Análises do Discurso O diálogo entre as várias tendências na USP Organizadores Bianca Rigamonti Valeiro Garcia Cleide Lúcia da Cunha Rizério e Silva Eduardo Lopes Piris Flávia Sílvia Machado Ferraz Paulo Roberto Gonçalves Segundo São Paulo, 2009 Copyright © 2009 Dos organizadores Logotipo I EPED Rafael Batista Pereira Diagramação e webdesigner Eduardo Lopes Piris Webmaster Artarxerxes Tiago Tácito Modesto Conselho editorial !cir Mário Karwoski [UFTM\ • !dail Ubirajara Sobral [UPel\ Adrián Pablo Fanjul [USP\ • !nna Maria Grammatico armagnani [USP\ Eliana !lves Greco [UEM\ • Elizabeth Harkot-de-La-Taille [USP] Helena Hathsue Nagamine randão [USP\ • Ieda Maria !lves [USP\ Ivã arlos Lopes [USP\ • João !dolfo Hansen [USP\ José Rodrigues Seabra Filho [USP\ • Lineide Salvador Mosca [USP\ Luciana Salazar Salgado [PD Fapesp/USP\ • Luiz !ntônio da Silva [USP\ Márcia Regina Curado Pereira Mariano [UniRadial] Maria Helena Cruz Pistori [PD PUC-SP\ • Maria Inês atista ampos [USP\ Maria Teresa Celada [USP\ • Marisa Grigoletto [USP\ Norma Discini [USP\ • Paulo Martins [USP\ Sheila Vieira de amargo Grillo [USP\ • Waldir eividas [USP\ Zilda Gaspar Oliveira de Aquino [USP] Universidade de São Paulo Reitora: Profª Drª Suely Vilela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP Diretora: Profª Drª Sandra Margarida Nitrini Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas Chefe: Profª Drª Ieda Maria Alves Programa de Pós-Graduação de Filologia e Língua Portuguesa Coordenador: Prof. Dr. Manoel Mourivaldo Santiago Almeida Programa de Pós-Graduação de Estudos Linguisticos e Literários em Inglês Coordenador: Profª Drª Maria Silvia Betti GARCIA, B.R.V.; CUNHA, C.L.; PIRIS, E.L.; FERRAZ, F.S.M.; GONÇALVES SEGUNDO, P.R. (Orgs.). Análises do Discurso: o diálogo entre as várias tendências na USP. São Paulo: Paulistana Editora, 2009. ISBN 978-85-99829-38-7. Disponível em: http://eped.fflch.usp.br Análises do Discurso O diálogo entre as várias tendências na USP ISBN 978-85-99829-38-7 SUMÁRIO Análises de discurso: diversidade teórica e tendências Sheila Vieira de Camargo Grillo A canção e a cidade: um estudo discursivo sobre a metropolização da cidade de São Paulo na canção popular brasileira da primeira metade do século XX Álvaro Antônio Caretta A criação lexical em Galáxias, de Haroldo de Campos Alessandra Ferreira Ignez A dimensão subjetiva do discurso jornalístico: o ethos e o pathos nos editoriais do Correio da Manhã e d’O Globo sobre a deposição de João Goulart Eduardo Lopes Piris A discursivização do turismo no projeto pedagógico do curso superior de lazer e turismo da USP Leste Marlene das Neves Guarienti A exclusão sociodiscursiva como estratégia de representação social Iran Ferreira de Melo A influência de falantes nativos e não nativos de inglês na formação da identidade do aprendiz de língua inglesa: o papel das formações imaginárias no processo de aprendizagem Ana Maria Balboni Palma Criações lexicais na fala de Quaderna, protagonista de A Pedra do Reino, segundo a Análise Crítica do Discurso, de Van Dijk Solange Peixe Pinheiro de Carvalho Dialogismo, responsividade e referenciação: uma análise de editoriais da revista Ciência Hoje Luiz Rosalvo Costa Ékphrasis e Euidentia nas Letras Latinas – Doutrina e Práxis Melina Rodolpho Estratégias de solidariedade em editoriais da imprensa paulistana de bairro Paulo Roberto Gonçalves Segundo Estudo do discurso religioso sob a perspectiva da Nova Retórica Moisés Olímpio Ferreira Figuras de presença e de comunhão: revista impressa de negócios Cleonice Men da Silva Ramos Ideologias nos neologismos de O coronel e o lobisomem Grasiela Alves Leite Interdiscursividade em artigos científicos Karina Penariol Sanches Linguagem, internet e legendagem: um caso de deslocamento discursivo na mídia Renata Matsumoto Mídia, negação e exclusão