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anatomia da diferença PDF

174 Pages·2007·0.48 MB·Portuguese
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FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SÉRGIO AROUCA DOUTORADO EM SAÚDE PÚBLICA ANATOMIA DA DIFERENÇA: Uma investigação teórico-descritiva da deficiência à luz do cotidiano Anatomy of difference: Theorical-descriptive research on disability, according to daily life Tese apresentada à Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, com vistas à obtenção do Título de Doutor em Saúde Pública. Doutorando Raimundo José Pereira Orientador Luis David Castiel Rio de Janeiro, 06 de março de 2006 2 Agradecimentos Minha passagem pela Ensp/Fiocruz foi positivamente marcada pela pessoa do meu orientador. Sua sensibilidade e competência contribuíram muito para o êxito desta tese. A confiança e a liberdade no pensar e produzir tornaram meu percurso muito agradável. A você, Castiel, a minha gratidão. Aos componentes da banca, efetivos e suplentes, pela leitura do texto e pela enriquecedora troca de idéias acerca do tema. À Fundação Oswaldo Cruz, pela bolsa de estudos que facilitou nosso percurso. Aos funcionários e professores da Ensp, pela atenção, pelo carinho e pela dedicação no trato com os alunos. 3 Para minhas sobrinhas, Nathália e Mariana, gêmeas idênticas, mas ‘clinicamente diferentes’ por terem nascido com hipertrofia do corpo caloso. Mariana viveu apenas 14 meses; Nathália atualmente tem 8 anos. 4 Componentes da Banca Examinadora Efetivos: Laís Záu Serpa de Araújo Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas Maria Helena C. de Almeida Cardoso IFF- FIOCRUZ Rosana Magalhães ENSP/FIOCRUZ Maria Cristina Rodrigues Guilam CESTEH- FIOCRUZ Suplentes: Paulo Roberto Vasconcellos Silva Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO Mauro da Rocha Muniz Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO 5 Sumário Resumo e palavras chave . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06 Abstract e key-words . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08 Delineamento metodológico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 1. O panorama histórico da deficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 2. Lúbricos conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 3. Modelos explicativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 3.1. O Modelo Religioso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 3.2. O Modelo Médico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 3.3. O Modelo Sociocultural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 4. Nuanças da diferença: as deficiências e o gênero ‘pós-humano’ . . . . . . . . 90 4.1. Identidade (de) deficiente? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 4.2. Deficiência: Quanta diferença! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 4.3. A deficiência como um ícone da diferença . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 4.4. Deficiência e teconologia de ponta: a dimensão high-tech da diferença 118 4.5. Monstros: metáforas, artefatos e realidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130 5 Cotidiano e deficiência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138 5.1. Experimentando lúbricos conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138 5.2. Modelos explicativos e práticas cotidianas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142 5.3. Outras nuanças... A mesma diferença . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154 5.3.1. Identidade (de) deficiente? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154 5.3.2. Deficiência: Quanta diferença! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 156 5.3.3. Metáforas e realidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157 5.3.4. Deficiência e tecnologia de ponta: a dimensão high-tech da diferença 159 Considerações finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164 Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167 6 Resumo A proposta do presente estudo é teorizar sobre a deficiência, tendo como foco elementar a condição de diferente, anormal ou desviante, atribuída à pessoa com deficiência. Sendo a diferença, estampada na deficiência, o elemento norteador da pesquisa, optou-se por não segmentar a deficiência em suas diferentes formas ou graus de manifestação. Para tal, produziu-se um levantamento histórico-descritivo buscando conhecer e discutir as diferentes formas como a deficiência foi percebida e tratada desde a Antigüidade. Foram analisados criticamente alguns modelos explicativos, bem como a influência que eles exercem na atual concepção de deficiência, no trato com as pessoas com deficiência e no cotidiano vivenciado por estas pessoas. Foram investigadas produções teóricas acerca do tema, provenientes de diversas áreas do conhecimento, bem como o desenvolvimento da conceituação e da terminologia vigentes. São discutidas questões afins à deficiência, tais como identidade, alteridade, diferença e normalidade a partir da ótica do cotidiano da deficiência, incluindo na discussão aspectos oriundos da experiência vivencial com a deficiência. Palavras-chave Deficiência; Diferença; Estudos sobre a deficiência; Cotidiano da deficiência 7 Abstract The aim of this research is to develop a theoretical framework about disability. The condition of 'different', 'abnormal' or 'deviant' attributed to the person with disability is put into perspective. 