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Anderson Schirmer PDF

159 Pages·2010·0.85 MB·Portuguese
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO – PUC/SP Anderson Schirmer “Saindo dos armários?” – A análise das políticas de identidade na formação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo: um contraponto pela psicanálise. Mestrado em Psicologia Social SÃO PAULO 2010 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO – PUC/SP Anderson Schirmer “Saindo dos armários?” – A análise das políticas de identidade na formação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo: um contraponto pela psicanálise. Mestrado em Psicologia Social Dissertação apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre em Psicologia Social, sob a orientação do Prof. Dr. Raul Albino Pacheco Filho. SÃO PAULO 2010 BANCA EXAMINADORA _________________________________ _________________________________ _________________________________ Agradecimentos Em primeiro lugar dedico este trabalho à Cléu Sampaio, que dá tanta qualidade a minha vida, e me ajudou imensamente com este projeto. Agradeço seu amor, sua companhia, seu esforço, seu bom-humor e paciência; Ao querido Prof. Maurício Hermann, por me convidar a entrar no mundo acadêmico e servir de excelente modelo de inspiração ética e profissional; Ao meu Orientador, Raul Pacheco, que com sua postura, inteligência e clareza de idéias, faz da psicanálise um conhecimento ainda mais fascinante. Obrigado por confiar em mim, apostar nesta dissertação e me apoiar nos momentos complicados; Aos meus colegas de Núcleo Psicanálise e Sociedade na PUC/SP, que contribuíram e me ensinaram com explicações, sugestões e indagações em uma dinâmica interessante e rica; Aos professores com quem tive contato no Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Social, que com talento me apresentaram diferentes e atraentes visões de mundo; Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela bolsa concedida, o que tornou possível um desejo; A minha família que com notável esforço, me respeitou e me deu apoio, mesmo sem entender muita coisa sobre para onde eu direcionava tanto tempo; Aos meus amigos e amores, por ficarem felizes comigo a cada etapa concluída, por me escutarem por horas, apoiando minha empolgação, às vezes me cobrando ou simplesmente me levando para me divertir. Pessoas importantes e especiais na minha vida: Walter, Gu, Gomes, Brendali, Gil; João; Carrera; Zá; Dimitri, Fê... E à Marcia, minha analista; A APOGLBT pela recepção e pela transmissão de uma experiência e conhecimento conquistado de maneira árdua, em especial à Alessandra Saraiva. Resumo A Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas. Bissexuais, Travestis e Transexuais de São Paulo, em pouco mais de 10 anos de existência, mostra-se ser atualmente a maior expressão do Movimento Homossexual Brasileiro. A imagem social da Parada Gay é expressa entre o discurso reivindicatório e o modelo lúdico da celebração, o que tem dividido a opinião pública e os militantes. A manifestação busca dar visibilidade à identidade sexual que cada categoria representa. Em 1999 foi criada uma Associação para organizar o evento e promover outras políticas de homo-inclusão, dentro do arcabouço das Políticas de Identidades. Esta dissertação buscou caracterizar o discurso da APOGLBT, articulando-o com o tema das Políticas de Identidade e, além disto, fazer uma crítica às Políticas de Identidade apresentando um contraponto pela psicanálise. Discutiremos como nos modelos das causas particulares arrisca- se excluir o sujeito e como a tomada da Identidade com estatuto de política muitas vezes reconstrói estereótipos (e novos preconceitos) e enlaça o Movimento às amarras do agenciamento do Estado e do Mercado. O referencial teórico utilizado é Freudo-Lacaniano, recorrendo também a outros autores psicanalistas, com destaque para Slavoj Žižek. Palavras-chave: parada glbt; parada gay; políticas de identidade; mercado gls; psicanálise; lacaniana; psicologia social; slavoj žižek. Abstract The São Paulo Gay, Lésbian, Bisexual, Transvestite and Transsexual LGBT Pride Parade, in a little less than 10 years in existence, has shown itself to be the largest expression of the Brazilian Homosexual Movement. The social image of the Gay Parade is expressed through the discourse for demands and the playful model of the celebration, which has divided public opinion and the militants. The demonstration aims to raise the visibility of the sexual identity which each category represents. In 1999 as Association was created to organize the event and to promote other same-sex inclusion policies within the framework of Politics of Identities. This dissertation aimed to characterize the discourse of the APOGLBT, articulating it with the theme of Politics of Identity and in addition, to undertake a critique of the Politics of Identity presenting a counterpoint through psychoanalysis. We will discuss how in the models of particular causes there is the risk to exclude the subject and how the taking of Identity with the political statute often reconstructs stereotypes (and new prejudices) and binds the Movement to the shackles of the agendas of the State and the Market. The theoretical reference used is Fredian-Lancanian, with recourse also to other psychoanalytical authors, mentioning Slavoj Žižek in particular. Keywords: glbt parade; gay parade; politics of identity; gls market; psychoanalysis, lancanian, social psychology, slavoj žižek. Sumário Introdução..................................................................................................................................10 I. O Surgimento do Movimento Homossexual Brasileiro: A Criação da Identidade Gay..23 1.1 Anos Setenta - A Origem.........................................................................................................23 1.2 Anos 80 – A institucionalização e a AIDS...............................................................................29 1.3 Anos 90 – O Mercado, A Parada, Avanços..............................................................................34 1.4 A Construção de uma Identidade e o Mercado........................................................................37 1.5 A Crítica da Identidade dentro do MHB..................................................................................44 II. A Parada do Orgulho GLBT de São Paulo........................................................................50 2.1 Stonewall: A Revolução e a Origem do Orgulho.....................................................................50 2.2 A Parada Zero - 