Marilene Aparecida Lemos O ensino de inglês para crianças nas concepções da mídia Bianca Rigamonti Valeiro Garcia O discurso de uma fotografia de imprensa: uma abordagem semiótica Eliane Soares de Lima Publicidade brasileira, publicidade argentina: um contraste discursivo Amanda Fernanda Silva Valentin Quando a Análise do Discurso (não) basta Andreia dos Santos Menezes & Marcos Maurício Alves da Silva Relações dialógicas em reportagens de divulgação científica impressas e digitais Flávia Sílvia Machado Ferraz Relações discursivas em “Milagres do Brasil São”: analogia e metáfora Elizabete Enz Hubert Sentidos de “erro” no dizer de professores de inglês/língua estrangeira: algumas considerações sobre a representação da língua como gramática Laura Fortes Traços discursivos de uma política de formação de leitores Luciana Salazar Salgado Tradições Discursivas: uma análise comparativa dos anúncios de emprego de jornais paulistas Kelly Cristina de Oliveira Valores dos adolescentes americanos nos filmes Save the last dance e Clueless Taís de Oliveira 4 GRILLO, Sheila Vieira de Camargo. Análises de discurso na USP: diversidade teórica e tendências. In: GARCIA, B.R.V.; CUNHA, C.L.; PIRIS, E.L.; FERRAZ, F.S.M.; GONÇALVES SEGUNDO, P.R. (Orgs.). Análises do Discurso: o diálogo entre as várias tendências na USP. São Paulo: Paulistana Editora, 2009. ISBN 978-85-99829-38-7. Disponível em: http://eped.fflch.usp.br Análises de discurso na USP: diversidade teórica e tendências Sheila Vieira de Camargo Grillo1 Os termos “análise” e “discurso” derivam, respectivamente, do latim “analysis” que lhe veio do grego e significa “decomposição de um todo em suas partes ou componentes” e do particípio passado do verbo latino “discurrere” que significa “percorrer, atravessar, discorrer, falar em público”. Se a etimologia do termo análise explica a atividade empreendida nos domínios da fonologia, da morfologia e da sintaxe, dificilmente ela se aplicaria às teorias e metodologias do discurso contemporâneas. Por outro lado, a etimologia da palavra “discurso” revela, em alguns de seus sentidos, a origem dessa abordagem que se deu no estudo do uso da palavra em situações públicas da cidade grega. A pouca utilidade da etimologia indicia, de certa forma, a dificuldade para delimitar esse campo de pesquisa sobre a linguagem. A diversidade de disciplinas –Análise do/de discurso francesa, Análise Crítica do Discurso, Análise da Conversação, Linguística Textual, Retóricas clássica e moderna, Tradições Discursivas, Teoria dialógica do enunciado/discurso – evidencia a multiplicidade de abordagens teóricas a se ocuparem de objetos diversos, mas com relações de parentesco: discurso, texto, enunciado. O parentesco entre as abordagens e seus objetos deve-se, a meu ver, a três aspectos: o objetivo de compreender os processos de produção de sentido na linguagem; a relação constitutiva do objeto de estudo com a exterioridade em suas múltiplas dimensões – contexto situacional imediato e amplo, esferas da cultura, interdiscursividade, intertextualidade, referenciação, ideologia, subjetividade; e uma metodologia construída nas fronteiras de campos do saber – linguística, psicanálise, psicologia, sociologia, antropologia, teoria literária, filosofia, história. As especificidades de cada abordagem decorrem, em grande medida, das disciplinas mobilizadas e da relação com a exterioridade (ponto de partida ou de chegada, interno ou externo, imediato ou amplo, etc). Os vinte e seis artigos integrantes deste volume, além de concretizarem a variedade de teorias do discurso a conviverem nos cursos de pós-graduação em Letras da USP, expõem uma outra realidade: a 1 Docente do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas e do Programa de Pós-Graduação em Filologia e Língua Portuguesa (FFLCH-USP). E-mail: [email protected]. 