin/Volochinov (1992), considering the social and its literacy practice as constituent elements of the scientifically produced enunciations. Data analysis brought forth the following results: (i) official discourses deal with science in a democratic and deliberative manner; whereas FC, LDB and PNE underscore freedom in production and in the dissemination of knowledge, the discourses of funding agencies, CNPq and Capes dictate the forms of academic production; (ii) as a rule, evaluation norms are not available in an explicit way to researchers at the moment of text production; there is merely an exposition of norms to submit papers linked to that which is most homogeneous in writing; courses in academic writing act similarly since they give priority to papers featuring the genre´s composition; (iii) the journals under analysis dialogue and respond to official discourses in different degrees, although the responses of journals to the discourses by CNPq and Capes are very evident. A direct dialogue by journals exists with the discourses in the writing norms within the academy, such as the ABNT, the online writing courses and funding agencies. There is a sort of standardization in the form of writing, through homogenization, without any focus on the discursive aspect of what is published. This fact may be due to the need of agreement within the scientific communities on what is academic writing. The trend to specify the genre composition to the detriment of more discursive issues is not a deficit, since enunciations are configured by formal and discursive elements, having in mind the circulation of knowledge. The biggest issue is when the focus within the composition milieu is predominant. This may lead towards homogenization, masking the subjective masks within the text and the annihilation of the subject; (iv) the description and analysis of scientific papers confirmed stereotypes that reinforce the homogeneity of texts. The author underscores the factors that characterize, in a heterogeneous manner, articles from different areas of knowledge, or rather, the discursive materiality of scientific papers; the objectivity and subjectivity issue of writing; monologism, dialogism and dialogic relationships established in papers from different areas. Results show that there is a tendency to writing homogeneity as well as the autonomous literacy and academic socialization model, inscribing the relationship between articles and

Description:
literacies allows rethink the notion of homogeneous writing and thus the idea questionam ou põem à prova um paradigma já estabelecido, o que gera Foundation (www.nsf.gov/oig/resmisreg.pdf) e o código de conduta das
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