'Being different' is a leading mark in disability and it is the main concern on this research. So, we have chosen not to separate disability in its various kinds or degrees. Taking for granted this standpoint, we brought forth an historical-descriptive theoretical investigation, in order to discuss different ways that disability has been perceived and treated since ancient times. Some explanatory models were critically analyzed, and also its influence on recent conceptions of disability, on treatment of disabled people and their everyday life. We have dealt with theoretical writings about this subject that has been found in several areas of study, as well as the conceptual development and its terminological uses. Related questions about disability, such as identity, otherness, difference and normality are seen under the point of view of people with disabilties, including aspects that arise from living with disability. Key-words Disability; Difference; Disability Studies; Disability’s everyday life 8 Introdução Nas últimas décadas a deficiência tornou-se um tema de interesse para vários setores da sociedade. Tal interesse pode ser observado especialmente nas décadas que sucederam à II Guerra Mundial, quando milhares de combatentes voltaram dos campos de batalha com seus corpos mutilados, produzindo novas demandas nos campos da saúde pública, seguridade social e políticas públicas. Ao mesmo tempo, esse período coincide com um monumental avanço na medicina, jamais visto antes, o que, aos poucos, contribuiu também para a melhoria da saúde e da condição de vida das pessoas com deficiência. A presente tese está inscrita dentro de uma área relativamente nova no universo acadêmico. Os estudos acerca da deficiência (Disability Studies) têm agregado contribuições da sociologia, antropologia, ciências sociais, psicologia e medicina, sendo esta última a área que mais contribuições oferece, embora essa contribuição seja majoritariamente de enfoque orgânico ou biológico. Com o objetivo de teorizar sobre a deficiência, examinamos criticamente a produção de conhecimento a partir da história da deficiência e analisamos alguns modelos teóricos, desenvolvidos no intuito de compreender e/ou explicar a construção social da deficiência. Para efeitos desta tese, evitou-se qualquer tentativa de segmentar a deficiência a partir de sua forma ou grau de manifestação, uma vez que o foco da pesquisa prioriza a condição de diferente, anormal ou desviante, atribuída ao portador de deficiência. 9 De fato, a deficiência tem sido objeto de preocupação – ou de desconforto – desde a mais remota antigüidade, seja no âmbito político, médico, social, religioso ou familiar. Com o avanço da medicina, a deficiência começou a ser estudada e, posteriormente, outras áreas do conhecimento também se ocuparam da deficiência, aumentando significativamente a produção teórica sobre o tema. Especialmente nas últimas décadas, o enfoque dos estudos acerca da deficiência tem mudado. Nesse mesmo período, ocorreu, em vários países, a estruturação de movimentos sociais, articulados por pessoas com deficiência, cuja meta primordial consistia em produzir mudanças nos modos discriminatórios de encarar a deficiência. Iniciou-se, desde então, um longo processo de integração social, estimulado pela Organização das Nações Unidas – ONU, com destaque para a participação direta de pessoas com deficiência em todas as etapas do processo. Na atualidade, pode-se dizer que a condição de vida das pessoas com deficiência melhorou consideravelmente, se – e apenas se – comparada a um quadro histórico mais amplo. Da eliminação sumária, na Antigüidade, passando pelas fogueiras da Inquisição, a pessoa com deficiência era considerada indigna, impura e inferior, devendo, por isso, ser eliminada do convívio social. Partindo de um levantamento histórico-descritivo, o primeiro capítulo, O panorama histórico da deficiência, apresenta os modos como a deficiência foi percebida e tratada desde a Antigüidade até a época atual, considerando, em particular, dados históricos da área de deficiência no Brasil. A questão da conceituação da deficiência é contemplada no segundo capítulo, Lúbricos conceitos. A terminologia e a conceituação compõem uma questão muito polêmica no campo de estudos da deficiência. No referido capítulo, essa questão é discutida criticamente, apresentando o desenvolvimento da terminologia e dos conceitos 10 utilizados atualmente, sua aplicabilidade e a sua relação com a condição de vida das pessoas com deficiência. Os Modelos Explicativos são analisados no terceiro capítulo. Dentre os vários modelos disponíveis, escolhemos três: O Modelo Religioso, o Modelo Médico e o Modelo Sociocultural. Os modelos explicativos favorecem uma compreensão mais ampla da deficiência, além de aprofundar o conhecimento de aspectos mais específicos, como a relação entre deficiência e religião, proposta pelo Modelo Religioso, ou, num plano mais racional, a dimensão orgânica e a abordagem mecanicista do corpo, os ‘desvios’ e a ‘anormalidade’ postulados pelo Modelo Médico. Os modelos explicativos são amplamente usados no estudo das deficiências, especialmente o Modelo Religioso e o Modelo Médico, cujos pressupostos são determinantes na atual concepção de deficiência. No capítulo Nuanças da diferença: As deficiências e o gênero pós-humano, a deficiência é discutida como um ícone da diferença. Questões como identidade, alteridade, diferença e normalidade são levantadas e analisadas criticamente, produzindo uma abordagem de deficiência na qual a diferença é o ponto crucial. O capítulo analisa também as atuais expectativas quanto aos avanços da engenharia genética e da cibernética e a possível ‘cura’ de algumas deficiências. No último capítulo, Cotidiano e deficiência: Variações empíricas, discutimos, a partir de uma perspectiva vivencial, algumas questões tratadas nos capítulos anteriores. A base para a discussão é o cotidiano da deficiência, uma dimensão raramente contemplada nas produções teóricas acerca da deficiência. Nesse último capítulo, a teoria e o cotidiano são, algumas vezes, confrontados, noutras vezes se complementam ou se distanciam,

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