5 variedade dos objetos empíricos de estudo a serem transformados em objetos teóricos no interior de cada disciplina. Galáxias, Os textos literários são tratados nos artigos “A criação lexical em de Haroldo de Campos”, A Pedra do Reino “Criações lexicais na fala de Quaderma, protagonista de , segundo a análise Crítica do O coronel e o lobisomem Discurso, de Van Dijk”, “Ideologias nos neologismo de ” e “Relações discursivas em Milagres do Brasil São: analogia e metáfora”. Os textos literários são analisados como manifestações da linguagem em seus diversos aspectos – lexical, ideológico, retórico, etc – que extrapolam as tradicionais, mas não menos importantes, abordagens literárias. Os textos midiáticos são objeto de quinze artigos: “A dimensão subjetiva do discurso jornalístico: o Correio da Manhã O Globo ethos e o pathos nos editoriais do e d’ sobre a deposição de João Goulart”, “A exclusão sociodiscursiva como estratégia de representação social”, “Dialogismo, responsividade e Ciência Hoje referenciação: uma análise de editoriais da revista ”, “Estratégias de solidariedade em editoriais da imprensa paulistana de bairro”, “Figuras de presença e de comunhão: revista impressa de negócios”, “Linguagem, internet e legendagem: um caso de deslocamento discursivo na mídia”, “Mídia, negação e exclusão”, “O ensino de inglês para crianças nas concepções da mídia”, “O discurso de uma fotografia de imprensa: uma abordagem semiótica”, “Publicidade brasileira, publicidade argentina; um contraste discursivo”, “Relações dialógicas em reportagens de divulgação científica impressas e digitais”, “Tradições discursivas: uma análise comparativa dos anúncios de emprego de jornais paulistas”, “Quando a Save the last dance análise do discurso (não) basta” e “Valores dos adolescentes americanos nos filmes e Clueless ”. Objeto do maior número de pesquisas do volume, os textos midiáticos têm se constituído em corpus principal das análises de discurso desenvolvidas na USP. Os textos sobre o ensino são representados pelos artigos “A discursivização do turismo no projeto pedagógico do curso superior de lazer e turismo da USP Leste”, “A influência de falantes nativos e não nativos de inglês na formação da identidade do aprendiz de língua inglesa: o papel das formações imaginárias no processo de aprendizagem”, “Traços discursivos de uma política de formação de leitores” e “Sentidos do “erro” no dizer de professores de inglês/língua estrangeira: algumas considerações sobre a representação da língua como gramática”. Os quatro artigos deste conjunto evidenciam que os discursos/textos da esfera educacional têm sido tratados, sob o âmbito da análise do discurso, principalmente na área de línguas estrangeiras. Por fim, um texto sobre a cultura popular “A canção e a cidade: um estudo discursivo sobre a metropolização da cidade de São Paulo na canção popular brasileira da primeira metade do século XX”, outro em letras clássicas “Ékphrasis e Euidentia nas Letras Latinas – Doutrina e Práxis”, um sobre discurso Nova Retórica religioso “Estudo do discurso religioso sob a perspectiva da ” e ainda outro sobre enunciados científicos “Interdiscursividade em artigos científicos” completam o coletânea. 6 Ao traçar um panorama das pesquisas em andamento, esta obra permite que professores e jovens pesquisadores se beneficiem dos avanços já efetuados e direcionem suas pesquisas para áreas pouco exploradas. Dezembro de 2009 7 CARETTA, Álvaro Antônio. A canção e a cidade: um estudo discursivo sobre a metropolização da cidade de São Paulo na canção popular brasileira da primeira metade do século XX. In: GARCIA, B.R.V.; CUNHA, C.L.; PIRIS, E.L.; FERRAZ, F.S.M.; GONÇALVES SEGUNDO, P.R. (Orgs.). Análises do Discurso: o diálogo entre as várias tendências na USP. São Paulo: Paulistana Editora, 2009. ISBN 