1996...............................................................................................................52 2.3 A Primeira Parada GLT - 1997................................................................................................53 2.4 Segunda Parada do Orgulho GLT - 1998.................................................................................54 2.5 A Criação da Associação da Parada do Orgulho GLT de São Paulo.......................................55 2.6 A Terceira Parada do Orgulho GLBT de São Paulo - 1999.....................................................58 2.7 A Quarta Parada do Orgulho GLBT de São Paulo - 2000.......................................................60 2.8 A Quinta Parada do Orgulho GLBT de São Paulo – 2001.......................................................62 2.9 Sexta Parada do Orgulho GLBT de São Paulo - 2002.............................................................63 2.10 Sétima Parada do Orgulho GLBT de São Paulo - 2003...........................................................64 2.11 Oitava Parada do Orgulho GLBT de São Paulo - 2004...........................................................67 2.12 Nona Parada do Orgulho GLBT de São Paulo - 2005.............................................................68 2.13 Décima Parada do Orgulho GLBT de São Paulo - 2006..........................................................71 2.14 Décima Primeira Parada do Orgulho GLBT de São Paulo - 2007...........................................73 2.15 Décima Segunda Parada do Orgulho GLBT de São Paulo - 2008...........................................75 2.16 Décima Terceira Parada do Orgulho GLBT de São Paulo - 2009...........................................77 2.17 Quadro com o tema e número de participantes de 1997 a 2009...............................................82 III. Problematizando as Políticas de Identidade: A Posição da Psicanálise.........................83 3.1 A Origem das Políticas de Identidade na História...................................................................83 3.2 Lacan: Política, Tática e Estratégia..........................................................................................96 3.3 Diferenças entre a Identidade e a Identificação........................................................................98 3.4 A Crítica de Žižek as Políticas de Identidade........................................................................112 3.4.1. A Crítica as Políticas de Identidade como Lógica do Capital..................................114 3.4.2. As Políticas de Identidade como Ideologia............................................................121 IV. Discussão............................................................................................................................128 4.1 Sobre as entrevistas................................................................................................................128 4.2 O primeiro contato pessoal com a APOGLBT.......................................................................130 4.3 Discutindo..............................................................................................................................131 V. Considerações Finais..........................................................................................................148 Referências Bibliográficas......................................................................................................152 A minha gente sofrida Despediu-se da dor Pra ver a banda passar Cantando coisas de amor (A Banda – Chico Buarque, 1966) Introdução Nos últimos anos, em um dia de Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (GLBT) em São Paulo, é possível perceber mudanças na movimentação da metrópole: grupos de jovens com sorriso pronto a se abrir; automóveis que passam tocando música eletrônica em bom e alto volume; nos vagões do metrô, ouve-se gritos que repetem os jargões das Drags1. Uma imensa bandeira simboliza uma onda de “orgulho” oriunda da Avenida Paulista, onde acontece o evento, e reverbera em diversos pontos da cidade em um belo exemplar de cidadania. Autoridades e artistas, timidamente ou não, expressam seu apoio e o discurso político abre e perpassa a folia que marca a data. Persistente e corrente, o discurso propagado pela Parada é o de direitos iguais, tolerância, diversidade, respeito e outros valores humanitários e democráticos. Haveria um pote de ouro do outro lado do arco-íris? As últimas edições marcam uma média de três milhões de pessoas, o maior evento do mundo neste gênero2. Para além da festa, no entanto, é possível perceber incoerências entre o discurso e as ações. Contradições emergem: há diferentes tensões não só entre a causa LGBT3 e a “sociedade em geral”, mas também entre os grupos que compõem a sigla. O que exatamente caracteriza a Parada? Qual seria a sua história e suas bases teóricas? Suas dificuldades, parcerias e perspectivas? Em 1999 foi criada a Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT), instituição que organiza a manifestação e que, dentre outros objetivos, busca “propor e construir políticas de homo-inclusão promovendo o reconhecimento e a visibilidade de diferentes expressões da homossexualidade e celebrar o orgulho de viver a diversidade” (Silva, 2002:284). Desde o início a Parada recebe críticas pelo seu caráter 1 Drag Queens são pessoas que se mascaram como sendo do sexo oposto (quase sempre homens), fantasiando-se com o intuito, geralmente profissional, de fazer shows e apresentações, na maioria das vezes em boates e bares GLBT. São conhecidos pelos seus exageros no vestir, nos modos, na maquiagem e pelo estilo cômico de se apresentar. 2 Site da Associação da APOGLBT. São Paulo, 1998. Disponível em: < http://paradasp.wordpress.com/parada//> Acesso em: 04 dez. 2009 Site da Associação da Parada do Orgulho GLBT (APOGLBT). 3 Historicamente o Movimento Homossexual surge com as siglas G e L, respectivamente: Gays e Lésbicas. A Sigla G já contemplava Travestis e Transexuais. Mais tarde surge a sigla GLBT que dá um correspondente específico para Travestis e Transexuais e também insere os Bissexuais. No ano de 2008 convencionou-se passar a letra L para o começo, redefinindo a sigla para LGBT. No entanto, como poderemos observar, a Associação da Parada do Orgulho de São Paulo mantém GLBT. Neste trabalho faremos usos indistintos das siglas, sem negligenciar a importância da ordem, mas entendendo-a como contingente do contexto histórico. 10

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Anderson Schirmer. “Saindo dos armários? formatar-se em um estilo de vida identificável para caber nas paletas das reivindicações? As.
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