978-85-99829-38-7. Disponível em: http://eped.fflch.usp.br A canção e a cidade: um estudo discursivo sobre a metropolização da cidade de São Paulo na canção popular brasileira da primeira metade do século XX Álvaro Antônio Caretta1 Resumo: Em virtude de a música popular brasileira ser uma importante representação de nossa cultura, muitas pesquisas vêm sendo realizadas com o intuito de investigar, analisar e até avaliar nosso cancioneiro. Nesse contexto, os estudos sobre a canção popular brasileira desenvolveram-se não apenas no campo da pesquisa sócio-histórico-cultural, mas também no da linguística, por exemplo, os estudos estilísticos, discursivos e semióticos. Propusemo-nos, assim, a pesquisar na canção popular paulistana da primeira metade do século XX o discurso sobre o progresso da cidade de São Paulo, já que a canção foi testemunha e fruto da metropolização da cidade, cujo ápice foi atingido no seu quarto centenário. Esta pesquisa visa fundamentalmente a dois objetivos: estudar como o discurso sobre o progresso da cidade de São Paulo foi tratado na canção popular e realizar uma descrição desse gênero discursivo. Ao estudar o discurso sobre o progresso da cidade de São Paulo na canção popular buscamos compreender como se estabeleceu a oposição entre o discurso progressista e o nostálgico na primeira metade do século XX. Essa polêmica, que se instituiu durante o processo de metropolização da cidade, ocupou grande parte da produção musical, literária, jornalística e artística da época, oferecendo um rico material para as pesquisas discursivas. O segundo objetivo surgiu em decorrência da necessidade de conhecer as características discursivas do gênero “canção popular” para podermos realizar o primeiro objetivo. Alcançadas as metas descritas acima, acreditamos que contribuiremos para as pesquisas sobre o discurso, particularmente para o estudo desse gênero tão produtivo e criativo de nossa cultura: a canção popular. Palavras-chave: análise do discurso; bakhtin; canção popular; gêneros discursivos; São Paulo. 1. Introdução Em virtude de a música popular brasileira ser uma importante representação de nossa cultura, muitas pesquisas vêm sendo realizadas com o intuito de investigar, analisar e até avaliar nosso cancioneiro. Nesse contexto, os estudos sobre a canção popular brasileira desenvolveram-se não apenas no campo da pesquisa sócio-histórico-cultural, mas também no da linguística; por exemplo, os estudos estilísticos, 1 Doutorando do Programa de Pós-Graduação de Semiótica e Linguística Geral (FFLCH-USP), sob a orientação do Prof. Dr. Antônio Vicente Seraphim Pietroforte. E-mail: [email protected]. 8 discursivos e semióticos. Propusemo-nos, assim, a pesquisar na canção popular paulistana da primeira metade do século XX o discurso sobre o progresso da cidade de São Paulo, já que a canção foi testemunha e fruto da metropolização da cidade, cujo ápice foi atingido no seu quarto centenário em 1954. Nossa pesquisa visa fundamentalmente a dois objetivos: estudar como o discurso sobre o progresso da cidade de São Paulo foi tratado na canção popular e realizar uma descrição desse gênero discursivo. Ao estudar o discurso sobre o progresso da cidade de São Paulo buscamos compreender como se estabeleceu a oposição entre o discurso progressista e o nostálgico na primeira metade do século XX. Essa polêmica, que se instituiu durante o processo de metropolização da cidade, ocupou grande parte da produção musical, literária, jornalística e artística da época, oferecendo um rico material para as pesquisas discursivas. O segundo objetivo surgiu em decorrência da necessidade de conhecer as características discursivas do gênero “canção popular urbana” para podermos realizar o primeiro objetivo. Alcançadas as metas expostas acima, acreditamos que contribuiremos para as pesquisas discursivas, particularmente para o estudo este gênero discursivo tão produtivo e criativo. 2. A Canção e a Cidade , Apesar de São Paulo ser uma cidade que cresceu durante todo o século XX foi na primeira metade desse século que ela se transformou em metrópole. Esse processo de desenvolvimento acelerado foi bastante polêmico, gerando debates em diversos campos da sociedade. Na literatura, no jornalismo, nas conversas cotidianas, na política e na canção popular, a metropolização da cidade foi um tema bastante presente. Some-se a esses aspectos sociais e urbanos o desenvolvimento dos recursos tecnológicos de gravação e de divulgação, como o disco e o rádio, tem-se o contexto ideal para a constituição do gênero da canção, que inevitavelmente se posicionaria com relação a esse progresso alucinado da cidade, que culminou com os festejos de seu IV Centenário em 1954. Na canção popular urbana, São Paulo ocupou um lugar privilegiado como tema, apesar da prevalência da Cidade Maravilhosa. O cancioneiro popular urbano paulista, formado principalmente por sambas, marchas e modas caipiras, encontrou na nova metrópole das primeiras décadas do século XX o contexto ideal para o seu crescimento. Com o advento da gravação elétrica e o sucesso do rádio, a canção ocupou um lugar de destaque na produção fonográfica da época. São Paulo sempre foi vista de forma paradoxal. O acelerado crescimento criou inicialmente um sentimento nostálgico por uma cidade que ficava para trás, mas que ainda era presente nos bairros e no interior. Essa característica é bastante significativa, visto que muitas vezes o enunciador das canções se 9 posiciona no interior do estado, criticando o progresso; ou na metrópole, relembrando a vida na cidade antiga e no interior. Com a chegada do IV Centenário, houve um movimento de exaltação da cidade por meio de concursos nas rádios e eventos sociais populares. Esse contexto, associado a eventos como o carnaval, fez a canção paulistana viver uma fase de grande produtividade, devido à demanda por novas composições para gravações e programas de rádio. Isso promoveu a canção popular que explorou a cidade de São Paulo como um tema popular. 3. Metodologia A fim de alcançarmos os objetivos a que nos propusemos - estudar como o discurso sobre o progresso da cidade de São Paulo foi tratado na canção popular e realizar uma descrição desse gênero discursivo -estabelecemos os seguintes métodos de pesquisa: 3.1. Determinação do corpus Após a recolha de canções do século XX que têm a cidade de São Paulo como tema, percebemos que estudar todo o século seria inviável para nosso projeto, pelo fato de o cancioneiro ser muito extenso. Decidimos, então, limitar a pesquisa até a década de 50, por dois motivos: primeiro, porque nesses anos a cidade de São Paulo já se transformara em uma metrópole e, segundo, porque nessa época a canção popular urbana se desenvolveu, se estabeleceu e se consagrou. Dessa forma, selecionamos um conjunto de canções que abordam o crescimento da cidade desde a corpus década de vinte até o advento de seu quarto centenário, em 1954. Esse também foi definido tendo como critério uma variada representação de nosso cancioneiro, sendo então composto por sambas, marchas etc. 3.2. Métodos de Análise corpus Tendo em vista que o de nossa pesquisa é representativo do gênero canção popular é imprescindível reconhecer as características desse gênero. Com base nas teorias dialógicas do Círculo de Bakhtin, realizaremos uma descrição do gênero “canção popular” no início do século XX, observando como o discurso se estabelece em determinadas esferas discursivas, por meio dos gêneros discursivos. Para isso, enfocaremos os três aspectos principais do gênero -o tema, o estilo e a forma composicional - observando o seu caráter dialógico.
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